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História Royals - What He Feels


Escrita por: divideshawnx

Notas do Autor


CAPÍTULO SURPRESA!!

Capítulo 19 - What He Feels


Sentei no banco do motorista do carrinho de golfe, finalmente me sentindo pronta para o ver novamente. Depois da noite no sábado, tudo havia ficado um pouco diferente. Quando Cameron me contou sua história e as coisas que tinham acontecido, senti uma espécie de barreira entre nós desabar. Era mais do que claro que nós dois estávamos nos aproximando muito, mas ver Cameron, o cara mais fechado que eu já havia conhecido em minha vida, me contar seus problemas era algo definitivamente importante.

Naquela noite, quando estava me despedindo dele, perguntei o que ele queria que eu fizesse depois de tudo aquilo. Cameron havia pedido para que eu o deixasse um pouco, disse que só queria me ver quando aquilo tudo não me afetasse mais e eu pudesse esquecer que ele havia me contado seus segredos. Ele só queria me ver quando eu estivesse superado, pelo menos em parte, a história que havia ouvido. Concordei, e falei que só iria procura-lo quando aquilo não me atingisse mais.

E lá estava eu, bem em relação àquilo. Durante alguns dias, me pegava chorando antes de dormir, pensando naquele homem, que sempre se mostrava forte e imbatível, e no que havia o machucado sua vida inteira. Não queria comparar nossos problemas, mas quando pensava em Cameron crescendo sem um pai, só pensava nos Natais que passava sem o meu e em como doía. Não queria nem imaginar como ele devia se sentir.

Eu havia decidido ir falar com Cameron e combinar alguma coisa para mais tarde.

- Kat! – avistei Matt correndo e se aproximando do carro.

- Oi – sorri, tirando a mão da chave assim que ele chegou.

- Queria conversar com você. Está livre agora? – perguntou.

- Eu estava indo fazer uma aula de arco e flecha – menti, cruzando os dedos para que ele não resolvesse ir junto comigo – Será que pode ser outra hora?

- É meio importante – comprimiu os lábios, mas logo chacoalhou a cabeça e se afastou um pouco – Mas tudo bem. Te vejo mais tarde, pode ser?

- Claro – dei um sorrisinho, vendo que ele estava meio triste pelo fato de que eu não desisti da aula por ele – Desculpe, Matty.

- Sem problemas – acenou, me vendo ligar o carro – Boa aula.

Era a primeira vez em toda a minha vida que eu não colocava Matthew como uma prioridade. Ao escolher não falar com Matt sobre o que ele dizia ser ‘meio importante’ para ir ver Cameron por poucos minutos, eu estava demonstrando o quanto estava sendo afetada. A entrada de Cameron em minha vida estava me mudando e nós mal havíamos começado a nos conhecer.

Me sentindo extremamente culpada por negligenciar Matt, continuei dirigindo até chegar a sede do arco e flecha. Um nó em minha garganta me agoniava, eu estava me sentindo horrível, mesmo que não fizesse muito sentido. Não devia me sentir culpada pelos meus sentimentos, afinal, eu não tinha o mínimo controle sobre ele.

Estacionei e saí do carro, caminhando em direção à entrada. Cameron estava lá, de costas para mim, mexendo em alguma coisa. Queria ficar parada ali, só o observando, seria o suficiente para mim, porém precisava ser rápida. Queria voltar a tempo o suficiente para tentar conversar com Matthew e pedir desculpas.

- Oi -  falei. Ele se virou imediatamente, abrindo um sorriso.

- Quanto tempo – levantou as sobrancelhas, caminhando em minha direção.

- Você que me disse que...

- Eu sei o que eu disse, morena – me interrompeu.

Comprimi os lábios e assenti. Eu havia sentido muita falta dele, a cada segundo que passava eu queria sentir seu toque mais e mais, porém havia respeitado o tempo que ele pediu. Ali, parada em sua frente, eu me sentia pronta para estar com o ser humano mais problemático que eu já havia conhecido. De alguma forma, independente de tudo que barreava meu caminho, eu sentia que aquilo tinha um propósito. Cameron tinha um propósito em minha vida.

- Você já se sente...

- Sim – interrompi. Não queria falar sobre aquilo por mais nenhum segundo – Já. Mas enfim, não vim aqui para falar sobre isso. Vim dizer que fiquei com saudade, e que quero te ver mais tarde.

