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História Royale cafe shop - Uma princesa


Escrita por: unlim_wr

Notas do Autor


Tudo o que eu tenho a dizer é que foi difícil ein? Nem tanto pela fic em si, porque na verdade eu terminei no final da semana passada, mas cara, a internet resolveu que ia me trollar. Passei uma semana inteira sem net em casa e essa vadia só me volta hj haha, quero mata alguém. A vivo só sacaneia comigo pq a net não chega na minha rua...

Mais uma história para o projeto You are the one, o tema é comida e o couple, XiuHo. Se eu tô com medo de floppar? Não tenham dúvida, mas fazer o que, não quis tentar trocar de couple (eu queria XiuYeol), agora aguenta.

Suho é trans. Não quis me aprofundar muito nisso porque eu não tive muito tempo pra pesquisar, a faculdade só me fode, e não queria escrever besteira. Também não quis fazer um drama porque, sei lá, queria que o sentimento fosse mais do que uma condição física e sei lá se eu tô conseguindo me explicar haha eu só queria que o Xiumin não se importasse e é isso. Bem bobinha, mas bem bonitinha

Capítulo 1 - Uma princesa


Fanfic / Fanfiction Royale cafe shop - Uma princesa

A dedicação com a qual o barista preparava uma bebida era digna de admiração e em alguns casos, entre seus colegas de trabalho, inveja da desenvoltura e habilidade com que manejava os utensílios necessários durante o preparo. Não que Minseok estivesse preocupado com o tipo de reação que causava as pessoas se essas não fossem os clientes que sempre deixavam a loja com um sorriso satisfeito no rosto e uma clara intenção de retornar, se quem os atendesse fosse aquele mesmo rapaz atencioso e de sorriso fácil.

Minseok gosta de café desde que é capaz de se lembrar e tornar o que amava uma profissão fora algo que nem todos compreendiam. Seus pais queriam que fosse um médico ou um advogado, queriam uma carreira de sucesso para o único filho e por fim, quando fosse a hora, um casamento perfeito, qualquer coisa que os permitissem se vangloriar para os amigos em jantares e quando os comunicou o que faria logo após terminar o ensino médio, chocou toda a família. Minseok, ou Baozi como era chamado pelos amigos, não almejava grandes coisas na vida. Tinha seu apartamento que era um pouco menos que uma caixinha de fósforos, mas que era só seu, amigos verdadeiros e trabalhava naquilo que amava. Claro que pensava em se especializar em sua área, em um dia abrir sua loja e ser seu próprio chefe, mas por enquanto era jovem – acabara de completar vinte anos – e sentia-se imensamente feliz com o pouco que conquistou com os próprios esforços.

A música que ecoava baixa pelo estabelecimento era cantarolada pelo barista que servia uma taça com café forte, em seguida despejou uma mistura feita de chocolate amargo, açúcar e creme de leite, e por fim, com esmero, decorou com chantilly e canela em pó. Ele mesmo levou a bebida em uma bandeja até a mesa onde a garota que havia feito o pedido aguardava.

— Seu café vienense — sorriu cordial e se afastou, olhando para traz algumas vezes. Felizmente ou nem tanto assim, ela estava de costas e tudo o que Minseok podia admirar era seu cabelo castanho que caia em ondas até o meio de suas costas.

— Você já pode ir, Seok-ya — ouviu ser chefe dizer assim que atravessou o balcão. — Já deveria ter ido, nada verdade. Não pense que estou te pagando hora-extra!

— Aish Chanyeol, como você é pão duro, hyung. Que horror! — Riu desfazendo o nó de seu avental, dobrando-o e então entrou na salinha dos funcionários em busca dos seus pertences. Quando voltou algum tempo depois, já não estava em seu uniforme, vestia um simples moletom preto e jeans rasgados. Viu um pouco distante aquela moça sorrindo pequeno para Baekhyun que lhe devolvia o troco com um “volte sempre” simpático e se permitiu acompanha-la com o olhar até sumir de suas vistas.

— Se você correr, talvez consiga falar com ela — Chanyeol disse ao seu lado e o rapaz pulou de susto, encarando o maior como se o repreendesse. — Você não é discreto se quer saber — riu. Minseok apenas revirou os olhos e se despediu de todos os colegas, apesar de estar querendo mesmo correr atrás da tal garota.

