Dormi o voo para L.A. inteiro, encolhida na poltrona superconfortável do jatinho particular. Era um nível de luxo que eu nunca tinha visto. Taylor tinha me oferecido champanhe e milhares de coisas pra eu comer, recusei tudo com educação. Só a ideia de algo passar pela minha garganta me enjoava.
Quando despertei, estávamos em Los Angeles, a pista era tão deserta que eu já imaginava que era uma pista privada. Já era dia, e tinha sol, tirei o casaco quando o carro se movia pela rua, estava tudo deserto e ainda sim exalava glamour.
Minha vida era bastante simples, papai era sócio em um escritório de advocacia e ganhava muito bem, muito mesmo. Mas nada que parecesse com tudo isso que eu estava vendo.
Minha boca já não fechava mais, no momento em que entramos no condomínio e paramos em frente a uma incrível mansão minha visão brilhou, era o meu sonho poder projetar algo naquele nível.
Assim que a porta foi aberta por Taylor, eu sai , minha mala já estava em sua mão.
- Eu posso carrega-la – estendi a mão fazendo ele recuar
- Eu também – seus olhos brilhavam quando eu abaixei a mão.
Esperei até que ele andasse para o seguir, subimos cinco degraus e com uma senha ele abriu as portas duplas de madeira, eu quase parei para as tocar, eu amava portas duplas, sempre as incluía nos meus projetos na faculdade. O Hall de entrada era límpido e majestoso, eu já não queria sair.
Escutei passos descendo a escadas e me desapontei ao me virar e ver que não era Justin, mas o rapaz se parecia com ele. O cabelo raspado do lado e em cima uma pequena franja no alto da testa, calça de moletom preta e um casaco de zíper aberto, seu corpo era magro mais com músculos definidos, academia estava em dia, os olhos por mais estranhos que fossem eram azuis e não castanho mel.
- E ai Taylor – Ele disse parando nos último degrau
- Jax – Taylor fez um toque de mãos com ele e eu quase ri disso
- Visita? – ele desviou os olhos pra mim sorrindo – Sou o Jaxon.
- Kyle. – estendi minha mão com um pequeno sorriso
Ele sorriu e pegou minha mão a virando e beijando.
- Agora entendi o porquê do casamento – Ele sorriu ainda segurando minha mão – Taylor eu assumo daqui. Coloque a mala dela no quarto do Justin.
Taylor assentiu e se virou para subir as escadas, mas no meio se virou para mim.
- Está tudo bem, senhorita Allen? – perguntou
Assenti sem conseguir abrir a boca.
- Vem – Jaxon me puxou pela mão – Estão todos na sala de Jantar.
Quase tropecei nos meus próprios pés enquanto ele me puxava pela casa, entramos na sala e depois em um corredor, quando pensei em pedir ele para diminuir, ele empurra uma porta e me puxa.
- Bom dia família – diz alto – Olha quem eu encontrei.
Filho de uma boa mãe.
A mesa era gigantesca, provavelmente uns vintes lugares, mas só quatro estava ocupado. Na ponta um homem que parecia ser o mais velho ali estava com o jornal à mão e sorriu quando me olhou, ao seu lado esquerdo outro homem só que mais novo, também me encarava, no seu colo estava sentada uma garotinha, ao seu lado uma mulher que com certeza era a mãe da garotinha, elas eram idêntica. Já ao lado direito Justin, seu rosto impassível não mostrava nenhuma reação.
- Bom dia – desejei com um sorrisinho sem graça
- Kyle – Justin disse se levantando
Respirei fundo segurando todo ar, procurei pelos seus olhos mais eles estavam concentrados na minha mão entre a do Jaxon.
- Acho que ele está com ciúmes. – Jaxon se inclinou para baixo e sussurrou no meu ouvido – Ok garotão, ela é toda sua.
Sua mão soltou a minha no momento em que Justin parou em nossa frente.
Ele estava tão bonito, terno preto e camisa branca sem gravata. Eu queria o agarra ali mesmo. Olhei para baixo vendo meus tênis.
- Porque você não nos apresenta á essa mulher encantadora Justin? - a voz do homem na ponta da mesa disse
Jaxon sorriu e foi se sentar. Justin ainda me encarava.
- Aquele é o meu pai Jeremy, meu irmão Julian, a esposa dele Olivie e minha sobrinha Julie. O Jaxon você já conheceu – ele nem se virou para dizer os nomes – E essa é a Kyle.
- É um prazer te conhecer, Kyle. – Jeremy disse se levantando
- Oh. – soltei todo o ar e desviei os olhos de Justin – O prazer é todo meu, senhor.
- Nunca o chame de senhor – Jaxon disse virando o pescoço pra mim – Ele se sente velho, apesar de ser.
Jeremy deu um tapa em sua cabeça e andou até mim que continuava parada na porta. Sua mão foi estendida fazendo Justin vir para o meu lado.
- Como foi a viagem? – perguntou
- Bem, obrigado.
- Venha tomar café, depois Justin vai leva-la para descansar – ele me puxou delicadamente pela mão.
