História Rua 23 - Bruxas, Festas e Fogo.

— Rubs, Adivinha quem está namorando? 
    Emma chegou a aula de educação física atrasada. Estavam já todos correndo. Ela e Ruby se escondiam atrás da quadra para escaparem dos exercícios.

— Quem ?

— Advinhe!

— Pedro chato do terceiro ano? Achei que ele nunca iria namorar... As meninas correm dele.

Sentaram encostadas na parede, enquanto Emma tirava um pacote de salgadinhos da mochila.

— Que? Não! Vamos lá... é bem fácil.

— Eu conheço?

— Sim, muito bem aliás.

— Meu Deus, minha mãe arranjou outro namorado ? 
  
       Ruby quase engasgou ao pensar em tal possibilidade.

— Não! 
 

As sobrancelhas da loira quase grudaram em questionamento. A mãe de Ruby não tinha namorado fixo desde do pai da ruiva ir embora a dois anos atrás. Elas sempre contavam em números para não se perderem. Estavam no décimo terceiro.   -Ela arranjou?

— Não sei! você que está dizendo...

— Não rubys, vamos lá? É loira.

— A Kristen do primeiro ano ?

— Você a conhece bem ? 
Emma lhe perguntou com ironia.

— Claro que não, ela é toda esquisita com aqueles desenhos de monstros e... 
      Ironia que passou despercebida pela ruiva. Que agora fora interrompida brutalmente com uma cotovelada.

— Tá, tá! Não é ela.

— Aí que saco... Quem então? 
Massageava a área atingida com o rosto retorcido. Sabia que se reclamar seria pior.

— Eu!

— Mas isso não é novidade alguma.
     Revirou os olhos e encheu a boca de salgadinhos.

—Como assim ?

— Você e a Mills, eram novidade mês passado. 
   A cara de tédio estampada na face da ruiva era excepcional.

— Mas se eu a pedi em namoro ontem, é claro que é novidade! 

— Vocês já namoravam, só não tinha um pedido oficial querida...

— Mas... Você não quer ao menos saber como aconteceu o pedido?

A ruiva revirava sua mochila, enquanto sacudia os pés em nervoso. Procurava seu celular.

— Claro que quero. Depois de ligar pra minha mãe e saber dessa história de namorado novo que você anda falando.

— Eu não disse nada!

                         ~

— Regina Mills está namorando! 
  
    Zelena gritava alto enquanto pulava de uma lado para o outro no quarto de sua prima.

— Meu Deus zelena, minha mãe não absorveu bem ainda... então calma.

— Como assim?  Vocês andam por aí grudadas o tempo todo se beijando, eu mesma já planejo o casamento e ela ainda tá absorvendo?

— Ela não é moderna igual meu pai.

— Não é mordenismo, é... 
 Fora interrompida pela morena.

— Tá! mas não precisa ficar gritando.

— Eu não aguentei. Tantos detalhes e vocês são tão fofas, se não me chamarem para ser madrinha no casamento eu vou ficar com raiva para sempre. 
   Zelena cantarolava algumas palavras enquanto girava pelo quarto como em um filme. Um filme muito cliché.

—  A gente começou a namorar agora e você já pensa no casamento?

 - Alguém tem que pensar, já que vocês são lerdinhas.- Os olhos semicerrados de Regina diziam tudo. - Sem ofensas, é claro!

— Tudo bem, estou muito feliz para levar suas palavras a sério!

Regina deitou em sua cama folheando uma revista. Sua prima parecia estar eletrizada com alegria enorme, para sua felicidade as duas estavam. Era apoio mútuo. Felicidades completas.

— Pois deveria reconsiderar. Eu sou ótima com conselhos.

— Igual o conselho que me deu sobre os brinquedos? 

— Eu tinha 8 anos e você sempre foi mais madura que eu. Até terminou os estudos primeiro!

— Claro...  e todos os outros depois foram certos não é? 
 O tom de ironia na voz da morena era quase palpável

— Um ou outro como exceção.

— Zelena uma vez você me disse que seria ótimo eu gastar toda a minha mesada com chocolates que você estava vendendo para comprar sei lá o que... Eu tive alergia a todos eles!

— Graças a isso descobrimos o seu problema com amendoins. E alias, Amizade é amizade, negócios a parte.

— E minha saúde fica a onde ?

