Foi o fim de uma década
Mas o início de uma era
Vida longa às paredes que atravessamos
Como as luzes do reino brilharam justamente para mim e para você
Eu gritava "Vida Longa à toda a magia que nós fizemos
"E tragam todos os impostores"
Um dia seremos lembrados
Elena estava com raiva. Muita raiva. O certo séria estar triste e deprimida, mas não. Eu queria esmagar o crânio do piloto com as minhas próprias mãos, mas acho que eu cairia pelos ares. E minha vida era preciosa demais para isso.
Eu estava muito bem na Inglaterra, mas não, eu tinha que ir para a França e ser uma rainha representativa. Quem liga para o fato de que eu era a rainha da Inglaterra? Minha mãe não.
Suspirei pela milésima vez sentada no assento de couro. Em qualquer outra situação, eu estaria adorando isso. Quer dizer, eu adorava voar, era como se eu, a pessoa mais poderosa de todas, pudesse ter mais poder ainda. Mas eu não conseguia ficar feliz sabendo que aquele avião estava me mandando direto para meu futuro.
Nada contra o Príncipe Damon, nem a corte real, a França era um lugar legal e tudo. Mas eu não conseguia suportar a ideia de que alguém decidiu o resto da minha vida, simplesmente pelo bem político. Consegui conter isso por muito tempo.
Aos doze anos, quando comecei realmente perceber o que estava acontecendo,( O que só aconteceu após o príncipe Damon me beijar) pedi a minha mãe que me deixasse viver na Inglaterra, em meu lar, até que eu completasse 17 anos. Bom, se tratando de minha mãe, acho que consegui controlá-la por muito tempo.
Controle.
Eu adorava o controle. Saber que eu podia controlar tantas coisas me deixada nas nuvens. Mas aqui estou eu, literalmente nas nuvens, e sem controle nenhum da minha vida. A minha vida inteira havia sido planejada quando eu era apenas uma criança.
Aprender como governar. Crescer como a jovem bela e adorável que deveria ser. Me casar com Damon Salvatore. Ser a rainha dos dois países Monarcas. Conceder herdeiros, e morrer. Nada mais, nada menos.
Eu me sentia sem ar só de pensar na falta de controle que adquiri sobre minha própria vida.
Uma aeromoça se aproximava de mim. Ao parar em minha frente, fez uma referencia, que respondi com um aceno.
-Já iremos pousar, Majestade. - Ela disse eu suspirei.
Eu logo estaria em solo Francês. Eu iria pousar no terreno de pouso do castelo.
Peguei meu celular para olhar as horas.16:32. E eu já estava exausta. A aeromoça, ao perceber que não obteria resposta, fez uma reverência e saiu tropeçando. Tive vontade de rir. Mas Bonnie, no acento de trás foi mais rápida.
Eu quase havia me esquecido de sua presença. Bonnie era uma de minhas melhores amigas e minha lady, talvez eu seja a única rainha em todo mundo que tem apenas uma lady, mas eu tenho problemas para confiar nas pessoas, e aceitar alguém como lady é algo importante para mim.
Bonnie era minha única amiga naquele palácio. A maioria queria ser minha amiga, mas dava para ver que era apenas pelo meu título. Por isso minhas amigas eram da realeza, não sou preconceituosa, mas gosto de saber que as pessoas estão comigo porque realmente gostam de mim.
Como Caroline, eu a conheci quando tinha cinco anos, em um baile da realeza. Ela sempre passa um mês na corte Inglesa, e eu um na corte da Alemanha. Agora ela está apagada no último acento.
Ela teria de ir para lá de qualquer jeito, bom os Salvatores estão dando um baile para a realeza, ela estava na Inglaterra, então veio mais cedo comigo. Seus pais, ops... Majestades, a prometeram em casamento a Klaus Mikaelson, que também chegará mais cedo por ser amigo dos príncipes.
-Eu não acredito que estamos chegando! - Bonnie exclamou animada.
- Nem eu.- Eu disse bufando.
-Ah! Qual é Caroline? - Eu adorava quando ela me chamava pelo meu nome e não de "Majestade". - Ha boatos de que seu futuro marido é um gato! - Ela disse. Me virei para ela, ficando ajoelhada em cima do banco, e vi seu sorriso maroto.
-Da última vez que o vi ele tinha um dente a menos, e contradizia tudo o que eu falava. - Disse arqueando a sobrancelha.
-Eu aposto que o dente já cresceu.- Ela revirou os olhos. - E vocês podem se dar bem sem conversar. - Ela disse com um sorriso pervertido.
-Você está bem saidinha hoje, não é?- Perguntei. -Não se esqueça de que sou sua rainha.