Tinha essa cliente nova, fazia poucas semanas desde que começara a frequentar o RoyaleCafee Minseok nunca ficou tão curioso por um cliente quanto repentinamente estava por ela. Eram os bonitos olhos redondos e brilhantes, a boca pequena e cheinha, a forma graciosa com que andava entrando e saindo todas as tardes da loja que chamavam sua atenção. Sempre sozinha, educada, meio tímida. Adorável.

Para a sua frustração, aquele dia havia sido diferente. Era sexta-feira e a garota ainda não tinha aparecido, estava escurecendo e com o fim do dia, acabavam-se também todas as esperanças de vê-la uma última vez antes do fim de semana. Minseok resmungava consigo mesmo, reclamando sobre como era idiota por não ter conversado descentemente com ela e perguntado seu nome, ou talvez a chamado para sair, ela não parecia o tipo de garota que curtia comida de barraquinha de rua, na verdade não conseguia se decidir que tipo de garota ela seria. Não era como se nunca houvesse feito isso na sua vida, era um rapaz bonito, porque tanta insegurança, afinal? O mau-humor notado até mesmo pelos clientes ainda que tentasse não deixar tão na cara, (ora, ninguém tinha culpa de ser um babaca), durou até que o sininho sobre a porta soou e olhando distraidamente para a entrada, a viu entrar e sentar em sua mesa de sempre, próximo a janela e foi como se o dia ruim que teve, de repente houvesse valido a pena apenas porque agora ela estava ali. Tão próxima e ainda assim, tão, tão, longe.

Riu todo bobo enquanto caminhava pelas ruas frias de Seoul. Ele deveria falar com a garota, falar algo além do habitual posso anotar seu pedido ou o aqui está... decidiu que faria isso na segunda-feira e mesmo que levasse um fora, ninguém poderia acusa-lo de não ter tentado e então superaria tudo aquilo. De alguma forma.

Já no ponto onde apanhava o ônibus para casa, plugou os fones de ouvido ao celular e deixou que as músicas tocassem no aleatório. Não precisou esperar muito para que o transporte que não estava exatamente cheio, mas não havia mais lugares onde sentar, chegasse e passando a catraca, procurou onde pudesse encostar. O que encontrou, no entanto, fez com que se aproximasse rapidamente, ainda que cautelosamente. A garota que invadia seus pensamentos vinte e quatro horas por dia desde a primeira vez que a viu, tomava o mesmo ônibus que ele e naquele mesmíssimo instante, cochilava em pé, escorada na janela e com as costas no apoio para deficientes. Acharia graça se não estivesse indignado. Ninguém se prestou a oferecer o lugar a uma moça sozinha que podia simplesmente cair a qualquer virada mais brusca do ônibus e olhando em volta, deu-se conta de que ninguém se importaria se acontecesse.

Permaneceu por perto, não necessariamente tocando-a, achou que seria muita falta de educação tocar numa mulher sem sua permissão. Colocou uma mão no vidro, ao lado de sua cabeça, tentando não ficar corado com aquela posição e ali ficou parao caso de algum acidente – o que meio que pareceu ser uma premonição porque não muito depois, o ônibus fez uma curva e inconscientemente Minseok colou seu corpo ao dela. Assustada, ela olhou para cima e pareceu reconhece-lo do café porque sua expressão relaxou visivelmente, mas ainda o afastou com as pequenas mãos, corada e desconcertada com o toque inesperado.

— Desculpa, mas você, sabe... cairia se eu não...

— Tudo bem — ela disse. — Eu não deveria estar dormindo aqui de qualquer forma — deu de ombros de um jeito que barista considerou gracioso. Era bom ouvi-la falar outra coisa que não fosse seu pedido ou agradecer por este quando o entregava em sua mesa. — E olhe só! Teria perdido meu ponto se não houvesse acordado — continuou rindo baixinhoajeitando a alça de sua mochila nos ombros estreitos. — Obrigada por evitar que eu passasse vergonha...

— Minseok — falou meio que no automático, encantado por aquela risadinha linda – coisa que nunca a tinha visto fazer em todas aquelas semanas.

