1. Spirit Fanfics >
  2. Rubber Soul - A McLennon History >
  3. De olho no furacão.

História Rubber Soul - A McLennon History - De olho no furacão.


Escrita por: corleonecyn

Capítulo 4 - De olho no furacão.


Cyn olhava preocupada para John, que por sua vez sentia seus olhos preciosos percorrerem seu rosto. Era visível que ainda sentia amor por aquele homem que a machucou de muitas formas, mas que parecia um gatinho aninhado em seu colo.

- O que aconteceu, John? Por que não se senta e me conta toda a história.

- Sei que já te machuquei de muitas formas, Cynthia. E me arrependo. Não quero te machucar mais ainda. 

Cynthia bufou.

- Você já me machucou muito, John. Acho meio impossível me quebrar mais ainda.

John respirou fundo. Lembrou de quando Cynthia sentou-se á sua frente na faculdade, era a primeira lembrança que ele tinha de sua primeira esposa. Seu sorriso doce e seu olhar envergonhado no pátio na hora do intervalo. Lembrou de quando ela apareceu com um loiro chocante e o lembrou de Brigitte Bardot. De quando seus dias eram só ela e um maço de cigarros. De quando Paul era seu amante secreto e não havia nenhuma Jane Asher para por em risco seu relacionamento secreto. 

- Paul e eu somos amantes.

- Como?!

- Ou éramos... Não sei mais...

Cyn levou uns minutos para se recuperar do baque. 

- Desde quando? 

- Desde sempre, Cyn. Desde um pouco antes de Hamburgo. 

- Yoko sabe disso?

- Se ela sabe, eu não sei. Sei que eu não contei. 

Cyn acenou com a cabeça por alguns segundos, segundos demais, como quem processasse uma informação nova numa máquina. Respirou e disse: 

- Bom, John, se quiser passar a noite aqui fique á vontade. 

- Que barulho todo é esse? - Um Julian descia as escadas coçando os olhinhos com sono - Mamãe, tenho medo de trovão. 

- Julian, papai está aqui. 

- Oi, papai. - Julian disse, sem dar muita importância. - Mamãe, posso dormir com você?

- Oi, meu querido! - John disse, tentando ter um tom de calmaria.

- Pode, querido, já estou indo para a cama. - Cyn respondeu.

- Tudo bem. Boa noite, papai.

- Pode dormir no quarto de hóspedes, se quiser, John. Vou subir. Boa noite.

- Boa noite, Cyn.

John a observou subir as escadas. Aquela mulher o havia mudado tanto que ela não fazia ideia. Ele a evitou durante seis anos de casório e agora ela sofria calada. Mas ele a amou de um jeito incrível e que nem ele próprio se deu conta de que a amava até aquele momento em que a observou subir as escadas.  Se deu conta de que a amava porque sentiu falta dela e sabia que sentia falta só de quem amava. Lembrou do ciúme doentio que sentia por ela cada vez que ouvia alguém dizer que ela era linda e o medo que tinha de que alguém a tomasse dele. Agora estava sentindo-se culpado pelo casamento com Cyn. Que ótimo. era tudo o que ele precisava.

Subiu até o quarto de hóspedes e procurou algo que pudesse escrever e achou um papel de desenho, que devia ser de Julian, e um toquinho de lápis. Pensou em Cyn. E escreveu uma música. Uma música para Cyn, por se sentir culpado. Uma música que só lançaria dois anos depois. Achou outro papel e transcreveu a letra. Guardou no bolso e deixou a primeira versão para Cyn na mesa da cozinha. 

Cyn,

Obrigado por me receber. Foi uma honra te ver de novo. Você está mais linda do que nunca.

Sempre vou te amar. Desculpe.

Diga á Julian que eu o amo.

Até algum dia. 

J.

Quando Cyn abriu o papel, na manhã seguinte, John já não estava mais lá. Mas quando leu a letra da canção que ele havia escrito era como se sentisse seus braços á sua volta e seus beijos em sua bochecha, como quem lhe pede desculpa.

Seus olhos não seguraram as lágrimas ao ler a música. Uma música que se tornaria símbolo de muitos pedidos de desculpa ao longo das décadas.

Jealous Guy, uma música de John Lennon.

 

 

John vagou pela noite até achar um táxi. Ele foi até um hotel e pediu um quarto simples e discrição. Não queria ser incomodado.

- O Sr. McCarney está nesse hotel, Sr. Lennon. Algumas pessoas da imprensa já sabem desta informação. - Disse o recepcionista

- Então que a imprensa não saiba que eu estou aqui também. Informe ao seu gerente. 

O homem sorriu e fez que sim com a cabeça.  

John estava exausto. Enfiou-se em um banho quente e depois foi para a cama com o roupão do hotel. Fechou os olhos bem firmes. A cabeça rodava. Tudo rodava. 

Ele ouviu batidas desesperadas na porta e sabia que era Paul. Por um momento não quis atender, mas depois levantou-se de um salto e abriu a porta. Um Paul desesperado entrou e fechou a porta em um segundo. John fechou as persianas e cortinas. Paul colou um adesivo preto no olho mágico e os dois arrastaram uma cômoda para frente da porta.

Eles se beijaram loucamente e se atracaram na cama fazendo amor. E era tudo que John queria. Aliviar sua dor constante nos braços do homem que amava. 

E sua mente voltou á Liverpool... Na fatídica noite pós-mortem de sua mãe.

 

 

 

 


Notas Finais


Espero que gostem.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...