História Ruthless - Acordo

 

Eu tinha tomado a liberdade de tomar uma banho e me deitar.

O banheiro é tão grande e bonito quanto o quarto e o closet. Uma banheira de hidromassagem grande e redonda estava ao canto, um box totalmente de vidro tomava a metade do banheiro, um vaso, uma grande pia tomava uma parede inteira juntamente com um espelho gigante.

Tirei minha roupas deixando ela em cima da pia e entrei no chuveiro, abri o chuveiro e deixei a agua quente cair em cima de mim. Fiquei ali deixando a agua agir.

Meus pensamentos viajaram pros lábios de Justin colado no meu,  seu gosto e sua mão em mim, tudo parecia certo.

 Eu ali parecia errado, eu não deveria ter concordado e saído da minha casa, eu deveria ter pedido para ele enviar os papei para o meu pai e pronto tudo acabado.

Mas a quem eu quero enganar?

Eu queria ver ele de novo, eu queria saber o que tinha acontecido em Vegas, eu queria toca-lo eu queria confronta-lo, eu queria ele.

E tudo isso estava me deixando louca. Eu tinha me casado com um cara que eu nunca tinha visto na vida, a não ser por televisão ou outro meio de comunicação, e o fato de que ele parecia tão decepcionado comigo por eu não lembrar me fazia perde a cabeça. O que fez a gente se casar? Ele um bilionário que provavelmente tem todas as mulheres ao seus pés, eu uma estudante que não tinha mais que três mil reais no banco de mesada.

Sai do box assim que me senti limpa, peguei uma toalha que estava por ali e me sequei logo a enrolando no meu corpo. Caminhei até a minha mala que estava no canto do quarto, peguei um top e uma regata qualquer, uma calcinha e uma calça de moletom, me vesti e me joguei na cama não me importando com a toalha na minha cabeça, puxei o edredom e me enfiei ali em baixo. A cama tinha um cheiro limpo, fresco. O mesmo cheiro da toalha. O cheiro dele.

As ideias na minha cabeça giravam, fechei meus olhos mais o sono não vinha, no entanto meu corpo estava pesado.  Eu queria dormi, queria esquecer tudo isso, queria tirar Justin da minha cabeça.

Só tinha um dia desde que nos conhecemos e eu já me sentia perturbada. Eu não deveria está me sentindo assim, eu não deveria está sentindo nada, então porque eu me sentia doente só no pensamento de nunca mais ver ele? Porque eu sentia vontade de dizer não ao divorcio? Porque?

Cansei de ficar montando perguntas na minha cabeça, dei um pulo pra fora da cama e marchei para fora do quarto, olhei por todo o corredor e andei até a escada, meus pés batendo no mármore frio, eu deveria ter posto uma meia já que não tenho chinelos. Segui todos os degraus lentamente vendo o hall vazio, entrei na sala vendo uma mulher baixa ajeitando as almofadas do sofá.

- Desculpe – Ela se endireitou passando as mãos pela frente da calça social – A senhora precisa de algo?

- Oliver está?

- A senhora Bieber já foi trabalhar – ele sorriu minimamente colocando as mãos juntas na frente do corpo

- A casa está vazia?

- O Senhor Jaxon está no escritório – Ela gesticula para o corredor – Eu vou leva-la.

Ela da à volta pela sala e para na estrada do corredor, ela para e me espera. Eu a sigo lentamente, olhando pra todas as portas existentes. Quase ao final uma porta lisa de madeira escura está entre aberta.

- Vou anuncia-la – Ela da um passo erguendo a mão para bater, mas eu a interrompo.

- Não é necessário – agradeço dando um passo a frente

Ela sorri e volta pelo corredor, eu empurro a porta minimamente só colocando a cabeça pra dentro. Jaxon estava sentado atrás da mesa de madeira, papeis e livros a sua frente, ele tinha uma caneta entre os dedos e batia com ela sobre o livro enquanto lia algo. Dei um passo pra frente e passei pela porta a encostando de novo.

- Ocupado?

Jaxon olhou pra mim e riu se encostando na cadeira.

