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História Royals - Please


Escrita por: divideshawnx

Notas do Autor


oiii!
vão ler as notas finaaais!
boa leitura <3

Capítulo 4 - Please


Massageei minhas têmporas, tentando ao máximo afastar a forte dor de cabeça que me incomodava. Queria passar o resto do domingo deitada em meu quarto, com as cortinas fechadas e o ar condicionado na temperatura mais fria possível.

Não tinha bebido na festa – nem perto disso -, mas tinha ficado muito cansada, e saído de lá bem tarde. Como de costume, não havia conseguido pregar os olhos a noite toda. Eu tinha problemas para dormir desde pequena. Odiava ficar sozinha no escuro, mas a luz me incomodava. Tinha alguns que remédios que só tomava em casos extremos. Aquela noite não era um caso extrem

Depois de recusar o beijo de Matt, ele ficou extremamente sem graça, mas não demorou nem dez minutos para que o álcool o fizesse esquecer do ocorrido. Continuamos conversando normalmente, e até encontramos alguns outros amigos em comum, mas quando fui ao banheiro, voltei para o ver se agarrando com alguma garota aleatória. Uma parte de mim achava aquilo normal – não podia negar que ele era um cara bem bonito -, mas um lado que eu desejava manter o mais quieto possível, não gostava nem um pouco daquilo. Por pouco, não era eu no lugar daquela loira, e não sabia dizer se isso me assustava ou entristecia.

Eu estava tendo muitos pensamentos dessa forma sobre Matt, mas estava longe de estar apaixonada. Era mais uma curiosidade, uma possibilidade. Muita gente já havia me dito que Matthew tinha uma certa quedinha por mim, mas na época, eu ria e negava completamente. “Ele é como um irmão” eu dizia. Talvez eu estivesse sempre errada, e só não tivesse os hormônios corretos para detectar aquilo.  

Ouvi baterem em minha porta, e encarei o relógio, desejando que ainda fosse cedo o suficiente para fingir que estava dormindo. 11:15. Tarde demais para mim.

- Pode entrar.

Mamãe se revelou atrás da porta, entrando lentamente. Se assustou com o quarto escuro, algo que não era nem um pouco de meu costume.

- Não acha que já está mais do que na hora de se levantar, querida? – perguntou, caminhando para a janela e abrindo as cortinas.

Apertei os olhos e cobri o rosto, tentando me acostumar com a claridade repentina.

- Sendo sincera, - respondi – nem um pouco.

Ela engoliu em seco, se aproximando de mim. Sentou na cama ao meu lado, com sua postura impecável, que a dava o ar de quem tinha tudo sob controle. Segurou minha mão, tentando passar-me algum tipo de sentimento que eu não conseguia adivinhar.

- Sei que está cansada de ontem, filha, - disse, com um olhar sério – mas precisa levantar, tem um dia inteiro pela frente.

- Mãe! Hoje é domingo! Eu não tenho nada para fazer... – reclamei – Então, se por uma vez na vida puder me deixar fazer o que eu quero, agradecerei profundamente.

Mamãe arregalou os olhos, soltando a minha mão. Eu nunca falava com ninguém daquela forma, principalmente ela. Estava irritada, bastante até, mas não sabia ao certo porquê.

Ela queria sempre controlar a minha vida, eu não suportava aquilo. Eu era extremamente organizada, tinha uma agenda que cumpria sem falta e praticamente cronometrava cada passo que eu dava para não perder tempo. Mas tudo isso era feito para mim por mim mesma, não gostava que os outros interferissem nos meus planos, os grandes ou pequenos. 

- Não fale comigo dessa forma, Katherine. – repreendeu -  Você nunca me tratou assim! O que deu em você para ficar tão irritadinha hoje?

- Nada, mãe – falei, virando-me de costas para ela – Só quero ficar sozinha, só por um momento.

- Bom, não se pode ter tudo na vida, certo? – apoiou a mão em meu ombro, e virou-me para ela. Sua voz me irritava, eu estava realmente fora de mim – Victoria Lennox está aqui embaixo, te esperando.

Maravilha, pensei. Victoria era uma das minhas melhores amigas, ainda assim não estava muito afim de ver ninguém naquele momento. Queria ficar deitada o dia inteiro, sem interação com ninguém além de mim mesma. Minha mãe por outro lado, queria que eu estivesse sempre rodeada de pessoas, desde que pertencessem a elite, óbvio.

- Peça para ela subir, – pedi – se não for incômodo, claro.

Mamãe sorriu e assentiu com a cabeça, saindo do quarto. Respirei fundo, desejando voltar no tempo e ter saído mais cedo da festa. Me ajeitei na cama, sentando e prendendo meus cabelos embaraçados em um coque. Esfreguei os olhos com o dorso da mão, na tentativa de parecer mais acordada do que realmente estava, quando ouvi a porta se abrir.

