1. Spirit Fanfics >
  2. Runaway >
  3. Nova perspectiva.

História Runaway - Nova perspectiva.


Escrita por: maybelikeastar

Notas do Autor


OIOIOIOIOIOI

FALTANDO 3 DIAS PARA COMPLETAR DOIS MESES SEM POSTAR, CÁ ESTOU EU? SIM!

Me desculpem, sério. Eu perdi a noção do tempo. Como diz uma amiga minha, de uma forma muito sarcástica, me dando uma bronca e tentando me imitar: "ai, eu tava com bloqueio".

Aí eu escrevi. Acreditem, nesses dois meses eu escrevi um capítulo. UM.

Então sim, vai demorar para sair o próximo aceitem.

Quero agradecer a Isa — que não vai ler isso, provavelmente — ppr me dar uma bronca e a Bianca — sempre né, dãr — por me dar umas ideias para continuar Runaway.

Enfim, obrigada por me esperarem. Tô muito feliz. Prometo tentar não demorar tanto para soltar o próximo.

Obs: se encontrarem algum erro, me avisem, não revisei porque tô com dor de cabeça.

BOA LEITURA!

Capítulo 24 - Nova perspectiva.


P.O.V Tink

Andava pelas ruas de São Paulo sozinha. Sarah e Pedro estavam na casa do garoto, eu estava lá até que disse que precisava de um pouco de ar — o que incomodou Sarah, pois ela veio me ver depois de quase um mês.

Tentava esfriar a cabeça e não pensar em Rafael. Nem na Flavia. Nem na forma que o Pedro ficava lindo quando estava vermelho.

A questão é que eu não sabia o que sentir. Era um misto maluco de sentimentos que eu não sabia descrever. Eu amava Rafael. Eu amava Flavia. Eu amava todos os meus amigos. Era errado querer algo em troca por isso?

Eu só queria um amor tão forte quanto o meu por eles. Eu disse isso para Pedro. Ele falou que me amava muito, e parecia ser verdade. Eu acreditei.

Agora não conseguia tirar a imagem dele falando isso da minha cabeça. A forma como suas bochechas estavam avermelhadas, a forma como sua franja loira caía sobre seus olhos, o quanto o carinho de sua mão em meu rosto me fazia querer sorrir eternamente.

Não era igual ao que Rafael me fazia sentir, mas eu imaginava que estava cada vez mais próxima daquilo. Cada vez mais próxima do meu objetivo quando fugi: encontrar algo como o que Rafael me proporcionava.

Com Pedro e Sarah, o sentimento era quase aquele. Era maravilhoso ficar com eles.

Queria me livrar de tudo que sentia pelo Rafael. Queria não ser tão idiota ao ponto de me apaixonar pelo meu melhor amigo de anos que tinha uma namorada.

Era o clichê que eu mais odiava.

O pior de tudo era que a minha vida sempre foi uma farsa e eu nunca admiti. Eu nunca deixei de gostar do Rafael, apenas ocultei. Eu nunca quis fugir, apenas menti. Eu nunca quis ser duas pessoas — a Tink e a Elena —, apenas aconteceu. Eu nunca quis vir para São Paulo e parar de falar com o Rafael, mas disse para todos o contrário.

Acho que acabei insistindo tanto nessas coisas, que convenci à mim mesma de que era verdade. Acabei acreditando em todas aquelas mentiras idiotas.

Eu estava me sentindo um ser humano horrível. Eu estava me sentindo a pior mentira do mundo, daquelas que você odeia que te contem. Eu estava me sentindo a pior pessoa do mundo.

Tinha vontade de gritar, chorar e socar tudo e todos que cruzassem meu caminho. Queria me afastar de todos para simplesmente tirar aquela mentira da vida deles.

Mas, se eu fizesse aquilo, estaria mentindo para mim mesma.

[...]

— Não gosto de te ver desse jeito. — Sarah disse entrando no quarto de Pedro.

— Como? Normal? — respondi.

— Não. Para baixo, triste e chorando pelos cantos. Acha que eu não percebo, Elena? 'Tá literalmente estampado na sua cara.

— Para com isso, Sarah.

— Não! — gritou — Para com isso você! Chega de ficar dessa forma por causa da sua paixãozinha idiota. Bola para frente.

— Como sabe?

— Acha que sou algum tipo de idiota? Você é minha melhor amiga. Fico triste por você nunca ter me contado, mas sempre percebi, mesmo quando vocês ainda nem tinham se encontrado. Só pela forma que você falava dele já era perceptível, Tink.

— Eu não estou assim por causa disso. Não tem nada a ver.

— Ah não? — disse irônica — Não saiu de Carazinho por causa da briga de vocês?

