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História Ruthless Love - Você Conseguiu


Escrita por: fckzjdb

Notas do Autor


Não se esqueçam das notas finais (de praxe) hihi
Boa leitura!

Capítulo 16 - Você Conseguiu


Katniss não teve tempo o suficiente para deleitar seu olhar sobre os meus lábios, minha mão logo a agarrou pela nuca e seus finos dedos rapidamente pousaram sobre o meu peito. Eu já podia sentir a tensão sexual se estendendo por todo o meu corpo quando comecei a guiá-la, ainda com nossas línguas em sincronia, até o lado de dentro do quarto. A ponta de suas unhas amassava e arranhava a camisa que eu vestia e pude perceber leves suspiros querendo escapar pelos seus lábios. 

Assim que a empurrei pela cintura na cama, tive tempo para analisar seus cabelos já desgrenhados e sua boca inchada, vermelha e totalmente convidativa. Katniss tinha suas mãos apoiadas atrás de si sobre o colchão e seu olhar expressava suas vontades, que se evidenciaram assim que seus lábios se umedeceram antes de terem sido atacados por seus dentes em um ato extremamente sexy. Sorri presunçoso e avancei para cima dela, deitando-a enquanto apertava sua cintura e sentia seu quadril tentando se chocar contra o meu. 

Suas mãos rapidamente formaram um emaranhado em meus fios loiros e eu podia sentir suas unhas arranhando fracamente minha nuca, causando-me arrepios. Assim que nossas intimidades se tocaram, ainda cobertas pelo tecido das roupas, pude perceber que gradativamente o desespero de Katniss foi se esvaindo. Nosso contato passou a se aproximar de carinhos e ambas as línguas pareciam dançar uma com a outra; seu aperto em meu cabelo se enfraqueceu e meu instinto já me alertava o perigo que se instaurava nisso. 

 - É só sexo - adverti-a em um murmuro. 

 - Cala a boca, Justin - respondeu autoritariamente. 

Mal pude arregalar meus olhos devido a sua audácia, pois Katniss logo dedicou toda sua força ao meu corpo, invertendo nossas posições e sentando sobre minha intimidade. Ela parecia analisar cada pinta do meu rosto e o modo com o qual isso era feito me intimidava: havia uma certa paixão em seu olhar, paixão que eu esperava não significar nada além de desejo. Rapidamente fechei meus olhos evitando encará-la e a puxei pela nuca para um novo beijo profundo. 

 - Lembra o que eu disse - sussurrou ela enquanto alisava meus cabelos durante nossa pausa para recuperar o fôlego - Me deixe entrar.

Katniss passou a mordiscar minha orelha enquanto suas mãos pousavam sobre minha bochecha esquerda. Eu não queria deixá-la criar tamanha intimidade, não queria me abrir emocionalmente, nem mesmo destruir as barreiras que eu criara. No entanto, minhas vontades não pareciam querer me obedecer no momento: Katniss estava controlando minhas emoções e minhas atitudes eram guiadas pelo desejo. Ela parecia se aproveitar do seu efeito sexual sobre mim, pois pegava justamente em meus pontos fracos. 

Ao mordiscar meu lábio, chupando-o em seguida e se afastando, Katniss demonstrava estar testando os meus limites. Logo senti sua bunda rebolando acima da minha intimidade, causando-me arrepios enquanto eu reagia com um aperto em suas nádegas com ambas minhas mãos. Seu corpo elevou-se lentamente e sua respiração arfada se chocou contra meus lábios. Percebendo, então, sua satisfação com meu ato, apertei-a mais uma vez e a intensidade do seu rebolado aumentou.

Em uma atitude de urgência, retirei sua blusa e afastei o bojo do seu sutiã, encontrando o bico de seus seios eriçados e prontos para minha boca. Katniss me olhava com desejo e parecia tentar prever o que eu faria em seguida. Travei contato visual com seus olhos antes de me aproximar dos seus peitos rosados. Assim que ela notou onde eu chegaria, mordeu os lábios sensualmente e tombou a cabeça para trás esperando a sensação que lhe afligiria. 

Um gemido rouco escapou de sua boca assim que minha língua quente se chocou contra o bico de seu seio. Minha mão massageava o peito que minha saliva não atingia, enquanto a dela afagava os fios do meu cabelo, puxando-os na tentativa de sanar a tensão sexual que crescia em seu corpo. Logo segurei sua bunda com ambas as mãos e a levantei, virando-a e a deitando na cama, deixando-me sobre ela sem deixar de chupá-la. Katniss pareceu gostar da autoridade que eu impus naquele momento, pois um sorriso satisfatório brotou em seus lábios.

Seus movimentos desesperados sobre meu cabelo logo cessaram e ela passou a acariciá-lo, travando uma relação muito mais profunda emocionalmente do que eu queria. Mordisquei levemente o lóbulo da sua orelha enquanto mantinha a massagear a região mamária dela. 

 - Não deixe que eu me arrependa disso, Katniss. - declarei ao me permitir que a relação tomasse o rumo que ela desejava. Não teria como seus anseios me ferirem, uma vez que eu aparentemente tomara posse sobre ela, tanto física quanto psicologicamente. Eu ainda não sabia lidar com esse seu interesse sobre mim, mas uma transa não prejudicaria meu juízo sentimental. 