Sorri, vendo Victoria correr e se jogar em minha cama. Ela estava extremamente feliz, como sempre era.

- Como vai a minha formanda preferida? – Victoria era um ano mais velha que eu, e estudava Economia na Brown – Mal te vi ontem, então decidi passar aqui para conversar um pouco.

Eu parecia uma aberração com meu pijama roxo quando comparado a sua roupa muito bem escolhida. Ela tinha muito bom gosto, e normalmente escolhia tudo o que eu ia usar.

- Eu estava bem ocupada, mesmo. Mas quando fui falar com você estava se agarrando com Alex em algum canto – falei, rindo. Alex era o namorado dela, estavam juntos há quase três anos.

- Ei, não pense que não te vi com Matthew, viu?

- Viu o quê? – perguntei, desconfiada - Tori nada aconteceu, posso jurar isso.

Ela riu, me deixando nervosa. Não sabia o que havia visto, considerando que eu e Matthew não fizemos absolutamente nada.

- Eu vi a hora que você foram para fora e passaram um tempão lá. Vi vocês juntinhos na sacada!

Eu ri, imaginando o que ela devia estar pensando no momento.

- Não aconteceu nada, Tori. Juro.

- Duvido.

Revirei os olhos, sorrindo. Queria muito ter uma história emocionante daquele momento para contá-la, mas não tinha. Tudo o que podia dizer era uma mera tentativa de um beijo estúpido. A minha vida parecia sempre muito chata perto da dela.

- Estou falando sério. Precisava sair dali, você sabe o quanto odeio festa, e fui para a sacada. Ele acabou indo junto, só isso – expliquei.

- Eu sei que tem mais coisa, Kat! Você sempre deixa de contar as coisas por que acha que é idiota, mas não é! Você sabe que eu gosto de detalhes...

Abaixei o olhar, com vergonha. Sabia muito bem que para ela o meu momento com Matt seria algo extremo, por isso estava muito receosa em contar.

- Ah, sei lá... A gente estava conversando e ele falou umas coisas fofas...

- Tipo? – interrompeu.

- Tipo como as conversas comigo são as melhores, e como tudo que eu faço é maravilhoso e...

- Kat, eu já te disse, esse garoto é louco por você – interrompeu novamente.

- Deixa eu terminar! – exclamei – Mas aí a gente se aproximou e... E quase, Tori, quase...

 Ainda não sabia como me sentia em relação a aquele momento. Me arrependia um pouco de não ter beijado-o, mas ao mesmo tempo, estava aliviada de não ter comprometido tanto a nossa relação quanto se o fizesse.

- Mas por que não? – perguntou.

- Eu me afastei! Falei que não iria dar certo, que éramos como irmãos.

- E era isso que você queria fazer?

- Não sei. Talvez – falei – Fiquei com medo do que podia acontecer. No sentido da nossa amizade. Não sei se me sinto dessa forma em relação a ele, e se a gente começasse algo que não ia funcionar, duvido que seriamos a mesma coisa.

- Vocês já não são a mesma coisa há muito tempo, Kat – disse. Meu coração quebrou naquele momento. Entendia o que ela queria dizer, considerando o tempo que eu e Matt havíamos ficado separados – Enquanto você achou que ele não estava nem aí para a amizade de vocês, eu estava conversando com ele o tempo inteiro. E ele me dizia coisas e me fazia jurar que eu nunca te contaria – interrompeu. A expressão séria em seu rosto me assustava – Ele sempre foi apaixonado por você, Kat. Ele ficava maluco toda vez que você ia contar para ele de algum garoto. Eu sei que não era reciproco, e talvez por isso você não percebesse, mas independente de paixão ele sempre te amou muito. Mas ele te amava de uma forma diferente de como você amava ele, e você nunca chegou nem perto de reparar isso.

 “Eu sei que não era recíproco”, eu já não tinha tanta certeza. Não estava apaixonada, mas sentia como se tivesse reprimido um sentimento dentro de mim durante toda a minha vida e agora ele estava saindo contra a minha vontade.

- Você acha que ele lembra? – perguntei – Do beijo? Ele bebeu muito ontem, Tori.

- Talvez. Não sei. Por que você não pergunta?

- Eu?

- Quem mais? – arqueou as sobrancelhas.

- Não sei... O que acha?

- Acho que devia pegar esse telefone e mandar uma mensagem para ele. Agora.

 

***

- Oi – falei, sentando na cadeira em sua frente.

- E aí, Kat? – perguntou Matt, comprimindo os lábios em uma linha reta.

Eu havia pedido para vê-lo. Mandei uma mensagem e ele concordou em me encontrar para jantar no Eleven Madison Park, um famoso restaurante de Manhattan.  Ele havia chegado antes de mim, então antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, um garçom chegou com o que pareciam duas taças de vinho vazias. Matt piscou para ele, que colocou um pouco em sua taça.

