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História Ruthless - Dor


Escrita por: TiaClara e AnneCGB

Notas do Autor


Quarta feira chegou, e quarta é dia de capítulo!
Revisamos o capítulo, mas pode ter passado algum erro, pedimos desculpas (caso ocorra)!
Bom capítulo e comentem!
AnneCarolMalfoy e Tia Clara.
😊😊😘😘❤❤❤

Capítulo 24 - Dor


Pov Ethan:

As palavras da médica ainda martelavam de forma torturante na minha cabeça “Sophie foi violentada”, eu ainda me recusava acreditar, eu não podia acreditar, admitir que isso tinha acontecido com a minha filha, com a minha princesa me deixava frustrado, era o mesmo que admitir que eu fui um péssimo pai, que eu larguei a minha filha que eu permiti que isso acontecesse, quando eu soube que Dakota estava grávida de uma menina, eu sabia que o desafio seria maior, que Sophie cresceria iria namorar e o sexo seria consequência, mas eu queria que fosse por amor, mesmo que isso fosse me deixar mal, eu saberia que ela se entregou para quem ama, que cuidou dela que ama ela, não para alguém que mostrou que sexo é dor, eu estava transtornado, virei a cadeira do consultório da médica enquanto Dakota soluçava como se estivesse em estado de choque, processando a informação, estava doendo, estava doendo pra caralho, eu estava sendo dilacerado, como eu pude deixar uma coisa dessas acontecer, eu estava explodindo.

-Senhor Fontaine peço que tenha calma- A médica tentou falar.

-Calma? A minha filha foi estuprada e você me pede calma? Eu não quero ter calma eu não posso ter calma eu quero minha filha bem, eu quero matar quem fez isso- Eu disse socando a mesa fazendo a médica se assustar.

-Eu entendo perfeitamente, o senhor, mas pensa que Sophie precisa de você agora, aliás ela precisa de toda a família ela ainda não acordou por isso não passou pela terapeuta, ela está fisicamente muito cansada, mas com certeza está com traumas vai passar por muita coisa, quando ela acordar senhor Fontaine, provavelmente não será a menina que vocês estão acostumados, mas você assim como sua esposa e toda a família são responsáveis por trazer essa menina de volta mas precisam ser cautelosos, precisam ter calma e paciência e principalmente precisam entender o que aconteceu com ela, por mais revoltante que possa parecer, aconteceu é uma realidade agora vocês precisam superar, vai abalar a família toda e descontrole não é a solução, acredite, casos como o da Sophie acontecem diariamente, eu mesma já perdi as contas de quantas vezes eu presenciei isso- A médica disse e Dakota apertou minha mão, desolada, talvez buscando algum tipo de conforto, algum tipo de força, mas como eu daria força para a minha mulher quando eu mesmo estava desolado, estava desesperado.

-A real situação da Sophie, vocês precisam saber é o meu trabalho e ajuda na compreensão das coisas, ajuda a vocês entenderem como vão proceder como vão ajudar a Sophie- Ela disse e eu olhei para Dakota, assentindo logo em seguida.

-Não foi um simples estupro apenas pelo prazer carnal...- A médica ia dizendo quando eu a interrompi.

-Como assim? - Perguntei ficando mais aflito.

-Quem pegou a Sophie, teve prazer em ver ela sofrendo, em machucar, isso explica todos os machucados pelo corpo dela, ela já passou pela perícia, ela tem marcas de tapas e soco no rosto, o couro cabeludo dela estava muito vermelho indicando que ela levou fortes puxões de cabelos, seu corpo estava com marcas de cortes feitos por faca, marcas de cinto, mas o principal, Sophie estava com marcas em seu pulso e pernas indicando, que sua filha é muito valente ela lutou muito para que não acontecesse o ato, a pessoa precisou prender ela com força para facilitar- A médica ia dizendo e a cada palavra proferida por ela, meu mundo desabava mais um pouco em minha cabeça, a cada palavra era como se uma coluna de concreto caísse sobre minha cabeça a minha Sophie a minha menina, passando por tudo aquilo, onde eu estava meu Deus? Por que o senhor permitiu que tal atrocidade acontecesse com a minha filha?

-A minha filha foi torturada? - Dakota perguntou em meio a soluços.

-Infelizmente sim, o que torna o trauma dela pior, vocês podem ver ela enquanto ela está dormindo- A médica disse e assentimos, fomos até o quarto em que minha princesa estava, assim que entramos reparei que ela não estava mais com a minha blusa e sim com uma roupa de hospital e provavelmente alguma calcinha, ela dormia tão serena que se não fosse pelos machucados que estavam em seu rosto e corpo eu diria que nada tinha acontecido, Dakota se agarrou em mim chorando.