- Tudo bem – disse, indo para o outro lado separar alguns arcos em cima da bancada – Que horas?

- Onze? – sugeri.

- Meia-noite – reafirmou, soltando uma risadinha leve – Onde?

- Em qualquer lugar menos no...

- Deck? – sugeriu.

- Queria fazer alguma coisa diferente hoje. Não sei. Cansei do deck.

- Você mal foi lá – mordeu o lábio e caminhou para mais perto de mim.

- Vamos combinar assim, a gente se encontra lá e aí a gente decide um lugar para ir – falei.

- Combinado, então – assentiu.

As coisas que sentia quando estava com aquele homem eram imagináveis. E a parte orgulhosa de mim se negava a admitir todas aquelas sensações que só o olhar dele me trazia. Era surreal o que ele tentava fazer – e conseguia – comigo.

- Quero muito te beijar agora – sussurrei, o vendo chegar mais perto. Estávamos muito próximos, mas nem um milímetro de nossas peles se tocavam.

- Então, acho bom você se controlar – riu – A gente não pode fazer isso. Não aqui.

- Não agora – suspirei – Só um bem rápido, ninguém vai chegar aqui agora.

- Nossos beijos nunca são rápidos.

- Por favor.

- De noite você vai poder me dar quantos beijos quiser. Prometo – sorriu, se afastando de mim e parando de me provocar – Tchau, Katherine.

- Tchau, Cam – suspirei, saindo dali.

 

***

 

- Eu procurei você o dia todo – falei, olhando Matt de costas para mim, subindo a escada – Por que sumiu?

- Não sumi – virou-se, comprimindo os lábios – Só não queria ser achado.

- Está tudo bem? – perguntei, subindo alguns degraus para chegar mais perto dele.

- Sim – respondeu friamente.

- Você está estranho.

- Eu estou estranho? – levantou as sobrancelhas. Abriu a boca para falar, mas logo desistiu, fechando-a – Ia falar uma coisa, mas deixa pra lá.

Matthew parecia irritado, cabisbaixo, melancólico. Não conseguia achar uma palavra para descrevê-lo naquele momento. Estava sendo frio e tinha a expressão mais congelada que eu já havia visto em toda a minha vida.

- Tem certeza que está tudo bem? – perguntei mais uma vez.

- Tenho, Katherine – suspirou, aparentemente impaciente – Vai me perguntar outra coisa ou vai ficar só nisso mesmo?

- Meu Deus, Matthew – reclamei – Por que está falando desse jeito comigo? Parece até... – segurei-me bem no momento em que ia dizer Cameron. Por muito pouco não estraguei tudo bem ali, apenas revelando um nome.

- Pareço o que? – levantou as sobrancelhas.

- Que não me conhece há anos – engoli em seco, esperando que ele tivesse realmente acreditado que era aquilo que eu ia dizer.

Matt soltou uma risadinha, mas não parecia estar se divertindo, parecia estar debochando de mim.

- Você não disse que tinha algo para falar comigo? – mudei de assunto, na esperança de que ele ficasse um pouco mais ‘normal’.

- Não era nada demais – disse, se virando para voltar a subir as escadas – Esquece.

Enquanto o via subir as escadas, meu coração inteiro se cortava. Não fazia ideia do porquê de Matthew estar agindo daquela forma, principalmente comigo, mas por um lado, me sentia culpada por não ter dado preferência a ele durante a tarde. Se antes eu já estava me sentindo mal por isso, naquele momento tudo só piorou e eu tinha quase certeza que a culpa era minha.

 

***

 

Parei o carrinho em frente ao deck e nem desci. Vi que Cameron estava apoiado no parapeito, olhando o rio correr.

- Ei! – gritei, tentando chamar sua atenção.

Cameron logo virou, assim que me ouviu, e veio correndo em minha direção.

- Me atrasei um pouco, não foi? – dei um sorriso amarelo, olhando o relógio no meu celular.

- Um pouco. Mas não tem problema – falou, dando a volta no carrinho – Passa para o banco do carona. Eu que vou dirigir.

- Por que? – perguntei, obedecendo seu pedido e me movendo para o lado.

- Por que já sei o que vamos fazer hoje – sorriu, se sentando ao meu lado e se ajeitando.

- Contanto que não me leve para fora da casa...

