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História Royals - Yoonmin - Metal contra as nuvens


Escrita por: parkcyr

Notas do Autor


Eu sei que disse que ia postar só depois maaas, depois de pensar um pouquinho vi que ia ficar bem nada a ver o prox cap de "vera" com esse pedacinho de coisas melosas.
Então, esse capítulo curtinho, que não se encaixou em lugar nenhum, vai de presente pra vocês, queridos leitores que ficaram sem uma atualização decente por dois meses. Por essa razão que o nome é "Metal contra as nuvens". E também porque eu decidi postar enquanto ouvia legião.
Espero que vcs tenham uma semana tendencia!!!
Vejo vcs nas notas finais

Capítulo 18 - Metal contra as nuvens


Fanfic / Fanfiction Royals - Yoonmin - Metal contra as nuvens

E ainda que venhamos a nos dedicar aos mais importantes assuntos, a conquistar honrarias, ou a cair na maior desgraça – apesar de tudo nunca esqueçais como certa vez nos sentimos bem aqui, todos comungando, unidos por aquele sentimento tão bom e bonito, que durante aquele momento de nosso amor pelo infeliz menino nos fez, talvez, melhores do que em realidade somos. – Os irmãos Karamazov, Fiódor Dostoiévski

 

 

 

Taeyong, pra onde você está me levando? – Jimin perguntou curiosamente enquanto seguia o rapaz mais alto pelo emaranhado de corredores do palácio. Por alguma razão ainda desconhecida, ele fora chamado a presença de Yixing mais cedo, mas algo aconteceu e sua reunião com ele foi cancelada, resultando em um Taeyong irritado batendo a sua porta, ordenando que ele fosse para algum lugar ainda misterioso.

    - Eu estou muito irritado com tudo isso. – Taeyong falou, mais para si mesmo do que para alguém em especial. – Quero que você saiba que eu não concordo com nada que está acontecendo agora. Isso tudo foi mais uma exigência daquele imbecil. Como se ele estivesse em posição pra fazer exigência alguma.

    - O que diabos você está dizendo? – Jimin perguntou confuso. – Taeyong, espere. – O moreno puxou o braço do mais novo, o forçando a parar o caminho que traçava apressado. – Não vou sair daqui enquanto você não me disser quem me chama e o porquê dessa raiva toda. – Taeyong passou as mãos nos cabelos agora longos, o olhar perdido enquanto ele parecia procurar palavras pra explicar toda a situação.

    - Sou péssimo com enrolações, então vou dizer logo o que precisa ser dito. Yoongi está aqui, Jimin. Ele veio na intenção de assinar um acordo de paz com Yixing, mas muita coisa aconteceu e ao que tudo me indica, ele ficara hospedado no palácio por uma semana. E ele pediu pra ver você. Yixing ordenou que eu fosse lhe buscar e não falasse nada. Mas você é meu amigo e eu não poderia me importar menos com as ordens de Yoongi e de Yixing. Então, Park Jimin, se você me disser agora que não quer ver aquele imbecil de cabelos loiros, não existirá um demônio no inferno que o obrigue a vê-lo. Basta uma palavra, Jimin.

    O mundo de Jimin, antes tão simples, resumido a cortar espinhos de flores e a esperar sua floração, com Yoongi sendo apenas uma memória distante, algo que ele carregava com uma dor aguda em seu peito, se desfez no minuto que seu cérebro processou a frase e entendeu que Yoongi estava ali. Ele estava ali e Jimin havia fantasiado com esse momento por tantas noites, olhando para o céu de vidro na estufa, rezando para qualquer deus que o quisesse ouvir, pedindo, implorando, para que alguém o ouvisse e trouxesse seu Yoongi de volta pra ele.

    Mas é claro que os deuses não ouviam. Eles nunca ouviam ninguém então, suas orações adiantavam de que? Na sexta noite, o moreno se calou, mas suas lágrimas não secavam. A saudade melancólica que invadia seu coração dia e noite não o deixavam dormir, nem comer, muito menos socializar com as pessoas que tanto amava. Por isso que Jimin preferia sua solidão, e suas plantas, elas o ajudavam a esquecer do mundo e de Yoongi.