— Você está muito bem agora que sabe da alergia. De nada. 
Ironicamente Regina sorriu, provocando uma onda de revirar de olhos da ruiva. Fora uma tarde divertida.

               ~

Manhã de uma sexta feira, seria tão comum quanto as outras, se naquela pequena cidade as pessoas não levassem tão a sério o dia das bruxas. Tudo isso pois lá se prezava o título de cidade pequena e sobrenatural, com contos de terror assustadores para criançinhas e tudo mais.
     As ruas estavam enfeitadas e as pessoas também, fantasias e agitação. Na livraria só se podia ouvir o barulho lá fora.

— Eu amo o dia das bruxas.
      Emma entrou saltitante na loja, deu um pequeno beijo nos lábios de Regina e deixou suas coisas no seu típico lugar atrás do balcão.

— Você ama tudo relacionado a bruxas.

— Sim, já vi até uma fantasia estilo idade média.

— Vai ter festa ? 
    Regina olhou para os olhos azuis e sorriu.

— Na minha casa.

— Eu não fui convidada?

— Claro que foi! Convidada especial.

— E por que estou sabendo só agora ?

— Porque minha mãe só decidiu depois do almoço.

— É a fantasia? 

— Festa do dia das bruxas, tem que ser a fantasia!

  Regina pensou em seu guarda roupa e não tinha absolutamente nenhuma idéia de fantasia. Teria que recorrer a Zelena, teria que fechar a loja e ir correndo pra casa da ruiva, teria que elaborar maquiagem e o cabelo, não queria fazer feio pra nenhum Swan. Zelena agora era sua salvação. As lojas de fantasia agora só tinham as piores, ela sabia bem. Agradeceu por sua prima ser muito criativa.

         - Regi?

Emma Swan, jovem, loira, olhos azuis. Fascinantes olhos azuis esverdeados... Primeira e única a colocar um apelido em Regina, a única pessoa que a morena deixou. Zelena tentará algumas vezes, não conseguirá. Tinha alguma coisa em, agora Regi, que lhe dizia que Emma Swan seria a primeira e única em muitas coisas. 
       Olhou para aqueles brilhantes olhos azuis, um sorriso pequeno tomou seus lábios. Swan estava em frente ao balcão, possibilitando a Regina uma boa visão de seus olhos.

— Sim, Emm?  
  Frisou a última palavra.

— Você vai, né?  
    Foi em um tom leve, quase de súplica. Regina quis imediatamente embalar a loira em seus braços e beija-lá,  até seus lábios adormecerem.

— Não sei se tenho fantasia...

— Ah vamos lá, eu te empresto uma.

 Ótimo, Ótimo. Regina queria saltitar, não precisaria ficar devendo sua prima favores. Estava tudo certo.

— De bruxa? 
    Tentou segurar a alegria, mas seus olhos lhe entregaram. Aquele brilho... Emma suspirou com aquele brilho.

— Talvez de rainha feiticeira.

— O que é que quase a mesma coisam.

— Exceto que rainhas não se escondiam enquanto a igreja as perseguia.

— Isso só aconteceu com mulheres que não seguiam as regras que desde daquela época já tinham um pensando evoluído ao resto da raça humana, que questionavam o porque de não se poder fazer certas coisas, ou seja, liberais. Elas nem bruxas eram e você está misturando fatos históricos com ficção.

Emma a observava falar com as duas mãos apoiadas no queixo, debruçada no balcão. Os olhos quase não piscavam. A mente só trabalhava a imagem de Regina Mills. Tão interessante e linda, Regina Mills.

— Adoro o seu jeito inteligente de falar. Adoro o quanto você é inteligente.

 As bochechas vermelhas de Regina lhe tiraram a postura de " sabe tudo", agora sorria sem graça enquanto mexia em suas unhas. 
   Emma soltou o ar sorrindo quase silenciosamente, atravessou o balcão e se juntou a morena. Pegou sua mãos e a puxou para perto, beijo-lhe primeiro a bochecha esquerda, depois a direita. Abriu os lábios em um sorriso longo quando os olhos castanhos se ergueram, beijou-lhe os lábios em um estralo. Mills sorriu e lhe abraçou pelos ombros.

— Você vai a minha festa ?
   
    As bochechas coraram mais ainda quando pensou na resposta. Seus olhos brilharam ainda mais vividos.