— Obrigada, Minseok-ssi — disse enquanto se afastava sem dar qualquer chance do baristase recuperar e responder adequadamente e quando se deu conta, ela já havia descido do ônibus que voltava a se movimentar.

— Eu deveria ter me oferecido para acompanha-la — murmurou baixinho, se recriminando e recostou onde antes ela estava. — Aiish! Você nem perguntou o nome dela, seu burro!

***

 

Segundas-feiras são sempre as mais difíceis e não somente porque Minseok geralmente extrapolava aos finais de semana resultando naquela dor de cabeça infernal, consequência de atitudes impensadas baseadas em sugestões ordinárias de amigos ainda mais ordinários (não fazia ideia do porquê ainda dar ouvidos a Jongdae e aquele namorado estranho dele), mas porquecomo ele outras pessoas também extrapolavame café sempre ajudava a melhorar o dia que já começaria péssimo. Segunda é o dia em que o fluxo de clientes se tornava maior na parte da manhã, logo que abriam a loja, o que era ótimo para o seu chefe epéssimo para Minseok que, além de lidar com a sua ressaca, tinha que lidar com a ressaca de alguns clientestambém. E com um sorriso no rosto.

Minseok adorava seu emprego. Quando não era segunda-feira, ele acordava com um sorriso enorme no rosto e com aquele sorriso permaneceriatodo o dia, mas não era de ferro. Um homem tem o direito de estar de mal com o mundo de vez em quando. Está na constituição, ou qualquer coisa assim...

Um americano, o principal pedido das manhãs infernais, pelo menos era simples e rápido de preparar. Logo o fluxo diminuiria, o barista poderia finalmente mandar para dentro outra daquelas aspirinas guardadas na mochila e quinze minutos na dispensa acabariam com o seu sofrimento. Chanyeol queria mesmo que ele organizasse aquela bagunça, poderia fazer da chance uma oportunidade.

— Um cappuccino, por favor — Minseok ouviu a voz que se tornara conhecida, e virando-se para entregar o pedido ao cliente que aguardava no balcão, assentiu para o colega de trabalho como se dissesse que a atenderia. — Minseok-ssi — ela sorriu, cumprimentando quando ele se aproximou.

Ela não tem mau-humor numa segunda-feira de manhã, constatou.

— É o primeiro cappuccino que faço hoje — comentou distraidamente enquanto apanhava o que seria necessário para preparar a bebida, afim de manter uma conversa. Ele não poderia simplesmente chama-la para sair, precisava ir com calma, parecer legal. — Se quiser, te levo na mesa — disse, tentando ser gentil apesar de que tratamento especial numa hora corrida como aquela não era exatamente uma boa ideia.

— Ah, é ‘pra viagem — ela disse — ou vou me atrasar para a faculdade.

— Oh, então nesse caso... — entregou poucos minutos depois, o copo térmico junto da notinha para levar ao caixa. — Tenha uma boa aula — desejou mesmo que ainda quisesse mais tempo com ela. Não era como se Minseok pudesse também ter esse tempo.

— Obrigado — ela já se afastava quando Minseok a chamou. — Sim?

— Você não me disse seu nome — ela o encarou arqueando a sobrancelha, mas parecia genuinamente confusa. — É que eu disse o meu naquele dia e...

— Me chamo Junhee — disse sorrindo e então seguiu para a fila do caixa.

— Já terminou de flertar? — O próximo cliente, um senhor de meia idade com uma expressão nada agradável, atraiu sua atenção. Corou. — Se não for um problema, gostaria de fazer o meu pedido.

— Claro senhor, me desculpe. O que deseja?

 

 

Em algum momento perto das nove horas, as coisas haviam finalmente ficado mais calmas e assim permaneceu pelo resto do dia. Ao invés de se aglomerarem no balcão, os clientes voltaram a se acomodarnas mesas, escolhendo calmamente o que pediriampara só então chamar por quem os atendesse. Isso, no entanto, não era sinal de menos trabalho. Minseok já tinha resolvido seu pequeno problema, arrumado a dispensa e depois disso, pode voltar ao trabalho mais disposto dividindo sua atenção entre o que fazia e pensar na garota que agora sabia se chamar Junhee. Era um nome lindo e era tão fofa. Não um fofo forçado, como algumas garotas geralmente faziam tentando atrair a atenção de Minseok quando as atendia, Junhee era tão natural que deveria causar a inveja das amigas, ela não precisava de muito para ser perfeita.