Ela pareceu surpresa e começou a mexer desesperadamente a cabeça na tentativa de vislumbrar meus olhos. Quando os encontrou, analisou-os por um tempo antes de sorrir meigamente e puxar meu rosto em direção ao seu, beijando-me da maneira mais profunda que jamais beijara. 

 - Eu não vou. - respondeu convicta, embora a voz estivesse um pouco trêmula. Imaginei que fosse devido à ânsia sexual. 

Ignorei a felicidade que ela exaltava e passei a traçar um caminho pelo seu corpo com a minha mão ate chegar a sua intimidade, ainda escondida sobre o tecido da roupa, onde comecei a estimulá-la, pudendo ver seu olhar de prazer e satisfação. Logo enfiei meus dedos para dentro da sua calça e calcinha, fazendo o gelado dos meus dedos se chocarem com seu clitóris, levando-a a gemidos desesperados. 

Estimulei-o com movimentos circulares, que pareciam também ser reproduzidos pelo corpo de Katniss, que se contorcia no colchão abaixo de mim. Ela parecia não conseguir raciocinar e seus olhos se reviravam em êxtase, assim como seu quadril se inclinava para cima, quase que de modo imperceptível. Ao me preparar para retirar sua parte debaixo, Katniss foi mais rápida e arrancou minha blusa, jogando-a longe no chão. Sua bunda se desgrudou do lençol à medida que eu retirava sua calça junto à sua calcinha, e repetia o ato que ela tivera com minha camisa. Pude notar sua intimidade já sedenta, não sendo muito diferente de mim.

Voltei a estimulá-la, desta vez sem qualquer tecido atrapalhando. Ela se contorcia e gemia contidamente, parecendo não conseguir reagir diante do prazer que lhe afligia. Sua tensão sexual aumentou e ela pareceu agarrar, de modo desesperado, meu pênis semi-ereto abaixo da calça que eu usava. Enfiou sua pequena mão para dentro do botão e do zíper, encontrando então a extensão do meu membro. Diante do aperto proporcionado pelo fecho, Katniss voltou seus dedos para o botão da calça, abrindo-o e a puxando para baixo, sendo que eu terminei de retirá-la com o trabalho dos meus pés. 

Meus dedos ainda circulavam em seu clitóris, mas minha boca pedia pela sua no instante em que ela iniciou movimentos tentadores com sua mão. O corpo de Katniss se contorcia discretamente abaixo do meu, e ela buscava morder meus lábios na tentativa de sanar a vontade louca que, provavelmente, circulava nela, assim como em mim, de nos ter fundidos em um só. Era estranho me dar conta das proporções que aquilo estava tomando sobre mim, eu percebia não ser algo com o qual eu estava acostumado a fazer com prostitutas. Era diferente, talvez porque ela estivesse sendo diferente. Katniss se importava, as prostitutas não. 

Meu membro já se eriçava através do toque dos seus dedos e também ao senti-la cada vez mais molhada por mim. Ela começou a se mexer debaixo de mim, levando-me a entender que não conseguiria mais se controlar. Ela queria sair do meu domínio e, assim que afrouxei meu peso sobre ela, Katniss se levantou de joelhos e parou à minha frente, empurrando-me a encontro do colchão. Não tive tempo para pensar e sua língua logo se chocou contra minha ereção, causando-me espasmos e fazendo uma corrente elétrica percorrer meu corpo, gemendo por fim. A região que sua boca não era capaz de alcançar era estimulada pelas suas mãos. Eu a encarava atenciosamente em seu trabalho, até que ela enfiara todo meu membro em sua boca, fazendo-me gemer roucamente. 

Seus olhos, então, encontraram-se com o meu. Um olhar nunca me causara tanto tesão como aquele. Afastei meu corpo do seu rapidamente e a virei de costas, deixando-a com a bunda empinada. Deitei e puxei seu quadril junto comigo, deixando minha boca à frente dele. Ela pareceu surpresa e satisfeita, sentando no meu rosto enquanto voltava a chupar meu pênis. De vez ou outra ela arfava e se engasgava, pressionando sua intimidade cada vez mais contra minha boca. Agarrei sua cintura e a prendi contra mim, impedindo que ela desvencilhasse seu ponto de prazer da minha língua. 

Imediatamente, ouvi o grito do seu gemido e percebi que seu corpo não conseguiria mais controlar a corrente elétrica que se passava através do meu toque. Katniss chegou ao seu ápice e senti suas pernas fraquejarem. Ela havia se tornado vulnerável naquele momento, e assim que notei seu entorpecimento, aproveitei-me para dominá-la, invertendo, portanto, a situação que ela queria ter imposto sobre mim. Peguei-a pela cintura e a coloquei sentada à minha frente. Seu rosto brilhava com um pouco de suor e presumi que eu não estivesse diferente. 

Seus olhos esverdeados encaravam os meus numa mistura de desejo e paixão: ela parecia querer desvendar as palavras que minhas íris escondiam e se esforçava na luta para dominar meus sentimentos. Sua sinceridade me atingia como um baque e me fazia repensar na atitude a ser tomada. Não existe alguém no mundo que não aprecie a atenção, a dedicação e o carinho de alguém por si. Eu sentia que Katniss poderia me proporcionar isso, apesar dos lados diferentes que possuíamos, apesar da rivalidade travada entre mim e seu progenitor. Isso poderia nos ferrar, mas também poderia me ajudar. 

Seus olhos pareciam clamar por mim, embora ainda notasse suas pernas enfraquecidas. Encarei cada canto de seu rosto antes de depositar minha mão suavemente em sua nuca, trazendo-a para mais perto e facilitando minha observação. Sua respiração se acelerou, mas seu olhar ainda seguia o meu. 