— Só se me beijar. 
 
     Outro selinho foi dado nos lábios carnudos. Regina suspirou alto e se possível ficou mais próxima da loira. Seus narizes se tocavam com leveza, suas mãos leves nos ombros de sua namorada, a mão de sua namorada seguravam leves em sua cintura. O vento leve que se passava por elas, por a dona da livraria ter aberto algumas janelas. Era tudo muito leve... menos as respirações das duas.

E agora os olhos castanhos vividos admiravam o rosto mais bonito de sua existência em observar, queimavam tudo.

— Me beije de verdade.

 Emma só precisou puxar o ar que havia perdido. Seus lábios se tocaram com agilidade nos lábios vermelhos e carnudos da morena. A mãos na cintura antes leve, agora se tornou tenra, apertando Regina para si com ânsia, mãos em ombros foram para cabelos e nuca. E quem agora iria prestar atenção no vento? A boca de Regina era quente e seu corpo também. Emma sentirá só de lhe tocar a cintura, isso causava uma sensação de lar, como se a sua namorada fosse sua casa.
    A língua de morena em contato com a sua lhe mandava ondas que a faziam apertar o corpo da mesma ao seu cada vez mais.

  Um beijo de tirar o fôlego.

Regina mesmo, estava com o mínimo dos ares quando Emma encerrou o contato.

                 ~

Estava totalmente impecável quando Emma bateu em sua porta para busca-la. Sua roupa se resumia a um vestido preto com detalhes em vermelho vivido,  que lhe apertava a barriga com espartilho e uma saia longa e volumosa, usava saltos pretos impossíveis de serem vistos. Como Emma poderia ter um vestido desses, era a pergunta que rondava sua cabeça. O cabelo em um coque bem armado. No rosto uma maquiagem forte, delineando seus olhos e sua boca. 
         Quando a campainha anunciou a chegada de Emma, a morena não deu o tempo necessário ao seus pais chegarem a porta, ela mesma se jogou para frente e se pôs a correr. Com um fôlego só, abriu porta para sua namorada... Estava deslumbrante com um vestido igualmente longo, menos volumoso pois se parecia com o de uma camponesa.
        Incrivelmente linda e simples, o vestido era azul claro, os cabelos estavam em ondas levemente soltos, uma tiara lhe caia muito bem na cabeça, parecia rústica.
      Os olhos nem precisavam de maquiagem para se destacarem.

Os azuis piscavam lentos olhando Regina.

— Você está...
  Emma mal conseguia falar, a morena a sua frente estava encantadora, parecia-se realmente com uma rainha.

— Estou ? 
   
          - Está muito bonita, sua beleza faz jus à sua posição. Rainha!
      O sorriso da morena se encheu. Sua namorada a olhava de um jeito totalmente hipnótico e ela só sabia sorrir.
  
        A mãe de Regina apareceu logo atrás da filha, olhou para Emma e deu um pequeno aceno.

— Voltam que horas? 

— Como assim ? 
        A morena se virou para sua mãe, olhou confusa. Nunca teve horário para chegar em casa, havia uma regra sobre confiança que seu pai sempre pregava.

— Que horas você vai chegar ? 
  Cora parecia meio nervosa enquanto falava, olhou para a mão da garota a sua frente que discretamente segurava a de sua filha. Era  muito estranho na sua cabeça. 
 
      Na sua cabeça Regina namoraria um homem.

 O pai da morena acompanhava a conversa da sala, ao longe, sem parecer controlador. Mas já viu que deveria interferir, sua esposa às vezes era pouco formidável.
     Olhou por cima do aparador, o olhar de sua filha para sua esposa lhe dizia que haveria briga se naquele momento ele não interferisse. 
   Da sala mesmo ele gritou. 
— A confiança é o combustível do respeito e amor... Repitam!

 Mãe e filha reviraram os olhos chocolates. 
   
      Swan pensou que essa frase deveria ser repetida incansavelmente. O tédio era visivel no rostos das duas gerações de Mills.

Em uníssono as duas repetiram.

                            ~

 O engraçado era que um tio de Swan dirigia. Ruby estava no banco do passageiro, Emma e Regina no banco de trás.
     Cruzavam a cidade com fantasias e o tio de Emma era idêntico ao pai de Emma. A morena até o confundirá na hora que entrou no carro, sua namorada falou que era o gêmeo de seu pai. Realmente a semelhança era enorme.