— Está ficando bem idiota, huh? — Murmurou consigo mesmo com um enorme sorriso no rosto enquanto reabastecia as vitrines com bolos e tortas belamente decoradas, além de outros doces e salgados. Sentado nas próprias pernas, ele ajeitava uma bandeja com cupcakes coloridos acabados de vir da cozinha quando o rosto bonito da garota surgiu através do vidro. — Ótimo, estou tendo alucinações agora...

— Está tudo bem, Minseok-ssi? — Perguntou Junhee risonha e o rapaz levantou-se num pulo.

— S-Sim... estava apenas pensando alto — disse olhando atentamente a garota. Sorriu quando se deu conta de que, ao invés de esperar que a atendessem na mesa, Junhee tinha ido até ele. Ao menos esperava que ela houvesse mesmo ido até o balcão por ele. — Como foi o seu dia?

— Foi bom, obrigada... — respondeu desviando o olhar.

— E... já sabe o que vai pedir?

— Ah sim, acho que quero uma dessas tortas, mas não sei qual, são todas tão bonitas e parecem tão gostosas...

— Não é por nada não, mas são mesmo. Aceita uma sugestão?

— Porque não?

***

 

— Posso te levar em casa?

Levou quatro dias para que o barista fizesse a pergunta. Junhee que escrevia numa agenda, talvez algo que fosse relacionado a faculdade, ergueu o olhar esperando que Minseok deixasse sobre sua mesa um café simples. Junhee não estava tendo um bom dia, confusa sobre seus sentimentos e sentindo como se estivesse enganando alguém apesar de saber que não estava, não tinha ideia do que fazer. Na verdade, ela até tinha, mas estava com medo.

— Ainda tem algum tempo até você sair, não é? — Perguntou olhando em volta. No turno da tarde o movimento era mais tranquilo, em sua maioria universitários, muitos deles eram da mesma faculdade que ela.

— Minha intenção é convence-la a me esperar, nonna — sorriu, segurando a bandeja atrás do corpo e esperando uma resposta. Minseok era um rapaz tão adorável... precisava ser sincera com ele.

— Acho que... que tudo bem Minseokie.

 

 

— Não vai ter problemas por chegar tarde, não é? — Ele perguntou enquanto caminhavam em direção ao ponto de ônibus.

— Eu moro sozinha, Minseok-ya — Minseok assentiu. Ele não sabia muito sobre sua nonna além de que ela cursava fotografia e agora que não morava com os pais. Pensando sobre isso, se deu conta de que conversavam sobre tanta coisa aleatória que ao menos se importavam com os assuntos mais pessoais e mesmo assim, sentia como se a conhecesse melhor do que ninguém. Sabia, por exemplo que, quando ela franzia o nariz daquela forma bonitinha, era porque estava preocupada com alguma coisa e ainda que quisesse perguntar, não seria invasivo. Achava que ainda não eram próximos o suficiente, então Minseok só andou ao lado dela e no meio do caminho ofereceu seu casaco porque estava realmente frio e Junhee usava apenas um suéter azul.

No ônibus, Junhee ainda parecia pensativa e Minseok começou a achar que talvez fosse por ter se oferecido para acompanha-la. Deveria estar pensando numa forma gentil de dizer que ele havia confundido tudo e que ela só queria ser sua amiga...

E apesar da vontade de dizer que havia se lembrado de alguma coisa importante e não descer no ponto dela, Minseok foi firme; primeiro porque era um homem e precisava encarar as coisas de frente e depois, fora ele que a fez ficar até tardena rua, era sua obrigação deixa-la em casa e em segurança.

O prédio onde Junhee morava ficava a duas quadras do ponto, portanto foi uma caminhada bem rápida para a infelicidade do barista.

— Junhee nonna? — Chamou enquanto a via pegar um molho de chaves na bolsa e abrir o portão.