-Minha menina Ethan, nossa menina- Ela disse me agarrando e logo depois me soltando para afagar os cabelos da filha.

-Quem teria coragem de fazer isso com ela?- Dakota perguntou perplexa.

-Eu não sei Dakota, a única coisa que eu sei é que eu vou descobrir e quando eu descobrir eu vou ter o prazer de matar essa pessoa, da pior forma possível, isso não vai ficar assim, não vai mesmo.- Eu disse e Dakota colocou a cabeça na curva do meu pescoço.

-Me perdoa pelo que aconteceu com ela, eu fui um péssimo pai, eu sempre quis ser pai, e parece que agora eu não sei o que fazer, eu sou um lixo- Eu disse e ela puxou meu rosto de forma delicada.

-Eu não poderia ter escolhido pai melhor para os meus filhos, marido melhor para mim- Dakota disse acariciando meu rosto.

- Olha o que eu deixei acontecer com a nossa filha?- Eu disse exasperado apontando para a minha princesa que ainda dormia tranquilamente.

-Não foi culpa sua, o importante é que ela está com a gente, está doendo Ethan, e eu sei que vai doer mais quando ela acordar, mas agora ela está com a gente, somos uma família acima de tudo, nós vamos passar por essa juntos, eu preciso de você Ethan, eu sei que é difícil, mas eu preciso que você não desabe, que você não caía, que você esteja comigo, porque agora vamos enfrentar muita coisa, eu sinto aqui dentro que a minha filha vai acordar diferente, eu sei que vai ser difícil, mas você precisa estar comigo- Ela disse e me abraçou mais apertado.

-Eu vou estar aqui- Eu disse e chorei de soluçar abraçado com a minha mulher, eu sempre odiei não ter controle das coisas, eu sempre odiei me perder, e eu estava perdido, estava quebrado, estava com dor, o meu mundo estava caindo.

-Vamos sair, precisamos avisar aos que estão lá fora, tenho que pedir para Logan, que arrume uma solução da notícia não vazar na mídia, essa é a última coisa que eu quero, e ela não precisa de mais essa exposição, e todos temos que estar juntos.- Eu disse respirando fundo, tentando parecer calmo mas por dentro eu estava surtando, a raiva estava tomando conta de mim. Dakota assentiu, dei um beijo calmo na testa da minha filha.

-Meu amor, papai precisa que você acorde bem, que você mostre a força que eu sei que você tem, papai precisa que você saiba que ele está se sentindo culpado, que ele sente muito, e que nunca mais nenhum mal vai te atingir, eu estou aqui, por favor fica bem para o seu pai- Eu disse e saí do quarto com Dakota, fomos até a sala de espera e encontramos os outros, que andavam de um lado para o outro impaciente por notícias, assim que me virão com Dakota, eles ficaram em alerta, olharam nosso estado e o desespero em suas faces se apoderou.

-Como está minha neta? O que houve com ela?- Carmen foi a primeira a se pronunciar, Dakota começou a soluçar chorando e Vanessa e Carmem foram até ela, eu sabia que a notícia deveria ser dada por mim, eu sabia que eu que tinha que falar, senti a mão de Logan em meu ombro, e com a voz embargada pelas lágrimas e uma dor no fundo do peito eu soltei.

-Minha filha foi estuprada e torturada- Eu falei e desabei no choro, Logan ficou estático olhando para mim, como se não tivesse acreditado no que eu falei, Vanessa e Carmen choravam desesperadamente com Dakota, Matheus negava várias vezes com a cabeça chorando, Miguel chutou algumas coisas que estavam perto e socou a parede de forma forte, como se descontasse a frustração.

-A minha Sophie- Escutei a voz de Benjamin, talvez a última voz que quisesse ouvir naquele momento, ele estava responsável pela irmã, ele deveria olhar, a culpa foi dele, me soltei de Logan que ainda apertava meu ombro e puxei Benjamin pela gola da camisa.

-Está satisfeito? A sua irresponsabilidade, a sua falta de maturidade fez isso com a sua irmã- Joguei ele no chão e Dakota me segurou, enquanto eu olhava Benjamin com raiva.

-Ethan não, por favor a culpa não foi dele, não teve culpado, por favor não faz isso com o nosso filho.- Dakota falava desesperada e depois foi até Benjamin que se desviou dela.