    Yoongi. No fim, tudo se voltava a ele. De alguma forma, ele parecia o ponto de confluência da vida de Jimin – não importava o quanto o moreno nadasse para longe, de alguma forma sempre acabava ali, encharcado pelas mesmas águas.

    Jimin observou a expressão ansiosa de Taeyong. Ele sabia o que o melhor amigo diria. Que ele não deveria ver Yoongi, que aquilo tudo não passava de uma loucura suicida, que ele estava melhorando, por que jogar sal na ferida justamente agora, quando ela estava cicatrizando? Jimin conhecia aquele discurso com os olhos fechados porque ele mesmo se dissera aquilo algumas milhões de vezes. Mas nada disso o impedia de desejar Yoongi, de permanecer o amando cegamente.

    - Quero vê-lo, Taeyong. – Jimin falou, simplesmente.

    - Sabia que você diria isso, apesar de existir algo dentro de mim que esperasse cegamente que eu estivesse errado. Existe algo que eu possa dizer pra te fazer desistir, Jimin? Deuses, por que diabos você sempre insiste em partir seu próprio coração dessa forma?

    - Você não entenderia. – O moreno respondeu num suspiro. – Ninguém entende. Talvez a pessoa mais próxima de entender o que eu sinto nesse momento seja Yoongi, e ele finalmente está aqui. Ele está aqui, Tae. Você não vê? Ele está aqui e eu finalmente posso perguntar tudo que quis saber. Talvez ouvindo da boca dele torne as coisas um pouco mais fáceis de serem digeridas.

    - Acho que o contrario é mais fácil de ocorrer, Jimin. Mas que seja. Percebi a algum tempo atrás que ninguém consegue interferir na história de vocês dois, nem mesmo os deuses, nem os homens. Talvez seja realmente bom que vocês se entendam, Park Jimin. Talvez alguém tenha escutado suas orações, no fim de todas as contas.

X

  Yoongi observava a noite agradável do Leste encostado na pequena varanda particular de Yixing, enquanto esperava a vinda de Park Jimin.

    Quando o rei enviou Taeyong, dentre todos os outros, para buscar o moreno de olhar gentil por quem ele tanto ansiava, algo dentro de Yoongi afogou-se. Ele sabia da raiva ressentida que Taeyong nutria por si e de nada lhe assustaria se o mesmo fizesse sua caveira para impedir que Jimin viesse o ver.

    Não que alguém precisasse fazer a caveira de Yoongi pra Jimin – ele havia realizado esse trabalho sozinho, melhor do que qualquer outro. Min Yoongi, rei do Sul, era especialista quando o assunto era partir o coração de Park Jimin, o herdeiro do Norte.

    Yoongi escutou um clique surdo na porta e seus reflexos o fizeram virar o corpo em direção a fonte do barulho. Seus olhos encontraram então a figura frágil de Jimin, muito mais magro do que ele se lembrava. O garoto estava vestido com uma blusa branca leve e calças pretas justas, com botas de couro marrom que chegavam ate a altura dos joelhos. Os cabelos negros caiam desalinhados sobre o rosto cansado e Yoongi pode notar alguns finos cortes em suas bochechas. Se Yoongi não o conhecesse, seria incapaz de dizer que Jimin era um membro da realeza, quanto mais o herdeiro de um dos tronos mais importantes de todos os Reinos.

    Um surto de preocupação lhe invadiu subitamente, junto com uma vontade de abraçar Jimin e perguntá-lo sobre sua nova vida no Leste, beijar seus lábios rosados como nunca havia feito antes, apenas para tentar aliviar a saudade que lhe consumia o peito. Mas, ao julgar pelo olhar triste e caminhar indeciso, Yoongi sabia que deveria conversar primeiro com o mais novo antes de tentar algum contato físico. Isso se Jimin permitisse ser tocado, claro. Ele jamais faria nada com o moreno que este não desejasse.

    - Você veio me ver, no fim das contas. - Yoongi falou, sorrindo tristemente.

    - Como eu poderia não te ver? - Jimin perguntou, lutando contra as lágrimas que queriam sair apenas com a mera visão do garoto de cabelos dourados que roubara seu coração. 

    - Não sei. Eu... Eu fiz muita coisa. Você teria razões suficientes para não me ver, se isso fosse o que quisesse. 