- Não é necessário – digo
- É claro que é – ele afasta a cadeira ao lado de Jaxon e faz um gesto para mim – Sempre tomamos café juntos, é a nossa maior regra.
Sento e agradeço o momento que ele ajeita a cadeira me deixando mais próxima possível da mesa. O sorriso no sorriso de Julian e sua esposa era estranho, eu queria pergunta o que estava acontecendo mas Justin fez o favor de se sentar ao meu lado me desconcentrando, eu estava entre ele e Jaxon.
- Você aceita café? – Olivie perguntou se levantando delicadamente de sua cadeira
- Sim, obrigado.
- Você deveria comer os croissant, é uma delicia – Ela colocou café na xicara a minha frente – Açúcar ou adoçante?
- Adoçante.
Estendo a mão para apanhar o adoçante que ela me passou.
- Mamãe o bolo – Julie disse quando sua mãe se sentou
- Desculpe – Olivie sorriu e apontou para o bolo de chocolate com granulado – Julie preparou o bolo...
- E todos tem que comer – A garotinha disse cruzando os bracinhos
Todos deram risadinhas e me olharam com expectativa.
- Eu sou alérgica a chocolate – falei, desculpando-me
- Está tudo bem – Julian me mandou uma piscada - Deve ser uma merda não comer chocolate.
- As coisas eram piores quando eu era criança – sussurrei tomando o café
- Quem é ela? – Julie perguntou se lambuzando de chocolate
- Baby, essa é a sua mais nova titia. – Jaxon informou
Meus olhos quase saíram do rosto e o café deve ter entrado em algum lugar errado porque eu comecei a tossir. Quase imediatamente senti uma mão na base da minha coluna, dando pequenas batidinhas, era Justin.
- Tudo bem? – Ele se inclinou para me pergunta, provavelmente não querendo que os outros escutassem.
Assenti e tentei me controlar e me desculpei, era a única coisa que eu fazia desde que entrei na casa, me desculpar. Eu estava me sentindo uma intrusa.
Me virei pra Jaxon serrando meus olhos desejando que ele se engasga-se como eu. Mas a única coisa que ele fez foi sorrir e passa o braço por cima dos meus ombros, eu não reclamaria se esse gesto não tivesse feito Justin se afastar.
- Eu não tenho titia – Julie disse tentando subir em cima da mesa – Só o titio Jax e o gatinho.
- Gatinho?
- Titio Jurtin – ela sorriu para mim
Virei minha cabeça para o lado a tempo de ver Justin sorrindo, e caralho, ele era tão lindo assim. Soltei um suspiro pra conter a gargalhada.
- Gatinho? – perguntei o fazendo rir
- É – deu de ombros
- Vou chamar você di titia Ky – ela sorriu e voltou se acomodar no colo de Julian
Prendi a respiração desviando o olhar de Justin.
- Fale de você – Jaxon sacudiu os meus ombros me olhando com expectativa
- Justin disse que você faz faculdade – Olivie me mandou um rápido olhar enquanto limpava o rosto de sua filha coberto de chocolate
-Arquitetura – murmurei querendo saber o que mais Justin sabia – Faltam dois anos para concluir.
- Eu trabalho em uma empresa de arquitetura – Ela sorriu – Na área de decoração de interiores.
Sorri para ela, pensando no quanto a gente poderia conversa, se eu não estivesse ali só pra assinar o meu divórcio.
- Pai, mãe, irmãos? – Jeremy perguntou
- Minha mãe faleceu no meu parto – informei – Gravidez de risco.
- Sinto muito – disseram todos ao mesmo tempo
Assenti e voltei a tomar meu café.
- Tenho uma irmã mais velha. - Murmurei depois de engolir o café
- Interessante – Jaxon riu – Seria legal você nos apresentar.
Ri tentando imaginar Kara e Jaxon juntos. Nunca daria certo.
- Você não faz o tipo dela – Dei um tapinha no seu braço
- Eu faço o tipo de todas. – ele estava claramente ofendido
- Cala a boca pirralho – Julian tacou o guardanapo nele
- E o seu pai? – Olivie pergutou
- Ah, ele tem uma firma de advocacia.
Os olhares na mesa se voltaram para Justin.
- Sério cara? – Jaxon riu balançando a cabeça
Me virei para ele e quando abri a boca ele respondeu sorrindo.
- Sou advogado. – me fitou esperando alguma reação
Assenti e continuei o olhando, reparando em tudo em seu rosto, até em algumas pintinha.
Alguns zunidos na minha cabeça me fizeram forma uma careta, deveria ser muito ruim, porque Justin perguntou se estava tudo bem.
- Sorria de novo – Sussurrei
- O que?
- Sorria. – Levantei minha mão e segurei a sua
Ele sorriu meio forçado, mas, continuava lindo.
Eu estava deitada num lugar acolchoado, a máquina de tatuagem zunia enquanto rabiscava a minha bunda, meu vestido estava enrolado na cintura e a calcinha não deixava ninguém ver muito.
- O tatuador brigou com você por me fazer rir e quase errar – Falei olhando para nossas mãos – Você me deu a mão porque eu estava com medo.
Ele assentiu agora sorrindo de verdade.