 - Eu sei onde você quer chegar. - sussurrei enquanto alisava seus lábios com meu polegar. - E não vou te impedir. 

Ela se mostrou surpresa e um sorriso por pouco não se estendeu por sua face. Logo a tomei para os meus lábios e invadi sua boca mais uma vez com minha língua, que guardava o gosto da sua intimidade. Ela engatinhou para mais perto de mim até sentar sobre o meu colo, chocando nossas partes quentes. O contato direto do meu pênis com sua vagina acelerou meus batimentos cardíacos e eu já estava louco para me ter no corpo dela. Katniss não se diferenciava muito, pois logo empinou sua bunda e buscou meu membro com sua mão desesperadamente. Notei o que ela queria fazer e tomei as rédeas da situação, procurando sua entrada com a cabeça do meu pênis enquanto deslizava pela lubrificação da sua intimidade. 

Gememos juntos quando entrei nela e a tensão dos nossos corpos se desfez. Os olhos de Katniss se reviraram em puro prazer e sua boca se abriu formando um círculo perfeito. Eu não deixei de observá-la por um segundo sequer, agradando-me a visão de seu êxtase. Eu sabia que não estava diferente, a sensação que se afligia sobre mim, ao sentir as paredes apertadas do seu interior, fazia me parecer que iria explodir em prazer. Isto se intensificou assim que ela passou a rebolar com meu pênis a invadindo e eu pude tocá-la totalmente. 

Gemia rouco enquanto a impulsionava a acelerar os movimentos, o que não durou por muito tempo já que suas pernas ainda estavam moles. Puxei-a para mim, então, e grudei seus seios no meu peitoral, inclinando meu quadril e a penetrando freneticamente. Ela gritava em meio a gemidos e soltava palavrões vez ou outra. Eu podia sentir as gotas de suor escorrendo pela minha testa, mas a sensação daquele momento fazia tudo valer a pena.

 - Caralho - rosnei - Você é tão gostosa, Katniss. 

Ela gemeu e desgrudou seu peito do meu, sentando ereta sobre meu membro e voltando à ativa com rebolados detalhados. Joguei minha cabeça para trás, deliciando-me com aquele momento. Logo Katniss passou a cavalgar sobre mim e pude ver seus seios pulando junto com seu corpo. Apertei sua bunda e a impulsionei em movimentos verticais mais rápidos. Nossos gemidos travavam uma batalha que nenhum dos dois queria que acabasse. 

 - Justin! - suplicou ela ao se aproximar mais uma vez de seu ápice. 

Logo sai de dentro dela e levantei da cama, puxei-a por suas pernas até a beirada do colchão e as abri ao máximo que ela conseguisse. Katniss queria se contorcer e gozar de uma vez, mas eu ainda não havia chegado lá. Inclinei-me e lambi sua intimidade, ouvindo o grito de um gemido rasgar por sua garganta. Percebendo sua urgência e a proximidade da minha, meti meu membro mais uma vez em seu interior, desta vez com mais força do que antes. Ela gritou e eu gemi, não deixando de realizar os movimentos frenéticos e compulsivos até que chegássemos ao nosso ápice. 

Senti as paredes do seu interior me pressionarem ao mesmo tempo que minhas veias se engrossavam. Chegamos ao orgasmo juntos dessa vez e não consegui controlar o jato que a preencheu.  Soltei a respiração que até então eu não sabia que prendia e me deixei deleitar com a sensação do orgasmo simultâneo. Sai de dentro dela e me joguei ao seu lado, deixando apenas o barulho da nossa respiração ofegante se espalhando pelo cômodo. 

Ela parecia acomodada ao meu lado e aquela situação não aparentava ser anormal: nós dois nus jogados um ao lado do outro. Pude notar o movimento da sua cabeça tombando para o meu lado enquanto eu continuava a encarar o teto. O ar quente de sua respiração se chocava contra meu pescoço e isso me causava uma sensação gostosa. Fechei os olhos lentamente e quando os abri novamente ainda pude sentir seu olhar me encarando. Imitei-a e tombei minha cabeça, encontro o verde do seu olhar. 

Suas bochechas estavam coradas e eu só havia parado para reparar agora como suas poucas sardas a tornavam mais graciosa do que o desejado. Seus olhos pareciam mais verdes do que o normal e eles não desviavam do foco sobre os meus. Engoli em seco e passei a encarar sua boca na tentativa de fugir daquele contato permanente e desconfortável. Ela abriu um sorriso sem mostrar os dentes, o que me obrigou a encará-la mais uma vez, não sucedendo na tentativa anterior. 

 - O que foi? - perguntei confuso. 

 - Nada - respondeu simplesmente. Revirei os olhos e voltei à posição de antes, mas Katniss continuava a me encarar da mesma forma. 

 - Será que dá pra parar com isso, então? 

Ela riu abafado e passou a olhar para o teto. 

 - Você é um cavalo, não é possível. - comentou ela em um tom brincalhão. Em seguida, apoiou-se em seu cotovelo e voltou a me observar. Direcionei meu olhar mais uma vez a ela, já entediado com todo o mistério que ela emanava no momento. 

