Minha cabeça latejava e o frio me atacava como milhares de agulhas entrando ao mesmo tempo em meu corpo.
Abri os olhos, a claridade me cegou. Estou morta. Pronto. Adeus mundo cruel.
- Hey será que ela está viva? – alguma coisa me cutucou na testa.
Meus olhos pouco a pouco foram se acostumando a claridade e formando imagens confusas e fora de foco. Primeiro dois pontos azuis que se ajustaram a olhos de uma pessoa.
- Cadê eu? – Balbuciei sem pensar, depois de um grito alarmado, as imagens da noite anterior foram voltando a minha mente. Primeiro o quarto escuro, os gritos, uma parte do navio pegando fogo. Eu caí na agua terrivelmente gelada, mãos invisíveis me puxaram para fora da água e tudo escureceu.
- Hey ela está viva! Ela está viva!- Levantei meu corpo e me sentei. Minha cabeça doía.
- E aí, como é seu nome?
-Hã?
-Seu nome. Você deve ter um nome, não é?
-Ah claro, meu nome é... Avery.
Olhei ao meu redor e tudo que eu via era areia de um lado, o mar a minha frente e uma floresta atrás de mim.
- Bem, eu tenho uma boa e uma má noticia-Falou ao notar meu olhar confuso - a má é que estamos presos nessa ilha, à boa é que eu estou aqui.
Minha cabeça quase explodiu ao escutar uma voz estridente ecoar por toda a parte:
-ELA TEM UMA FACA NA MOCHILA! –Me virei e vi uma garota morena mexendo em MINHA MOCHILA, me levantei com um pulo e tomei a mochila e a faca das mãos dela.
-Minha mochila, minha faca, minhas coisas-Falei-Essa é a minha primeira regra!
-Um momento! Eu dito as regras por aqui, por acaso você sabe quem eu sou?- o garoto de olhos azuis perguntou
-Irritante?
-Não!Eu sou o novo deus dessa ilha-Abriu os braços de forma dramática, como se tivesse acabado de contar uma grande novidade que mudaria o mundo.
Respirei fundo e falei de forma cínica:
- Seja você um deus ou demônio dessa ilha, tanto faz. Eu não vou ficar aqui muito tempo.
Coloquei a mochila nas minhas costas e fui andando para bem longe daqueles loucos.
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