Brasil 1620
Era uma terra nova. Portugal nos mandou para governar, teríamos posse e direito dessa terra. Minha tia, e agora, Rainha Olivia veio junto com o seu marido o Rei Jonah II reinar essa nova terra. A capital já era bem desenvolvida e outras cidades também, mas além disso era só uma grande e vasta floresta a ser desbravada.
- Amelie? Já chegamos querida, venha conhecer seu novo lar. – falou a Rainha, minha tia.
- Já estou indo Tia. – falei e fechei meu diário. O navio já aportara no porto e as carruagens já estavam a nossa espera. O clima seco e a brisa leve bagunçava meu pescoço, senti logo uma estranha sensação de tontura que logo passou. Entramos na carruagem, eu, a Rainha e nossas damas de companhia. Minha dama de companhia era a mesma da minha mãe, o nome dela era Erin e ela é uma mulher adorável. Infelizmente, minha mãe Chloe morreu no parto. Eu daria qualquer coisa para tê-la conhecido. Minha tia e o Rei, desde então são responsáveis por mim, e cresci junto com meu primo, o príncipe Aidan. O Aidan é três anos mais velho que eu, mas depois que o Ethan, braço direito e amigo de infância do rei, perdeu sua esposa, ele veio morar conosco no Palácio e trouxe seu filho, o Jacob, que se tornara agora melhor amigo do Aidan. Mas dessa vez, Ethan e Jacob não vieram.
A carruagem chegou a nossa nova casa e ela era maior do que eu previa. Era inclusive, maior do que a nossa mansão em Portugal. Os empregados vieram buscar as bagagens e o Rei sem demora já estava a nossa espera. Ele abriu um largo sorriso ao nos ver.
- Minhas queridas! Passei dois meses deixando isso aqui o melhor possível e o mais parecido com nossa antiga casa pra vocês. Como foi a viagem? – ele perguntou dando um breve beijo na Rainha, ruborizei e abaixei a cabeça desviando daquela cena. Foi quando eu vi o Aidan, sorrindo de lado e vindo em nossa direção. Fazia 2 meses que não nos víamos, mas eu sentia que fazia muito mais. – Como você cresceu!! – falou o Rei me abraçando. O Rei sempre foi um pai para mim, me tratava melhor até que a Rainha.
- Meu Rei! – falei depois que ele me soltou e o reverenciei.
- Não precisamos de reverencia, Amelie. Falou ele e então o príncipe chegou até nós.
- Mãe, nossa quanta saudade. Falou ele abraçando fortemente a mãe e a deixando toda despenteada.
- Ah Aidan, meu filho. Você está bem? – falou ela analisando suas feições. E então ele se virou pra mim procurando o que fazer, foi quando eu disse:
- Olá Aidan.
- Olá Amelie, aah...uh , você está ah ah diferente. – falou e estendeu a mão que eu apertei mais firme do que gostaria. O Rei foi andando de braços cruzados com a Rainha e o Príncipe ao seu lado, eu segui caminhando na frente, distante o bastante para a família ter privacidade e não escutar o que eles conversavam. Era uma longa reta de onde a carruagem nos deixou até a entrada do Palácio,ladrilhada com pedras grandes de mármore e envolto por um jardim de grama baixa e flores diversas. Quando adentrei tudo estava impecável o piso branco, um grande lustre ao centro, o corrimão da escada prata e o carpete de veludo azul que contrastava perfeitamente com aquele jogo de cores: Branco, prata e azul. Esperei a Família Real chegar para saber o que devia fazer, mas logo Erin chegou, já trocada numa grande porta à direita.
- Princesa Amelie, já está tudo pronto nos seus aposentos se quiser utilizá-lo.
- Aah sim, Obrigada Erin. Olhei para direção da família e vi a felicidade nos olhos de cada um e resolvi que não iria atrapalhar, aliás a viagem foi exaustiva e eu estava precisando de um banho. Poderia me levar Erin?
- Claro Princesa. Ela me guiou até o quarto e era enorme, a mobília nova e vernizada, a cama enorme posicionada bem no centro do cômodo e eu só desejei me jogar nela e foi o que eu fiz, fiquei lá olhando para o teto. Estava quase cochilando quando Erin veio me avisar que a ducha estava pronta. O banho me relaxou muito e alíviou um pouco o enjôo do navio. Escolhi um vestido azul turquesa tomara que caia que ganhei de presente do Duque quando ele regressou a Portugal e prendi o cabelo com uma tiara de perólas que foi dada a minha mãe. A minha mãe tinha 26 anos quando me deu à luz. Coloquei uma foto dela no meu criado mudo. Eu era semelhante à ela. A pele pálida, as bochechas coradas, o cabelo loiro. Eu me recordo uma vez, quando eu tinha doze anos, meu cabelo estava solto e o Rei me disse que eu ficava idêntica a ela, desde então, nunca mais deixei o cabelo solto. Eu quero que as pessoas olhem pra mim e lembrem dela, mas eu não quero que as pessoas olhem pra mim e vejam ela, é diferente. Eu não sei muito a respeito do meu pai, mas minha tia certa vez me falou que era um camponês que trabalhava no castelo e seduziu minha mãe, mas que foi morto assim que descobriram que ele havia tornado ela impura. As vezes eu imagino a dor que ela sentiu, mas não consigo compreender. Estava indo ao grande salão quando encontrei com o Rei.
- Majestade. O reverenciei.
- Essa tiara ficava linda em sua mãe e com certeza, lhe cai com muita graça Amelie. Ele falou me dando um beijo na testa.
- Obrigada Rei Jonah.
- Estava indo checar se você gostou das acomodações, se não gostou, podemos mudá-la.
- Não se preocupe Majestade, é tudo muito lindo e confortável.
- Que bom que gostou. Fique a vontade querida, estou indo para meu escritório, se precisar.
Ele falou e se foi.
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