Cruzei meus braços atrás da minha cabeça e a apoiei em minhas mãos. Resolvi entrar no mesmo jogo que ela e passei a observá-la fixamente. Eu não deveria, mas me sentia intimidado sobre suas íris esverdeadas, como se elas pudessem penetrar nos meus sentimentos mais íntimos. Talvez fosse isso que estivesse me incomodando, o fato de não ser recíproco. Katniss queria que eu me abrisse ao seu sentimento, mas ela não fazia o mesmo. 

 - Obrigada por ter desmontado sua muralha. - falou ela com um tom descontraído, mas eu sabia que ela dizia sério. 

 - Eu não desmontei nada. - respondi enquanto desviava o olhar. - Foi só sexo. 

 - Tudo bem. - exclamou ao se levantar da cama. Katniss começou a recolher as peças de suas roupas pelo chão e a vestir sua calcinha e sutiã. Fiquei sem entender, mas mesmo assim não questionei. Relutei, porém, em impedi-la de ir embora. - Não me importa se você quer continuar sobre esses muros que você edificou, não me importa se você quer continuar iludindo a si mesmo. Um dia isso tudo vai acabar, você vai finalmente conseguir o que sempre quis de mim e eu vou embora. E vai ser tarde demais pra você voltar atrás. - Katniss terminou de vestir sua blusa e se aprontou para a porta do quarto, com as pernas desnudas. - Só não diga que ninguém nunca tentou amar você, Justin Bieber. 

Ela me deu as costas e bateu a porta ao sair. Permaneci na mesma posição de quando ela estava ao meu lado, não demorando muito ate que eu esfregasse meus olhos em pura frustração. Levantei e vesti minha cueca, jogando o restante das roupas para dentro do closet sem me preocupar em arrumá-las. Eu não sabia o que queria, não sabia o que estava sentido: na minha mente só havia o caos. A presença de Katniss, de alguma forma, durante todo esse tempo, foi agradável ao invés de insuportável. 

Ela havia, estranhamente, começado a se adaptar à nova vida que eu lhe obrigara a ter e buscava se aproximar de mim mesmo depois de todas as drogas que lhe fiz. No lugar dela, eu nunca teria adquirido a compaixão que ela adquiriu por alguém como eu. Se eu tivesse sido sequestrado, nunca teria me aproximado desse jeito do sequestrador. 

Talvez eu tenha permitido que ela se aproximasse, talvez fosse isso que eu realmente quisesse desde o início. Não queria afastá-la de mim, Katniss havia se tornado uma espécie de confidente na qual eu me refugiava. Minha transparência com ela ainda não havia sido total, de fato, mas poucas pessoas puderam conversar comigo do modo com que ela conversou; e me fascinava saber que ela me ouvia e que queria me entender.

Certamente, eu estava sendo injusto: eu a afasto e impeço que me faça nutrir sentimentos profundos. Talvez, porém, eu já os nutra, mesmo que timidamente, e só não queira aceitar que uma mulher seja capaz de me controlar. Ainda mais ela, que logo será afastada definitiva e indesejadamente de mim, assim que seu pai a descobrir sobre meus domínios. Eu queria usá-la como uma isca, mas agora eu estou me tornando a presa dos meus próprios sentimentos. 

Deitei na cama decidido a dormir, mas minha mente não permitia. Não sabia o que faria de agora em diante e como seria minha guerra com Jackson ou como seria o futuro com Katniss. Cansado de pensar e não chegar a lugar nenhum, mais uma vez levantei da cama pronto a tomar ações das quais provavelmente me arrependeria. Já estava tarde e a noite parecia mais pesada e fria do que antes. Meu pés descalços se chocavam contra o piso gelado enquanto eu, mais uma vez, ia até o quarto dela. 

Deparei com a silhueta do seu corpo encolhido e fiquei um tempo a observando. Katniss dormia e respirava suavemente, a coberta estava bagunçada aos seus pés, mas, assim que me aproximei, tratei de cobri-la. Ela se aconchegou e fungou baixinho, fazendo-me pensar que tivesse despertado. Seus olhos, porém, continuaram fechados e a mesma calma de antes emanava do seu rosto. Ajeitei-me ao seu lado cuidadosamente, na esperança de que ela, ao acordar, percebesse que eu não queria mais ser o otário que havia sido. 

 

O sono estava se esvaindo de mim. Podia sentir um certo desconforto afligir meu corpo, obrigando-me a despertar. Lentamente abri os olhos, temendo que a claridade me deixasse momentaneamente cego. No entanto, o susto que tomei não foi causado pelo brilho solar, mas sim pelo brilho dos olhos verdes a me encarar. Meu coração palpitou por um instante quando me deparei com Katniss me encarando assustadora e estranhamente. Ela pareceu ter notado minha reação, pois começou a rir baixinho. 

 - Que droga, Katniss. - murmurei. 

 - Sou tão assustadora assim? - disse aparentemente afetada. 

Esfreguei meus olhos e fiquei com minhas mãos os cobrindo por um tempo. Não fazia ideia de que tê-la me olhando deste jeito me envergonharia como o fez. 

 - O que você veio fazer aqui desta vez? - perguntou sem rodeios. Bufei e passei a olhar para ela, focalizando seus lábios, já que evitaria ao máximo o contato visual. 

 - Há quanto tempo você tá ai me encarando? - disse tentando desviar de sua pergunta. 

 - Não muito. Alguns minutos, talvez. - mordeu os lábios na busca de uma resposta certa. - Vai me responder ou não, Justin? 