- Cuidando das finanças – ele apontou com a caneta para as cadeiras a sua frente

- Você trabalha no banco? – me sentei na cadeira e puxei meus pés para cima

- Mais ou menos, eu estou na faculdade ainda – ele se inclinou e voltou a mexer nos papeis – Mas Julian me obriga a fazer algumas coisas.

- Qual o curso?

- A velha e boa administração, Julian e papai são formados. – ele torceu os lábios – Justin é o único que escolheu advocacia.

- Então todos os Bieber estão fadados ao banco?

- Não – riu – Papai nunca nos obrigou, mas quando Julian começou a trabalhar no banco, Justin achou que era certo ir também e sei lá, eu fico bem de terno.

Eu soltei uma risada. Jaxon riu e voltou aos papeis, o notebook na mesa estava ligado e tinha um absurdo de números ali. Eu faço arquitetura e mexo com muitos números mais a quantidade de coisas ali eu não entendia. Girei a cadeira e olhei pras paredes abarrotadas de livros.

- Então você não lembra de nada? – virei a cadeira de volta pra ele e balancei a cabeça

- Ele disse pra você?

- É – assentiu sem me olhar – Como você pode perceber todo mundo já sabe.

- Como descobriram?

- A mídia descobre tudo. É só questão de tempo.

- Deve ser horrível sempre ter a vida exposta – comentei

- É assim desde que eu nasci, então eu não ligo. – deu de ombros – Justin é o queridinho dos tabloides. E o fato de vocês dois terem se casado em Vegas diante de um cara vestido de Elvis – soltou uma risada – Só podia acabar em merda.

- É.

- Mas daqui a pouco alguém faz alguma coisa e a atenção sobre vocês se acaba – ele soltou a caneta e colocou as mãos atrás da cabeça

Minha boca se apertou tanto que eu pensei que tinha engolido os lábios.

- Vamos lá – Ele se levantou – Eu preciso de um sorriso.

Sorri forçado.

- Que sorriso de merda, Kyle – Ele colocou a mão na cintura

- Porque você não vai colocar uma blusa? – até seu casaco se foi

- Eu estou te distraindo não é? – ele sorriu – Você se casou com o Bieber errado, baby.

Dessa vez eu gargalhei de verdade. Ele deu a volta na mesa e veio até mim puxando a toalha da minha cabeça. Eu nem tinha percebido que estava com ela.

Foda-se.

- Quer ver um filme? – perguntou me ajudando a tirar os cabelos do meu rosto

Assenti e me levante o seguindo para o lado de fora, e deu poucos passos e abriu uma porta me deixando ver uma tela gigantesca, poltronas idênticas a de cinema e no canto um bar com muitas bebidas espalhadas.

- Na parte de trás tem salgadinhos e doces – Ele apontou pro bar – E o frigobar com refrigerantes, acho que tem suco também.

- Isso é legal.

Ele deu a volta no bar e se abaixou pegando duas latinhas de Coca-Cola e um saco de doritos. Peguei as latas e fui sentar em umas das primeiras poltronas, quando Jaxon estava preste a sentar um som auto soou pela casa. A campainha.

- Acho que temos visita. – Jaxon colocou o salgadinho na poltrona e se levantou indo pra saída

Continuei sentada sem saber se deveria continuar aqui esperando ele voltar ou se ia atrás dele, olhei pra tela e depois pros meus pés descalços e continuei sentada. Uma batida na porta me fez olhar pra trás, a mesma senhora que tinha me trago até o escritório estava na porta com sua postura intacta.

- Estão chamando pela senhora na sala.

A segui novamente até a sala vendo Jaxon conversando com uma mulher e um homem. A mulher foi a primeira a me ver entrar, seus olhos me mediram de cima pra baixo, parando nos meus pés descalço. Segui o seu movimento e ela vestia um terninho preto com uma saia muito colada ao corpo, elegante de mais pro meu gosto, os saltos altos de mais e uma maquiagem muito forte, os cabelos loiros presos em um rabo de cavalo, ela tinha uma pasta a mão e me olhava com deboche. O cara estava de terno cinza com riscas e uma gravata horrenda.

- Kyle, esse é o Baker e a Lauren –Jaxon deu um passo pro lado para nos vermos melhor – Eles são advogados do banco. 