Cameron começou a dirigir, bem mais rápido do que eu normalmente fazia. Um pouco tensa com seu modo ‘radical’ de dirigir, me ajeitei no banco e tentei aproveitar o vento em meu rosto. Ele mal apoiava o pulso no volante, muito menos a mão, e acelerava ao máximo que podia. Quando finalmente chegamos, Cameron estacionou e saiu dali.

Ele havia me levado até a piscina. As cadeiras de praia se espalhavam e a única luz que tínhamos eram as que estavam embaixo da água. Aquilo nos deixava em um escuro bom, onde eu ainda podia ver seu rosto.

- Por que me trouxe até aqui? – perguntei, observando a água.

- Por que só tem três lugares que gosto aqui e esse é um deles – explicou, sentando-se em uma espreguiçadeira.

- Três?

- Aqui, o deck e o seu quarto – sorriu, me puxando para perto de si pela minha mão.

- Engraçadinho – franzi o nariz, rindo com ele.

Gostava de ele ter me levado ali. Era tão calmo quanto o deck e a piscina parecia agradável.

Cameron me puxou para baixo, fazendo com que eu sentasse em seu colo. Passou um braço por meu quadril e apoiou a outra mão em meu queixo, me levando para mais perto de seu rosto. Me beijou e eu senti meu corpo inteiro se acender só com aquele leve toque de nossos lábios. Estava desejando aquele beijo desde que havia saído do arco e flecha mais cedo, e era tão bom quanto na minha imaginação.

- Está tudo bem? – perguntou, nos afastando um pouco.

- Por que não estaria?

- Por que você não parece bem – suspirou, acariciando as minhas costas, como sempre fazia, como eu sempre amava.

- Você tirou isso só me beijando? – perguntei, surpresa.

- Eu te conheço melhor do que você pensa.

Sorri e o dei um beijo rápido. Tinha me esforçar muito para não me envolver demais em nossos beijos.

- Matt está meio estranho comigo, só isso – contei, com as mãos em seu rosto.

- Ele sabe sobre a gente?

- Não. Não faço ideia do porquê, mas ele está meio frio. Sei lá.

- Quer falar sobre isso, morena? – questionou, beijando meu ombro.

- Não muito. Quando descobrir mais sobre o que está acontecendo com ele eu te aviso – falei, enquanto Cameron distribuía beijos por todo o meu pescoço.  

Cam assentiu e continuou a me beijar. Seus lábios se encaixavam perfeitamente nos meus. Nossas línguas pareciam até ensaiadas, e nossos movimentos se complementavam. Enquanto ele passava as mãos por minhas costas e minha cintura, eu mexia em seu cabelo e acariciava seu rosto.

- Senti falta disso – falou.

- Senti falta do que você faz comigo. Queria ser o mesmo para você – confessei, me levantando de seu colo.

- Como assim?

- Você não liga para o que os outros pensam, faz o que vai te fazer bem e me faz fazer coisas loucas. Queria ser assim também.

- Você é, do seu jeito – disse, mas eu podia ver que estava mentindo.

- Pula – falei, apontando para a piscina.

- Oi? – levantou as sobrancelhas.

- Você ouviu – continuei – Pula.

Era sempre Cameron que me convencia a fazer coisas imagináveis. Era a minha vez de nos dar um pouquinho de diversão.

- Não posso, morena – desviou o olhar.

- Por favor – insisti – Ninguém vai saber.

- Mas se alguém me vir na piscina... – suspirou, olhando para a água – Não ia dar certo.

- Beber comigo no deck também era perigoso, e você fez isso de qualquer jeito – expliquei, estendendo minhas mãos para que ele se levantasse – Qualquer coisa que fizermos juntos vai ser errado e perigoso. Não adianta nem tentar achar alguma coisa, por que minha família iria reclamar de tudo – queria muito viver um momento como aquele com ele – Por favor. Vai ser divertido.

Cameron parecia indeciso. Eu entendia seu lado. Pelo pouco que sabia de sua história, via que ele precisava daquele emprego e que o dinheiro que trabalhar ali o dava era importante. Porém, antes mesmo de eu saber disso tudo, me preocupava com o que poderia acontecer com ele, porém ele não dava a mínima. Então, se já havia se comportado e pensado desse jeito, só uma nadada na piscina não faria mal a ninguém.