-Minha culpa, como pode ser minha culpa?- Ele gritou frustrado.

-Você deveria estar interessado em qualquer coisa, não olhou sua irmã, não teve cuidado e olha o que deu, você é uma decepção- Eu disse amargurado.

-Você que é uma decepção a minha decepção, você nunca gostou de mim, e está colocando uma culpa em mim que é sua, você é o pai, se teve um culpado por não cuidar da Sophie, não fui eu, foi você que foi um merda de pai, onde você estava quando isso aconteceu? Trabalhando, porque o seu trabalho é mais importante que seus filhos, você é o culpado Fontaine- Benjamin disse amargurado e aquelas palavras me atingiram, eu não pensei quando vi, já tinha acertado um soco em seu rosto.

-ETHAN- Dakota gritou horrorizada, Benjamin olhou para mim com mágoa e eu consegui me sentir pior.

-Eu te odeio- Ele disse e saiu porta a fora do hospital.

-POR QUE VOCÊ FEZ ISSO, ELE É SEU FILHO TAMBÉM, ELE NÃO TEVE CULPA- Dakota gritou e socou meus peitos eu me afastei.

-Chega vocês dois, vocês não percebem que não vai ser isso que vai ajudar Sophie, ela precisa da nossa união- Carmem falou ríspida, e eu sentei frustrado na cadeira, eu consegui piorar tudo.

Pov Narrador:

Benjamin estava em uma confusão total de sentimentos, se sentia culpado pela irmã, se sentia péssimo pelo que tinha acontecido, tinha ódio pelo que aconteceu, raiva e queria matar quem fez isso, se sentia um verdadeiro merda pela forma como o pai o tratou, depois que tomou aquele soco do pai e que falou todas aquelas coisas, se sentiu ainda pior, seu pai sempre o cobrou muito, mas nunca tinha levantado as mãos para ele, pelo menos não até agora, estava tão atordoado que trombou em Tami, e nem se preocupou em ver de quem se tratava, só parou quando ouviu a voz melodiosa da menina, a voz que fazia seu coração acelerar.

-Ben- A garota chamou e ele a olhou, quando viu seu olhar assustado, pensou que talvez o soco que seu pai deu nele, tivesse deixado marca.

-O que houve com seu rosto?- Ela disse se aproximando do rosto do menino mas ele segurou a mão dela.

-Isso não importa- Ele falou ríspido.

-O que você está fazendo aqui?- Ele perguntou arrogante.

-Matheus me mandou mensagem, avisou que Sophie ficou sumida, que vocês a acharam e que ela estava machucada, vim correndo, o que houve com a sua irmã?- Ela perguntou ignorando o tom grosso do menino.

-Melhor você entrar e perguntar ao senhor perfeito, só espero que não ache também que a culpa é minha- Ele disse e se virou mas ela foi rápida e segurou seu braço.

-Eu não sei o que houve com Sophie, mas sei que independente do que foi a culpa não foi sua, eu sei o quanto você ama e protege sua irmã- Ela disse e ele riu amargo.

-Não é assim que o senhor Ethan Fontaine pensa- Ele disse e saiu.

-Benjamin volta, sua irmã precisa de você, sua família precisa de você- Ela disse e ele voltou segurando em seus braços.

-Entende uma coisa, ninguém precisa de mim, muito menos a minha família, eu não sou bom para ninguém, ninguém precisa de uma merda como eu- Ele disse olhando nos olhos da menina.

-Está errado, Sophie precisa, sua família precisa, eu preciso- Ela disse a última parte baixo.

-Não precisam não, eu não sou bom para ninguém, muito menos para você, eu sou um covarde- Ele disse e acariciou o rosto da menina antes de ir embora a deixando completamente sem reação na porta do hospital.

(...)

Miguel ainda estava desnorteado com tudo o que havia acontecido, Ethan estava em um dos cantos do hospital com o rosto enterrado entre suas mãos, desde a discussão com Benjamin, ele não falou uma palavra, Dakota estava sendo amparada pela mãe e Vanessa, Tami havia chegado trazendo a notícia que encontrou Benjamin saindo do hospital e Dakota desejou que o filho estivesse indo para a casa, descansar um pouco, Matheus estava conversando com Tami, pela cara de espanto e horror da menina, ele deveria estar colocando ela aparte do que houve com Sophie. Miguel estava impaciente e se balançava na cadeira, ele havia perguntado a uma enfermeira se podia ver Sophie, ela disse que verificaria se a menina ainda estava dormindo, e se ela estivesse ele poderia fazer uma rápida visita, Miguel estava tão absorto em seus pensamentos, tentando entender quem teria coragem de fazer tal monstruosidade, pensando em mil formas de como mataria essa pessoa se um dia conseguisse descobrir quem foi que não reparou seu pai sentando ao seu lado.