— Sim, oras.

— E vocês não brigaram por ele ter quase te beijado e depois ter ignorado você?

— Fala baixo ou cala a boca, Sarah. Não quero que o Pedro saiba disso. Não é essa a versão da história que ele conhece.

— Que seja. Não foi por isso?

— Não exatamente. Ele não "quase me beijou".

— Acho que quase fazer contato entre duas bocas é quase beijar.

— Não quero que diga isso, ele tem namorada e eu não quero causar um término.

— Mas é a verdade. A culpa não é sua se ele fez isso, Tink.

— Quase fez. — corrigi.

— Tanto faz.

— Rafael não tem nem noção disso, Sarah. Era uma festa e ele estava transtornado de tanto beber. Ele tinha brigado com a Flavia no dia e afundou as mágoas na bebida. E então tudo aconteceu. Ele não se lembra de nada.

— Tem certeza?

— Sim. E depois ele me ignorou porque eu simplesmente estava estranha com ele e não dizia o porquê. Quando eu tentei procurá-lo, ele ainda insistiu em me ignorar. E eu não podia conviver com o fato de que a minha paixãozinha havia quase me beijado, não lembrava de nada e estava me ignorando. Por isso fui embora.

— Mas eu lembro de você ter me falado que ele achava que você estava indo embora por "aquilo". O que era isso? Ele descobriu o beijo? Quer dizer, o quase-beijo.

— Não. Ele apenas tinha a sensação de que tinha feito algo errado na festa em que fomos, pois eu estava estranha. Chamamos qualquer coisa que tenha acontecido lá de "aquilo", porque eu disse que era melhor não falarmos sobre os acontecimentos da festa.

— E o que você disse quando ele mencionou "aquilo"?

— Que não era esse o motivo. Disse que era pela forma que ele me tratou depois, quando me ignorou.

— Ah.

— Eu só queria saber qual foi a versão que ele contou para a Sayuri. Ele vai dizer o que? Que fez algo errado em uma festa porque tava bêbado por causa da briga deles e por isso eu fiquei estranha, ele me ignorou e eu fui embora? Não vai ser legal.

— Nem ele tem certeza do que aconteceu, acho que não vai dizer nada.

— Assim espero. Também espero que ele nunca lembre de nada. Tenho que guardar isso para mim. Meu único medo é enlouquecer com esse segredo e essa culpa.

P.O.V Rafael Lange

— O que está fazendo aqui? — Sasa perguntou entrando com raiva em meu apartamento. Ela jogou a bolsa no sofá recém-comprado e cruzou os braços.

— Eu moro aqui, Flavia. — respondi sério, bebendo um gole do meu café.

— Achei que tinha ido ver a Tink, Rafael. — retrucou.

— Sarah me ligou e pediu para eu não ir. Ela disse que a Tink ainda não está recuperada da noite anterior e que ela passou mal o dia inteiro. — sentei no sofá e ela sentou ao meu lado.

— E por que não foi? Ela estava mal, talvez precisasse de você.

— Acha que não tentei? Perguntei se podia ajudar e Sarah falou desesperadamente que não. Acho que foi tudo combinado porque a Elena não queria me ver mesmo.

— Não acho. — resmungou — Quando o pessoal chega? Acho que eles podem ajudar a gente com isso.

— Talvez o Felps, ele é o mais sensato de todos nós, e o mais calmo também. Ele foi o único que ela escutou.

— Ele e o Pedro.

— Ah sim, o Pedro. — resmunguei contrariado.

— Ele não vai pegar seu lugar de melhor amigo, se é esse o motivo de você estar se sentindo ameaçado.

— Pedro não é uma ameaça, amor. De onde tirou isso? — perguntei arqueando uma sobrancelha.

— Você não me engana, querido. — me deu um beijo e saiu andando.

P.O.V Tink

— Preciso de você. — escutei a voz de Rafael dizer entre soluços.

— O que aconteceu? — perguntei já me preparando para sair de casa.

— Sasa e eu brigamos feio. Ela não me atende mais, nem responde minhas mensagens. Ela terminou comigo. Por que ela fez isso, Elena? Eu a amo. Eu amo a Flavia. — ele começou a soluçar mais alto.

— Calma, Rafa. — peguei minha chave e meu moletom e saí correndo — Estou indo aí, me espera.

Agradeci por a casa de Rafael ser perto da minha. Toquei a campainha e esperei ele abrir, inquieta, andando de um lado para o outro.

Quando Lange apareceu na minha frente com o rosto vermelho e encharcado, algo dentro de mim se quebrou. Joguei meu corpo contra o dele e o abracei, fiquei na ponta do pé para ele poder apoiar a cabeça no meu ombro.

