"Uma tragédia não precisa ter sangue e morte; é suficiente que ela seja cheia daquela tristeza majestosa que é o prazer da tragédia" -Jean Racine.
Adiantava correr? Não.
Aquela fuga era ridícula, seu destino fora traçado por si só assim que ela deu seu consentimento.
A morena sentia seu corpo tremer, seus passos ecoavam contra a calçada.
E com clareza, pode-se ouvir passos atrás de si e o barulho parecia aumentar há cada minuto, ela tentou ainda mais, sem sucesso, acelerar.
Um dos recém-nascidos fez menção de iniciar um choro, porém nada. Somente um susto.
A mulher olhou seus filhos, mal podia enxergar por conta das lágrimas acumuladas, os passos atrás de si pareciam cada vez mais próximos.
Aquela noite era quente, muito quente, e chovia; quente, úmido e molhado. Nada ao favor daquela moça.
Seus olhos se fecharam com força e as lágrimas passearam por suas bochechas, ela enxergou algo branco a cercar.
Usando a névoa como escape, adentrou um parque, qual parecia abandonado, era o que se podia esperar em plena noite, nenhuma alma ali.
Lá, havia uma pequena casinha para as crianças brincarem, a morena deixou seus bebês ali, depositando em ambas as testas um selar, e sussurrando suas últimas palavras para seus filhos.
"Adeus ".
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