-Está doendo né?- Logan falou para o filho que assentiu.

-Ela é tão delicada, ela é tão linda ela é tão...- Miguel perdeu a fala.

-Sua?- Logan falou e ele não respondeu.

-Não é isso pai é que... – Miguel se perdeu nas falas.

-É inaceitável o que houve com Sophie, acredite eu estou sentindo muita dor aqui- Logan disse e apontou para o coração.

-Mas não podemos nos descontrolar ela precisa da gente- Logan falou e algumas lágrimas escaparam pelo rosto de Miguel.

-Eu sei que ela pode acordar diferente, eu só queria que ela acordasse a mesma Sophie de sempre- Miguel falou exasperado.

-Talvez isso não aconteça, mas não significa que não possamos trazer ela de volta- Logan falou e deixou o filho quando a enfermeira se aproximou.

-Ela está dormindo, você pode entrar, mas tem que ser rápido.- A enfermeira disse e ele assentiu se levantando, entrou lentamente no quarto da menina que ainda estava dormindo, segundo a enfermeira além do corpo dela implorar por descanso, os remédios para dor e para acalmar que ela havia tomado dava muito sono, ele se aproximou do corpo frágil da menina que estava na cama, observando cada machucado, e se amaldiçoando, talvez se tivesse tido a preocupação de olhar a cada momento para a menina isso não tivesse acontecido, mas ele simplesmente naquele maldito jogo de basquete não estava conseguindo controlar seus malditos hormônios, Sophie estava linda e provocativa naquela roupa, toda vez que olhava para a menina sentada na arquibancada mexendo despreocupadamente em seu tablet, se amaldiçoava pelos seus pensamentos, se ele pudesse controlar isso, talvez o que aconteceu com Sophie pudesse ser evitado, enxugou algumas lágrimas, quando olhou todos os machucados de Sophie, desejou que quem fez isso tivesse uma morte lenta e dolorosa.

-Me desculpa princesinha- Ele disse afagando as mãos da menina e depois depositando um beijo em sua testa, e não podia negar para si, mesmo com tantos machucados, Sophie ainda sim continuava linda, saiu do quarto da menina, dando uma última olhada enquanto ela dormia, sabia que quando a menina acordasse as coisas iriam mudar.

(...)

Ethan estava impaciente, naquele momento eles só podiam esperar Sophie acordar para saber o que podiam fazer, havia ligado para a casa e ficou sabendo pela empregada que Benjamin não foi para lá, se sentiu culpado pelo que aconteceu com o filho e estava preocupado com ele, sabia que a culpa não era de Ben, mas naquele momento culpar o filho pareceu ser uma solução para aliviar sua dor, mas isso não aconteceu, culpar o menino não o aliviou só o deixou mais angustiado e culpado, só conseguia se sentir pior ainda, ele nunca havia levantando um dedo para os filhos, mas tinha dado um soco em Benjamin sem pensar, viu Dakota se aproximando dele.

-Benjamin está em casa?- Ela perguntou preocupada.

-Não- Ele negou e viu a expressão da mulher de preocupada.

-Eu sinto tanto, eu me descontrolei, a culpa não foi do Benjamin, eu só quero meu filho aqui- Ethan falou puxando os cabelos de forma nervosa.

-Liga para o celular dele- Dakota falou e Ethan assentiu.

-Vou buscar um café, quer um?- Ela perguntou e ele negou, ele começou a ligar para o filho mas estava caindo na caixa postal, então desistiu de tentar e deixou um recado por mensagem de voz.

Mensagem de voz on:

-Eu sinto muito meu filho, me desculpa o descontrole, a culpa não foi sua, esteja bem, não faça besteiras, eu te amo- Ethan falou e desligou o celular.

Mensagem de voz off.

Ethan jogou o celular no banco e Logan se aproximou do amigo. -Já abafei o caso com a impressa, proibi que qualquer jornalista tenha acesso ao hospital e os funcionários daqui assinaram um termo de confidencialidade, mas a polícia tinha que saber, pelas normas do hospital, você precisa registrar um boletim de ocorrência- Logan falou suspirando.

-Não estou com cabeça, será que você pode me acompanhar- Ethan falou e o amigo assentiu.

-Sempre-Logan falou e Ethan o olhou.