— Sim? — Virou-se surpresa com a pouca distância entre eles e ergueu o olhar, sorrindo pequeno.

— Tudo bem?

— Sim... eu só... — balançou a cabeça como se disse para esquecer e beijou sua bochecha. — Volte ‘pra casa em segurança, sim?

— Você quer sair comigo?

— Minseokie eu adoraria, mas... eu não sei como você vai lidar com isso...

 

 

— Então ela é transexual... — Sehun sentou ao seu lado no colo do namorado. — E daí?

Minseok não respondeu.

— Você não foi um babaca, foi? — Jongdae se pronunciou, preocupado.

— Claro que não! Eu só me despedi e vim ‘pra cá — deu de ombros. — Eu só não sei o que pensar.

— Faz alguma diferença, seu idiota? — Sehun perguntou rolando os olhos. — Ela ainda é a Junhee, a garota doce que há semanas não sai da sua cabeça, ainda é garota por quem você ficou todo bobo e a mesma garota que você vinha falar com a gente parecendo um adolescente apaixonado. Você se apaixonou por pela pessoa que ela é ou o que carrega ou carregou – sei lá, no meio das pernas? — Bufou levantando-se e foipara a cozinha.

— O que o Sehunie ‘tá querendo dizer sem todo esse balançar de cabeça é que, sim, você foi pego desprevenido com isso e sim, você tem todo o direito de estar surpreso, mas vai mesmo deixar que essa condição interfira no que você sente por ela? — Suspirou relaxando no encosto do sofá e olhou para o melhor amigo como se ele fosse uma criança que tinha feito uma coisa muito errada. — Sabe, você me apoiou tanto quando eu contei o que eu sentia sobre pelo Sehun. Tudo aquilo que me disse foi da boca ‘pra fora?  Não vale pra você também?

— É diferente, Dae. Eu não sou gay.

— E nem ela! — Sehun gritou da cozinha, ele estava realmente irritado. — Se ela fosse gay, estaria se relacionando com outra garota, o que não é o caso — voltou para sala, sentando-se dessa vez numa poltrona de frente para os outros dois e olhou de um jeito bem feio para Minseok. — E aí, você está mesmo apaixonado ou tudo isso não passou de atração sexual? Porque se eu perdi minhas noites te ouvindo por nada, eu juro que nunca mais olho na sua cara!

— Hunie fique quieto, pressiona-lo dessa forma não ajuda em nada.

— E quem está pressionando aqui, Jongdae? E não me mande calar a boca, cale a droga da boca você! — Bufou cruzando os braços e aquilo meio que acabou com a tensão na sala provocandoa risada dos amigos segundos depois.

***

 

— Sim?

— Nonna?

— M-Minseok? Como você...

— Eu meio que toquei todos os interfones aqui e o seu apartamento, é claro, tinha que ser o último — comentou risonho. — Será que eu posso subir? — Ele não teve uma resposta imediata, mas o som característico do portão sendo destravado foi ouvido e ele suspirou aliviado.

O prédio não tinha elevador, então Minseok levou algum tempo até percorrer todos os oito lances de escadas. Precisou também de alguns minutos para recuperar o fôlego quando alcançou o quarto andar. Tocou a campainha e ouviu passos apressados dentro do apartamento antes do rostinho adornado por óculos de armação grande aparecer entre a fresta da porta e então ser aberta revelando-a completamente. Junhee vestia um suéter creme, shorts e meias nos pés. Seu cabelo estava preso no alto num coque frouxo de onde algumas mexas escapavam.

Estava linda.

— Eu posso entrar?

— Ah... claro — afastou-se um pouco dando espaço. Minseok entrou olhando sua sala com curiosidade. Aproximou-se de uma estante com livros.

— É o seu pai? — A olhou com um porta-retratos nas mãos, onde ela beijava a bochecha de um senhor, pareciam realmente próximos. Junhee assentiu ainda um pouco distante e Minseok ficou feliz de saber que ela tinha o apoio da família.

— Er... quer beber alguma coisa? Posso não saber fazer café como você, mas sei fazer chocolate quente.

— Eu adoraria... nonna — disse deixando a foto onde tinha encontrado. Olhando em volta, ele percebeu que ela estava estudando. — Estou te atrapalhando?

