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História Running With The Wolves - 7: Don't Blame Me


Escrita por: greedy4newtmas

Notas do Autor


OI MENINAS E MENINOS TAMBÉM TUTU POM?
Eu voltei!!!!!
E gente vamos esclarecer tudo:
1- Eu demorei esse tempo todo pq tava com um bloqueio enorme pra escrever esse capítulo.
2- As coisas na escola ficaram um pouco mais pesadinhas, já que é o último bimestre e esse mês é cheio de feriado.
3- Eu sinto muito por demorar tanto, é sério. Só Deus sabe como foi angustiante não conseguir escrever quase nada.
4- Obrigados por todas as favs: Sejam Bem-vindoS♡♡♡♡♡♡♡♡
Menos jazz que já me conhece.

EH ISTO GALERX... Espero que gostem do cap.
Xoxo
Me

Capítulo 8 - 7: Don't Blame Me


A energia ainda não voltou. Os vidros ainda estão quebrados. Minha respiração ainda está alterada. Eu não consigo chorar, é tudo o que eu mais quero no momento. Esses últimos dias foram os piores, desde aquela merda de passeio de bicicleta minha vida começou a decair.

Fui atacado, me tornei um monstro, conheci monstros, meu tio está morto na minha frente, ele também era um deles.

Me encontro sentado no fim do corredor. Meu rosto afundado na palma das mãos, não estava chorando, apenas tentando pensar em como resolveria toda essa sujeira, literalmente. Balançando pra frente e pra trás.

Sussurrando o tempo todo que eu não era um assassino. E não sou, nada disso é culpa minha.

— Vamos ligar para a polícia. — Sugere Sana. — Noora e Even vão se limpar. O corpo está com marcas de dentes e unhas.

— O que isso quer dizer? — Ouço Magnus perguntar.

— Quer dizer que podemos culpar outro animal, já que é isso o que estão fazendo ultimamente.

Ótima idéia! Penso. Meu tio é assassinado e todos concordam em agir como se nada disso houvesse acontecido.

Me levanto e vou até o quarto, abro o guarda-roupas, procuro por qualquer blusa e uma calça nova.

Pego uma tolha e vou para o banheiro, sem falar uma palavra sequer, tiro as roupas e vou para o chuveiro. É como tirar um peso, aliviar a tensão.

Minha roupa está suja de sangue e terra, fora que também está rasgada. Eu preciso dar um jeito nela.

Ao sair do banheiro todos ainda estão do jeito que estavam, Even e Noora parados e os outros perto da escada.

— Podemos acabar com isso logo? — Sinto um nó se formar na minha garganta, impedindo as palavras de saírem.

Alguém coloca as duas mãos nos meus ombros.

— Vamos, Isak. — Sussurra Eva. — Nós vamos cuidar disso.

Eu opto por não brigar. Minha cabeça já está cheia demais por hoje.

— Eu quero um pouco de água. — Peço.

Ela me acompanha ao descer as escadas e me deixa sentado no sofá, sozinho, no escuro. Observando toda aquela sujeira de papéis e pratos descartáveis no chão. Tentando organizar as idéias enquanto todos limpam a sujeira que eu, Even e Noora deixamos lá em cima, querendo ou não, eu estava envolvido. Philip me atacou, os dois me defenderam. Ninguém ali sabia ao certo o que estava fazendo.

Eva volta com um copo de água gelada. Bebo de uma só vez e minha cabeça dói.

— Obrigado. — Não sou respondido. Eva apenas leva o copo à cozinha a sobe.

Minha mãe deve ter ficado presa em algum lugar. Com certeza a nossa rua não foi a única a ter o apagão.

Noora e Even passam por mim, suas roupas estão limpas e com um ar de novas, nenhum dos dois falam nada, apenas saem, eu também não faço questão. Mas pelo visto eles se limparam.

Assim que a porta fecha, eu deito no sofá e apenas espero. Meus olhos pesam. Eu apago.

Há um barulho de sirene lá fora, o sol ainda não saiu, mas já conseguia ver a aurora colorir o céu pela janela do quarto. Mais um assassinato. Agora são 4.

Calço meu chinelo e abro a porta.

Policiais, flashes, um corpo coberto em papel alumínio.

— Está tudo bem? — Um homem alto abraça meus ombros e me direciona à escada. Vejo uma estrela em seu peito direito, sinalizando que é o xerife. — Preciso que mantenha a calma, sua irmã e seus amigos já explicaram toda a situação e agora estão depondo na delegacia.

— E-Eles não são culpados. — Gaguejo, nervoso. — Não prendam eles. Eles não fizeram nada.

O xerife solta uma risada amarela e em seguida explica:

— Eles não vão ser presos, mas precisam depor, já que estavam na cena do crime e são testemunhas.

— Minha mãe chegou?

— Ela está lá embaixo, mas peço para que não a incomode. — Ele abaixa o tom de voz. — Não sei se sabe, mas quando sua mãe soube da notícia, ficou inconsolável.

— Eu preciso vê-la! — Afasto seu braço do meu ombro e desço as escadas.

Encontro minha mãe sentada no sofá, ela chora discretamente, só sei que está chorando quando ela limpa as lágrimas que caem.

Ao me ver ela levanta e corre para me abraçar, eu faço o mesmo quando termino de descer as escadas. E é aí que eu me permito chorar, chorar tudo o que eu vinha guardando esse tempo. Eu quero que isso pare, minha cidade nunca esteve tão agitada em menos de um mês.