- Só por que você pediu – revirou os olhos, segurando minhas mãos e se levantando.

Eu sorri, o vendo se afastar um pouco de mim e chutando os tênis para fora de seus pés. Tirou as meias e em seguida tirou sua camisa. Era a primeira vez que ele ficava sem camisa em minha frente por tanto tempo, e eu não conseguia disfarçar. Seus músculos do abdômen eram bem definidos, e eu só conseguia pensar em coisas terríveis.

Chacoalhei a cabeça, tirando todos aqueles pensamentos de mim. Cameron tirou algumas coisas no bolso e colocou na borda. Olhou para mim uma última vez, que assenti com cabeça, sorrindo. Logo, pulou dentro, fazendo água respingar em mim. Balançou a cabeça assim que subiu do fundo.

- Você não vem? – perguntou, sorrindo.

- Queria, mas estou de vestido – lamentei, nunca me arrependendo tanto de uma escolha de roupa quanto naquela hora – Vou sentar na borda e colocar os pés na água, tudo bem?

- Se é a única opção...

Sentei na espreguiçadeira e tirei minhas rasteiras. Caminhei até a piscina e sentei-me na borda, como havia dito. Cameron nadou até mim e apoiou um braço em minhas pernas, esticou o outro para as coisas que tinha tirado do bolso. Não tinha reparado no que ele havia tirado dali. Um celular, uma carteira de motorista, uma caixa de cigarros e um isqueiro.

- Posso? – perguntou, pegando a caixa e me mostrando.

- Você não disse que a frequência era baixa? – levantei as sobrancelhas, um pouco irritada.

Eu me preocupava mais com sua saúde do que ele próprio. Odiava aquilo. Fedia e deixava os dentes amarelos. Embora Cameron tivesse um belo sorriso, não diminuía o quão nojento aquilo era.

- Posso ou não posso? – perguntou novamente. Soltei um risinho irônico – Preciso de uma resposta um pouco mais concreta que isso, morena.

- Você que sabe – falei, olhando para o lado – O pulmão é seu, mesmo.

Já podia sentir. Sabia que íamos brigar. O clima ia piorando, os nossos sorrisos iam embora e o ar parecia pesar em volta de nós dois. Vínhamos passado por momentos tão bons. Era uma pena que fossemos brigar por aquilo.

- Não vou fumar se você for ficar assim – reclamou, colocando a caixa de cigarros de volta no bolo de coisas que haviam saído de seus bolsos.

- Assim como?

- Emburrada, sei lá.

Puxei o ar pela boca e respirei fundo, tentando me concentrar. Precisava escolher bem minhas palavras e evitar a discussão o máximo que podia.

- Não estou emburrada – neguei – Só não quero você fazendo isso.

- Meu Deus! – aumentou o tom, nadando para trás e se desencostando de mim – Porra, odeio quando você fica agindo assim, toda preocupada. É um saco! É irritante, é uma merda! – exclamou, podia sentir meus nervos ficarem à flor da pele – Não precisa fazer isso. Você não é a minha mãe!

- Mas eu sou sua namo... – travei na hora. Sabia exatamente como aquilo ia nos afetar. Falei sem nem notar. Não era a minha intenção.

Cameron não conseguia acreditar, sua cabeça balançava em negação. Eu só tinha dito aquilo por que tinha ficado nervosa e foi o que saiu na hora. Não significava nada.

- Eu sabia que isso ia acontecer! – gritou, batendo na água.

- Cam... – respirei fundo e falei, calmamente. Um de nós precisava manter a sanidade.

- Sabia!  Sabia que você ia começar a se apaixonar, sentir alguma coisa por mim e ia querer algo que eu não posso te dar! – continuava no mesmo tom alto e grosseiro.

- Por favor, não começa a brigar por isso...

- Eu perdi a noção de quantas vezes te avisei sobre mim, sobre como eu era ruim, como eu não namorava, como eu ia estragar a sua vida! – gritava comigo o tempo inteiro, ignorando tudo que eu falava – Eu te avisei, caralho! E você não me ouviu! Eu devia ter te mantido bem longe...