-Eu sou um merda cara, está doendo pra caralho, eu fui um merda com a Sophie, eu fodi com tudo em relação ao Benjamin, eu só erro.- Ethan falou de forma desesperada.

-Você é humano irmão, você reagiu, Benjamin vai ficar bem, Sophie também, sua família vai superar isso, nós vamos superar isso- Logan falou Ethan assentiu.

-Vamos lá, falar com a polícia.- Logan falou e Ethan assentiu se levantando, foram até uma sala vazia onde o delegado de polícia, os aguardavam.

-Senhor Fontaine, lamento o ocorrido com a sua filha, mas precisamos tomar certas providências- O delegado disse e mostrou as cadeiras, para que Logan e Ethan sentassem e logo a pediatra chegou.

-Os resultados dos exames chegaram- Ela disse levantando um envelope para o delegado.

-Que exames? Eu não quero que nenhum procedimento seja feito na minha filha sem a minha autorização- Ethan disse nervoso e Logan o segurou.

-Calma senhor Fontaine, foram exames de rotina, para saber se o estuprador, deixou algum vestígio de DNA que possa nos levar até ele- A médica explicou e Ethan ficou mais calmo.

-E então esse desgraçado deixou alguma pista?- Ethan perguntou nervoso.

-Não ele teve o cuidado de usar preservativo, não tem nada que possa ser realmente importante, encontramos vestígios de saliva, na vagina da paciente, mas assim como os que foram encontrados na boca, esses vestígios foram comprometidos pelo sangue da paciente- A médica falou e Ethan se sentia ainda mais derrotado.

-Senhor Fontaine, podemos lançar alertas pelos arredores onde sua filha foi pega, já chegou ao meu conhecimento, que você não quer que a mídia tenha acesso ao que houve com a sua filha, mas podemos informar que temos um estuprador a solto, oferecer uma recompensa para quem souber do paradeiro dele.- O delegado falou e Ethan se revoltou.

-Não é um caso de polícia é um caso pessoal, pode oferecer a recompensa, se isso vazar eu coloco o dobro o triplo para quem trouxer esse infeliz vivo para mim, eu vou matar esse desgraçado com as minhas próprias mãos.- Ethan disse e o delegado negou com a cabeça.

-Senhor Fontaine, o senhor não pode fazer justiça com as próprias mãos, isso pode dar cadeia para o senhor- O delegado disse e Ethan sorriu debochado.

-Ele não podia ter feito isso com a minha filha- Ethan disse e saiu.

(...)

Depois da cena com o delegado, Ethan voltou para a sala de espera onde ficou com sua mulher, pegou seu celular na esperança que Benjamin desse algum sinal mas nada, a médica apareceu na sala de espera.

-Sophie acordou- Ela anunciou e todos suspiraram de alívio.

-Ela está rejeitando os enfermeiros, ela está rejeitando qualquer homem que tente se aproximar, venham comigo- Ela disse para Dakota e Ethan, que acompanharam a médica, assim que entraram no quarto de Sophie, a menina se jogou para a mãe a apertando com força, Ethan tentou se aproximar, mas a menina gritou de forma desesperada, se Ethan ainda tinha dúvidas que seu pesadelo pudesse doer mais, se enganou, ver sua filha o rejeitando depois de tudo que passou ainda era mais doloroso.

-Vamos senhor Fontaine, deixe ela com a mãe- A médica disse tirando Ethan.

-Por que minha filha não me quer por perto? - Ele perguntou entre lágrimas.

-Ela está reagindo, o senhor terá que ter paciência- A médica disse e Ethan observou a filha agarrada com sua mulher pela parede de vidro do quarto, enquanto sentia seu peito sufocar ainda mais com a dor.

Pov Liam:

Eu estava distraído em minha sala, esperando informações de um dos meus capangas, estava tendo uma movimentação estranha na mansão Fontaine, depois eles foram ao médico, mandei ele se infiltrar e descobrir o que houve.

-Senhor Stoel- Ele me chamou anunciando sua chegada.

- O que conseguiu descobrir?- Eu perguntei e ele respirou fundo.

-A filha dos Fontaines, a pequena, ela foi brutalmente violentada- Ele disse e eu senti meu sangue ferver, eu sempre fui corrupto, eu sempre me deixei subornar por tudo, meu primeiro emprego foi em uma delegacia de polícia normal sem especialização em nada, e lá lidei com vários estupradores, era o único crime que para mim não tinha fiança, não tinha perdão, eu sempre prendi, torturei e até mesmo matei muitos estupradores, eu me sentia bem em fazer isso, que falta esse monstro ia fazer, eu também não faria falta, mas estupro é algo monstruoso, eu quero a família Fontaine destruída, eu quero tirar tudo de Ethan e Dakota, mas só eu posso fazer isso, o do jeito que eu quero fazer, estupro não estava nos meus planos, alguém estragou meus planos e por isso se tornou uma pessoa duplamente abominável para mim.

