Sinto um ardor em meus olhos, e minha respiração controlada. Abro meus olhos e percebo que estou na cama de um hospital.
Meus braços estavam com agulhas e eu usava um aparelho de respiração.
-Que bom que acordou - um homem entra na sala, deduzo que era um médico
-O que aconteceu? - digo me ajeitando na cama
-Bom, primeiramente eu sou o doutor Jackson e eu estou cuidando do seu caso. Sua casa foi destroida por um incêndio, Você foi atingida na cabeça por um destroço no momento da explosão, fez um corte, mas nada grave... - ele anotava em sua cardeneta- você está usando um aparelho de respiração por conta da fumaça tóxica que ispirou no incêndio, mas nada grave, por isso continuara na observação..
-E meu pai? Cadê ele?
-Bom, senhora Scofield, isso é um assunto que temos que conversar - o médico para de anotar em sua cardeneta e cruza os braços.
Não digo nada, só fico parada, encarando-o
-Seu pai foi encontrado logo depois de você, mas infelizmente ele já se encontrava sem vida...
Ele me encara, esperando alguma reação, mas não consigo processar a informação. Não consigo sentir meu corpo, não consigo me mexer
-E tem mais uma coisa que você precisa saber... A causa da morte de seu pai não foi causada pelo incêndio, e sim por um disparo de arma de fogo, os policiais estão investigando o caso. Meus sentimentos senhora. - ele assenti, mas eu ainda permaneço sem nenhuma reação.
Meu deus o que eu vou fazer agora? Sem mãe, sem pai, sem casa, sem ninguém, apenas eu, perdida no mundo. Eu mal superei a morte da minha mãe e logo em seguida a do meu pai? E quem havia matado-o? Já que ele morreu com um tiro e não pelo incêndio.
Meu corpo inteiro tremia, eu senti uma tontura, estava totalmente desnorteada. Sinto as lágrimas rolando em meu rosto e o desespero batendo na minha alma.
Começo a chorar descontroladamente, enquanto o doutor passava a mão suavemente en meus ombros, tentando me dar algum tipo de conforto, totalmente em vão...
-O enterro dele será hoje à noite, vamos te dar umas horas de alta, mas depois você irá voltar pra cá, pros seus pulmões se recuperarem totalmente. - ele passa a mão em minha cabeça e vai em direção à porta - o policial Mendes que está investigando o caso, vira conversar com você.
Ele sai do quarto e eu continuo ali, chorando, sem conseguir imaginar minha vida depois dali.
Fico alguns minutos ali, chorando, sem saber o que fazer. Ate que meus pensamentos são interrompidos por alguém que entra no quarto.
*Shawn p.o.v*
Naquela noite, tinha sido muito corrida, estava de plantão na delegacia quando nos avisam sobre um incêndio. Entro na viatura com o xerife e vamos para o local.
Chegando lá, era uma casa, estava completamente alastrada pelo fogo. Desço do carro quando escuto os bombeiros gritando: "uma vítima encontrada, preparem a ambulância"
O bombeiro sai de dentro da casa com uma garota no colo, ela estava desacordada, toda suja de poeira de incêndio, e sua cabeça estava sangrando. Eles a colocaram na ambulância e logo informaram que ela se encontrava com vida.
-alguma identificação? - pergunto
-Sim, Malia Scolfield - o enfermeiro da ambulância me disse enquanto Preparava os primeiros socorros na garota. Ela era branca, tinha cabelos castanhos claro quase loiros, mesmo com toda a sujeira, não pude deixar de reparar o quanto ela era bonita. Meus pensamentos são interrompidos quando escuto outro bombeiro saindo da casa gritando.
-"mais uma vitima encontrada"
Assim alguns bombeiros entraram na casa para ajudar na retirada.
A vítima já se encontrava sem vida, mas misteriosamente com ferimentos de arma de fogo.
- identificação? - pergunto enquanto dou uma olhada no corpo
- Jason Scolfield, pai da garota.
No dia seguinte, estou no hospital onde a garota foi internada. Havíamos investigado sobre a vida de Jason, viúvo a 3 anos, pai de Malia Scolfield, são de Miami mas moram no Canadá atualmente. Já teve passagem por tráfico de drogas, porém pagou fiança e saiu, provavelmente membro de alguma gangue, e precisávamos descobrir quem, e porque mataram-o
-Ja falei com a garota, ela está inconsolável, boa sorte pra falar com ela. - o médico que estava cuidando do caso de Malia me disse
Respirei fundo e estava tomando coragem pra ir falar com ela. Eu odiava o fato de parecer tão insensível, por ficar fazendo perguntas logo que a garota perde o pai. Na verdade era para o xerife estar fazendo isso, mas como sempre ele jogou a bomba nas minhas costas.
Tomei coragem e entrei no quarto.
*Malia p.o.v*
Um garoto, na verdade um policial, tinha aparentemente uns 18 ou 19 anos, era alto, pele branca e cabelos castanhos. Ele se sentou numa poltrona que havia ao lado da cama e pegou uma cardeneta.
-Eu sou o policial Mendes, estou investigando o caso, como você está? - ele me encarava, segurando sua caderneta.
-Como você acha? Acabei de descobrir que meu pai está morto, devo estar super feliz - digo irônica
-Desculpe. Meus sentimentos - ele abaixa a cabeça e logo volta a me encarar
Permaneço em silêncio, dou uma enxugada em minhas lágrimas e respiro fundo
-bem, eu tenho algumas perguntas à você. Não querendo parecer insensível - ele disse
Não respondi, e ele prosseguiu
- à quantos anos mora aqui no Canadá? E por que se mudou?
-3 anos, depois que minha mãe morreu, meu pai recebeu uma proposta de emprego e achou melhor nos mudarmos, pra ter quem sabe... Uma nova vida
Enquanto eu falava, o policial anotava tudo, e enquanto ele anotava, não pude deixar de reparar o quanto ele era jovem, atraente
- a causa da morte da sua mãe foi câncer, certo?
-isso - ele me olhava enquanto fazia as perguntas
-seu pai trabalhava no que?
-é... Ele, ele trabalhava num restaurante - menti, pois era o que meu pai mandava eu dizer sempre, então eu disse
- você por acaso, sabe se ele teve, ou tinha, envolvimento com alguma gangue?
-meu p..pai? Não... Com certeza não - dei uma gaguejada mas consegui falar
Meu pai sempre dizia, que em hipótese alguma eu deveria falar sobre seu trabalho nas gangues, que isso acabaria sendo perigoso até para mim
-mas, você sabe, que ele tem passagem na polícia por tráfico de drogas? - o policial pergunta, olhando fixamente em meus olhos
Fico sem saber o que dizer, eu sabia disso. Mas realmente não sabia o que dizer
-meu pai? - tento parecer surpresa - eu acho que não. Deve está havendo algum engano - minto
- então, Malia... Se não me disser o que sabe, vai ficar difícil da gente descobrir quem o matou - ele continuava a me encarar. Com um olhar desconfiado e ao mesmo tempo sutil
-eu juro, eu não sabia sobre essa passagem, eu disse tudo o que eu sei. - digo tentando parecer mais convincente possível
-tudo bem... Obrigada, e desculpe por incomodar - ele se levanta
-ok - digo
-eu vou estar aqui no hospital enquanto você tiver internada, vou estar no enterro do seu pai, caso precise, ou lembre, se tiver alguma coisa pra me dizer, é só pedir pra me chamar.
Assenti e ele sai do quarto.
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