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História Ruthless Love - Rachadura


Escrita por: fckzjdb

Notas do Autor


Olá! Espero que gostem, boa leitura!
Nos vemos nas notas finais xx

Capítulo 13 - Rachadura


Justin Drew Bieber P.O.V

Apesar de ter acordado um pouco antes do que eu havia planejado, ao descer as escadas já encontrara a mesa do café remexida. Tive que forçar minha visão para que ela se adaptasse à claridade que as janelas abertas da cozinha proporcionavam ao ambiente. Esfreguei os olhos e bocejei antes de perceber que Katniss estava sentada em uma das cadeiras com o cabelo todo emaranhado. 

 - Bom dia. Resolveu fornecer moradia pros passarinhos? - disse enquanto me sentava à sua frente. 

 - Uau, você é realmente muito engraçado - respondeu Katniss debochadamente enquanto revirava os olhos e tentava arrumar os seus fios de seu cabelo rebeldes. Dei uma fraca risada ao mesmo tempo em que pegava a jarra de suco à sua frente. 

Após terminar de ajeitar o cabelo, Katniss voltou a comer e mordeu um pedaço do pão que antes estava em seu prato. Eu estava despejando minha bebida no copo e tentava fingir que não percebera o olhar dela caindo sobre mim. 

 - Não vai me xingar por ter saído do quarto sem sua permissão, Bieber? - indagou por fim. Ri fraco antes de tomar um gole do suco. 

 - Se eu não quisesse que você saísse, não teria destrancado a porta. 

Dei uma rápida olhada em sua direção e a vi engolir em seco, aparentemente constrangida. Depois de já ter dito, percebi que a frase ficara um pouco pessoal demais. 

 - Tenho coisas mais importantes com que me preocupar - continuei. - Mas isso não é da sua conta. 

Ouvi sua risada chegando timidamente até meus ouvidos, no entanto não entendia o motivo da diversão dela. Levantei meu olhar e a encarei seriamente, esperando que explicasse o que aparentemente era tão engraçado. 

 - Você nunca vai conseguir ser totalmente legal, não é Justin? Em algum momento, você tem que ser um grosso e um estúpido - disse a mim revirando os olhos. Ri fracamente soltando o ar pelo nariz enquanto pegava um pouco do bacon de dentro da vasilha.

 - Eu sempre vou ser grosso, Katniss. Se é que você me entende, eu nasci com esse dom e as mulheres adoram. - mordi meus lábios e pisquei enquanto a encarava. Ao perceber que eu me referia ao formato do meu pênis, ela revirou os olhos e assumiu uma feição de desdém. Não consegui segurar uma fraca risada. 

 - Você é nojento.

- Bom, não pareceu que você achava isso enquanto gemia o meu nome ao rebolar no meu colo.

- Quer saber? Por que você não vai se foder? – retrucou ela com a voz um tom mais alto do que o normal. Escutei o chocar das louças quando Katniss largou descuidadamente o garfo sobre o prato onde pousava o seu pão mordido e seus ovos mexidos. Fisguei mais um pedaço de bacon enquanto encarava a mulher à minha frente prestes a soltar fumaça pelos buracos da sua face. Tentei segurar minha risada, não dava pra negar que sua feição estava engraçada, ainda mais sendo o motivo disso tudo tão bobo. Como se eu estivesse mentindo ao dizer aquilo.

- Quer saber? Por que você não admite que quer transar comigo de novo? – retruquei com um sorriso divertido espalhado pelos meus lábios ao mesmo tempo em que apoiava meus cotovelos sobre a mesa.

- Você é impossível, porra! – reclamou enquanto arrastava indelicadamente a cadeira para trás, provocando um barulho ensurdecedor pelo choque com o piso. Katniss se levantou deixando a comida remexida e saiu batendo o pé na direção da sala. Dessa vez, não consegui evitar rir pela sua reação exagerada.

Percebi que suas pisadas se suavizaram segundos depois de passar pela porta da cozinha. Em seguida, ouvi pés batendo contra o chão se aproximando do local onde eu estava. Virei para trás pensando que ela retornara, mas, ao invés disso, deparei-me com Ryan e Jake entrando ali.

- Parece que alguém está de TPM – zombou Ryan.

- O que aconteceu? – perguntou Jake ao reparar na cadeira afastada da mesa e na comida remexida.

- Ela não admite que quer meu pau na vagina dela – respondi indiferente. Ryan riu e Jake soltou uma risada menos escandalosa que a de Butler.

