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História Royals - I Promise


Escrita por: divideshawnx

Notas do Autor


Oi meu amores! Tudo bem?
O capítulo saiu um pouquinho mais tarde hoje, fiquei no colégio até uma e meia, então atrasou tudo!
Dessa vez eu queria pedir que vocês lessem o capítulo escutando uma música, pode ser?
Can't Help Falling In Love - Haley Reinhart
Espero que gostem e boa leitura <3

Capítulo 25 - I Promise


- Como está se sentindo? – perguntei, sentando ao seu lado.

- Estranho – respondeu Matthew, ainda encarando as árvores em frente a nós dois.

- Quer conversar sobre isso? – perguntei – Agora não existe mais segredos entre nós.

Era mentira. Existia sim um segredo entre nós. Um nome. Sete letras. Só de pensar na palavra saindo da minha boca em um momento errado, arrepios me consumiam. Matthew havia me dito que estava apaixonado por mim, e a última coisa que ele precisava era ouvir que eu estava me envolvendo por um outro cara. Outro cara que por acaso trabalhava para ele.

A posição de Cameron ou o seu dinheiro não mudavam absolutamente nada para mim. Quando estava com ele, só focava na pessoa maravilhosa que ele vinha se mostrando para mim. Seu status nem passava pela minha cabeça. Porém eu sabia que para o resto do mundo, uma garota da elite se envolver com alguém que tinha pouco dinheiro era quase um crime. E esse era um dos motivos que ficaríamos em segredo. Cam não merecia ouvir o que meus pais iriam dizer sobre ele.

- Não tem nada a ver com a Inglaterra dessa vez, eu acho – riu, olhando para mim – É estranho você saber de tudo, sabe? Eu passei tanto tempo dividindo isso apenas com os meus pais e sentindo a pressão diretamente deles. Você não tem nem ideia do quanto ele usa isso contra mim.

- Como assim?

- Já brigamos algumas vezes por isso. Meu pai insiste em jogar na minha cara que me salvou dessa e que sem ele, eu bem provavelmente estaria preso nesse exato momento – suspirou, entristecendo-se – Não acho que ele faça por mal, nem que queira me machucar, mas acho que talvez ele se sinta tão triste quanto eu em relação a isso.

Depois que Matthew disse aquilo, consegui lembrar de algumas vezes que o peguei chorando, em um clima tenso com o pai. Podia imaginar aquilo saindo do senhor Espinosa. A ideia de algo tão pessoal e doloroso sendo usado contra ele me dava nos nervos. Queria poder proteger Matt, fazer com que todo mundo, incluindo ele mesmo, esquecesse tudo o que aconteceu. Mas eu não podia. Estava fora do meu controle.

- Você quer que eu fale com ele? – ofereci, sem nem saber se eu teria coragem.

- Não, não – riu – Não iria dar certo. Ele iria pensar que eu estava com medo, que apelei para você, alguém que ele, obviamente, nunca levantaria a voz.

- Eu não sei como ajudar, Matty – suspirei, querendo fazer alguma coisa – Não posso ficar parada vendo você sofrer, eu não aguento isso.

- Você não deve aguentar nada, Kat – me puxou para um abraço, assim que sentiu o tom da minha voz entristecer – Isso é algo meu, e dividi com você por que não podia mais te deixar com aquela interrogação enorme na cabeça.

Queria fazer algo. Saber de tudo que havia acontecido com Matthew era bom por um lado, eu conseguia entender melhor a sua cabeça e dar mais atenção quando ele precisasse. Ao mesmo tempo, era um peso enorme. Não tinha um dia que aquela história não me deixasse um pouco ansiosa.

- Obrigada por confiar em mim – levantei, esticando a mão para que ele se levantasse junto – Significa muito.

- Desculpe por te enrolar tanto...

- Eu entendo – suspirei – Preciso ir. Eu deveria ter ido encontrar minha mãe há quinze minutos atrás. Ela vai surtar se eu levar mais um segundo para chegar lá.

Aproximei para dar um rápido abraço em Matt, mas antes que eu pudesse chegar muito perto, ele passou a mão por minhas costas e me puxou, se inclinando para mim. Assustada, coloquei a mão em seu peito e o empurrei um pouco. Lembrava que ele havia dito que estava apaixonado por mim, mas em nenhum momento beijá-lo havia sido uma opção para mim. Eu não sentia o mesmo por ele, e por mais que doesse recusá-lo, eu não podia abrir mão da minha felicidade pela dos outros.

- Eu deveria ir – falei, recuando ainda mais.

 

***

 

Meu corpo parecia mais cansado a cada passo que eu dava em direção à cozinha. Recusava-me a olhar o relógio. Sabia que já havia passado de uma da manhã, e que eu já deveria estar dormindo há muito tempo. A vida parecia querer me provar ao me mostrar, às uma da madrugada, que meu remédio para insônia havia acabado. Queria me bater por não ter olhado antes, a tempo de comprar na farmácia perto do condomínio.

Então, eu estava indo à cozinha, em busca de encontrar algum chá ou até um remédio mais fraco e comum que o meu. A única luz acesa era a da sala de estar, mas não ouvia voz de ninguém. Entrei lá, só por curiosidade e logo vi Cameron, agachado no chão e de costas para mim, limpando algo no sofá.

- Conseguiu se resolver com Dylan? – perguntei, feliz por vê-lo – Se ainda está aqui é por que não foi demitido, imagino.

Cameron se virou para mim, sorrindo.

- Ele falou comigo hoje de manhã. Disse que não ia dizer nada, mas que não queria mais olhar na minha cara – suspirou, passando a mão pelos cabelos – Falou para eu tomar cuidado, que não sabia o que eu estou escondendo, mas que não devia ser coisa boa.

- Você está bem? – engoli em seco, agoniada.

- Sim. Nem erámos tão amigos assim – continuou – Não acredito que nos encontramos por acaso, eu e você.

- Eu fico impressionada com como a gente é sincronizado – falei, sorrindo.

- Morena... – falou, com um sorrisinho – Por que ainda está acordada?

- O de sempre – suspirei, me aproximando – Insônia.

- E o remédio?

- Acabou.

- Por que não me pediu para comprar para você? – levantou, se aproximando de mim e largando o pano e o produto de limpeza no chão.

- Só vi que tinha terminado agora, mas não tem problema, eu vou ficar bem – assenti, recuando um pouco para que não ficássemos muito próximos.

Estávamos em um lugar muito arriscado para nós dois. Ainda que fosse madrugada e todo mundo estivesse dormindo, era no meio da casa, qualquer um poderia nos ver muito facilmente.

- Quer dormir comigo? – ofereceu.

A proposta era de fato muito tentadora, mas eu precisava negar. Cair no sono enquanto seu corpo se entrelaçava no meu era a melhor sensação. Mas eu não podia depender de Cam para dormir bem, precisava me apegar àquilo o mínimo possível. Um dia as férias iriam acabar, e nós dois iriamos parar de nos ver. Portanto, o quanto menos necessidade dele eu tivesse, melhor para mim. Nossa história tinha prazo de validade, e por mais que eu tentasse não pensar naquilo, sabia que era verdade.

- Não precisa – neguei, desejando com todo o meu ser dizer o contrário – Vou ficar bem.

- Se você prefere assim...

- Por que está aqui? – o interrompi, sabendo que ele iria insistir até que eu cedesse.

- Eu estava passando pela cozinha para pegar um lanche, só tem comida ruim na outra casa, e o senhor Espinosa me chamou. Ele sujou o sofá de vinho e precisava que alguém limpasse – riu, apontando para o círculo roxo no assento – Estou há uma hora tentando tirar isso aí. Tem alguma ideia para me ajudar?

- Não, desculpe.

Naquele momento me senti envergonhada. Durante toda a minha vida, tinha outras pessoas para fazer coisas simples por mim. A lógica era simples: eu sujava, então eu devia limpar. Não era isso que acontecia. Pagava pessoas para fazerem tarefas simples e que deveriam caber a mim. Se ver Cameron sendo ‘usado’ pelo pai de Matt me incomodava tanto, eu devia olhar para a minha própria vida, e ver como eu fazia o mesmo com outras pessoas.

- Vem aqui – falou, me distraindo – Quero um beijo.

Cameron esticou o braço para me puxar, mas eu segurei sua mão antes que a mesma chegasse a minha cintura.

- Morena? – perguntou, confuso – O que está fazendo? Eu só quero te dar um beijo...

- Eu sei. E eu também quero. Muito – suspirei, recuando ainda mais – Não podemos. Tem noção do quanto isso é difícil?

- Tenho! Claro que tenho – riu, sem me entender muito bem – A gente vai ficar bem, morena.

- Eu sei que vamos ficar bem, não é com isso que estou preocupada – a importância que Cameron vinha tomando em minha vida era o que realmente não saía da minha cabeça – Tenho medo que isso seja em vão, sabe? Sem sentido.

- Ainda não estou entendendo.

- Você mesmo disse que íamos acabar um dia, que éramos passageiros. Mas e se... – eu gaguejava – E se eu não quiser ser passageira? E se eu quiser mais?

- Não vamos entrar nisso, morena. Por favor – pediu – Você sabe que significa muito mais para mim do que qualquer outra mulher que já entrou na minha vida. Isso não é o suficiente?

- Não sei, Cameron... Não sei o que quero! – exclamei.

- Por favor não me peça algo que eu não posso te dar – suspirou.

- Quer saber, deixa para lá – balancei a cabeça, recuando. Não ia entrar em uma discussão que não me levasse a algum lugar.

Virei de costas, sentindo uma agonia instantânea. Pude ouvir Cameron dizer algo, provavelmente meu nome, mas eu apenas queria pensar em outra coisa. Ele estava se recusando a ir mais fundo comigo, ainda insistia que não se apaixonava, mas eu sabia que ele sentia algo. Suas sensações estavam encobertas por uma camada grossa que ele mesmo criava.

Olhei para o piano, bem em minha frente. Fazia muito tempo que eu não tocava, mas podia lembrar da sensação. Meus dedos passando pelas teclas, o som incrível que aquele instrumento produzia, mas principalmente, a calma e a anestesia que tocar me provocava. Música era o que me distraia e me tirava do mundo que eu estava.

Sem nem pensar direito, sentei-me no banquinho e abri o piano. Era grande, preto e de cauda. Um dos mais belos que eu já havia visto. Fiquei o encarando um pouco, sabia que Cameron estava parado bem atrás de mim, eu havia ouvido seus passos.

- Posso? – perguntou, apontando para o banco.

Assenti com a cabeça, e ele logo sentou ao meu lado. Estávamos bem próximos, visto que o banco não era muito largo. Se alguém passasse, teríamos problemas em explicar.

- Você toca, não é? – perguntou.

Eu não conseguia falar. A voz não saía. Apenas assenti, mais uma vez, e pude ver de canto Cameron soltar um sorriso.

- Quero ouvir.

- Não sou muito boa – sussurrei.

- Duvido – riu – Você é incrível em tudo o que faz.

Quase como um impulso ao ouvir suas palavras, minhas mãos se posicionaram sobre as teclas. Sentindo minhas bochechas corarem, e sabendo que se esperasse mais um segundo, iria desistir, comecei a tocar a primeira música que me vinha a mente. Can’t Help Falling In Love.

Eu não cantava, tinha uma voz péssima inclusive, apenas tocava a música de cabeça. Com os olhos fechados, minhas mãos e meus dedos se moviam fora de meu controle, naturalmente. Eu ouvia aquilo, sentia meu toque passar pelas teclas limpas. A canção me envolvia por inteiro, e eu não tinha ideia de como eu lembrava daquela especifica. Era uma que tinha aprendido quando ainda era muito nova, me surpreendia tocá-la de olhos fechados.

Enquanto cada nota ressoava em minha mente, a letra daquela música ganhava um significado muito maior. A melodia e o acompanhamento me envolviam, sentia Cameron respirando perto do meu ombro e o que quer que eu sentisse por ele, só ia crescendo.

Ao fim da música, já tocando os últimos acordes e as últimas notas, tinha certeza do que sentia. Estava apaixonada. Perdidamente apaixonada.

- Uau – balbuciou.

Abri os olhos, retirei as mãos do instrumento e olhei para Cameron. Ele me encarava, com a boca aberta e os olhos brilhando.

- Você conhece essa música? – perguntei.

- Can’t Help Falling In Love – respondeu, sorrindo.

- Aprendi ela há um tempo. Nem sei como lembrei assim, acho que eu precisava tocá-la... – engoli em seco – Para você.

Nunca tinha tocado de forma tão surreal. Eu havia fechado os olhos e não estava nem pensando no que estava fazendo. Minhas mãos iam sozinhas, quase como instinto. Aquele momento havia exposto uma parte muito intima nossa, sentimentos muito profundos. Era o que a música fazia. Preenchia o silencio quando as palavras já não cabiam mais.

- Já ouvi muitas versões dessa música, morena – suspirou, ainda meio abismado – Mas essa foi de longe a mais linda.

- Eu tinha quatorze anos quando aprendi – olhei para ele, sem acreditar no que ia contar – Prometi para mim mesma que só iria tocá-la para alguém quando tivesse certeza que a letra dela faria total sentido. Quando tivesse certeza que...

- Estivesse apaixonada – me completou.

Nada mais precisava ser dito. Eu e ele tínhamos certeza do que aquilo significava. Ninguém precisava confirmar nada, nem expressar com palavras. Eu estava perdidamente apaixonada, e nós dois sabíamos disso. Eu e Cameron tínhamos o nosso próprio jeito de se comunicar. Eu olhava para ele, e ele para mim. E naquele exato momento, ele era tudo que importava.

Cam me puxou para perto de si, fazendo com que minha cabeça descansasse em seus ombros. Meus olhos estavam marejados. Eu precisava dele. Precisava dele para sempre. Não queria que acabássemos no fim do verão. Queria vê-lo o tempo inteiro, todos os minutos. Queria leva-lo comigo para Princeton. Queria tocar piano para ele todos os dias. Queria que ele me deixasse amá-lo.

- Vamos dar um jeito, ok? – beijou minha têmpora – Eu prometo. 


Notas Finais


E aí, o que acharam?
Tenho que estudar para matemática, história e geografia agora, então vou ser bem rápida aqui! Esse capítulo foi bem fofinho, foi o exato momento em que Katherine entendeu e aceitou que estava apaixonada. Obviamente, Cameron é bem mais lento, mas eles chegam lá haha
Muito obrigada por todos os comentários no capítulo passado, vocês são maravilhosas! Não sei o que seria dessa história sem vocês...
Espero que tenham gostado :)
Beijoooos,
nina <3

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