- Eu queria escrever Sr. Bieber, mas, você disse que todo mundo chama seu pai e seus irmãos assim.
- Você tatuou meu sobrenome? – Julian perguntou
Balancei a cabeça tirando minhas mãos da de Justin.
- O nome do Justin.
- Eu quero ser igual o Justin quando eu crescer – Jaxon resmungou se levantando – Como esse viadinho consegue se casar com uma gata e ainda faz ela tatuar o nome dele?
Justin riu pelo nariz e se levantou.
- Você precisa descansar.
Assenti e me levantei.
- Se precisar de alguma coisa, nos deixe saber – Jeremy disse acenando com a cabeça
Agradeci e pedi licença, quando dei o primeiro passo Jaxon passou o braço pela minha cintura.
- Você vai me apresentar a sua irmã né? – Ele sorriu tirando o cabelo do meu rosto com a mão solta
- Eu vou arrancar a sua mão se você não parar de me tocar – Falei ajeitando a lapela do moletom dele
A risada que explodiu na sala fez ele me larga.
- Eu estou apaixonado por ela cara – ele disse pro Justin
Justin segurou meu braço e me fez andar antes de xingar o irmão, sua mão subiu até o meu ombro e depois desceu até ficar a cima da minha bunda, eu quase tropecei quando seus dedos apertaram a minha blusa.
- Você se lembro de mais alguma coisa? – me perguntou em voz baixa
Neguei enquanto me concentrava em não cair na escada. Quando chegamos lá em cima, tinha um corredor pra cada lado, ele me guiou a esquerda. Penúltima porta .
O quarto era enorme, todo luxuoso, os tons de preto, cinza e poucas coisas brancas. A cama era king size com certeza, cabeceiras em cada lado e um baú logo no final da cama, poltronas espalhadas pelo lugar. Tinha uma mesa com um notebook e livros no canto, uma porta aberta que dava pra ver que era o closet e do outro lado um banheiro.
- Esse é meu quarto – ele ficou encostado no batente enquanto eu andava até a cama
- É lindo. É a sala inteira do meu apartamento. – ele riu antes de entrar no quarto
Engoli em seco quando a porta bateu lentamente atrás dele. Escorreguei as mãos pela parte de trás do meu jeans tentando secar minhas mãos.
- Justin, eu sei que... – parei de falar assim que ele passou a língua pelos lábios
- Que?
A boca dele é tão linda, eu queria poder andar até ele e o beijar, depois tirar cada pedaço de roupa que me impedisse de ver seu corpo. A imagem dele sentado no chão do banheiro em Vegas sem camisa ainda estava viva na minha memória. Balancei a cabeça tentando voltar a falar mais a única coisa que eu tinha na minha cabeça era uma pergunta estupida.
Tínhamos nos beijado?
- Porque nos casamos? – sussurrei
Ele pareceu surpreso com a pergunta, ou talvez ele só não quisesse responder, porque seu rosto se contorceu.
- Você pareceu diferente. – deu de ombros passando por mim indo pro closet
E isso significa algo bom?
Girei e o segui pronta pra o questionar mais a visão dele escolhendo gravatas me fez parar assim que entrei. O lugar era cheio de divisas com ternos, camisas e calças penduradas, outras partes tinham sapatos sociais e tênis. Ele usava tênis?
Assim que ele pareceu achar alguma que o agrada-se ele andou até o espelho que ficava numa parede completa. Ele tentou colocar a gravata Azul marinha mais estava torto. Calmamente andei até ele e parei em sua frente, toquei em suas mãos e as abaixei antes de começar a fazer o nó correto.
- Meu pai nunca consegue fazer – falei ajeitando ela ao redor de seu pescoço
Olhos de Justin estavam em mim e sua boca entre aberta.
- Eu quero te beijar – ele sussurrou
Eu queria tanto arregalar meus seu rosto estava próximo demais do meu rosto, suas mãos foram pra minha cintura e ele colou nossos corpos.
- Talvez eu me lembre de algo.
Ele assentiu e se abaixou rosando nossas bocas.
- É – disse – Talvez. – e me beijou.
Ele pressionou sua boca na minha pedindo passagem com a língua e eu cedi. Meus dedos foram para o seu ombro a procura de apoio, uma de sua mão foi para o meu cabelo os puxando espremendo mais a boca na minha. Eu gemo sentindo o gosto de café e hortelã da sua boca. Seus dentes prenderam meu lábio inferior antes de ele chupar. Sinto meus pés indo para trás enquanto ele puxava mais os meus fios, sinto um impacto nas minhas costas mais não me importo. Só me deixo levar pelos movimentos de nossas bocas juntas. Mas o ar se faz necessário então nos separamos.
Sua boca estava rosada e algo brilhava em seus olhos.
- Justin isso não deveria ter... – não sou capaz de termina já que seus olhos se fecham e ele me larga, dando passos para trás – Justin?
- Eu tenho que ir trabalhar – sussurra se virando de costas
- Justin! – O chamo seguindo-o para o quarto
- Sinto muito – diz antes de bater a porta
E eu fico ali parada pensando: que merda eu fiz?
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