Suspirei fundo tentando resistir à vontade de ser grosso e negar a verdade. Eu havia decidido que lhe daria uma chance, que daria uma chance a mim também. Katniss era uma boa pessoa comigo e alguém que entendia a vida que eu levo, seria burrice ignorar sua vontade em se aproximar. 

 - Eu vou deixar. - Ela arqueou as sobrancelhas, demonstrando seu desentendimento. Bufei e me ajeitei na cama, encostando as costas na cabeceira. - Eu vou tentar, Katniss. 

Seu rosto se iluminou pelo sorriso formado e ela parecia satisfeita com o efeito que causara sobre mim. 

 - Mas não vou esquecer o real sentido de você estar aqui - prossegui, e sua expressão se enrijeceu timidamente. - Ainda preciso ultrapassar o seu pai, e você ainda é uma peça importante nessa brincadeira. Só não pretendo envolvê-la como pretendia antes. 

Ela engoliu em seco e baixou seu olhar. 

 - Eu sei que um dia você vai desistir disso - murmurou mais para si mesma. - Espero que um dia você valorize o que merece ser valorizado.

 - Continue esperando, então. - sussurrei, mas acho que ela ouviu, pois a decepção em seus olhos foi evidente. 

Ela não podia esperar que já engatássemos em um relacionamento assim: eu só havia dito que tentaria deixá-la destruir minhas barreiras, mas isso não quer dizer que ela conseguiria. Katniss não poderia me querer aos seus pés nesse momento. De algum modo, sua presença me transmite confiança e é isso que quero preservar. 

Seus olhos me incriminavam e exigiam que eu me desculpasse. Bufei, quase me arrependendo da atitude que eu tomara: eu não quero assumir esse tipo de responsabilidade e não quero que ela pense que é isso que estou fazendo. 

 - Olha só - comecei. - Não confunda as coisas Katniss. Eu só não pretendo mais ser o otário que costumo ser com você, mas isso não significa que estamos envolvidos. Só vamos estabelecer algumas, hum, regras. 

Ela cruzou os braços, não desgrudando os olhos dos meus.

 - Não. 

 - Não? - repeti confuso.

 - Não, Justin. Sem regras, isso aqui não é um jogo. 

Encarei-a sem entender o que de fato ela queria de mim. Katniss bufou e se endireitou na cama, aproximando-se, ainda sentada.

 - Eu só quero que você me dê uma chance; que dê uma chance a você também. Você é uma boa pessoa, Justin, e sei disso. Sei, porque convivi toda a minha vida com alguém que está no seu mundo, mas a sua crueldade não se equipara a dele. Reconheço o que você quer, e isso é fama e dinheiro. Talvez sua enorme ambição tenha te trazido para esse mundo do crime, mas Jackson não é assim. Ele não gosta somente das consequências do seu trabalho, a morte e o sofrimento é o que lhe dá prazer. E eu quero que você me permita derrubar as barreiras que construiu. Apenas isso. 

Eu poderia imaginar o olhar impassível que meu rosto assumia diante dessa declaração. Seus olhos verdes estavam vidrados nos meus, a esperança neles era evidente. Talvez eu não passe de um covarde incapaz de negar suas palavras. Não expressei nenhuma reação, mantive-me estático a encará-la. Aparentemente, Katniss assimilou minha falta de resposta a um "sim", e esbanjou um sorriso radiante.

 - Obrigada. - concluiu e se levantou da cama, vestida da mesma forma que saira do meu quarto na noite anterior. 

Assisti enquanto ela entrava no banheiro, esperando a hora certa para afundar minha cabeça no travesseiro. Sentia-me derrotado e fraco, como se a oportunidade que eu estivesse lhe dando fosse errada e arriscada. Minha mente parecia querer entrar em um consenso quanto a isso, não chegando, porém, a resultado nenhum. 

Não esperei até que ela saísse. Logo levantei e me despedi do cheiro de Katniss, indo ao meu quarto para tomar um banho. Eu precisava devanear minha mente da bagunça que se instalara. Como eu agiria agora em meus negócios se pretendia não vacilar com Katniss? Não poderia deixar minha vantagem de tê-la de lado, não ignoraria todo o trabalho e planejamento que tive até agora. Já estava nos planos que as mentes da operação viessem até aqui hoje a fim de planejarmos a tomada do armamento de Jackson. Com as decisões recentes, porém, eu não sabia mais dizer como as coisas se enrolariam. 

Ao sair do banho e dirigir meus primeiros passos em direção à cozinha, senti o aroma de café sendo preparado e já imaginei Katniss aprontada diante do balcão usando apenas sua calcinha. 

 - Se continuar assim, vou até desistir da ideia de uma cozinheira nova. - exclamei antes mesmo de adentrar no cômodo de origem do cheiro tentador. 

A imagem que eu vi, porém, não foi a que imaginava. Pattie estava à beira de depositar café em uma xícara quando me avistou e sorriu. A feição alegre, que até então eu não sabia que expressava, se desfez em meu rosto, dando espaço a total confusão. 

 - O que você tá fazendo aqui? 

 - Já passou da hora de providenciar uma cozinheira mesmo - disse ela ignorando minha pergunta. Sorriu docemente, como sempre faz, e apontou a cadeira à frente da que ela ocupava. 

Sentei-me, entendendo seu recado, ainda confuso com sua visita inusitada. Apesar de ser minha mãe, não me agradava a ideia de tê-la próxima aos meus negócios. Bisbilhotei a xícara diante de mim, encontrando-a vazia. 