— Ele é o gêmeo com defeito. O que não presta!
   Ruby falou com chacota, os olhos azuis de James rolaram na órbita.

— Cala a boca, pirralha!

— É verdade! Ninguém o aguenta por mais de cinco dias. 
         Ruby se virou e olhou para Regina piscando. A morena pensou que a garota de mexas ruivas era a copia mais desinibida de Zelena. Elas se dariam bem. - Pode perguntar a todas as 130 namoradas.

— Desçam do carro! Odeio ser babá... 
   James queria se fazer de sério. Mas sorria com os olhos. 
                             ~

A casa da familia Swan estava realmente no clima. Tudo estava decorado e luzes piscavam. Muitas bruxas. Muitas.
  Logo que chegaram Emma lhe apresentou para todos os parentes possíveis, eram muitos. Entre conversas e danças animadas, Mills fora tão elogiada que o "obrigada" saia instantaneamente. 
      A loira sorria ao seu lado, parecia tão repleta de felicidade. Todos sabiam que aquele linda majestade era sua namorada. Segurava em sua mão e lhe dava selinhos enquanto dançavam. Todos percebiam.

Emma Swan estava totalmente apaixonada.

  A rainha que lhe acompanhava tinha o mesmo olhar.

Reciprocidade.
   A festa estava ótima!

— Você está tão linda Emma... Se parece mais com um anjo do que com uma bruxa. 
       A música era lenta agora, alguma coisa antiga. Regina tinha parado de se questionar sobre as músicas não terem nada a ver com o tema da festa quando na mesma havia tocado música atual, atual como Beyoncé. Bom, ela também nunca havia ido a uma festa com tantas pessoas. 
       Esqueceu-se de pensar quando os lábios finos de Emma Swan abriram em um sorriso brilhante como o sol. O sol morava em Emma Swan. 
 
      Emma Swan era o sol. 
 
   E iluminava cada canto de Regina, que se sentia invadida e quente. Os raios fortes lhe penetrava o coração, e sua pulsação era rápida. Sua respiração lhe entregava. Toda vez que sua loira lhe sorria, era como um choque. Parecia que seu coração estava ligado a fios a duzentos e vinte.  Acelerado.

— Você não pode me dizer essas coisas quando estou olhando em seus olhos e a música e lenta o suficiente para me fazer flutuar. 
    Regina lhe abraçou mais, a cabeça repousava no ombro branco da loira, sua boca alcançou o ouvido esquerdo de sua namorada.

— Posso lhe dizer isso sem você me olhar então, mas, não posso fazer nada sobre a música...

  A loira lhe beijou o pescoço exposto, olhou para os braços da morena logo acima de sua cintura apoiados nos seus. Típica posição de dança. Só que os pelos pareciam estar de pé, deu mais outro beijo no pescoço, outro junto a mandíbula, outro entre o lóbulo da orelha e a pele de sua bochecha.
 

— Você está quente...
 
Sim, Mills estava mesmo quente, os beijos de Emma exalavam quentura no corpo moreno, tão frágil e receptivo a qualquer toque da loira.
 
A dança nunca parará e as mãos de Regina subiram para os ombros de sua namorada. Esquerdo e direto, se afastou um pouco ainda no abraço e no embalo da dança. Olhou nos olhos azuis e se perdeu. 
    O universo era azul esverdeado, em sua opinião. Estrelas eram brilhos azuis cintilantes, todas as constelações formavam uma única imagem: olhos azuis de Emma Swan.

— Esse vestido é muito está me atrapalhando...

— Quer trocar ?

— Você tem outro ?

— Não se for fantasia...

— Pode ser um normal.

— OK...

—OK...
 

Emma jogou em cima da cama três vestidos, os únicos que tinha. Um rosa que sua mãe lhe deu de presente no natal, rodado e justo no busto. Outro azul petróleo quase do mesmo modelo e um preto que era justo, do início ao fim. Não justo, vulgar. Se parecia com uma saia lápis. Só que em formato de vestido. 
    