— Parece que eu 'tô revivendo aquele dia. — falei para ele, me referindo a quando eu estava sofrendo pelo Gustavo e essa cena aconteceu, mas com os papéis trocados.

— Sim, só que hoje eu sou a mocinha em perigo.

[...]

— Tem certeza que quer fazer isso? — perguntei.

— Sim Tink, tenho que tirar isso da cabeça.

— Eu te dou esse conselho do fundo do meu coração: não vai. Eu tô sentindo que não vai dar em coisa boa.

— Desculpa aí, Mãe Dináh.

— Para de graça, Rafael.

— Eu não acho que vai dar algo errado. Prometo não beber muito.

— Você praticamente não bebe, Lange. Quando raramente acontece, você fica fora de si.

— Blá blá blá. — imitou uma boca abrindo e fechando com a mão.

— Tá bom, Rafael. Faz o que você quiser então.

— Vai comigo. Assim, se eu fizer merda, você me salva.

— Não sei. Não gosto de ir nesses lugares.

— É só uma festinha. Vamos, por favor.

— Eu não posso te resgatar de todas as suas merdas.

— Você sempre me salva, sabe disso.

— Porque eu sou trouxa. — conclui.

— A gente passa na sua casa e você põe uma roupa que deixe as pessoas querendo te dar uns beijinhos, vem.

— Vai tomar no teu cu.

— Você tem que arranjar alguém. Não quero que a minha melhor amiga viva solteira e com cinquenta gatos durante o resto da vida.

— Ah, cala a boca. — murmurei.

[...]

Peguei o copo de refrigerante sobre a mesa e tomei um gole. Procurei com os olhos o Rafael na pista de dança. Não demorei muito para encontrar.

Era difícil, para as outras pessoas, perceberem que ele era o tal Cellbit no meio daquela multidão. Ele parecia alguém normal. Alguém lindamente normal.

As garotas sempre o rodiavam por causa dos olhos azuis, o cabelo loiro, a altura razoável. Era tudo um ponto positivo. Ainda tinham aquelas que realmente o reconheciam.

Agora, ele dançava com uma garota com longos cabelos castanhos. Ela só se balançava perto dele. Sem muita ousadia, não parecia que ela queria algo com ele. Parecia que ela só queria diversão.

Conferi a hora no relógio, já passava da uma hora da manhã.

Levantei-me da cadeira e me espremi entre todas aquelas pessoas suadas e que não paravam de gritar, até chegar em Rafael.

Segurei seu braço atraindo seu olhar e o da garota.

— Com licença. — gritei e ela assentiu sorrindo.

Puxei o garoto comigo até a mesa e o sentei na cadeira livre.

— Vamos embora, Rafa.

— Não. A festa só começou. — disse e gritou em seguida, mas ninguém em volta pareceu reparar.

— Rafael, você tem que ver se a Sasa não te mandou uma mensagem ou algo do tipo.

— Sasa... — ele sussurrou como se uma parte da mente dele tivesse se iluminado — 'Meh, ela nem liga mais para mim. Ela terminou comigo.

— Para com isso. Vamos embora.

— Não.

— Rafael Lange, eu não tô brincando.

— Nem eu.

Ambos ficamos em silêncio. Rafael ficava me encarando e eu fiz o mesmo como uma forma de desafiá-lo.

Foi quando eu percebi que ele estava próximo demais. E depois ainda mais. E a proximidade só aumentava.

Seu rosto estava a centímetros do meu. E ele ia me beijar, claro que ia. E eu ia amar. Mas não podia. Era errado. Ele estava bêbado, seria como me aproveitar dele. Só ia me trazer mais problemas.

Coloquei as mãos em seus ombros e o impedi de continuar se aproximando. Seu rosto ainda estava próximo ao meu, mas ele não faria mais nada.

— Vamos embora. — sussurrei e me levantei sem esperar qualquer resposta.

[...]

Coloquei o capuz do moletom na cabeça tentando me esquivar do frio repentino de São Paulo.

As ruas estavam barulhentas; eu estava cansada de todo aquele barulho, cansada de toda aquela bagunça. A pior bagunça de todas era a que existia dentro de mim naquele momento.

Respirei fundo e sequei as malditas lágrimas que ainda caíam de meus olhos. Um sorriso fraco preenchia meu rosto, fazendo as pessoas que passavam por mim acharem que eu estava chorando de felicidade ou algo do tipo. Mas não. Eu definitivamente não estava.

O sorriso não desaparecia porque parte de mim ria do meu próprio sofrimento. Ria da forma em que eu compliquei tudo.