— Imagina. Acho que eu ficaria louca se não desse um tempo — falou, tentando soar natural.

Como a cozinha era separada da sala apenas por um balcão, Junhee não se viu livre do olhar de Minseok sobre ela e sorria com timidez toda vez que ao levantar os olhos, encontrava os olhos dele que ao contrário do que pensou, não continham estranhamento ou repulsa. Minseok, no entanto, parecia hesitante.

— Aqui — disse colocando a sua frente uma xícara e o barista riu com os marshimelows coloridos boiando sobre a bebida. — O quê?

— Você é tão fofa, nonna.

— Fique quieto — rolou os olhos e deu a volta no balcão assoprando o vapor de sua bebida, sorvendo um pouco em seguida. — Eu gosto.

— Você não apareceu no café esses dias...

— É, eu estive meio ocupada essa semana — murmurou. — É mesmo! Eu fiquei com a sua blusa, vou pegar lá no quarto — lembrou, mas antes que conseguisse se afastar, teve o pulso preso pelo outro.

— Porque não senta aqui um pouquinho? — Puxou-a delicadamente para a cadeira alta, ao seu lado e ficando de frente para Junhee, descansou a xícara sobre a superfície de madeira. — Vamos conversar — não era uma pergunta. Ela suspirou, assentindo. — Me desculpe por ter ido embora naquele dia.

— Tudo bem, eu acho que a sua reação foi melhor do que eu esperava — admitiu. Minseok escorregou a mão até a sua e entrelaçou os dedos. — E você voltou.

— É, eu voltei. E eu ainda quero sair com você.

— Minseok...

— Eu gosto mesmo, mesmo, de você nonna e eu não vou desistir dos meus sentimentos — disse. — É claro que eu fiquei surpreso, mas eu parei ‘pra pensar que a nonna ainda é a nonna e isso não vai mudar. Gostei de você desde a primeira vez que a vi entrar no Royalecafe, fugindo da chuva, lembra? Toda molhada e preocupada com a sua câmera — Junhee apenas assentiu, olhando as mãos unidas e perguntando a si mesma era um sonho, estava sendo compreendida, aceita. Parecia tão fácil. Estava assustada, claro, poderia não passar de uma curiosidade de Minseok, mas ele era tão sincero no que dizia e pelo pouco tempo que o conhecia, sabia que ele nunca seria capaz de agir só por um capricho. O barista, tirou a xícara que ela ainda segurava, deixando junto da sua e a puxou novamente, dessa vez em sua direção.

E ao invés do beijo que esperava, ganhou um abraço apertado, quentinho e seguro, mas Junhee não estava desapontada com aquela atitude. Muito pelo contrário. Sentia-se feliz, animada, emocionada.

— Então, o que a nonna consideraria um primeiro encontro perfeito?

***

 

 

 

BONUS

Ela estava linda, mas claro, isso não é nenhuma novidade. Ao invés deixa-lo subir, Junhee disse que já estava descendo, mas ainda levou quinze minutos antes de finalmente vê-la passar pelo portão e, sinceramente, Minseok não se sentia nada desapontado pela espera e essa tinha a sensação de que nunca se sentiria desapontado sobre nada a respeito Junhee.

Não tinha ideia do que fariam, melhor do que programar uma noite inteira, decidiram apenas deixar rolar, curtir aquela sensação de borboletas no estômago, mãos suadas e coração acelerado, mas sem aquela pressão de que precisa ser perfeito, épico. Junhee queria que agissem exatamente como eram todos os dias quando se viam no Royalecafe e era o que teria, apesar de Minseok não fazer ideia de como. Pensou em pedir a Chanyeol que o deixasse usar a loja durante a noite e fazer do lugar especial para os dois algo romântico, mas então ele estaria planejando e todo o papo de ser natural ia por água abaixo.

Ela trancou o portão e ele pegou na sua mão, entrelaçando os dedos.

E estranhamente, Minseok também tinha essa estranha sensação de qualquer coisa a seu lado, seria perfeito.

 

 

 


Notas Finais


Desculpem pelos prováveis erros, eu betei né, mas depois de ler tantas vezes a mesma coisa, a gente acaba ignorando, sei lá...

Chu~


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