— Qual você quer ? Eu tenho calças se preferir...e blusas... e... enfim.
   Emma estava nervosa, o modo que os olhos chocolates estavam a olhando agora era estranhamente intenso. Parecia que Regina estava olhando seu corpo todo, mesmo coberto por seu vestido de simples camponesa. Regina a despia com os olhos. E estranhamente Swan gostou. Mas parecia que gostar não era o suficiente para a deixar menos nervosa. Seu corpo todo tremeu quando Regina chegou perto para pegar o vestido sobre a cama. 
   Como o esperado o vestido preto estava em sua mãos.
      Ela ainda não havia tirado os olhos grandes de cima de Emma, olhos que quase não piscavam, parecia que aquela cabeça meio tombada pro lado olhando tão implacavelmente quente para Emma, estava pensando muito. 
       A loira não contou mas pareceu minutos até Regina " acordar", olhar o vestido e olhar novamente para Emma. 
    Então ela desfez o cabelo que estava tão bem penteado. Olhou para a porta aberta e andou até ela para fecha-la. Trancou. O som antes alto agora era abafado no quarto de Swan.
      Voltou ao meio do quarto de frente para sua loira, olhou para o vestido preto em sua mão mais uma vez e suspirou.

— A última festa que seus pais deram durou quantas horas? 
    Os olhos ainda estavam quentes em Emma. Fervendo em sua pele.

— Não sei muito bem... eu... Eu dormi às 5...6 da manhã.  Eu não sei... eles continuaram.- Sua respiração a denunciava, estava ofegante e gaguejava. Regina teve certeza, agora, nesse momento, que o que se passava na cabeça de Swan era o mesmo que se passava na sua. - Por quê?

    Regina apenas lhe sorriu, meio sorriso. Colocou o vestido preto sobre a cama e lentamente... Lentamente desatou o nó do espartilho. O vestido ao contrário do que se imagina era bem fácil de se tirar, o espartilho logo cairá ao chão. 
      O coração de Emma parou, no instante que viu e sentiu que sua cabeça não imaginava, que aquilo. Aquela, sua namorada, estava a sua frente se despindo, na sua frente. Parou. E quando voltou a bater, parecia-se mais com metralhadora.
  

As mãos de Regina repousas nos ombros agora, delicadamente puxava as mangas do vestido para baixo. Olhando para Emma, sua pele ardendo em puro êxtase por ter certeza absoluta que era o momento. Era a pessoa certa, era o dia certo. O lugar certo. 
        Emma era a certeza. O sol que lhe dava luz, as estrelas que lhe davam noção do espaço, mas que também lhe tirava. Era sua loira que com toques lhe esquentava a pele. Sua namorada e princesa. Estava certa disso.

Seu coração estava.

Ele pulsava por Emma Swan.

   Quando o vestido começou a deslizar e se prendeu no sutiã de Regina, ela lhe puxou com mais força para baixo. Com esse movimento a loira acordou do transe momentâneo que estava vivendo ao olhar sua namorada. Se virou de costas assim que o vestido caio aos pés da morena. 
     Seu cérebro fritou. Não conseguia pensar mais nada além de " Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto". Repetia como um mantra enquanto sua mãos estavam fechadas em punhos rente ao seu corpo que formigava. Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto. 
        Uma pressão se fez no meio de suas pernas. Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto. 
       Um calor veio da ponta de seus pés até a sua cabeça. Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto. 
       As batidas de seu coração eram quase impossíveis de serem determinadas. Regina está só de calcinha e sutiã no meu....

— Vire Emma...

 Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto. Eu não consigo respirar com Regina semi nua no meu quarto.

— Olhe para mim Emma...
 
   Regina está só de calcinha e sutiã no meu quarto. 
   Ouviu os passos e se possível ficou mais imóvel ainda. Regina lhe tocou os ombros e pediu para que Emma se virasse quase que sussurrando próxima aos ouvidos da loira.
 
   Eu não consigo me mexer com Regina me tocando semi nua no meu quarto. Tão próxima!

— Olhe para mim... Por favor.

    Emma se virou. Se virou e viu sua namorada semi nua. 
    O seu coração tropeçou e ela olhou desde dos pés ainda calçados, passando pelas pernas grossas, calcinha rendada e fina, barriga lisinha, seios fartos preenchendo o sutiã apertado. Chegou aos olhos castanhos e viu labaredas. Fogo. Puro e primitivo.

Seu corpo lhe mandou e ela obedeceu.
    
    Emma se aproximou de Regina. E o beijo não poderia ser mais intenso.