Durante a minha adolescência toda, segurei Rafael o mais forte possível e então o deixei escapar pelo meio dos meus dedos. Não que eu achasse que realmente fosse conquistá-lo e seríamos felizes para sempre, nada disso. Na verdade, por mais apaixonada que eu fosse, eu nunca pensava nessa ideia. Era mais como se eu gostasse daquela "rotina", do fato de que eu o amava com algo a mais e ele não percebia. Como se aquilo deixasse com que eu dormisse tranquila.

Saber daquilo era quase como uma certeza de que o mundo não tinha girado mais que o normal e ficado louco.

Entrei na lanchonete com um toque meio retrô e escutei um sino tocar. Aquele lugar era maravilhoso. As cadeiras eram todas alcochoadas e vermelhas. Lá tinha até uma jukebox e diversas fotos e notícias antigas espalhadas por todo lugar. A logo do restaurante estava na parte de dentro também e brilhava com luzes neons. As portas tinham uma janela redonda e todos se vestiam como se estivessem nos anos oitenta.

Sorri quando senti o cheiro da comida e corri os olhos por todo o lugar. Encontrei Pedro sentado em uma das mesas, me olhando com um grande sorriso no rosto. Caminhei até ele enquanto tirava o capuz, já que o local barrava o frio.

— Esse nariz vermelho é por causa do frio ou você andou chorando? — ele perguntou assim que eu sentei.

— Você sabe a resposta, Pedro. — falei pegando o cardápio. Ele balançou os ombros.

— Infelizmente sei. — murmurou — Já sabe o que vai pedir?

Levantei o olhar até ele. Seus olhos castanhos acompanhavam os meus. Seu cabelo estava bagunçado e suas bochechas, mais uma incontável vez, vermelhas. Ele estava excepcionalmente lindo aquela noite.

— Sei. — falei enfim e suspirei.

[...]

Estávamos voltando para o apartamento dele dividindo os fones de ouvido, mas, de repente, ele achou que seria uma boa ideia nos sentarmos no banco de uma praça em que passamos. Eu não contestei, apenas fui.

Olhei para o céu para observá-lo. A quantidade de estrelas era pouca, nem se comparava ao céu de Carazinho.

Sentia o olhar de Pedro queimar em mim. Virei-me para ele e sorri. Ele sorriu de volta.

Tentei desviar o olhar, mas não consegui. Pedro pareceu se sentir igual.

Can we fast-forward to go down on me? (Nós podemos ir logo ao que interessa?)

Os olhos de Pedro brilhavam com as luzes dos postes e das poucas estrelas refletindo neles. Ele piscava em um intervalo de cinco a sete segundos — depois dessa conclusão, eu percebi que estava prestando atenção demais nos pequenos detalhes.

Stop there and let me correct it (Espere um pouco me deixe corrigir isto)

Percebi que Pedro era o oposto do Rafael apesar de algumas semelhanças aqui e ali. Ele era mais atencioso e tinha um olhar mais raso.

I wanna live a life from a new perspective (Eu quero viver a vida de uma nova perspectiva)

Talvez eu devesse parar de pensar no Rafael. Talvez eu devesse focar no garoto que estava bem a minha frente.

You come along because I love your face (Você veio junto porque eu amo seu rosto)

And I'll admire your expensive taste (E eu irei admirar seu gosto refinado)

Ele estava ainda mais vermelho que o normal, e mais próximo também. Cada vez mais.

And who cares divine intervention (E quem liga para intervenção divina)

I wanna be praised from a new perspective (Eu quero ser elogiado de uma nova perspectiva)

Seu rosto estava a centímetros do meu. Ele soltou um longo suspiro e colocou a mão na minha nuca, puxando-me para perto, mas apenas colando nossas testas.

— Você é tão linda, Elena. Não só fisicamente.

— Pedro... — consegui sussurrar.

— Não diz nada. — pediu — Não consegue ver que ele não te merece?

Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, antes que eu pudesse responder ou perguntar como até ele sabia, eu percebi o que estava acontecendo.

Pedro estava me beijando.

But leaving now would be a good idea (Mas partir agora seria uma boa ideia)

So catch me up on getting out of here (Então me acompanhe para cair fora daqui)


Notas Finais


É ISSO! Não me matem!

O capítulo ia acabar na lembrança com o Rafa, mas eu pensei: tá faltando um tchan nessa porrinha, então acrescentei de última hora.

Gostaram?

A música citada é New Perspective do Panic! At The Disco. Amo/sou. [Não vou colocar link porque tô com preguiça, sim sim sim]

Se tiver gostado, ficarei feliz em receber seu comentário me informando sobre isso e seu favorito caso seja novo por aqui.

Enfim, um beijo, um queijo e até o próximo capítulo.

FUI!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...