- Cameron! – gritei, em um tom ainda mais alto do que o dele. Só assim ele parou de falar e prestou atenção em mim – Será que você não pode parar de falar por um segundo e me ouvir? Pelo amor de Deus! Para de fazer uma tempestade em um copo d’ água! Não foi nada demais! Foi sem querer, só saiu. Não significa absolutamente nada! – disparei. Depois que comecei a falar, não conseguia mais parar – Eu sei que talvez seu ego te impeça de ver isso, mas nem toda garota vai se apaixonar por você! 

- Mas você...

- Não interessa o que eu sinto agora! – o interrompi, o dando um pouco do gosto do próprio veneno – Você precisa parar de achar que é o homem maravilhoso que faz todas as garotas derreterem. Por favor, para de dramatizar isso! Não foi nada demais. Usei a palavra errada, só isso! Não estou acostumada com esse tipo de relação que a gente tem, não sei nem como nos descrever! E preciso que você entenda que, por mais que isso seja o que você sempre faz, eu nunca tive nada parecido – respirei, deixando minha voz descansar depois de meus disparos – Por favor, Cameron, me dê um tempo para me adaptar. Não sei nem o que sinto por você, muito menos o que quero. Não me julgue por uma palavra mal-usada.

Sem palavras, Cameron engoliu em seco, assentindo com a cabeça. O azul da água refletia em seu rosto, o vento frio passava por nós e a cada segundo meu coração batia mais rápido. Aquela garota que havia dado uma resposta gigante à Cameron não era quem eu normalmente era. Estava cansada, e brigar com ele me desgastava muito. O impedi de continuar, por que se ouvisse mais alguma coisa iria surtar.

- Eu vou embora – falei, me virando para levantar da borda de piscina.

- Não – falou, baixinho e nadando para perto de mim – Eu quero falar uma coisa também.

Sem saber se saia dali ou se ouvia o homem, suspirei. Não queria ser mais afetada por aquelas brigas. Nós dois merecíamos bem mais do que aquilo.

- Não vou ficar aqui para ouvir você gritar comigo, Cameron – falei, calmamente – Isso não faz bem a nenhum de nós.

- Juro que não vou brigar de novo. Só quero conversar, fazer uma proposta – pediu, se aproximando de mim e apoiando seus braços em minhas pernas novamente – Só me ouça. Por favor.

- Tudo bem – concordei, me controlando muito para não chorar.

- Eu não sei falar sobre o que eu sinto, morena. Não sei lidar com essas coisas, mas eu prometo tentar – anunciou – Se você quiser, claro.

- Eu quero – franzi as sobrancelhas, desejando profundamente que conseguíssemos ter uma discussão madura e saudável – Vou falar tudo o que eu estou sentindo, de uma forma cem por cento honesta, e depois é a sua vez, tudo bem?

Cameron assentiu com a cabeça. Só o fato de ele concordar falar sobre nossos sentimentos já era um grande passo, e isso me deixava feliz.

Preparei-me mentalmente para expor ali tudo o que eu sentia. Coisas que eu vinha me negando, me convencendo que não eram reais e que eram completamente erradas. Mas a verdade é que ninguém tem controle sobre o que sente, e por pior que fosse aquilo ali, era a mais pura realidade.

- Não sei o que você está fazendo comigo, Cam, mas sei que nunca senti isso antes. Você leva a minha adrenalina lá para cima, me faz querer fazer coisas que nunca cogitei antes. Eu fico louca cada vez que você toca em mim. Nunca tive nada assim – contei, sentindo um peso sair de minhas costas à cada palavra que eu dizia – Ao mesmo tempo, passo o dia inteiro pensando em você e só me sinto bem quando estamos juntos. Nunca me apaixonei na vida, então não faço ideia de qual é a sensação, mas sei que você me deixou o mais perto disso até hoje.

Cameron me encarava, com os lábios entreabertos e as mãos apertando minhas coxas. Naquele momento, sabia que ele não estava fazendo isso para me provocar, e sim por não entender o que estava ouvindo. Não conseguia assimilar os fatos e levar aquilo como verdade.

- Eu sinto muito mais por você do que só essa atração física. Você se tornou muito importante em muito pouco tempo, Cameron, e não sei o que isso significa direito – continuei, sentindo minha voz ficar mais trêmula – Não estou pedindo que namore comigo e mude quem você é da noite para o dia. Não, longe de mim pedir isso. Mas, quero que pense e não esqueça que, independente do que tudo isso seja, eu sinto coisas por você, Cameron, e não acho que isso vai passar.

