História Rye e Willow : Jogos Vorazes - A Reação de Rye

  Rye acordou cedo é claro. Olhou para o relógio na parede e viu que ainda eram 06:17. Ele levantou e decidiu trocar de roupa. Depois foi até a cozinha e preparou seu café da manhã, foi para a sala de estar e se sentou no grande sofá com a tigela de cereal, pegou o controle remoto da TV e a ligou, como fazia todos os dias em sua "antiga" casa. Sempre que acordava, seus pais e Willow ainda estavam dormindo,pois os dois estavam acostumados a estudar no turno da tarde. Mas essa manhã aconteceu algo que ele nunca havia passado antes. 
  Ao apertar o botão do controle,em três segundos, Rye parou de mastigar com o programa jornalístico que estava passando. Na legenda se lia: relembre os melhores momentos da 148° edição dos Jogos Vorazes. Na tela gigante Rye viu pessoas levando facadas na garganta. Um garoto afogando uma menina no lago depois dela ter o ferido na perna. Um garoto sendo atacado por leões. Uma garota sendo queimada viva, e Rye finalmente desligou a TV quando viu um jovem começando a ser torturado por não contar onde sua parceira estava. Rye tinha certeza que as imagens que havia acabado de ver naquela imagem gigante nunca sairia de sua cabeça. 
  Naquele instante ele ficou paralisado. "Como as pessoas conseguiam ver isso como se fosse uma coisa normal" ele se perguntou. Depois foi até a cozinha e deixou lá a tigela de cereal, pois perdeu a vontade de comer qualquer coisa até mesmo os bolinhos que tinham no trem no dia anterior. Então decidiu dar uma explorada no apartamento para ver se conseguia mudar os seus pensamentos. Ele viu a banheira luxuosa que havia no banheiro, viu o pequeno elevador de roupas sujas em que se colocava as próprias e eram mandadas para a lavanderia do prédio e horas depois eram trazidas de volta pelo mesmo elevador. Ele deu também uma olhada nos livros que havia em uma estante, lá tinha livros antigos e ele prometeu a si mesmo que leria alguns deles como O Senhor dos Ladrões, A Culpa é das Estrelas e A Menina que Roubava Livros. Ele também tentou ir para a varanda e colocar sua atenção nas pessoas que passavam por ali, mas nada do que ele fazia tirava sua atenção do que tinha visto a pouco. 
  Ele voltou para o seu quarto e desabou na cama. Olhando para o teto ele resolveu: teria que enfrentar os medos, teria de se acostumar com aquela nova vida injusta e cruel. Teria que deixar de lado a tristeza de ver os outros chorarem. "Mas como?!" ele se perguntou. Rye sempre odiou ver pessoas sofrendo, agora ele está em um lugar onde só há tal coisa. Ele iria crescer rápido e teria de virar um homem mais rápido do que o normal. Mas como isso iria acontecer se ele não aguentava nem ver pessoas tristes. 
  Para piorar a situação, ele começou a pensar o que aconteceria se Willow fosse para os jogos, ou até mesmo seus pais tendo que passar por uma coisa dessas. Ele imaginou o sofrimento que eles passariam, e teve medo de ele mesmo ter de ir pra arena. Esses pensamentos o fez querer chorar, mas com muito esforço, ele segurou e limpou as lágrimas rebeldes que haviam saído.

   Horas mais tarde os dois irmãos haviam acabado de arrumar suas coisas, organizado a sala de estar do jeito que eles se sentissem mais a vontade e espalhado fotos da família pela casa, quando a campainha tocou e Willow foi abrir. Era Érick com seu pai. 
   - Estou aqui como o combinado.
   - Vou vir buscar o Érick às 17:00 tudo bem? 
   - Sim. - respondeu Willow - Entre. - ela abriu mais a porta e estendeu a mão para que ele entrasse.
   - Com licença .- Érick entrou
   - Tenham cuidado e se cuidem.- Seu pai se despediu e foi embora
   - Vem - Willow chamou Érick pelo pequeno corredor que levava a sala de estar. 
  - Oi.- disse Rye sentando pulando no sofá e começando a mexer no celular.
  - Oi. 
  - Pode se sentar. 
   Érick se sentou ao lado de Rye.
  - Estou vendo que já terminaram de arrumar tudo.- ele disse - Como trouxeram  tantas fotos? 
  - Trouxemos 4 malas juntos.- respondeu Willow - E depois vamos comprar mais roupas e calçados. Não tinha como trazer 3 malas cada um. 
  - Entendi. 
  - Você contou pro seu pai sobre eu e Rye. 
  - Como assim? - perguntou Érick não entendendo.
  - Sobre de quem somos filhos. 
  - Éé, não. Eu não me lembrei.
  - O que tem nossos pais? - perguntou Rye - Por que o pai dele precisa saber? 
   Willow olhou para Érick e os dois souberam que chegara a hora de dizer a verdade. 
  - Bom. Rye. Tenho que te dizer uma coisa. 
  - O quê? 
  - Uma coisa sobre os nossos pais. 
  - O quê foi Willow? Você tá me assustando.
  - Calma Rye. Eu prometi pra eles que te contaria na hora certa, e.. Infelizmente essa hora chegou um pouco mais cedo.
   - Você ainda está me assustando. Willow, papai e mamãe estão bem né?
   - Sim Rye, não se preocupe.
   - O que foi então? Eu sou adotado? 
   Isso tirou um sorriso de Érick e Willow. 
   - Não. 
  - Então vocês estão é de brincadeira com a minha cara. 
   - Não Rye. Presta atenção. - Willow se sentou e olhou em seus olhos, apenas o deixando mais assustado. - Quando nossos pais eram mais jovens, eles participaram dos Jogos Vorazes. 
   Rye olhou para todo o rosto de Willow para ver se achava algum pingo de brincadeira. 
  - Você está falando sério?
  - Sim. - ela balançou a cabeça - meu pai foi sorteado e minha mãe foi voluntária por sua irmã menor, que se chamava Prim.
  Naquele tempo existia o desfile de carruagens e cada tributo se vestia de acordo com o trabalho do seu Distrito... 
   Willow explicou tudo sobre os amantes,as amoras, a garota em chamas, O Tordo, a guerra dos Distritos contra a Capital. Érick explicou que seu pai foi amigo de sua mãe. Willow explicou sobre Rue, como seu pai perdeu a perna de verdade, sobre Mags, Finnick, sua mãe destruindo a arena, o presidente Snow torturando os dois ao mesmo tempo, Bogs, Haymitch, Effie, Bombardeios, bombas, e bestantes. 
   No final Rye parecia assustado e triste ao mesmo tempo. Ele pensava no sofrimento que seus pais haviam passado. Em como sua mãe deveria ter amado Rue para ter colocado seu nome de Rye. Em como seu pai deve ter sofrido bastante com aquela perna o atrapalhando a sobreviver na arena. Mortes. Bastantes. Foi aí que a campainha tocou o fazendo dar um pulo no sofá.
   Willow foi abrir a porta enquanto Rye tentava voltar pra vida. Ela abriu a porta e quem estava lá eram quem concerteza seriam seus novos amigos no prédio: Dale e Kelen