 - Aqui, querido - falou de prontidão enquanto despejava o líquido escuro. Agradeci com um aceno de cabeça. Dei um breve gole. 

 - O que você veio fazer aqui? - repito. Ela revirou os olhos e se acomodou na cadeira à minha frente. 

 - Acho que preciso de mais tempo na vida do meu filho. 

 - Sabe que não gosto de drama. 

 - Sou sua mãe. Não preciso fazer drama para ter razão. 

Encarei-a bufando. 

 - Sabe que não gosto que venha aqui. 

Pattie sorriu e estendeu a mão em minha direção, alcançando minha bochecha na tentativa de acarinhá-la. Permito que ela fique assim por poucos segundos e logo viro meu rosto para o lado. 

 - E você sabe que isso não vai me impedir de vir. 

Encarei seus olhos azuis-esverdeados por um instante, até me render à sua teimosia. Levantei e comecei a buscar comida pelos armários. 

 - Adoro tempestades, mas não sei se estou preparada para a que está por vir. - declara uma voz feminina atrás de mim. Virei-me e encontrei Katniss, que congelou por mínimos segundos ao encontrar os olhos da minha mãe. Em seguida, ela sorriu docemente.

 - Katniss! - disse Pattie surpresa. - Não imaginei que ainda fosse estar aqui. 

 - Acho que abusei um pouco da bondade do Justin e pedi para ficar mais. - respondeu ela, acomodando-se ao meu lado e me olhando com ternura. Agradeço mentalmente por sua mentira, pois tenho certeza que seria julgado caso fosse dita a verdade.

Chamei-a para fora da cozinha com um leve aceno. Katniss sorriu para minha mãe e saiu atrás de mim até a sala.

 - Não vou contar nada. Não precisa se preocupar. - começou ela em autodefesa.

 - Não estou preocupado. - declaro. - Não com isso. Agora, - digo enquanto vou em direção às gavetas da estante. - tome isto. - Peguei o comprimido e joguei em sua direção. Ela pareceu analisar o remédio até provavelmente perceber que se tratava de uma pílula do dia seguinte, concordando em tomá-la sem pestanejos.

Retornei para a cozinha e logo Katniss estava ali também. Minha mãe pareceu notar o clima antes instalado, pois pigarreou fraco antes de dar um gole em seu café. 

 - Não sabia que ia chover. - disse ela, tentando fugir do foco anterior. Katniss a olhou confusa, mas logo entendeu ao que Pattie se referia. 

 - Ah, não! - exclamou rindo. - Foi só modo de dizer. Pensei que fosse Justin preparando o café, mas tenho certeza de que me enganei. 

Encarei-a com tédio enquanto minha mãe ria junto a Katniss. 

  - Haveria um dilúvio se isso acontecesse. - concordou Pattie. 

Terminamos a refeição em silêncio. Em alguns poucos momentos, meus olhos procuravam os de Katniss na tentativa de decifrar o que ela achava daquela figura materna ali. Sua cabeça, porém, encontrava-se abaixada e ela parecia estar envolvida em seus próprios pensamentos. Talvez eu tenha ficado tempo demais a observando, pois ela ergueu o rosto e me encontrou a examinando, esboçando um fraco sorriso, que eu quase não pude notar. 

 - O que houve com Madalena? - questionou Pattie tentando quebrar o gelo da situação. 

 - Ela disse que estava velha demais para cuidar de uma casa tão grande como essa. 

 - Mas ela praticamente só cozinhava - disse minha mãe em tom de indignação. Concordei com um aceno de cabeça. 

 - Talvez ela só quisesse se livrar desse ambiente. - dei de ombros. - Eu consigo me virar sem ela. 

 - Claro que consegue. - murmurou Katniss ironicamente. Olhei para ela e sorri enquanto ouvia a risada de Patricia. 

 - Podemos almoçar fora hoje, se quiser. - anunciei ao encará-la. Katniss me olhou com ternura e uma leve surpresa, assentindo em seguida. - Mas antes vou ter que resolver alguns assuntos. 

 - Muito obrigada pelo convite, mas já pretendo ir embora. - resmungou Patricia enquanto se levantava pronta para lavar a própria louça. Katniss riu fracamente e eu revirei os olhos. 

 - Não era nem para você estar aqui, Pattie. 

 - Justin. - repreendeu-me a filha de Jackson. Olhei-a irritado e ela se encolheu na cadeira, abaixando a cabeça. 

 - Não venha me dizer como agir, fique no seu lugar. - grunhi. Pude vê-la engolir em seco enquanto sentia o olhar incriminado de minha mãe sobre mim. Bufei e me acomodei melhor. - Olha, desculpa. - declarei contra minha vontade. Katniss me encarou com esperança e descrença nos olhos. - Eu disse que ia tentar, mas não que ia conseguir. 

Ela permaneceu com seus olhos esverdeados a me analisar, piscou algumas vezes e esboçou um sorriso tímido, concordando com um aceno de cabeça. 

 - Parece que algumas amizades estão te fazendo bem, Justin. - analisou Patricia com uma discreta malícia na voz. Revirei os olhos. 

 - Você não tinha dito que já ia embora? - perguntei impaciente, fazendo-a rir. 

 

Havia combinado de encontrá-los no galpão mais próximo ao que Jackson armazenava o carregamento recente. Seguranças rodeavam o local com armas penduradas em seus pescoços e, ao chegar ao estacionamento, deparei-me com os carros de todos meus amigos, presumindo que Derek estaria acompanhado do Christian. Ao ultrapassar a entrada restrita, já fui capaz de distinguir as vozes de Ryan e Jake, guiando-me por elas para encontrá-los. 

 - Você tá de sacanagem - ouvi o protesto de Ryan logo ao estar no mesmo ambiente que ele. Olhares preocupados se dirigiram a mim enquanto eu estava sem entender nada. 

 - O que está acontecendo? 

 - O merda do Jackson já está no norte do estado. - resmungou Ryan emburrado. - E esse imprestável não serve nem para avisar com antecedência. - apontou para Jake, com a cabeça baixa no canto da sala. 

 - Eu descobri hoje, porra. - defendeu-se. - Ele foi durante a madrugada e resolveu me deixar cuidando dos negócios por aqui. Eu não sabia que não seria avisado! 

Eu o encarava com raiva. Raiva pela possibilidade de que o que estávamos planejando não tivesse sucesso: se Hoffman já estava no norte, não demoraria muito ate que percebesse que Katniss não estava por lá e retornasse. E esse tempo não era o suficiente para o planejamento que deveríamos ter antes de capturar seu armamento. 

 - O que foi, Justin? - perguntou Jake nitidamente irritado. - Não tinha como eu saber, caralho. 

 - Mas sempre teve um jeito pra você descobrir. - retruquei enquanto tentava pensar em um modo de acelerar o plano inicial. Precisávamos de tempo, mas isso não era mais uma possibilidade. Por menos sensato que fosse, nos restava agora a sorte e a habilidade: tínhamos que planejar tudo desde já, sem desperdício de segundo algum. - Espero que você se atualize melhor da próxima vez, Jake, ou o pavio vai queimar. 

 Pude vê-lo bufar enquanto recebia olhares julgadores dos outros homens. Em seguida, passamos a discutir quais providências tomaríamos diante da ida apressada de Jackson ao norte. Ele poderia voltar a qualquer momento, prejudicando nossos planos e botando tudo por água abaixo. 

 - Vamos fazer isso hoje. - decidiu Ryan. 

 - Tá chapado? - desaprovou Chaz com um tom desesperador na voz. Butler o encarou malicioso e sorriu. 

 - Isso é pergunta que se faça? 

 - Ryan. - resmunguei, tentando chamar sua atenção para o foco da conversa. 

 - Qual é! Não somos amadores, já fizemos muito disso. - explicou-se, ainda sem me convencer. - A barra tá fraca, o cara tá fora e pode voltar a qualquer instante, menos hoje. É claro que hoje Jackson não consegue voltar, mas amanhã é possível que sim. Temos a Katniss como chantagem caso as coisas saiam do controle. Você mesmo disse que estava na hora de colocá-la em ação. - meu corpo ficou repentinamente tenso. 

Eu havia lhe avisado que não esqueceria o real motivo pelo qual ela estava comigo, mas pensar na realidade agora me fazia perceber como tudo poderia desabar tão rapidamente. Eu teria que torturá-la para conseguir o que queria do seu pai. Isso me colocava numa linha tênue entre permitir que o que havíamos estabelecido de manhã desse certo e entre conquistar o poder que eu sempre almejei. 

 - Porra. - resmunguei ao sentir um tapa na cabeça. Busquei o responsável pelo ato, deparando-me com Ryan e um olhar que o entregava. - Ah, vai se foder. 

 - Qual o problema, Bieber? 

 - Nenhum - disse rápido. - Invadiremos hoje, então. - concordei enquanto tentava encontrar um jeito de conciliar os meus problemas. Ryan sorriu vitorioso diante da minha decisão, mas Chaz ainda parecia preocupado e cético. 

Não demorou muito até que os pontos principais do plano já tivessem sido decididos: invadiríamos o balcão que guardava os armamentos durante o final da tarde, quando, segundo Jake, a segurança estaria menos reforçada. Não haveria uma cabeça para a ação a não ser pela necessidade de desarmar os alarmes, o que não seria um problema para Chris e Chaz, dado ainda o conhecimento do nosso infiltrado. De resto, tudo se limitaria à tática de ataque e de chantagem, obtida de Katniss. 

A hora passou rápido e nem notei quando o horário do almoço se estendeu demasiado até que eu me lembrasse do compromisso marcado com a filha de Jackson. Deixei que Ryan vigiasse o andamento das preparações enquanto eu dava a desculpa de ter que ir buscar mais equipamentos em casa pela minha saída repentina, o que, aparentemente, lhe soou convincente. 

Deparei-me com uma Katniss entediada sentada sobre o sofá com uma latinha de cerveja na mão ao chegar em casa. Seu rosto virou em direção á porta no momento em que girei a chave, de modo que nossos olhares se encontraram no instante seguinte. Ela deu um gole na bebida enquanto voltava a encarar a televisão. 

 - Mais um pouco e eu definhava em fome. - resmungou. Bufei, dando passos lentos em sua direção. 

 - Surgiram algumas coisas de última hora. 

Sentei ao seu lado e pude notá-la me encarando. Ignorei e tomei a lata da sua mão, que em segundos se esvaziou. Não deixei que Katniss protestasse, pois logo a chamei para irmos almoçar, como eu prometera. 

 - Então - suspirou ela ao sentar á mesa e analisar o local de beira de estrada. - Admito que pensei em um primeiro encontro mais requintado. - proclamou com um sorriso brincalhão nos lábios. Sorri enquanto revirava discretamente os olhos. 