- Acho que chegamos cedo demais. – avaliou Ryan, dispersando do assunto inicial, aparentemente desinteressado quanto à minha relação com a Katniss - O Jake principalmente – disse ele ao se sentar na cadeira ao meu lado – Cheguei aqui e ele já estava na sala, parecia chapado na frente da escada, parado como uma estátua – continuou, soltando um fraco riso nasalado. – Você tava dopado, cara?

- Não consegui dormir direito. Muitas coisas rodando na minha cabeça.

Jake se sentou na cadeira que Katniss ocupara e mordiscou a comida que ela deixou pra trás. Do mesmo modo, terminei meu café da manhã alguns minutos depois de eles terem se juntado a mim – e roubado um tanto da minha comida.

- Qual o planejamento pra hoje, chefinho? – indagou Ryan assim que saímos da cozinha.

- O Chris e o Chaz vão demorar? – disse, ignorando sua pergunta. A ansiedade excessiva do Ryan às vezes me deixava nos nervos. Pude ouvi-lo bufar antes de ver o seu corpo afundando o estofado do sofá da sala.  

- Não sou a babá deles – murmurou Ryan.

- Eles não são disso, você sabe – respondeu-me Jake depois que terminou de rir do comentário do Butler. Assenti por meio de um aceno com a cabeça e me sentei ao lado de Ryan em seguida.

- Estão sendo agora – disse.

Eu poderia ter adiantado o assunto que eu gostaria de tratar com eles enquanto o Chaz e o Chris não chegavam, mas eu sabia que, assim que eles aparecessem, eu teria que repetir tudo o que já fora dito durante a ausência deles e eu odiaria ter que retomar tudo do zero. A confirmação que Jake me dera na noite anterior me fizera martelar a cabeça diversas vezes antes de ir dormir. Eu precisava agir de alguma forma e estar à frente de Jackson para que, assim, conseguisse ultrapassá-lo quanto às influências que possuímos no tráfico. Estamos basicamente empatados quanto a isso, e eu odeio dividir as coisas que me pertencem.

Minutos se passaram desde a hora que eu ligara a televisão em um canal de reprises de jogos. Literalmente, não se passou muito tempo até o interfone tocar, mas tudo pareceu se passar em câmera lenta até o momento em que Chaz e Chris finalmente entraram dentro da casa gritando cumprimentos. Subimos para o escritório em seguida, tranquei a porta após todos passarem, a fim de impedir qualquer interrupção ou espionagem que fosse.

- Jake confirmou a tentativa de Hoffman de me derrubar – comecei a dizer sem rodeios assim que afundei meu corpo na cadeira giratória. Percebi que Chris esfregava os olhos à minha frente enquanto Ryan furtava meu frigobar.

- Como se isso fosse alguma novidade – murmurou Butler ao despejar o meu Dalmore 62 em um copo.

- Ele está atraindo aliados dessa vez, procurando meus inimigos pra se voltarem contra mim. Jake me informou de um carregamento que entregou à Jackson ontem, e se ele está se preparando pra alguma coisa, então quer dizer que também devemos nos preparar pra algo.

Pude reconhecer os olhares de compreensão que Ryan, Chaz e Jake dirigiam a mim. Chris, porém, mantinha os olhos fechados e uma de suas mãos apoiadas na cabeça.

- Qual seu problema, porra? – perguntei já cansado de ver seu descaso com a situação. Chaz, que estava ao lado dele, deu-lhe um tapa na cabeça, o que fez Chris rapidamente abrir os olhos e se desapoiar da própria mão.

- Ah, foi mal, Justin. Parece que a ressaca piora quando se fica muito tempo sem tê-la – respondeu enquanto alisava os olhos – Eu provavelmente não devia ter ido na festa do Derek – disse mais para si mesmo, apesar de eu ter ouvido.

- Quem é Derek? – perguntou Jake.

- Um colega – respondeu Chris indiferente.

- Derek Baker? – indagou Chaz, aparentemente curioso.

- É.

- Filho do governador, Ashton Baker? – continuou Charles. Chris balançou a cabeça afirmativamente.

- Como você sabe disso? – perguntei.

- Já me esbarrei com Derek algumas vezes, ele também é envolvido no meio do crime, mas quando começou, o pai ainda não era político. Agora ele tem o apoio e a proteção do governador e consegue arranjar o que quiser com praticamente ninguém na cola dele. Ele foi avião meu uma vez, tentei trazê-lo pra perto da gente, mas ele queria viver por si só naquela época – explicou Chaz.

- Pelo jeito as coisas mudaram – murmurou Chris.

- Como assim? – questionou Ryan.

- Derek se envolveu com o Jackson – Chris deu de ombros – Ele o ajudou a se livrar de uns tiras que ficaram na cola dele depois de encomendar algumas drogas. Como recompensa, Hoffman tinha combinado que 30% do recebido iria pro Derek, mas isso não aconteceu – Chris deu uma leve risada nasalada. – Pelo menos esse foi o desabafo bêbado dele de ontem à noite – continuou enquanto esfregava os olhos.

- E por que você não disse isso antes, porra? – perguntei.

- O que? – ele disse abrindo os olhos e aparentando estar desnorteado. Suspirei e revirei meus olhos irritado.

- Você ouviu alguma merda do que estávamos falando aqui? – perguntou Ryan, que bufou assim que viu Chris baixando a cabeça, assumindo sua desatenção.

- Não importa, quero o seu amigo aqui, do nosso lado – eu disse e Christian riu.

- Acho que isso não vai rolar.

- Por quê? – perguntei já prestes a perder totalmente a minha paciência com toda essa enrolação.

- Porque ele não quer se envolver mais assim, Justin! Porra.

Surpreendi-me com a reação dele, não esperava que Christian ficasse tão irritado devido à cobrança que eu estava fazendo sobre ele. Percebi que Ryan suprimia uma risada e que Chaz, assim como eu, expressava surpresa no rosto. Jake, por sua vez, mantinha-se quieto e encarava um ponto cego da sala, parecendo hipnotizado pelo rodapé. Eu não sabia dizer se ele estava pensando ou se estava no mesmo universo que Christian estava instantes atrás.

- Então faça ele querer – disse Chaz entediado.

- Ah é, gênio? E como?

- Eu sei negociar – respondi.

- E ele sabe como esses negócios funcionam... – revidou Christian irritado, fazendo aspas com os dedos ao citar os negócios.

- Porra Beadles, só tenta porra! – exaltou-se Jake ao sair de sua quietude – Mas que droga, para de ficar colocando obstáculos o tempo todo como uma criança medrosa – resmungou por fim. Pude ver Chris estreitar os olhos e encarar Jake com uma expressão assassina enquanto Ryan abaixava a cabeça, concordando com o que fora dito, e Chaz me encarava esperando que eu contivesse a confusão que estava prestes a se formar naquele ambiente. Mas não foi isso que aconteceu.

Eu olhei para Chris com um sorriso nos lábios, tentando demonstrar meu apoio às palavras de Jake. Assim que ele viu minha feição, bufou e revirou os olhos, redimindo-se ao xingamento que recebera. Jake normalmente o provocava por sua idade inferior e achava que Christian estava no lugar errado por isso, que não possuía tamanha maturidade com o tráfico, mas isso era uma opinião particular e não dividida por nós.

- Ótimo – disse – Se conseguirmos Derek ao nosso lado, além de aumentar os aliados contra o Jackson, conseguimos mais segurança nos crimes. E, - prossegui com um sorriso malicioso nos lábios – aposto que ele consegue algumas propinas com o pai.

Christian bufou e Ryan abriu um sorriso vitorioso. Subitamente, Jake se levantou e alegou que iria ao banheiro. Dei de ombros e acenei com a mão, demonstrando meu desinteresse nas coisas que ele fazia quanto ao próprio corpo.

- Tudo bem – disse Chaz pensativo – Mas como esperar por uma parceria improvável com esse Derek vai nos deixar à frente do Hoffman agora? – Ryan o encarou com o cenho franzido, aparentemente confuso com o que Chaz estava querendo dizer. Devo admitir que no meu cérebro as coisas não estavam tão diferentes como no de Ryan. – Quer dizer, temos que agir agora. Jackson está cheio de armamento, como você disse, e o que nós temos?

- Competência – resmungou Chris, ainda irritado. Soltei uma risada nasalada e Chaz revirou os olhos.

- Estou falando sério.

- Sei disso – afirmei – E é por esse motivo que está na hora de começar a chantageá-lo com a Katniss – prossegui esboçando um sorriso vitorioso nos lábios. Ryan riu maldosamente e se levantou para pegar mais um pouco do meu uísque.

- Como? – perguntou Chaz.

- Quem é Katniss? – questionou Chris alheio à situação.

- Filha do Jackson – respondeu Ryan ao se sentar novamente em seu assento após já ter se servido – Uma delicinha, mas o chefinho já tomou posse – prosseguiu de modo brincalhão. Percebi Chaz se remexendo na poltrona e pigarreando discretamente, me fazendo segurar uma risada.

Jake retornou ao escritório e trancou a porta, voltando a se sentar no lugar que ocupava. Ele esfregou suas mãos e em seguida as apoiou atrás de sua cabeça, sentando de modo desajeitado sobre o estofado.

- Tá, mas como você vai usar ela pra ter benefício nisso tudo? – continuou Chaz.

- Jake disse que ele irá procurá-la no norte em breve – expliquei enquanto olhava para Jake, esperando que confirmasse o que eu dissera. Ele acenou afirmativamente com a cabeça. – Assim, o galpão dele estará, provavelmente, menos protegido do que o costume. Claro que ele deixará alguns seguranças de olho em tudo, mas parte seguirá para o norte do estado com ele. Isso facilita nossa ida até lá, e então podemos pegar de volta o armamento que ele conseguiu. Jake nos passa as coordenadas do depósito do Hoffman e isso agilizaria tudo – prossegui. Pude ver a animação nos olhos dos homens à minha frente, como se garantissem o êxito desse plano somente em ouvi-lo. – Por garantia, levaremos Katniss conosco, pra facilitar tudo ainda mais. Caso queiram revidar, ameaçamos matar a filha do chefe deles. E eu aposto que os capangas dele cederiam a essa chantagem rapidamente.

- Mas nós, tipo... – disse Chaz de modo receoso – Nós realmente a mataríamos caso eles não cedessem?

Ryan gargalhou ao perceber do que aquilo se tratava. Revirei os olhos e apoiei meus cotovelos sobre a mesa.

- Relaxa, cara, ainda vão haver muitas mulheres pra você foder – retrucou Ryan.

- Não – eu disse respondendo a pergunta de Charles – Mas isso não quer dizer que não atiraremos em algum lugar, que não a danifique pra sempre, caso eles não cedam.

Chaz balançou lentamente a cabeça em sinal de entendimento ao que acabara de ouvir, aparentemente soltando o ar que prendia. Ouvi o toque de um celular e notei Chris puxando seu aparelho do bolso, verificando o motivo do barulho eletrônico.

- Certo. Tudo bem, então.

- Parece que haverá uma parte dois – disse Chris com os olhos presos à tela do celular.

- O que? – disse Jake.

- Derek. – prosseguiu o Beadles, levantando seu olhar e passando a nos encarar – Ele dará outra festa hoje.

Ryan bateu uma palma e sorriu vitorioso.

- Então é isso – disse ele comemorativo – Diga que levará alguns amigos. – Ryan piscou para Chris e sorriu em seguida.

Não demorou muito até o fim de nossa conversa. Não havia muito mais o que fazer além de preparar nossas armas para o dia em que invadiríamos o centro de negócios de Hoffman, o que, segundo Jake, ocorreria em breve. Combinamos de nos encontrar em casa à noite e então seguirmos para a casa de Derek, onde haveria a festa e onde tentaríamos trazê-lo para o nosso lado contra o Jackson.

Passei um bom tempo sozinho no escritório, fumando e mexendo em algumas papeladas antigas, como contas correntes de vítimas passadas que antes nadavam em dinheiro, mas que, agora, provavelmente, viviam na falência graças a mim. Demorei a descer até a sala, onde planejava beber uma cerveja gelada antes de pegar o carro para ir almoçar fora, já que ficar trancado dentro de casa me enjoava. Não costumava sair à luz do dia, temia que, de alguma forma, eu fosse descoberto e preso ou talvez que algum de meus rivais decidisse investir contra mim em um momento mais vulnerável.

Assim que encarei o último degrau da escada, percebi que a televisão já estava ligada e que Katniss estava sentada de pernas cruzadas sobre o sofá. Ela não se mexeu mesmo quando meus pés tocaram o chão e fizeram certo barulho, somente senti seus olhares nas minhas costas quando passei pela sua frente e fui até a cozinha para pegar a cerveja. Ao retornar para a sala, ofereci uma garrafa a ela assim que sentei ao seu lado no sofá. Estiquei o braço em sua direção, mas não a encarei, minha atenção restringia-se ao que ela assistia na televisão, aparentemente um filme.

 Katniss pegou a cerveja da minha mão e percebi pelo canto do olho quando ela deu o primeiro gole na bebida. Em seguida limpou a boca com o dorso do braço e bufou.

- Estou com fome – declarou – E não sinto cheiro de comida – concluiu e tombou a cabeça para o meu lado, fazendo-me imitar o gesto.

- É por que não tem comida – dei de ombros. Ela revirou os olhos e tomou mais um gole da cerveja, voltando a atenção para a televisão.

- E eu faço o que então?

Não a respondi imediatamente. No fundo, não sabia se queria mandá-la preparar comida para si mesma ou se queria convidá-la para se juntar a mim em um restaurante. Continuei a encarando enquanto ela mantinha sua cabeça direcionada para a frente, beberiquei minha cerveja antes de pronunciar minha decisão.

- Pode ir almoçar comigo – declarei indiferente. Ela balançou lentamente a cabeça em afirmação e então me olhou com um sorriso nos lábios, sem mostrar os dentes.

- Muito gentil – disse ela abrindo um sorriso e se levantando – Vou me trocar e já desço, minha barriga tá roncando.

Katniss subiu rapidamente a escada, o que me fez rir pelo seu desespero em comer. Continuei bebendo a cerveja enquanto a esperava, assim como me mantive atento ao filme que passava, o qual eu tinha a impressão de já ter assistido antes. Instantes depois, ouvi o barulho dos pés dela se chocando contra o piso da escada, alertando-me para sua proximidade. Katniss surgiu na minha frente com um shorts e uma blusa de lã, escondendo o volume em seu colo.

- Vamos? – perguntou apoiando as mãos na cintura. Assenti e dei um último gole na cerveja, descartando-a no lixo mais próximo quando me levantei.

Descemos as escadas até a garagem e Katniss logo se ajeitou no banco de carona do meu Aston Martin One-77, adquirido em um dos poucos roubos realizados em concessionárias. Saí em disparada pela rua, seguindo até um dos restaurantes distantes do centro que eu costumava frequentar.

Era um ambiente mais arrumado do que o primeiro que eu levara Katniss. Pude perceber sua satisfação com o local ao sair do carro e admirá-lo com um sorriso crítico nos lábios.

- Estamos progredindo – comentou após dar a volta no carro pela frente e ficar ao meu lado. Eu ri fracamente e segui na sua frente até a porta de entrada do local.

Lugares assim costumavam ser vazios, mas quando havia alguém, ou eram bandidos nojentos ou eram bandidos mais bem sucedidos. O ponto é que basicamente não havia gente de bem nesses locais. Vários olhares se voltaram para nós quando passamos pela porta de madeira. Alguns rostos eram conhecidos, mas outros não passavam de meros estranhos. Guiei Katniss até uma mesa mais reservada, o mais longe possível dos olhos alheios.

- Isso é uma das poucas memórias boas que tenho com você – começou ela. Franzi o cenho e uma irritação começou a se formar em meu interior. Não queria que ela pensasse que esse tipo de coisa fosse algo como um encontro.

- O que? Isso não é um encontro, Hoffman – declarei. Ela revirou os olhos e apoiou os cotovelos na mesa.

- Se fosse, Bieber, eu não teria vindo – revidou entediada. Sorri satisfeito por ver que ela não estava confundindo os acontecimentos.

- Hm, então – prossegui – Nossa foda é uma das outras boas memórias? – perguntei voltando ao assunto inicial. Katniss se afastou da mesa e apoiou as costas no assento.

- Você não desiste – murmurou ela – Vê se não estraga essa minha memória boa de nós comendo como pessoas civilizadas em um restaurante. A última vez foi... Interessante – declarou segundos antes de uma atendente se aproximar da nossa mesa pronta para fazer os pedidos.

Os peitos dela estavam quase saltando para fora do uniforme enquanto indicava as opções no cardápio para mim. Foi inevitável não passar a língua pelos lábios cada vez que seus seios se aproximavam do meu rosto. A mulher parecia estar gostando da atenção que recebia de mim, porque ria de comentários nada engraçados e também não estava se importando com a Katniss a minha frente.

- O que é isso? – perguntou Katniss enquanto apontava para uma refeição no cardápio. A mulher olhou para ela entediada e se aproximou, abaixando quase na altura da mesa para ler o que era indicado. – Vire essa merda pra lá – vociferou Katniss irritada – Não sou obrigada a ficar olhando pra esses peitos nojentos de silicone, vadia.

Encarei-a assustado por sua reação inesperada, mas ao mesmo tempo tive que conter uma risada escandalosa. Em vez disso, soltei um riso fraco, o que resultou em uma engasgada com minha própria saliva. Uma mulher nervosa conseguia ser engraçado, mas, além disso, conseguia ser excitante pra caralho. Percebi a confusão nos olhos de Katniss assim que ela se virou para mim e me encontrou com a mão protegendo minha boca. A atendente, por sua vez, expressava raiva, mas ao mesmo tempo vergonha. Ela finalizou nossos pedidos segundos depois.

- Namoradinha ciumenta essa daí – murmurou ao meu lado enquanto terminava de anotar em seu caderninho. Eu ri.

- Não, baby. Eu não namoro – respondi com uma piscadela. Ela abriu um sorriso e mudou a página do caderno. Em seguida, arrancou a folha e a entregou com seu número de telefone anotado para mim. Segundos depois, ela se retirou rebolando. Olhei para a frente e vi Katniss a encarando com os olhos cerrados, me causando um riso fraco.

- Relaxa Katniss, você vai continuar sendo a única que mora comigo – disse brincalhão.

- Ah – resmungou revirando os olhos – Vai se fuder.

- Estou brincando, baby.

- Mulheres que se gabam pelo o que nem são delas me irritam – explicou-se. Não entendi por qual motivo Katniss entrar naquele assunto, o qual era extremamente estranho para mim, já que não fico discutindo essas coisas, eu só aproveito.

- É – disse pensativo – Acho que prefiro quando são naturais, mas não negaria os que não são.

- Ah, Bieber – falou Katniss com um tom melancólico enquanto se apoiava na mesa – A única coisa que importa para você é sexo... Você nunca se apaixonou? – gargalhei alto assim que ouvi sua pergunta, fazendo-a revirar os olhos.

- E porque eu te responderia isso?

- Não responderia – deu de ombros – Foi só curiosidade.

Katniss suspirou e abaixou seu olhar para as próprias unhas, passando a arrancar a cutícula. Suspirei fundo em seguida, preparando-me para sair de dentro da bolha que eu criara.

- Já – respondi e ela desviou o olhar para os meus olhos. Pude ver o brilho saindo do verde de seus olhos, hipnotizando-me por um instante. Katniss parecia interessada naquilo que eu mantinha sobre a minha casca, ela parecia querer me conhecer e me entender. – Mas eu era uma criança, eu tinha 16 anos – prossegui enquanto a encarava firmemente – E mesmo assim ela conseguiu estraçalhar meu coração em pedacinhos – disse rindo e desviando meus olhos do dela. Percebi que ela soltou uma fraca risada, soltando o ar pelo nariz.

- O que ela fez pra quebrar esse coração de gelo de Justin Bieber?

- Ela transou com o Charles – dei de ombros.

Os olhos de Katniss se arregalaram e percebi que ela prendera a respiração. Em instantes, ela voltou ao normal e apoiou as costas no encosto do assento.

- Vocês já eram amigos naquela época? – perguntou com a voz mais baixa do que o normal, aparentemente com medo de que eu reagisse mal.

- Sim. O Chaz sempre gostou dela, e eu sempre soube. Eu os apoiava demais nisso, mas acabei me aproximando demais dela na tentativa de trazê-la pra perto do Chaz, e ai acabamos nos apaixonando – disse rindo fraco, mas na verdade eu não via humor algum naquilo. - Nos apaixonamos de verdade mesmo, do tipo ”se você pular, eu pulo” – murmurei mais para mim do que para Katniss. – Pelo menos eu me senti assim.

O clima havia ficado tenso. Eu não deixei de encará-la um momento sequer enquanto relatava uma grande decepção da minha vida. Katniss tinha os olhos levemente arregalados, mas seu semblante logo se suavizou e ela abriu um singelo sorriso brincalhão, aliviando-me por ter saído do clima ruim que se instalara.

- Uau, quem diria então? – disse ela divertidamente – O coração de Justin Bieber é conquistável.

Abaixei levemente a cabeça e ri. Peguei um palito de dentes dentro do seu suporte e então voltei a encará-la.

- Não – respondi subitamente – O coração de Justin Bieber era conquistável. Não é mais – disse antes de quebrar o palito ao meio. 


Notas Finais


Espero que tenham gostado do capítulo. Me perdoem demorar tanto para postar, eu queria ter vindo aqui antes, mas acabei viajando e também tive alguns problemas pessoais recentemente.
Obrigada pelas pessoas que estão comentando, mas tenho que admitir que estou ficando um pouco desanimada com essa fanfic já que poucas pessoas se manifestam quanto a ela...
Pra mim é MUITO importante saber o que vocês estão achando e é isso que me deixa feliz em continuar... Bem, é isso!
Beeeeijos e até mais!


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