História Saga Vidas - Kyuhyun - Play Me

- E então, _____? - minha respiração pesou. - Existe salvação? Você pode salvá-lo?

- Ugh, droga. - minhas luvas já estavam sujas. Joguei minha ferramenta atual em cima da mesinha de lado. A escuridão escondia a gota de suor frio que escorria pela minha testa. - Está difícil... o interior está muito danificado. Me passe o bisturi!

Continuei a operação delicada, mas minha atenção pairava para uma luz que cismava em piscar ao meu lado. Grunhi frustrada.

- Aish, Kou! Por que isso fica piscando? - troquei o bisturi por algo mais pontudo.

- É seu celular, ____-ah.

- O que? - forçando a visão para o objeto brilhante, consegui enxergar o lembrete que havia marcado ali a tanto tempo. E que eu esperava de todo coração. - Ah não! Kou, já são 21 horas?!

Meu colega de trabalho simplesmente concordou, focado em nosso 'paciente'. Um sorriso se formou em meus lábios depois do desespero. Joguei todas as minhas ferramentas na mesa, arrancando as luvas no processo. Kou me mandou um olhar aterrorizado.

- _____-ah! E o nosso paciente? Não podemos deixa-lo aqui! - dei de ombros.

- É só um computador, Kou. Troque a placa-mãe e os circuitos de sempre e vai ficar tudo bem, ok? - palavras fluiram rapidamente da minha boca enquanto eu colocava meu longo casaco na velocidade da luz. - Até amanhã!

Nem esperei por sua reação e cambaleei para fora do grande escritório para as ruas frias da estação de Seoul.

Trabalhava como técnica de computação e informática algum tempo, o que consumia a maior parte do meu dia. Mas isso nem se comparava ao de meu namorado. