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História Royals - Yoonmin - A Outra Voz


Escrita por: parkcyr

Notas do Autor


Oi gente!
Postei o capítulo bem mais cedo dessa vez né? Eu sei. Também tô surpresa, principalmente depois do lenga lenga que fiz sobre não ter tempo no cap passado.
A verdade é que eu continuo sem tempo, mas aí tive essa ideia pra um capitulo exclusivo do Kyungsoo, meio que pra dar pra ele uma chance de defesa. Não que ele precise de uma, mas dá pra ter uma ideia.
Enfim, não sei se deu pra notar, mas estou tentando, de verdade, dar um rumo diferente a Royals, já que faz um tempo que isso saiu do meu controle. Espero que vocês possam entender isso e bem... Que gostem da mudança.
Por ultimo, mas não menos importante, como diabos essa fic ganhou tantos favoritos em tão pouco tempo?????? Eu poderia até fazer uma média de quantas pessoas foram, mas eu sou totalmente disléxica pra matemática. Então enfim, OBRIGADA PRA QUEM COMEÇOU A LER, PRA QUEM ESTA AQUI FAZ UM TEMPO E PRA QUEM LE DESDE O COMEÇO.
Vocês sao punks e eu os vejo nas notas finais!

Capítulo 20 - A Outra Voz


Fanfic / Fanfiction Royals - Yoonmin - A Outra Voz

Pensando melhor, continuavam sem saber, fazia muitos anos, se a realidade seria mesmo meio mágica ou apenas levemente paranoica, dependendo da disposição de cada um para escarafunchar a ferida. Preferia então, ele, observá-la ao espelho, como quando caminhava na rua. Isso o remetia a outras feridas mais antigas, nem mais nem menos dolorosas, porque a memória da dor da feridantiga amenizou-se, compreende? Menos pela cicatriz deixada, uma feridantiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre se perdeu no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva. – “Os companheiros”, Caio Fernando Abreu.

 

 

     Kyungsoo recostou-se exausto na suntuosa cama que ocupava quase um terço de seu quarto – os lençóis de seda branca roçando levemente em suas costas nuas, fazendo pequenos arrepios subirem por sua coluna.

     Dormir sempre era a pior parte de seu dia, por isso o moreno tentava, a todo custo, manter-se ocupado pelo maior período de tempo que conseguisse.

     Claro que agora, com a repentina ida de Yoongi ao Leste – e mais surpreendente, sua estendida estadia no palácio de Yixing – junto com a chamada de Chanyeol e Jongin, Kyungsoo estava tendo mais trabalho como regente do que seria humanamente possível realizar.

     Um suspiro ficou preso em sua garganta ao imaginar as razões que fizeram seu soberano convocar dois de seus principais conselheiros para terra inimiga. Obviamente, algo estava sendo decidido, algo que ele não podia participar.

     A desculpa dada por Yoongi, vinda apressadamente, sem selo real, redigida apenas em um pedaço de pergaminho amarelado preenchida por letras quase inelegíveis, dizia que precisava de ajuda com os termos do acordo de paz e confiava apenas em Kyungsoo para tomar conta do reino e que este deveria enviar com urgência os dois outros conselheiros, para que eles pudessem então ajudá-lo com a questão do Leste.

     Kyungsoo, um mentiroso exímio, desconfiou da mensagem descuidada de Yoongi, com um misto de pressa e falso desespero. 

     O rei que ele conhecia não era assim.

     Apesar de todos os planos de seu pai e tio, Kyungsoo não seguiria um fracassado. Yoongi, apesar da pouca idade, possuía mais características reais do que seu próprio pai e conseguia se despir de todas as suas emoções quando isso se tornasse necessário – a prova maior fora quando o mesmo destratara Park Jimin, o herdeiro do Norte, para seguir seus conselhos e os de Chanyeol.

     O maior empecilho de Kyungsoo durante a estadia dos príncipes no palácio fora o rapaz pálido de cabelos extremamente escuros – pelo qual Yoongi nutria uma estranha afeição que era vista com maus olhos por seus familiares e, ele devia admitir, por si mesmo. 

     Soo sabia que se quisesse ter Yoongi na palma das mãos, deveria se livrar de Jimin, e a amizade do garoto com o bastado do Leste fora uma cartada de sorte que ele até agora não conseguia acreditar que tinha possuído. Até mesmo Chanyeol ficara do seu lado, sussurrando rumores de guerra para um suscetível e fragilizado Yoongi, muito perturbado com a fuga de Jimin e dos outros para o Leste.

     Nunca existiu um período mais fácil na vida de Do Kyungsoo. Com Yoongi na palma das mãos, mover suas peças para organizar a guerra entre o Sul e Leste foi apenas uma questão de tempo – o jovem rei já havia depositado todo o exercito em suas mãos, o que mais ele poderia pedir? Com todas as forças sulistas organizadas e treinadas, Kyungsoo só precisava de uma palavra, uma ordem de ataque para que pudesse destruir as duas nações que haviam destruído a vida de sua família, a sua própria vida.

     Mas algo aconteceu e, como num passe de mágica, Yixing havia assumido o comando no Leste, apoiado pela população, ressurgindo como a figura de um líder carismático e afável como Yifan e, de quebra, apoiado por um conselho que possuía como membros os herdeiros dos tronos mais importantes da nação, incluindo o moreno que sempre arruinava todos os seus planos em relação à Yoongi, Park Jimin.

     Quando o anúncio da coroação do novo rei adentrou as portas do Palácio, Kyungsoo foi o responsável para dar as boas novas a Yoongi. Ele esperava que o rei perdesse todos os sentidos e ficasse consumido pela incerteza e ciúme – e desse por vez a ordem que findaria todos os planos que fora ensinado durante toda sua vida.

     Para a surpresa de todos, ao ver o nome de Jimin como um dos membros do conselho de Yixing, Yoongi permaneceu calado – estranhamente lúcido, como se tudo aquilo fosse uma memória distante, incapaz de lhe afetar.

     Mas Kyungsoo sabia que por trás daqueles olhos escuros e calmos, borbulhava dentro do jovem rei uma vontade de rever o amor antigo, o garoto afetuoso que lhe estendera a mão desde que eram crianças.

     Como bom conselheiro, Kyungsoo sabia tudo sobre a vida de Yoongi – todos os detalhes sórdidos de seu amor proibido com o nortenho. Ele próprio nunca fora capaz de desenvolver tal sentimento por qualquer outra pessoa – isso era um luxo que Soo nunca pôde se dar, nem mesmo quando criança.

     Seu tio o criou para ser um traidor, e traidores não poderiam criar afeto para com as pessoas que seriam traídas. Isso seria a maior quebra da cadeia de eventos que fora criada antes mesmo de seu nascimento, antes mesmo da expulsão de seu pai do Leste.

     Kyungsoo vinha de uma longa linhagem de pessoas sem o mínimo pudor ou moral, usurpadores, assassinos. Eles não podiam esperar que ele fosse diferente.

     Claro que aquela lição fora aprendida de maneira dolorosa, como todas as outras. Fez-no se afastar de Jongin, o garoto doce que Kyungsoo sempre sonhara em ser. Jongin tinha a voz mansa, diferente do tom julgador que sempre escutava em casa. Ele o entendia, até mesmo as poucas partes feias que mostrara ao garoto de cabelos acastanhados.

     Mas pessoas como Kyungsoo não podiam, não deviam, ter amigosEle fora criado para ficar sempre pronto a morrer pela causa que acreditava e se fosse comprovado que possuía ligações com Jongin, este seria condenado junto com ele e, deuses, seus ombros não aguentariam o peso daquela culpa.

     Kyungsoo balançou a cabeça, tentando desviar os pensamentos bagunçados na cama macia que o esperava para que pudesse dormir pelo menos algumas horas antes de voltar para o caos de comandar um país sozinho.

     O moreno bateu um pouco os travesseiros – um velho habito que adquirira em casa e ainda não havia conseguido se livrar desde sua mudança para o palácio de Yoongi.

     Ele deita sua cabeça na cama, fechando os olhos enquanto tentava relaxar. Algo dentro dele borbulhava com ansiedade, o avisando que amanhã provavelmente seria um dia cheio.

     Kyungsoo abriu os olhos escuros mais uma vez para apagar as velas que eram a única fonte de luminosidade em seu quarto, encontrando a carta que seu pai o mandara mais cedo. O jovem suspirou antes de soprar com força a chama vermelha trêmula, findando sua vida e ficando na mais completa escuridão. Cruzou as mãos em cima de seu peito, preparando-se mentalmente para dormir e enfrentar os obstáculos que apareceriam em sua frente dali em diante.

     Afinal, Kyungsoo era a melhor arma que eles possuíam.

X

 O sol nasceu mais cedo do que Kyungsoo esperava naquele dia.

     Ele levantou-se da cama cansado, com suas costas doendo pela posição que passara a noite inteira e os olhos ardendo de sono, situação piorada pela claridade excessiva da luz solar que atravessava teimosas as grossas cortinas creme que cobriam a imensa janela de seu quarto.

     Enquanto cambaleava meio tonto a procura de suas vestes, com o pensamento já funcionando a mil por hora, ele imaginava se algum dia teria paz antes de morto ou se ele sempre seria uma tempestade que se aproximava no horizonte – algo que você conseguia ver e sentir, mas nunca alcançar.

     O moreno sempre acreditou durante sua vida inteira que estar em paz era a coisa mais inquietante que poderia acometer um ser humano – algo dentro dele estava sempre prestes a explodir como uma bomba mal implantada. Kyungsoo nunca conseguiria parar de prestar atenção em todo aquele barulho que gritava dentro dele, portanto, paz não era nada além de uma utopia que ele fora criado para não acreditar.

     Ao andar por aqueles corredores vislumbrando pequenos pedaços do jardim onde brincara quando criança – nas épocas de reuniões do conselho, quando seu pai se disfarçava do tio de Kyungsoo e trazia o mesmo para o palácio, para que pudesse se familiarizar com as outras crianças que um dia ocupariam o mesmo cargo que o seu. Não poderia deixar de questionar as decisões que havia tomado até ali, se é que havia tomado alguma.

     Ele riu sem humor pensando em todas as vezes que fora treinado para tirar qualquer tipo de culpa de sua cabeça e imaginou como poderia ser se ele pudesse trazer algo para as pessoas além do calor insuportável do inferno – Kyungsoo fora criado para ser um agente do caos, um mero propagador das ideias e vingança de sua família.

     Não que isso o incomodasse.

     Após tantos anos, esse sentimento era apenas um aperto desconfortável no seu peito que ele aprendera a ignorar como quase todos os outros sentimentos que poderia nutrir por qualquer outra pessoa.

     Foque-se em Jimin, Do Kyungsoo. Você poderá ter quantas crises existenciais quiser quando seu pai assumir o trono.

     O moreno nunca desejara ser herdeiro de coisa alguma, muito menos um governador. O único desejo que possuía era que seu pai pudesse alcançar a vingança que tanto almejava, aquela que o havia feito perder a infância e qualquer resquício de moralidade que pudesse existir em si, apenas para que pudesse ser deixado em paz, esquecido em algum vilarejo qualquer, escondido dos olhares julgadores das pessoas e de seu próprio. Ele estaria mais do que satisfeito com esse futuro, por mais fúnebre e solitário que pudesse parecer.

     Kyungsoo abriu a pesada porta de madeira que se erguia imponente em sua frente – um tanto quanto surpreso com a velocidade que havia chegado à sala de reuniões graças aos devaneios que sua mente andava lhe causando nos últimos dias. O mais estranho disso tudo era que nunca existiu ninguém mais centrado e focado na causa do que Do Kyungsoo, mas nos últimos dias, com as tentativas de paz com o Leste e as mudanças repentinas de Yoongi, o moreno passava a questionar cada pequeno ato que era ordenado a realizar.

     A sala de reuniões estava clara e organizada, totalmente diferente da forma que ele havia a deixado ontem à noite, quando saíra para seus aposentos. 

     Suspirou pesadamente ao constatar que seu primo, Baekhyun, encontrava-se no recinto, sentado em uma das cadeiras de madeira e com os pés em cima da mesa.

     Apesar de ambos serem filhos de gêmeos idênticos, não podiam existir duas pessoas mais distintas do que Kyungsoo e Baekhyun, que não aparentavam nem serem conhecidos, quanto menos parentes. A falta de semelhança somada ao fato de que ninguém no Sul sabia da existência de Baekhyun dava ao moreno o elemento da surpresa, fazendo o garoto de cabelos castanhos entrar e sair do castelo sem muito alvoroço.

     Byun Baekhyun era o principal informante da causa que seu pai e tio haviam criado, com o propósito de derrubar as monarquias do Sul e do Leste. Apesar de nunca ter participado ativamente das reuniões com o primo, Kyungsoo sabia de tudo que se passava através dele, que por sua vez levava todas as informações a respeito de Yoongi a seu pai, que adicionava cada pequeno detalhe a uma lista quase infindável para um plano que um dia seria posto em prática.

     Baekhyun era extremamente tagarela e sorridente, fazendo Kyungsoo achar tortuoso cada momento que passava com ele. Com o passar dos anos, o jeito espalhafatoso do primo fora algo que aprendera a apreciar, o achando parecido com Chanyeol em seus raros momentos de descontração.

     - Hoje você demorou mais que o normal. – Baekhyun reclamou sem tirar os olhos da janela. Kyungsoo notou que a voz do mesmo saíra cansada, como se tivesse passado uma noite mal dormida como a sua. Algo aconteceu, uma voz falou na cabeça do moreno, fazendo seu estomago revirar por antecipação.

     - Não sabia que havíamos planejado algo para hoje. – Ele falou sem rodeios, sentando-se ao lado do desleixado Baekhyun para que pudesse ouvir melhor o que ele tinha pra dizer. – Você sabe muito bem o quão perigoso esses encontros são. Não podemos realizá-los com frequência.

     - Sim, eu sei. – Baekhyun respondeu com um suspiro, irritando-se com o fato de estar recebendo reclamações tão cedo na manhã. – Trago notícias.

     - Imaginei. – Foi a vez de Kyungsoo suspirar enquanto passava as mãos pelos cabelos negros. – Boas ou ruins?

     - Depende do seu ponto de vista. – O mais velho disse, torcendo os dedos. – De alguma forma, conseguimos informantes no Leste. Ao que tudo indica, Yoongi se acertou com Jimin.

     - Imaginei que isso pudesse acontecer. Acredito que nossos pais estejam pensando em um jeito de se livrar da influência do Park mais novo sobre nossa majestade. Estou certo? – O moreno perguntou retoricamente, observando Baekhyun retorcer a boca enquanto procurava por palavras para formular uma resposta.

     - Bem, não vamos matar o herdeiro do trono do Norte. Ele é uma peça importante.

     - Não quis dizer que o mataríamos. – Kyungsoo respondeu estressado. – Apenas... Deixe para lá. Conte-me o que foi decidido.

     - Só existe um jeito de tirar Jimin de perto de Yoongi sem matá-los.

     - E qual seria esse jeito?

     - Coroá-lo. – Baekhyun falou como se fosse a coisa mais simples do mundo. – Ele é um herdeiro de um trono importante, certo? E é mais novo que Yoongi, mas não tanto. Portanto, Jimin deve se tornar rei, mais cedo ou mais tarde. Você deverá fazer com que isso ocorra mais cedo. Ou pelo menos foi isso que ficou decidido.

     - E como diabos eu posso coroar um rei, Baekhyun? – Kyungsoo perguntou perplexo com o plano elaborado. Francamente, ele esperava algo um pouco mais plausível.

     - Você não vai coroá-lo, seu grande imbecil. Você vai mexer seus pauzinhos para que ele possa ser coroadoAmbos sabemos que o pai de Jimin relutou antes de deixá-lo no Sul com Yoongi. Imagine só o que o gentil rei do Norte faria ao descobrir que seu herdeiro não só fugiu do palácio real como também se engajou no esconderijo de Yixing e na sua volta ao trono do Leste? E que, ainda por cima, tornou-se membro de um conselho sem possuir a idade legal para isso?

     - Isso é enorme, Baekhyun. – Kyungsoo falou apreensivo. – Se conseguirmos fazer isso acontecer, não só Jimin será mandado diretamente para o Norte como Yixing perderá todo o seu conselho.

     - Exatamente. Dois reis com uma cajadada só.

     - Yoongi sentirá profundamente a perca de Jimin, e Yixing terá que lidar com os antigos conselheiros do irmão. Isso será um golpe que eles não conseguirão aguentar.

     - Sim. – Baekhyun concordou sorridente. – E finalmente poderemos derrubar essas monarquias para que nossos pais possam ter essa droga de vingança. Não vejo a hora de possuir minha liberdade.

     - Nem eu, Baek. Nem eu.

X

    O resto do dia arrastou-se lentamente enquanto Kyungsoo procurava todos os documentos necessários para enviar ao pai de Jimin – o relatório de fuga assinado por Yoongi, a proposta de acordo de paz enviada por Yixing, com o nome de Jimin no conselho do Leste... Coisas que foram relativamente fáceis de serem encontradas. O maior problema que Kyungsoo possuía agora era encontrar um jeito de enviar tudo aquilo para o Norte com rapidez e discrição, algo que parecia impossível no momento. Se ele cometesse um pequeno deslize, toda a organização poderia ser descoberta e ele simplesmente não podia deixar isso acontecer, não depois de chegar tão perto do dia que tudo aquilo se findaria.

     O moreno colocou os papéis dentro de um envelope pardo que levaria para o seu quarto, afinal, passar muito tempo na sala de arquivos pareceria suspeito e ele não queria que nenhum olhar se voltasse para ele naquele momento.

     Kyungsoo pensou em Baekhyun e em tudo que ele lhe dissera mais cedo. Não vejo a hora de possuir minha liberdade. Aquelas palavras ressoavam na cabeça do moreno como um sino irritante, o fazendo retornar à sua adolescência, onde todos aqueles malditos hormônios o deixavam extremamente instável e estressado o tempo inteiro.

     Mas aquela não era a hora de Kyungsoo perder o controle, pelo contrário.

     Se aquilo desse certo, ele ganharia o prazo de alguns meses de descontrole de Yoongi e de vedação de propostas do Leste, enquanto Yixing digladiar-se-ia com o conselho do irmão morto. Aquilo, com uma margem de erro de algumas semanas, era mais do que suficiente para que a organização pudesse realizar um levante que derrubaria não só Yoongi, mais também Yixing.

     Um nó formou-se na garganta de Kyungsoo ao pensar no que seria feito aos membros da família real quando tudo aquilo estivesse acabado. Ele sabia que o único jeito de impedir que a população entrasse em defesa dos antigos governantes seria matá-los, mas seria mais do que absurdo matar Yoongi e seus parentes enquanto Jimin fosse rei do Norte.

     O garoto de cabelos negros como o céu noturno não hesitaria de enviar todas as suas tropas em defesa do loiro que tanto amava. Também se recusava a imaginar o que Jimin faria se chegasse ao Sul e Yoongi já estivesse morto – se isso acontecesse, eles teriam que segurar a fúria de um jovem rei com o maior exército de todas as Quatro Grandes Nações em mãos.

     O norte já possuía um poder bélico considerável por si só – somando isso ao fato de que os príncipes amigos de Jimin se juntariam na empreitada com toda certeza, já que, provavelmente, já estariam coroados, pois os documentos que tinha em mãos não afetaria só o trono do Norte, mas sim todos os outros; Kyungsoo imaginava um cenário caótico de seu pai no poder tendo que enfrentar uma guerra logo de cara.

     Conhecendo seu pai como conhecia, Kyungsoo tinha plena certeza de que ele não conseguiria segurar o trono.

     O pai de Kyungsoo não possuía nenhuma característica de monarca – ele não era o tipo de pessoa que os outros desejavam seguir. As pessoas que se juntaram a causa o fizeram não pela presença de um líder convincente, mas sim pela promessa vazia de cargos e títulos de nobreza que, provavelmente, não seriam concedidos.

     De que adiantaria isso tudo então? A voz em sua cabeça que questionava todas as decisões que ele tomava perguntou, irritada. De nada, ele respondeu em pensamento.

     Kyungsoo pouco se importava com o rumo que o Sul tomaria depois que seu pai assumisse. 

     Ele já estaria bem longe para ver o circo pegando fogo.

     O moreno pensou em um jovem Jongin naquele momento – e na forma como ele sempre lhe dissera bobamente para rezar quando não conseguisse encontrar respostas para suas perguntas.

     Algo que Kyungsoo descobriu, porém, fora que os deuses nunca o ouviam – não importando o quanto ele rezasse.

     Ele já havia sussurrado inúmeras preces para os céus, mas nenhuma delas fora capaz de lhe salvar. 

 


Notas Finais


A música de hoje é de uma das minhas bandas preferidas, o Radiohead.
Essa musica, em especial, significou muito pra mim em momentos bem difíceis e espero que quando vocês estiverem se sentindo assim, encontrem algo que possa confortá-los.
Sem mais enrolação, a música é Creep e eis o link:
https://www.youtube.com/watch?v=lZiNtbgm9oM
Ah, antes que eu esqueça, vocês escutaram as musicas novas do GD??/
estou MORTA e preciso de ajuda
enfim, vejo vcs na prox <3


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