-Tente descobrir quem foi, essa pessoa acaba de entrar para a minha lista também- Eu disse e meu capanga assentiu.

Pov Narrador:

Dakota olhava sua filha agarrada em seu corpo, mas a mesma não tinha reação alguma, era como se precisasse daquele abraço para ver que estava tudo bem, Dakota sentia as unhas da filha arranharem seu braço, mas deixou, só queria que aquele medo todo dela passasse, de relance ela olhou para fora do quarto e viu seu esposo com a testa colada ao vidro, com os olhos vermelhos, ela podia sentir a dor dele em ser rejeitado pela filha, mas eles não poderiam a obrigar, seria pior. Sophie percebeu seu pai a olhando e tentou se encolher e cobrir seu corpo, foi ali que Dakota percebeu que a menina doce que amava o pai, já não existia, seus olhos azuis já não estavam mais com aquele brilho herdado da avó estavam acinzentados, ela olhou para o vidro e com o coração na mão fez um sinal com as mãos para que Ethan saísse e seu coração doeu mais quando viu o olhar de dor e decepção do marido em se retirar dali, viu sua filha se tranquilizar e suspirar mais calma, sentiu sua blusa ser molhada e o tremor de seu corpo ela estava chorando, a mãe ficou mais ou menos quarenta minutos segurando a filha em seu ombro, a deixando em seu pensamentos, mas seria essa a solução? Sophie se encolhia cada vez mais ao se lembrar do olhar de seu padrinho, a dor que ele causou em seu corpo, as feridas abertas ainda, algumas levaram pontos, e sua intimidade latejava, ela ouviu da médica quando conversava com a enfermeira, ainda com o efeito do remédio a levando para o mundo dos sonhos, não, sonhos não, pesadelos era o certo nesse momento, nem dormir ela queria, ela ouviu que perdera muito sangue e que ela foi corajosa e forte, se fosse outra morreria com certeza, seu corpo estava em formação ainda e isso fez com que o ato sexual fosse mais dolorido, seu corpo não estava preparado para o ato em si, a penetração e forçada como foi, era pior, e levaria um bom tempo para que os machucados internos se curassem. Sexo, ela já tinha ouvido falar, mas não imaginava que era daquela forma, tão sujo, tão dolorido, tão possesso, sua mãe devia ter lhe explicado mais, ela foi tocada brutalmente e nem sabia o certo o que estava acontecendo, nunca mais ela deixaria outro homem se aproximar, eles são sujos, imundos, desprezíveis, como sua mãe, e a tia Vanessa dormia sempre com um? Será que com elas eram sempre assim? Mas elas pareciam tão felizes com seus esposos, será que só com ela que foi assim? Ela queria saber, perguntar, mas tinha medo da resposta, encolheu se mais no abraço da mãe. O que mais doía era lembrar que seu padrinho, o homem que mais confiava depois de seu pai, que amava tanto quanto seu pai, fez isso, as ameaças que ele fez, ela não queria perder sua mãe, ela jamais contaria quem foi, mas como ela se protegeria dele, e se ele fizesse isso novamente?

Se assustou com o celular da mãe tocando e viu Dakota olhando no visor.

-Seu padrinho meu amor, quer falar com ele? Os descolados como vocês se denominaram.- Dakota pensou estar fazendo bem a filha que sabia do amor dela por ele, mas ao ver a filha tremendo e com os olhos banhados em lágrimas se encolhendo no canto da cama, foi aí que percebeu ela não teria nenhum contato com qualquer pessoa do sexo oposto e nem falaria tão cedo, suspirou, não a forçaria mais atendeu ao seu amigo de anos.

Ligação On:

-Oi Alex, como seu pai está?

-Na mesma Dak- Ela suspirou, Alex queria saber o que houve, mas pelo jeito que Dakota o atendeu, eles não sabiam de nada, ou ainda não encontraram a sua doce Sophie.

- Sua voz está diferente pequena, o que houve?- Dakota soluçou e se trancou no banheiro, não queria que a filha a visse chorando, ela tinha que se mostrar forte para a filha.

