Ouvi passos me seguindo e me virei dando de cara com o “deus” da ilha e sua “sacerdotisa”.
-Esqueceram alguma coisa? –perguntei sorrindo falsamente
-Temos que nos juntar e fazer alguma coisa para sair daqui!- o garoto de olhos azuis falou
-É... Ah...
-Nash
-Nash, eu não posso fazer nada para salvar vocês além de me salvar, vamos fazer um acordo: vocês me ajudam a sair daqui e talvez eu volte para buscar vocês.
-NÃO SE PREUCUPEM-A garota morena gritou-EU SALVO VOCÊS!
Com isso correu até uma das arvores de coqueiro, pegou duas folhas e colocando atrás de si saiu correndo como se as folhas fossem asas. Eu estava incrédula.
-Ela tropeçou e bateu a cabeça em uma pedra. - falou
-Explicado
-E aí, você vai nos ajudar? Estamos juntos nessa?
-É acho que sim, afinal eu não tenho o poder da sua amiguinha de sair voando por aí. –Falei e ele riu – Onde está o bote?
-Ficou ancorado um pouco a leste da ilha.
-Ótimo. Vá busca-lo.
-Oque?! Eu?!
-Eu acho que não tem mais ninguém aqui
-Por que você não vai comigo?
-Porque eu preciso trocar de roupa
- V-você tem roupas?
-Só algumas
-Você sabia que a gente vinha parar aqui? Meus amigos te pagaram para fazer isso?-Me olhou desconfiado
-Claro que não garoto! Eu sou apenas preparada...
-Sei. Você carrega uma faca na mochila!
-Tanto faz, vai pegar o bote.
-tá, tá-saiu murmurando alguma coisa sobre garotas estranhas em ilhas desertas.
-como é seu nome mesmo? –A garota morena me assustou
-Avery
-O meu é Louise, prazer-Ela estendeu a mão.
-Prazer.
-Cadê o Nash?
-Do outro lado, pegando o bote. Por que você não vai ajuda-lo?
-Claro-Ela saiu correndo
-Ótimo. Presa com um louco e uma garota com mentalidade de cinco anos-Murmurei comigo mesma.
Tomei coragem e entrei na mata, o frio havia sido tomado pelo calor da floresta tropical, samambaias e flores roxas silvestres cobriam o solo, deixei a mochila em uma pedra, o motivo de eu ter a mochila da Dora aventureira comigo era que eu tinha um pouco de medo de andar de avião ou mesmo de navio, por isso sempre levava essa mochila comigo nas vezes em que viajava. Quando o navio pegou fogo, eu apenas acrescentei, às pressas, o básico.
Mexi na mochila e tirei um biquíni, peguei um short e uma camisa e me certifiquei de que ninguém estava olhando e me vesti as pressas, quando terminei amarrei uma blusa de mangas compridas na cintura e tirei meus tênis encharcados. Só então decidi fiscalizar minha infalível mochila. Duas mudas de roupa, uma faca, cem dólares encharcados e um celular mais molhado que a praia.
Resolveria o problema do celular depois. Peguei todas as coisas e as coloquei de volta na mochila e saí da floresta indo até uma parte de sombra e Peguei meu celular e o coloquei sobre uma rocha. Observei Nash e Louise arrastarem o bote pela areia. Só de olhar fiquei cansada.
-Aí está você-Nash falou quando me avistou.
-Perfeito-Entrei no bote que eles trouxeram e logo avistei o que eu queria. Compartimentos ocultos que eles obviamente não haviam notado. Havia três gavetas grandes ao lado do bote. Achei cordas e um kit de primeiros socorros além de latas de comida enlatada, garrafinhas de agua, barrinhas de cereal, uma barraca e coletes salva-vidas, uma mini panela e algumas lanternas.
-Da onde você tirou tudo isso? – Nash perguntou
-Daqui-Apontei as gavetas
-ah tá, me dá a corda?
-Para quê você quer?- Ele me olhou estranho-Deixa para lá, não quero saber.
Ele foi com a corda para algum lugar.
-Quer ajuda?-Louise perguntou quase ao mesmo tempo em que Nash saiu.
-Sim- Ela era estranha, só para esclarecer-Você pode pegar madeira seca?
-madeira seca? Para quê?
-Para fazer uma fogueira
-Ok eu estou indo- Saiu correndo
Ri sozinha e passei as coisas do bote para a areia.
-Do que você esta rindo?-Nash o “deus” da ilha como ele gosta de ser chamado, apareceu.
-Nada não-Falei, pela primeira vez notando o quanto ele era bonito, seus olhos da cor do oceano. Ele deveria ter mais ou menos1,80 m e era forte. Ele provavelmente percebeu que eu o observava porque deu um sorriso daqueles brancos, alinhados e principalmente convencidos.
Revirei os olhos e já ia falar alguma coisa quando um grito bem alto chamou minha atenção e me impediu de fazer qualquer coisa. Ele veio da mata o que só podia significar uma coisa.
Olhei para Nash e engoli em seco ao notar que ele também ouviu.
-Louise- Murmurou perdendo o sorriso de segundos atrás.
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