-Estou sob efeito do álcool que minha Rainha, me serviu. - Ela disse e logo depois se levantou, um pouco tonta, e foi em direção do banheiro.
Suspirei. Me sentei novamente e coloquei meu cinto de segurança.
Eu adorava Bonnie. Mas quando estava sob efeito do álcool...
Foi só quando senti o impacto do avião com o chão que percebi, estávamos em solo Francês .
O jatinho deslizava rapidamente pela longa pista. E eu sentia a adrenalina. Eu adorava isso.
Por um momento o peso da coroa saiu da minha cabeça. Nada de realeza. Nada de Damon. Nada de casamento. Nada de viver minha vida pelo país. Eu era apenas uma garota normal. Era como uma garotinha que havia ganhado o brinquedo que tanto desejava.
Então o jato parou. A voz do piloto saiu pelo mega fone dizendo que as portas seriam abertas. Um segundo depois Caroline pulou do acento.
-Chegamos? - Ela perguntou arrumando seu vestido. Assenti com os olhos arregalados.
-Olha, Lena, estamos passando pela mesma situação. Se você descer, eu irei. -Ela disse com um sorriso amigável.
Soltei um suspiro. Eu poderia negar, dizer que ela tinha visto Klaus Mikaelson a um ano. E que eles haviam transado. Estávamos em situações bem diferentes. Mas preferi deixar quieto, eu sabia que ela detestava esse assunto. Ela detestava lembrar de suas fraquezas. E perder sua virgindade estava no topo de sua lista de fraquezas.
-Vamos.- Eu disse no momento em que Bonnie apareceu.
No momento em que sai do jato senti o ar Francês atingir meu rosto. Eu me senti muito bem. Desci as escadas rapidamente para sentir o solo Francês sob meus pés. Fechei os olhos e passei alguns segundos assim. Pensando.
Apesar de tudo, eu sentia falta da França. Por um longo período, aquele havia sido meu lar, minha fortaleza contra todos os perigos que me rondavam, as pessoas daquela corte não achavam que eu mandaria alguém para a forca apenas por sorrirem para mim, o que para uma rainha de 12 anos era incrível.
Até que Caroline me tirasse de meus devaneios.
-Vamos. - Ela disse me puxando para o carro que nos esperava para nos levar ao castelo ali perto.
A segui correndo o máximo que pude com meus saltos.
Entrei no carro, onde Bonnie e Caroline já estavam acomodadas, era tão estranho andar em um carro comum, normalmente eu uso Limos. Mas não me deixei afetar por isso. O castelo, mesmo longe estava à vista. E por mais que o motivo de eu estar ali me incomodasse, eu me sentia genuinamente feliz por estar de volta, afinal, aquele foi meu lar por três anos. Eu poderia dizer de qual cômodo eram todas aquelas janelas, se me perguntassem. O castelo não havia mudado nem um pouco.
O carro parou a certa distância, pude ver todos os funcionários do castelo se curvarem a mim, quando desci do carro, e quando estavam se levando, se abaixaram de novo ao ver Caroline.
Soaram às cornetas, e o Rei Giuseppe apareceu, com um manto pesado e sua coroa. De repente me senti muito pouco vestida para a ocasião.
Me curvei para lhe cumprimentar, pronunciando com respeito "Majestade", recebendo o mesmo tratamento do Rei.
-Aquele ali é o príncipe Damon? - Bonnie, que estava ao meu lado, perguntou.
Não. Tinha um garoto ao lado da rainha, mas com certeza não era o Damon. Eu poderei reconhecê-lo. O garoto que estava em minha frente tinha olhos verdes, Damon tem olhos azuis como o Oceano.
-Não, esse é Stefan. - Respondi simplesmente.
Como eu disse, eu o reconheci. Um Jovem de terno preto polido e uma gravata andava em passos largos para onde estávamos. Pude reparar seus músculos mesmo com o terno.Seu cabelo preto tampava um pouco de seus olhos, mas eu pude ver os olhos azuis oceânicos que me secavam, reparando cada detalhe, enquanto andava em minha direção, inevitavelmente, corei. Pude reparar seus músculos mesmo com o terno. Pode ver um sorriso de lado sarcástico.
Me senti extremamente orgulhosa por fazer essa análise em apenas quinze segundos. -- -Alteza. - Disse fazendo uma reverência.
-Majestade. - Ele disse com o mesmo sorriso irritante que ele tinha desde os nove anos.
Foi inevitável que eu revirasse os olhos, por ter que fazer uma reverência para aquele idiota, e também por me lembrar de que antigamente ele me chamava de "Majestade" para me provocar.
Bom, eu estava e volta à corte francesa.
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