    - Nenhuma razão seria suficiente para me impedir de ver você, Min Yoongi. Nem mesmo a morte.

    - Não vamos falar em morte, sim? - Yoongi pediu suplicante, enquanto se aproximava lentamente da figura frágil de Jimin. - O que você tem feito aqui? Escutei os criados dizerem que o Leste nunca teve flores tão bonitas e Jaehyun comentou que seus dias são passados na velha estufa. 

    - Eu tenho cuidado das flores que são levadas ao palácio. Yixing é bem seletivo quanto a elas e quando chegamos aqui, todas estavam feias e murchas, totalmente diferentes de quando Yifan ainda era vivo. Então, tomei a tarefa para mim. Convenhamos, sou bem melhor cuidando de flores do que traçando estratégias para um Conselho.  – Jimin falou enquanto ria sem graça.

    - Eu sei. Por isso estranhei quando vi seu nome no papel. Meus olhos não acreditaram no que liam. 

    - Yoongi... Meu nome estava no conselho por mil razões, mas eu nunca...

    - Não vamos falar disso. Não quero falar disso. Vou lhe contar algumas boas notícias, pode ser? - O loiro perguntou e Jimin concordou com a cabeça, curioso. - Peguei alguns de seus hábitos bons. Eu leio mais agora, desde mitologia grega, poemas esquecidos até a visão de Maquiavel a respeito de como deveria se comportar um monarca. Pra ser sincero, eu tenho odiado cada segundo que passo lendo alguma palavra porque todas elas me lembram de você. Existe algo dentro de mim lutando para sair e eu não consigo dizer exatamente o que é. E agora eu posso dizer que entendo seus pensamentos, a forma que você sempre se preocupou comigo. Mianhae, Park Jimin. Por tudo que fiz e tudo que deixei de fazer.

    - Suga, eu...

    - Deixe-me acabar, está bem? Céus esqueci-me desse seu jeito de interromper tudo que eu falo. - Yoongi sorriu ao observar a expressão desolada do mais novo. - Toda vez que me pego tentando te esquecer, não posso deixar de lembrar que em um momento você foi tudo que eu tinha. Amor e felicidade são assuntos tão doloridos agora, também são insuportavelmente temporários. Quando eu grito com as pessoas, posso te ouvir chorando e aí eu paro. Então quando eu estou chateado, apenas coloco sua música preferida pra tocar um pouco mais alto - a quarta sinfonia de Mozart nunca soou tão errada como quando eu a escuto e imagino você ali, sorrindo enquanto fecha seus olhos e tenta imaginar o que o levou a escrever aquilo. Tenho feito caminhadas agora. Ando por todos os bosques que você andou, vagando sem rumo por todos os cantos daquele palácio sem vida. Não consegui me livrar das coisas que você deixou pra trás, é uma linha que não posso cruzar. Acho que em muitas maneiras ainda estou perturbado. Eu vivo para pedir desculpas, mas nunca consigo entender porque eu ajo do jeito que ajo. Eu estou muito perdido e queria não ter te tomado como garantido, que você agora fosse algo além de uma memória, que eu não precisasse atravessar metade do mundo para ouvir sua voz. Queria você comigo, Jimin. Queria poder resolver tudo isso, falar sem tanta raiva, dormir ao seu lado. Ás vezes eu só sinto muito. Desculpe-me. Tudo que fiz foi pra te ver feliz. 

    Yoongi encarou Jimin e seus olhos negros carregados de dor e de lágrimas. O mais novo começou a soluçar sozinho, se abraçando enquanto tentava controlar os arrepios que percorriam o seu corpo.

    E, céus, nada nunca doera tanto.

    - Eu sonhei com um mundo que eu não te conhecia. – Jimin começou com dificuldade, em meio a seus soluços. – Eu sonhei, certa vez, com um mundo em que eu não te beijei por acidente e depois de propósito, onde nenhum de nós dois se deixou levar pelo momento.

    - Você era mais feliz lá? – Yoongi perguntou baixinho, encarando as mãos pálidas enquanto falava. – Você foi mais feliz nesse seu sonho, sem saber do nosso fim?

    - Tudo que eu sei foi que nesse dia eu acordei tarde, o Sol já estava alto no céu e minha pele formigava, quase como se meu próprio corpo não me fosse familiar. Eu sempre vivi em um mundo onde você era uma espécie de astro celeste – visível, mas ao mesmo tempo tão inalcançável. As coisas se tornavam mais fáceis porque eu sempre pude te ver, te tocar. Mas no meu mundo atual, você não existe mais e tudo que eu possuo são memorias agridoces de um tempo que não vai voltar. Eu era mais feliz lá? Não sei, Min Yoongi. Eu estou tentando entender como tudo isso funciona. Eu apenas não sei como ficar bem sem você. Eu estaria melhor sem você? Não sei, Yoongi. Tudo que sei é que agora não quero nem mesmo ir para a cama.

    O rei não pode evitar sorrir, mesmo em meio a tudo aquilo. Ele não pode evitar sorrir porque ele ainda possuía Jimin, de uma forma tortuosa e dolorida. Ele ainda possuía o garoto de cabelos negros da mesma forma que Jimin tinha total controle sobre seus sentimentos, por mais que não soubesse disso.

    Yoongi caminhou em direção a Jimin, pouco se importando com o cuidado que sua mente o avisara a alguns minutos atrás. Tudo que ele conseguia sentir, naquele momento, era uma força, quase vital, que o puxava em direção a Jimin.

    Jimin. O garoto de cabelos escuros que ele não conseguia evitar amar, de preocupar-se mais com a saúde do mesmo do que com a sua própria. Jimin. A única pessoa que povoava os pensamentos de Yoongi vinte e quatro horas por dia. O garoto doce, que havia conquistado seu coração ainda na infância. Aquele que não desistira dele, mesmo em meio a tantas escolhas erradas.

    Se você conhece uma pessoa, e ela te faz sentir bem, como se aquela metade que você passou sua vida inteira procurando – a parte quebrada que o mundo te faz crer que nunca, nunca poderá ser feita inteira novamente – se essa pessoa for a resposta para todas as perguntas que você tem feito, se você olha em seus olhos e vê a melhor versão de você mesmo refletida...

    Por que você hesita?

    Se essa pessoa te faz sentir mais vivo que nunca, se você consegue sentir seu coração batendo pelas veias dela, se o terror do mundo te deixa por aqueles míseros minutos passados ao lado daquele único ser humano – que pode ser igual a tantos outros no mundo, mas, de alguma forma, o universo permitiu que você e ele existissem na mesma época, se encontrassem no mesmo instante, tivessem as vidas atravessadas pelo mesmo sentimento avassalador...

    Por que você insiste em resistir a tentação?

    Naquele momento, só existiam Yoongi e Jimin no mundo inteiro – todo o universo parou para observar o desfecho da história de dois humanos que não deveriam ficar juntos, a mesma tragicidade repetida de milhares de séculos atrás, quando o Olimpo assistiu curioso o amor suicida de um Deus dourado e de um humano especial. A história se repete, mas os personagens não. A vida corre sempre de maneiras diferentes e apesar de que todos voltaremos pelo mesmo rio que nos banhamos em nossa juventude, suas águas terão mudado, assim como nós, nossos planos e nossos anseios.

    Yoongi abraçou o garoto de cabelos enegrecidos como o céu noturno que ele tanto amava. Ele abraçou Jimin e se deixou sentir frágil como ele,  um mero adolescente machucado pela ideia do amor. Yoongi tentou matar toda aquela saudade adormecida nos braços da razão de todas as suas dores e alegrias, no garoto que possuía a capacidade de lhe destruir e lhe refazer quantas vezes fossem necessárias.

    Min Yoongi, de fato, amava Park Jimin.

    E nada no universo poderia ser mais verdade que aquilo.

    Pelo menos não naquele momento. 


Notas Finais


E a música do capítulo é... TAN TAN TAN TAN... O teatro dos Vampiros, de Legião Urbana. Não, não vai ser Metal contra as Nuvens. Na verdade, eu desejava que fosse Clarisse, mas Clarisse é uma puta depressão e eu não queria ver ninguém deprimido...
Anyway, aqui o link da música https://www.youtube.com/watch?v=B6iuIssVqRA
Vejo todo mundo na próxima!
Beijão!


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