Eu segura suas roupas com tanta força que penso que vão se desfazer entre meus dedos. Meus soluços fortes me fazer implorar por ar a cada segundo.

— Isso é tudo culpa minha, mãe.

Ela apenas acaricia minha cabeça e posso sentir ela chorar também. Todos precisávamos disso. Toda aquela confusão mental que eu estava há algumas horas passou, agora tudo está claro pra mim.

— Não, Isak. — Ela diz entre pequenos soluços. — Não é culpa de ninguém. Eva contou sobre o ataque.

— Não, mãe. Não, mãe. — Essa era a única coisa que vinha na cabeça. Eu queria poder contar a verdade, contar que os verdadeiros culpados eram Noora e Even e, por mais que eu não conseguisse aceitar, eu também era.

Minha cabeça começa a doer, mas o choro não cessa. Minha mãe começa a acariciar minha cabeça.

Ela faz isso desde a vez em que Eva teve uma convulsão. Estávamos ela e eu brincando e sem querer minha mão bateu com muita força em sua cabeça, Eva instantaneamente caiu no chão e aquela cena foi horrível pra uma criança de cinco anos assistir sozinha.

Ela estrebuchava, seu cérebro produzia espasmos por todo o corpo, uma saliva branca saía de sua boca. Eu só conseguia gritar e tremer, minha mãe ao ver a cena ficou desesperada, quase surtou junto comigo, me mandou ligar para a emergência às pressas e eu o fiz. Com pouco tempo o resgate chegou, Eva havia desmaiado e minha mãe estava muito nervosa, eu só sabia chorar e perguntar se Eva havia morrido, minha mãe me colocou no carro e fomos até o hospital, acompanhando a ambulância.

De início minha mãe não obteve notícias do estado de Eva, e eu continuava chorando, apenas chorando. Sentados na cadeira de espera, minha mãe me deitou em seu colo e começou a fazer um cafuné, eu me acalmei aos poucos. Seu toque me acalmava, suas mãos delicadas, leves e macias me acalmavam. Minha respiração estava voltando ao ritmo normal e meu coração já não parecia que ia saltar pela boca, minha visão começou a ficar turva, meus olhos pesaram e quando me dei conta, já havia acordado, duas horas depois. Eva havia perdido a consciência, mas passava bem. Tudo estava bem.

Até hoje.

Nada iria ficar bem, Philip não estava inconsciente, ele estava morto. E a tendência é piorar. Os traumas virão, as brigas por parte do pouco dinheiro que ele tinha, os julgamentos pela família dele. Nada está bem.

Tento mudar meu pensamento para outro lugar, focar apenas no macio e delicado toque das mãos da minha mãe. Meus olhos pesam novamente e mais uma vez eu durmo.

Quando acordei fui levado para a delegacia junto com minha mãe. Os policiais me chamaram e me encheram de perguntas, eu apenas disse a verdade. A minha verdade.

Conte que estávamos todos jogando e a energia acabou, em seguida ouvimos um barulho de vidros quebrados, vindo do andar de cima, eu subi primeiro e vi Philip deitado no chão, já morto. Então eu gritei para que os outros viesse, ou apenas por medo mesmo.

O xerife suspeitou quando falei isso, ele me perguntou como o corpo de tio Philip foi parar no andar de cima. Eu rebati com outra pergunta: “O senhor achou rastros de sangue no chão da sala?” Pude sentir cólera em seu olhar, mas ele me dispensou depois disso.

Eu estava sozinho no carro, o dia já estava claro, mas não o bastante para o sol de trás das nuvens. Minha mãe saiu para comprar alguns salgadinhos e refrigerantes. Eva estava na casa de Jonas.

A sensação de estar sozinho me assusta, parece que estou sendo observado o tempo todo. Meu coração acelera e minha mãos tremem.

Tento respirar fundo e soltar lentamente, isso costuma funcionar com as crises de ansiedade. Fecho meus olhos, as imagens voltam à minha cabeça.

Eu sendo atacado, Even e Noora pulando em cima do monstro e em seguida derrubando-o com mordidas e arranhões. O sangue se espalhando lentamente pelo chão.

— Trouxe Cheetos. — Minha mãe interrompe todos os pensamentos negativos.

— Obrigado. — Ela me entrega a embalagem, junto com uma lata de Coca. Desde ontem não como nada e não vai ser um salgadinho que me deixará satisfeito. Começo a comer, está ventando muito, o que significa que a chuva virá logo, logo.

— Seu pai esteve na delegacia — minha mãe quebra o silêncio —, ele e sua tia Frida vieram fazer o reconhecimento.

— Ele perguntou por mim?

— Bem, ele… eu não sei se ele chegou a me ver.

Assinto com a cabeça e volto a comer.

— O enterro será amanhã às 10:00.

— Como sabe? — E um insight clareia minhas ideias. — A senhora falou com ele, mas não quer me falar. Por quê, mãe?

— Isak, não era necessário…

— Ele é meu pai, é mais que necessário. — Percebo minha voz alterar o tom.

— Mas, Isak, ele pareceu não se importar com você, querido. — Minha mãe tenta manter a calma, mas sei que é mais difícil pra ela do que pra mim.

— Ótimo — bufo, mas meus olhos já ardiam com as lágrimas que estavam por vir —, porque eu também não me importo com ele.

— Isak…

— Podemos ir agora?

Minha mãe dá partida no carro e vamos embora. Adicionando mais uma lembrança ruim para essa semana “inesquecível”. Isso precisa acabar logo.


Notas Finais


Eai gente oq vcs acharam???
Feelings on fire🔥🔥🔥


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