-Minha filha foi violentada Alex, a machucaram muito, a abandonaram nua, naquele frio terrível da noite passada, e agora ela está traumatizada, não fala com ninguém, e não deixa nenhum homem se aproximar, nem mesmo o pai.- Alex sorriu do outro lado satisfeito, seu plano correu melhor do que esperava, pois agora ela seria só dele, nem Ethan teria acesso a sua menina.

-Estou voltando agora mesmo, quando pegar esse bastardo, eu vou fazer ele comer o próprio pinto e depois matar esse desgraçado - Ele fingia do outro lado, e estava convencendo Dakota.

-Não, fique com seu pai, ela não vai deixar você se aproximar Alex.

-Não Dakota, sou padrinho dela, não é certo ficar aqui, tenho certeza que comigo ela fala, ela me ama sabe disso.

-Por isso falei que você ligou, mas ela teve a mesma reação que com Ethan, sua mãe precisa de você meu amigo, se ela mostrar qualquer sinal de melhora te  ligo.

Ele fingiu um suspiro de derrota, mas estava soltando fogos de artifício.

-Tudo bem Dakota.

Ligação off

Eles falaram mais algumas coisas, e logo Dakota voltou ao quarto viu o olhar de sua filha nela, procurando respostas.

 -Seu padrinho mandou um beijo e disse que assim que puder vem te ver- Forçou um sorriso, mas saiu uma careta, viu sua filha dando um tique e passando as unhas no rosto nervosa pelo beijo mandado, Dakota puxou a mão dela vendo os arranhões que ficaram onde ela passou a unha, levantou seu queixo a encarando.

-Sophie minha filha sei que não quer falar, e respeito isso meu amor, sei que as últimas horas formam terríveis para você, mas me dê um sinal que está ciente de tudo ao seu redor meu amor. Ela ficou quieta.

-Sabe que seu pai, seu tio Logan, seu irmão, o seu Miguel como sempre falava quando era pequena, Mateus e seu padrinho nunca fariam mal a você não sabe bebê? -A menina ficou quieta, Dakota não conseguiria nada dela.

-Sophie, a mamãe não sabe tudo o que houve mas posso entender meu amor, sou mulher, se abre para mim, não precisa contar o que fizeram, pois já sabemos, se não quer falar quem foi, podemos esperar mais um pouco, mas desabafe comigo filha, mamãe é mulher e sua amiga, posso entender, mais que ninguém o que há contigo. Sophie se encolhia mais, não falaria, não mesmo, ela estava suja e marcada para sempre, então para que falar, nada mudaria em relação a isso. Ela se deitou e cobriu a cabeça,  chorou baixinho, mas seu braço direito estava esticado  segurando a mão da mãe, era uma forma de saber que ela não estaria mais sozinha.

(...)

Benjamin andava pelas ruas desnorteado, a marca em seu rosto que o pai deixou quando o agrediu fisicamente não doía tanto quanto o estrago feito em seu interior, as palavras ainda ecoavam em sua mente, ele era mesmo culpado, por sua culpa sua irmã foi estuprada, ele não teria forças para vê-la, ver como sua menininha estava, ele sempre cuidou dela, sempre cedia suas vontades, um minuto de distração enquanto jogava com seus amigos, e tudo isso aconteceu, seu pai foi cruel em dizer aquelas palavras, mas ele sabia por mais que fossem dolorosas as palavras usada pelo seu pai, era verdade, ele era sim culpado, por causa de sua vontade de vencer aquela partida de basquete esqueceu de sua irmã caçula era o que atormentava a cabeça do rapaz de quinze anos. Uma lagrima desceu por sua face, estava doendo, estava em pedaços ele errou com sua irmã, errou com seu pai, errou com sua mãe, eles confiavam nele para proteger a pequena Sophie e ele simplesmente deixou uma monstruosidade dessas acontecer, sim ele é imprestável, ele concordava com o que se passava em sua mente a todo segundo, estranhou estar em um beco escuro, com umas prostitutas na esquina, uns drogados o olhando, e ele portava um celular caríssimo, estava com um relógio caro da Venom, tênis muito cobiçado, se encolheu ao perceber que se afastou do centro de Orlando, nunca ia para os lados periféricos da cidade, ele não poderia voltar, não poderia correr, talvez merecesse mesmo uma surra, apanhar, mas mesmo assim não se perdoaria.

-Olha um playboy na nossa área? – Um rapaz alto falou

- O que faz aqui playboyzinho?

-Só estava de passagem- Ele tentou não demonstrar medo

-Tudo bem, mas para passar tem que pagar.