Engoli toda a vontade que tinha de chorar. Não estava me sentindo triste, mas era como se tudo que eu estava acumulando desde que havia chegado ali viesse à tona. Era uma mistura de alívio por finalmente dizer aquilo em voz alta com medo de como ele ia reagir.

- Pronto? – perguntou.

- Pronto – confirmei.

- Já te falei várias vezes sobre como eu sou com as mulheres. Eu normalmente não me apego, nunca. Só transo com elas e é isso, sempre acaba aí. E não sei se sempre fui assim por que era confortável para mim, ou por que tinha medo de perde-las, mas simplesmente nunca senti nada. Mesmo nas poucas vezes que eu queria, eu não conseguia sentir nada. Até você aparecer – fechei os olhos, sentindo cada palavra sua me atingir profundamente – Não sei o que você tem de diferente das outras, Katherine, mas sei que não é igual. Preciso admitir que você não é o tipo de garota que eu costumava pegar, você é diferente demais de todo o resto, para falar a verdade. E talvez por isso você tenha me deixado desse jeito. Cada dia eu tenho mais e mais vontade de ficar perto de você, nem que seja só te olhando de longe. Fico hipnotizado quando a gente está conversando. Sério, você melhora o meu dia só com o seu sorriso.

Não pude deixar de sorrir ao ouvir aquilo. Aquela noite estava se tornando mais improvável do que eu imaginava. Ouvir tudo aquilo vindo da boca de Cameron era novidade. E eu gostava.

- Eu lembro que eu te falei que tudo o que eu fazia era sexo, que nunca tinha passado disso e que não era você que ia fazer passar – suspirou. Eu sabia como ele tinha dificuldade em dizer o que sentia - Você é o meu primeiro e último pensamento todos os dias, Katherine. E isso me diz muita coisa.   

- Está falando a verdade? Por que se não estiver...

- A mais pura verdade, morena – reafirmou – Não quero que pense que vou mudar e vou virar um cara extremamente romântico, mas quero que saiba que com você é diferente. Não sei por que, só sei que é.

Passei os dedos por seus cabelos molhados e os levei ao seu rosto. Acariciando sua pele, eu sentia que pela primeira vez, sabia exatamente o que éramos. Sabia que queria estar cada vez mais com Cameron e que o que sentia por ele, não era nem de longe passageiro.

- Vem cá – falei, me inclinando para um beijo.

Cameron selou nossos lábios, e com a mão apoiada em minhas costas, colocou um pouco de pressão a mais, me fazendo cair na água. Tomei um susto de primeira, mas logo ouvi sua risada e seus braços me envolvendo.

- Não acredito que fez isso – reclamei, sorrindo e olhando para meu vestido, que dançava na água.

- Eu precisava – riu, me beijando de novo.

 

***
 

Estávamos na mesma espreguiçadeira. Cameron estava recostado e eu me encontrava deitada em seu peitoral. Tínhamos acabado de sair da piscina, depois de passar muito tempo lá, nadando e conversando. Meu vestido, encharcado, colava-se em meu corpo, enquanto gotas de água caiam do meu cabelo.

Os dedos de Cameron faziam círculos em meu ombro, e a cada segundo eu me via mais feliz. Ter dito tudo aquilo havia feito muito bem para nós dois. Havíamos deixado bem claro o que sentíamos, mas não tínhamos estabelecido nada ainda. Fizemos a decisão de esperar e ver o que ia acontecer.

- Você confia em mim? – perguntou.

- Confiava mais até perguntar isso – ri – O que quer?

- Fazer uma coisa com você – respondeu.

- Seja mais preciso – pedi, sentando.

- Quero te fazer se sentir bem – beijou meu pescoço, se sentando ao meu lado – Muito bem.

Ao ouvir aquela frase, mil coisas se passavam por minha mente, e nenhuma delas era certa.

- Você sabe que eu...

- Eu sei, morena – interrompeu, como sempre fazia – Não estou falando de sexo, até por que tem muitas coisas que quero fazer com você antes. Mas preciso que confie em mim, não vou fazer nada que você não queria.

Com os lábios entreabertos, e sem saber o que responder, o beijei. Demonstrei todo o meu desejo e a minha paixão naquele beijo. Cameron se moveu um pouco, me deixando recostar na espreguiçadeira, mas sem descolar nossas bocas. Seus lábios se encaixavam direitinho nos meus, e aquilo ia evoluindo a cada segundo.