- Você sabe que não bebo, Matt.

- Eu sei. Por isso pedi água para você, Kat – disse, enquanto o garçom derramava um pouco de água em meu copo – Não estou tentando te embebedar ou algo do tipo, se é isso que está pensando.

Respirei fundo, ele claramente estava bem diferente da noite anterior. Ele devia lembrar do nosso quase beijo e por isso estava chateado comigo.

- Você lembra, não lembra? – perguntei.

 - É claro!

 - Desculpe, Matty, mas você sabe que eu...

 - Não precisa se desculpar, Kat. Foi um momento e você fez o que achou certo. Ninguém é obrigado a beijar ninguém.

 Senti meu corpo se aliviar e cada músculo meu se relaxar. Sorri, grata por ele ser um menino tão compreensivo. A última coisa que eu precisava naquele momento era brigar com Matthew. Já bastava a minha ansiedade para a faculdade e toda a pressão que minha mãe vinha colocando em mim.

 - Eu gosto muito de você – falou – Muito mesmo. Não quero perder o contato novamente. Você é o que eu tenho de melhor no momento, Katherine, não posso estragar isso também.

 - Também? – perguntei, com o coração na mão.

 Matthew respirou fundo, se preparando para dizer algo.

 - Fui um babaca na Inglaterra, Kat. Talvez por isso tenha ficado longe de você quando voltei, não queria fazer com você o que fiz com os outros lá.

 - Matt, você está me assustando – travei o maxilar, com medo do que ele ia dizer. Aquilo não soava como o Matthew de sempre.

 - Não sei o que deu em mim, mas – riu – Mas fui um idiota completo. Mal estudava, só fiz ir para festas, beber o máximo que podia e machucar quem se importava comigo.

 Eu não conseguia entender. Como Matthew, o garoto doce e educado que estava sentado em minha frente, podia ter feito tudo o que dizia ter feito.

 - Isso está estranho. Como assim, Matt?

 - Não quero falar sobre isso. Fiz coisa errada com muita gente, e isso não é algo que quero ficar lembrando – ele olhava para baixo, fugindo do meu rosto.

 - Você não pode passar quase quatro anos sem conversar comigo e esperar que eu não queira saber como e por que machucou tanta gente assim.

 Ele levantou a cabeça e olhou em meus olhos com o maxilar travado. Eu podia sentir a raiva crescendo em seu olhar, ele parecia querer gritar.

 - Porra, Katherine! – ele nunca xingava, aquilo me assustou. Coloquei a mão sobre a boca rapidamente, assustada – Claro que posso. É a minha vida, e não quero falar sobre ela. Desculpe, mas eu saí de Nova York quebrado demais para ser uma pessoa boa na Inglaterra. Não me orgulho do que fiz e sei que não existe justificativa alguma para isso, mas... – pude jurar que seus olhos estavam marejados – Amo você demais para deixar que saiba de certas coisas.

 Engoli em seco. Não podia obrigá-lo a me contar nada, mas estava morrendo para saber o que ele havia feito que o envergonhava tanto assim.

 - Não quero brigar, Matt. Desculpe.

 - Tudo bem – disse, segurando meu pulso o mais forte que podia – Preciso de você na minha vida mais do que nunca, Kat. Tenho uma proposta para você.

  Assenti, pedindo que continuasse a falar. Matthew soltou meu pulso, deixando minha mão relaxar. Queria ele próximo de mim tanto quanto gostava de admitir. O que quer que ele me pedisse, eu faria em um piscar de olhos.

 - Você vai para a faculdade em alguns meses, e preciso garantir que a gente não pare de se falar quando isso acontecer – disse, com os olhos mais tristes que eu já havia visto – Passe o verão comigo, Kat! Por favor! A gente vai para a minha casa de férias, junto com a minha família. A sua também pode ir. Se seu pai precisar trabalhar, ele pode ir no fim de semana junto com o meu, mas... Mas, por favor, fique comigo esse verão. Não estou pedindo nada demais, só que vá comigo e eu prometo que vou fazer com que a gente tenha as melhores férias juntos.

 Meu coração acelerou, eu não sabia o que dizer. Queria ir, mas depois do que Victoria havia me dito durante a tarde, eu tinha medo que ele estivesse em busca de algo que eu não podia dar. Mas seus olhos pareciam tão tristes e desesperados. Eu o amava do fundo do coração, e faria de tudo para ajudá-lo.

- Por favor, Kat...


Notas Finais


E aí? O que acharam?
O que vocês acham que o Matt tá escondendo? O que realmente aconteceu na Inglaterra?
Bom, queria pedir para vocês comentarem mais! O último capítulo só teve um comentário e isso é meio frustrante!
Enfim, espero que tenham gostado!
Beijoooos

Meu twitter: https://twitter.com/wtfnashx


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