-Tudo bem, quanto? Os rapazes riram se aproximando eram quatro

-Queremos tudo que você tem, relógio, carteira, celular, seu tênis estiloso.- Escutaram dois tiros para o alto e Benjamim engoliu a seco, hoje ele morreria, os rapazes saíram correndo, ele estava com as pernas dura, elas não obedeciam ao comando de seu cérebro, olhou para trás e viu um senhor de uns quase sessenta anos, mas estava tão conservado.

-Olha se não é a cria do Fontaine, o primogênito, herdeiro de uma fortuna inestimável.

-Como que me conhece? Benjamim não entendia como que ele sabia disso tudo, eram poucas as vezes que seu pai deixava a mídia expor fotos para revistas e jornais de economia.

-Sou Liam Stoel meu caro.

-Stoel? Mas esse é o sobrenome da minha mãe -Benjamin falou estranhando o fato de Stoel não ser um sobrenome comum.

-Vejo que é um garoto inteligente Benjamim, já sacou que sou o seu vovô. -Benjamim abriu a boca em choque, ele nunca era mencionado na casa, nem por ninguém da família.

-Então obrigado senhor Stoel, me salvou.

-Não é mais que minha obrigação meu jovem, sirvo ao nosso país, sou um policial.- Os olhos de Benjamim brilharam, seu avô tinha uma profissão maneira, e Liam sorriu satisfeito, Ethan estava cuidando da sua cria número dois e deixou um coelhinho a solta.

-Que tal nos conhecermos um pouco meu caro, não se preocupe, não serei um avô chato que vai apertar suas bochechas, ou te contar histórias chatas do século dezoito. -Benjamim riu pela primeira vez naquele dia, Liam era legal, seu avô era legal. Eles caminhavam lado a lado, já trocando várias informações, mas algo perturbava Benjamin, porque Ethan e Dakota não os deixaram crescer perto do avô, como perto da vó Carmem.

-Porque nunca soubemos do senhor?- Eles sentaram de baixo de uma arvore.

-Seu pai me odeia porque o proibi de namorar Dakota, seu pai é muito genioso, e fez minha filha se voltar contra mim Ben.- Benjamim acreditou, seu pai sempre exigiu dele boas notas, ser um filho exemplar, tinha que ser perfeito como o grande Fontaine. Liam viu o olhar perdido de Benjamim e sacou, como o menino se sentia em relação ao pai, ele era treinado para saber o comportamento das pessoas.

-Entendo Liam, ele sempre quer o máximo das pessoas.

-Ele culpa você pelo estupro de minha netinha não é mesmo meu neto? -Colocou a mão no ombro do Ben, o mesmo se surpreendeu por ele saber tanto, mas só acenou que sim, doía lembrar o porquê ele andou tantas horas sozinho, não tinhas forças para mais nada.

- Eu sempre estive por perto Benjamim, sei mais de vocês do que possa imaginar, quis acompanhar o crescimento dos meus netos, e digo com fervor que você está se tornando um homem honrado garoto. Benjamim se sentiu amado, protegido, era disso que ele precisava, carinho e não uma porrada na cara como seu pai fez.

-Obrigado. -Pegou seu celular e viu que tinha uma mensagem de voz, colocou no ouvido afim de saber o que era, poderia ser sua mãe

-Eu sinto muito meu filho, me desculpa o descontrole, a culpa não foi sua, esteja bem, não faça besteiras, eu te amo.

Tirou o telefone da orelha e o apertou entre as mãos, seu pai não estava arrependido, e ainda o cobrara para não se portar mal, o pai não confiava nele, ninguém confiava. Os olhos dele estavam lacrimejando de raiva, de dor, medo, tudo. -Tome.- Ele olhou para a mão de seu avô e viu uns comprimidos.

-O que é isso? –Pegou um analisando aquela coisa.

-Só um remedinho para aliviar sua dor, sua raiva, te fazer relaxar umas horas, sempre tomo quando estou assim.

-Isso é droga não é?

-O que importa Benjamim, se eu tomo, e estou bem, não precisa ter medo, sou seu avô, não te faria mal, pode tomar confie, em minutos você estará relaxado, é só ecstasy. Benjamim pegou um e jogou na garganta  fechando os olhos, ele só queria esquecer de tudo. E mais uma vez outro Fontaine confiava na pessoa errada, Liam sorria satisfeito, Ethan começaria a pagar por ter atrapalhado tanto sua vida e ter tirado sua filha.


Notas Finais


Beijos e comentem! 😊


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