Esfreguei as palmas suadas na lateral da calça de moletom e endireitei a coluna. Eu já sabia o assunto que iriamos tratar, e só isso fez minha garganta fechar. Endireitei a coluna e dei um passo a frente.

- Senhorita Allen, o senhor Bieber nos pediu que redigíssemos os papéis da anulação. Eles cobrem todo tipo de questão, inclusive os detalhes do acordo.

-Acordo?

- Sim – Foi a vez da loira falar – Tenha certeza que o senhor Bieber foi muito generoso.

Jaxon tinha a testa franzida e encarava Lauren de uma forma estranha. Alternei meu olhar entre os três tentando entender.

- Desculpe, mas o qu...

- Notará que os documentos cobrem todas as condições que a senhorita terá de cumprir. – apressou-se Lauren – A senhorita não poderá falar com nenhum membro da imprensa a respeito desse assunto. Isso não é negociável. Você consegue compreender? Em nenhuma circunstancia poderá falar do senhor Bieber com qualquer membro da imprensa enquanto estiver viva.

Eu me senti como se estivesse tomado um tapa na cara.

Ela tinha papeis a mão e estendeu para mim, mas Jaxon se adiantou em tomar de sua mão.

- Podemos voltar para a parte do acordo? Eu me sinto perdida.

- Dada as circunstancias, não será inteligente da sua pressionar o meu cliente para obter mais. Um casamento de vinte quatro horas em Las Vegas contraído enquanto os dois estavam embriagados? – Baker disse puxando mais papeis da sua própria maleta

A loira ao seu lado deu uma risadinha, e eu senti meu estomago revirar. Jaxon ainda lia os papeis e parecia um pouco irritado.

- Meu cliente não farar outra oferta. – a loira disse

- Não quero que ele faça outra oferta – eu sentia minha voz se elevando

- A anulação terá continuidade – disse Baker – Não haverá uma reconciliação.

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Ótimo.

Baker me estendeu mais um papel e eu quase corri para pega-los. Havia muitos zeros ali, quer dizer, muito, muito mesmo. Nem se eu roubasse todo o dinheiro do meu pai eu conseguiria essa quantidade. Justin me queria bem longe mesmo. Meu estomago deu mais uma revirada e eu comecei a rezar pra mim não começar a vomitar.

- Também não poderá tentar entrar em contato com o senhor Bieber novamente. Qualquer tentativa da sua parte será vista como quebra de contrato. – Lauren me estendeu uma caneta com um sorriso falso – Está claro?

- Não – soltei os papeis no chão e esfreguei o rosto com as mãos.

Eles acharam mesmo que eu iria cair em cima desse dinheiro. Dinheiro que eu não fiz nada pra ganhar, e claro que pensaram que eu iria expor tudo pra imprensa e que ficaria perseguindo Justin atrás de dinheiro. Acham que eu sou uma interesseira, uma ralé atrás de dinheiro.

Respirei fundo tentando colocar minha cabeça em ordem.

- Digam pro cliente de vocês que eu não quero merda nenhuma. – esbravejei

Os advogados se entre olharam, Baker parecia nervoso, já a outra parecia está com tédio. Jaxon abaixou os papeis e me olhou tristemente.

- Ky...

- Não quero vender nenhuma historia dele, persegui-lo ou o que quer que tenha na clausula 78.9. Não quero o dinheiro dele. – esbravejei

Soltei o ar e comecei a andar, passando entre os dois e indo pra escada. Subi os degraus tão rápido que me deu até uma vertigem, entrei no quarto de Justin batendo a porta e a trancando. Andei até o banheiro e comecei a catar minhas roupas, voltei pro quarto e enfiei tudo na mala, pegando o anel no bolso da calça jeans suja.

Ignorei as batidas na porta e os chamados de Jaxon. Sentei-me na cama com o anel na palma da minha mão.

E esperei até Justin aparecer.

∞

Justin Bieber

Terminei de assinar os documentos que estavam na minha mesa e os arrumei dentro da pasta, peguei o telefone na minha mesa ligando.

- Senhor? – Scott atendeu no primeiro toque

- Eu já tenho os documentos assinados.

Desliguei o telefone e me encostei na minha cadeira fazendo ela rodar um pouco. A porta se abriu e vi Scott passar por ela, me voltei para ele e apontei pra pasta.

- A senhorita Thomas está aqui – disse

- Pode deixar entrar.

Ele murmurou uma licença e saiu deixando a porta aberta. Franzi a testa e coloquei minhas mãos sobre a mesa, as cruzando. Lauren já tinha chego? Só fazia uma hora desde que mandei ela levar os documentos pra Kyle  assinar.

Escutei meu nome ser pronunciado e levantei a vista vendo Lauren a porta.

- Entre e feche a porta. – e assim foi feito – As coisas foram rápidas. Tudo certo?

- Não. – ela resmungou enquanto ela andava até a frente da minha mesa

- Como não? – já sentia minha voz se elevando

- A senhorita Allen não concordou com os termos.

- Ela quis mudar algo? – perguntei tentando não mostrar minha incredulidade

Lauren apoiou os braços na cadeiras em frente e maneou a cabeça.

- Eu não sei – Deu de ombros – Ela jogou os papei na minha cara.

Agora eu estava verdadeiramente incrédulo. Me levantei ajeitando meu terno e segui até a parede de vidro atrás de mim.

Kyle não tinha assinado o acordo e nem o divorcio, e ainda jogou os papei. Será que ela não tinha concordado com os termos ou com a quantia que eu tinha estipulado? Merda, eu achei que um milhão seria o suficiente.

Contemplei os prédios à frente e o sol no horizonte, quando meu virei pude assistir a porta se abriu brutamente e um Jaxon irritado passou por ela.

- Lauren será que você pode nos dar licença? – ele apontou para a porta

- Eu estava falando com o Justin sobre...

- Eu pedi para você nos dar licença.

Lauren abriu a boca pra dizer mais alguma coisa mais eu a dispensei. Quando a porta se fechou Jaxon deu um passo pra frente abrindo os braços.

- Que merda você acha que estava fazendo?

- Não começa. – Revirei os olhos

Jaxon revirou os olhos lentamente e cruzou os braços.

- Você mandou a Lauren e o Baker atrás dela com a porra de um acordo judiciário, você é um merdinha irmão.

- Eu só fiz o que achei certo. – dei de ombros

- Certo pra quem? –replicou

- Pra ela – Resmunguei – Ou você acha que eu quero ela nessa merda que a gente vive?

E ele pareceu parar pra pensar nisso.

 – Vocês estão casados, você deveria ter sentado e conversado com ela, não jogar advogados nisso. Ela está brava.

- O que ela disse?

- Nada, ela se trancou no seu quarto e não me respondia – ele tinha bico no rosto – Eu quase arranquei a porta fora.

- Não tive essa intensão.

- Parece que você não teve a intensão de muita coisa – ele estalou a língua num som de decepção – Mano, você ao menos quis se casar com ela? De verdade?

Meu estomago deu voltas e minha boca secou.

- Eu nem sei mais, ok? – minha voz saiu mais baixa do que pretendi  - Droga, fui pra Vegas assinar um contrato.  Ai ela apareceu. Ela era diferente ou pareceu diferente aquela noite. Eu só...

- Que tal você dizer isso a ela? – As sobrancelhas de Jaxon se arquearam

Andei até a mesa e peguei meu celular ali em cima digitei uma breve mensagem ao meu pai, falando que tinha que sair pra resolver um problema, não esperei ele responder e sai da sala.

- Scott meu carro – Murmurei andando até o elevador

Entrei e apertei o botão do estacionamento, respirei fundo e tirei as mãos do bolso. Quando as portas se abriram meu carro já estava parado ali, agradeci ao senhor que segurava a porta e entrei no mesmo e girei a chave.

Acelerei o máximo que pude, fiz de tudo pra não ultrapassar os semáforos ou atropelar alguém.

Assim que entrei no condomínio meu corpo tencionou, buzinei para o segurança da guarita e passei pelos portões, Taylor abriu a porta assim que desliguei o carro.

- Não precisa estacionar – passei por ele e corri para as escadas

Coloquei o código e empurrei a porta, a casa estava silenciosa - como sempre  - subi as escadas rapidamente e suspirei ao parar na porta do meu quarto.