Um garçom ajeitado se aproximou para nos atender. Instintivamente, assim que vi seu olhar caindo sobre a mulher á minha frente, coloquei minha mão sobre a de Katniss, passando a brincar com os anéis que enfeitavam seus dedos. Sua reação imediata foi de visível surpresa e, talvez, estranhamento. Pude perceber pelo canto do olho que ela me encarava enquanto eu realizava o pedido ao garçom de olhos azuis. 

 - O que foi isso? - questionou ela assim que ele se afastou.

Logo tirei minha mão de cima da dela, concentrando-me em seus olhos. Ela os estreitou enquanto retribuía meu olhar, parecendo logo aceitar e desistir da ideia de entender o motivo do que eu fizera. 

 - Vou ao banheiro. 

Assenti com a cabeça, dando pouca importância. Observei-a em seu caminho, vendo quando ela e o atendente trocaram olhares até que Katniss passasse reto em direção à porta desgastada. O garçom encarou descaradamente a bunda dela, fazendo meu sangue esquentar. A única coisa que me prendeu no meu lugar foi o risco de me envolver em uma briga e chamar a atenção da polícia. 

Não demorou muito até que a porta chiasse e Hoffman saísse com um sorriso suspeito nos lábios direcionados a mim. Ao tentar se aproximar, porém, foi impedida pelo atendente intrometido, que parou à sua frente com a expressão maliciosa. Ajeitei-me em meu lugar, pronto a tomar a atitude que fosse caso ele a tocasse, não mais me importando com as consequências. 

Katniss, no entanto, foi quem avançou com o sinal: mordia os lábios e se ajeitava na posição mais sexy que encontrava, até que o cretino do garçom passou a tocar suas bochechas e a delinear seus lábios, logo migrando os dedos para o decote da sua blusa. Foi questão de segundos até que eu estivesse à frente dele, empurrando-o para longe ao mesmo tempo em que lhe acertava um soco no lado esquerdo do rosto, fazendo-o se desequilibrar e buscar apoio no balcão. Virei-me para Katniss e a puxei pelo braço até a mesa que nos sentávamos. Ela contestava sobre o meu aperto, mas, naquele momento, nenhum sentimento superaria a minha raiva. 

 - Que porra foi essa, Katniss? - esbravejei. Ela encolheu os ombros diante do meu ataque repentino. Logo em seguida me encarou com um olhar suspeito, junto a um sorriso cúmplice. - Que porra você quis provar, ein? 

Ela riu fraco e inclinou a cabeça para baixo. Quando se endireitou, passou a me encarar como se assim conseguisse me fazer encontrar sozinho a resposta para minhas próprias perguntas. 

 - O que importa é que eu consegui. - respondeu desafiadora ao arquear uma de suas sobrancelhas. 

 - Não seja uma idiota. Tem que ser muito trouxa para testar os limites de alguém como eu. - semicerrei os olhos enquanto ela forçava sua saliva pelo esôfago. 

 - E o que você ia fazer? Meter uma bala na minha cabeça? 

 - Tenta me irritar de novo para ver. 

Ela arregalou ligeiramente os olhos, evitando meu olhar em seguida. Uma breve sensação de empatia perpassou pelo meu corpo ao lembrar que não faltava muito até que eu tivesse que torturá-la para conseguir o que queria. Subitamente minha garganta se fechou e uma parcela de culpa tomou minha mente. Em um só dia iríamos do amor ao ódio, da paz à guerra. Eu não conseguia prever como ficaria nossa relação depois do que acontecesse hoje, como minha mente me torturaria e se ela desistiria de mim. 

 - Eu só queria saber se você se importava. - disse repentinamente. Fitei-a com o sangue fervendo pelas minhas veias, temendo o que eu diria por ser tomado por uma culpa antecipada. 

 - Então acho que você conseguiu o que queria. 


Notas Finais


E LÁ VOU EU DE NOVO NÉ NÃO
Mil desculpas pela demora (de novo), mas juro que dessa vez eu tentei me explicar. Tentei porque escrevi um textão planejando postá-lo aqui no site como um capítulo, mas como eu tava só com meu celular, não consegui postar. Então vou resumir minhas justificativas agora e espero que vocês me entendam e não tenham me abandonado (to rezando por isso)

Então, eu falei ano passado que estava fazendo cursinho e ainda to fazendo esse ano. Infelizmente não consegui entrar na faculdade (mas esse ano vai, amém!) e as coisas estão MUITO mais corridas. Eu não tenho tempo pra nada, meu dia se resume a acordar, ir pro cursinho, voltar pra casa e dormir. Eu não vejo mais meus pais direito (e não estou exagerando), muito menos meus amigos. Eu realmente queria, mas não tenho tempo necessário pra escrever. Sempre que eu consigo uns poucos minutos de "folga" dou uma acrescentadinha no capítulo, mas isso demora porque também preciso de criatividade.

Juro que andei escrevendo todo esse tempo fora e pensando em meios de seguir com o enredo da fic. Espero meeeeesmo que vocês me entendam. Estou de férias agora. Hoje é meu primeiro dia (tenho aula de sabado) e estou postando esse capitulo pra provar que eu andei escrevendo sim hahaha

Apesar de eu ter "abandonado" vocês por um tempo, espero que vocês ainda continuem comigo, de verdade. O comentário de vocês seria muito importante para eu saber disso. Obrigada por tudo e espero que tenham gostado! bjssss


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