Apoiava seu peso em um dos braços enquanto passava a outra mão por meus quadris. Estava quase em cima de mim.

Se afastou um pouco de mim, de modo que nossos lábios ficavam próximos e eu podia sentir sua respiração quase ofegante no canto da minha boca. Suas mãos desceram para minhas pernas, e pude sentir cada parte em meu corpo se eletrizar com seu toque.

Beijava minha mandíbula e deslizava a mão por minhas pernas molhadas até o interior da minha coxa. Naquele momento, soube exatamente o que ia fazer, e eu não podia pensar em outra reação a não ser aceitar. Eu queria aquilo. Eu precisava daquilo.

Com a mão por debaixo do meu vestido, foi até o centro da minha calcinha e pôs um pouco de pressão. Fechei os olhos imediatamente, em reação a algo tão íntimo.

- Posso? – perguntou, colocando os dedos na barra do tecido.

Apenas assenti com a cabeça, mordendo o lábio inferior e encarando sua boca deliciosa. Tirou minha calcinha devagar, e eu flexionei os joelhos para o ajudar a deslizar a peça por minhas pernas. Algo em ver aquela barreira entre nós ir embora era hipnotizante. Me sentindo extremamente exposta, fechei os olhos, assim que senti seus dedos passeando em minha virilha.     

- Quero que olhe para mim, morena – pediu em meu ouvido.

Obedeci e abri os olhos, fazendo contato direto com ele. Cameron mordeu o lábio inferior e levou o dedo a minha intimidade, fazendo movimentos circulares e leves. Não conseguia me concentrar. Uma sensação estranha, mas definitivamente positiva subia pelo meu ventre.

- Você gosta? – perguntou, fazendo movimentos de vai-e-vem com os dedos.

Assenti com a cabeça, fechando meus olhos involuntariamente e contraindo meus músculos. Aos poucos Cameron colocava mais pressão nos movimentos, me deixando toda arrepiada. Tudo acontecia fora do meu controle, os arrepios, as contrações das pernas, a boca aberta, os olhos apertados. Era tudo uma reação à Cameron e ao que ele fazia comigo.

- Você reage tão bem a mim, morena – sussurrou, parecendo ler minha mente – Fica toda molhadinha. E eu sei que isso tudo não foi só a piscina.

Ouvindo suas vulgaridades, soltei um gemido. A cada segundo, Cameron intensificava seus movimentos, e a cada segundo, eu perdia mais o controle. A água em seus cabelos pingava em meu rosto. O contraste do frio das gostas e o fervor que estava meu corpo era incrível.

Cameron começou a acelerar o vai-e-vem que fazia em meu sexo e distribuía beijos em meu pescoço. Fortes o suficiente para me fazer gemer, fracos o suficiente para não deixar marcas.

- Cam... – gemi em sua orelha.

Então, Cameron fez movimentos circulares rápidos, e profundos em um ponto extremamente específico. Imediatamente, senti a pressão maravilhosa em meu ventre aumentar. Meus olhos se fecharam, minha boca se abriu, soltando um gemido, e minhas costas se projetaram para frente. Era a melhor coisa que eu já tinha sentindo na minha vida.

- Caralho, você é demais, morena – sussurrou Cameron, bem próximo ao meu ouvido.

Meu corpo se relaxou e ele tirou suas mãos de mim. Minha respiração continuou ofegante e um sorriso habitava meu rosto. Nunca tinha feito nada que chegasse perto daquilo. Cameron era o primeiro, e isso me deixava feliz.

Ele me beijou de leve na boca e se deitou ao meu lado, apoiando minha cabeça em seu ombro. Meu corpo nunca tinha se sentido tão bem antes. E se estar com Cameron significava me sentir daquele jeito, não iria abandoná-lo nunca.


Notas Finais


Agradeçam à Ju, que me lembrou dessa promessa de postar uns capítulos assim do nada, porque eu já tinha esquecido!!
Agora falando sério: QUE VERGONHA!! Nunca escrevi um hot na vida, esse foi o primeiro, então se sintam muito especiais. Não faço ideia se foi bom ou ruim, então podem ser sinceras de verdade.
Tô atrasada pra sair, então sexta a gente conversa direito! amo voceees!


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