- Kyle? – dei duas batidas na porta

Nada.

-Kyle? – mais duas batidas – Abra, por favor.

Sons abafados saíram pela madeira, passos e o barulho da tranca.

Ela não me olhou quando a porta ficou aberta, só virou o rosto e caminhou até a cama. Soltei todo o ar do meu corpo e passei pela porta, fechando-a logo em seguida. Sua mala estava em pé ao seu lado, fechada.

- Oi – murmurei

- Eu estou indo em bora – seu olhar ainda não tinha encontrado o meu – Vou te mandar os papeis.

- Olha eu queria me des...

- Não preciso de nenhuma merda envolta a seu dinheiro e não tenho a intenção de contar nada para ninguém – Ela soltou uma risada amarga

Assisti ela pegar algo da bolsa em cima da cama antes de coloca-la no ombro, ela se virou com o anel na mão e estendeu para mim.

- Eu já disse que não quero – resmunguei - É seu.

- Não, é seu. – Ela bateu o pé no cão impaciente

Soltei o nó da gravata a fim de ver se a sensação de ser enforcado aliviada. Foquei meus olhos no seu e dei um passo a frente.

- Me desculpe. –  soltei vendo seu rosto se retesar – Por essa merda toda.

- A culpa não é sua. – Ela abaixou os olhos e olhou para o mármore – Mesmo bêbada, eu não faria nada que eu não quisesse.

Meus pulmões tentaram puxar o ar, mas nada acontecia.

Ela tinha ficado horas, trancada no banheiro depois de ter vomitado em mim quando soube que estávamos casados, enquanto eu caminhava pelo pequeno quarto do hotel que ela estava hospedada eu tentei não pensar em nada e eu tinha conseguido, só disse que tudo se resolveria e sai.

Sua presença sempre era demais, desde que coloquei meus olhos nela, eu senti. Senti que algo iria acontecer mas não o casamento, quando fiquei parado ao lado do Elvis e um juiz numa capela no meio do deserto, eu me senti bem, como a anos não me sentia. Quando ela caminhou com seu vestido branco curto de mais, seus saltos e um boque de flores de plástico eu senti algo que nunca tinha sentido antes.

E agora olhando para ela tentando se livra de mim e do anel que eu tinha conseguido com tanta vontade, me fazia imaginar o quão babaca eu era.

- Eu não sei o que fazer – Admiti

- Somos dois – seu braço se abaixou e ela encarou a aliança – Acho que o beijo deu uma complicada.

- Foi incrível – Soltei rápido

Ela riu e me encarou. – Foi o nosso primeiro beijo?

Assenti.

- Quando o Juiz disse que eu poderia te beijar você correu pra saída – ela riu e assentiu – E quando íamos nos beijar no seu quarto você começou a vomitar.

- Eu sou péssima – ela se jogou na cama, sentando.

Eu ri e passei a mão no rosto.

- Você disse isso em Vegas – caminhei até a cama e me sentei ao seu lado – Disse que era confusa e dramática de mais.

- Então você me conhece – ela sorriu e tentou me entregar o anel de novo – Porque você não quer o anel?

- Porque eu não quero me lembrar de nada disso quando você for embora.

Ela se calou e ficou me olhando.

- Eu não quero ir embora.

Fitei cada canto do seu rosto tentando ver a mentira, mas tudo parecia verdade.

- Você quer continuar casada comigo? – incrédulo era como eu me encontrava

Ela assentiu sem tirar os olhos de mim.

- Nossa – sussurrei

- Justin, eu duvido que eu vá me lembrar de tudo que aconteceu mas achei que poderíamos, quem sabe, criar novas lembranças. – deu de ombros – Eu não sei.

- Só por um tempo? – perguntei

- Não. Não sei... só acho que poderia existir algo entre nos.

- Também acho que poderíamos tentar.

Ela assentiu e sorriu, olhou pra baixo e colocou o anel de volta no dedo.

- Tudo bem – Ela se levantou

- A onde você vai? – Perguntei quando ela agarrou a mala

- Arrumar um espaço pra mim no seu closet.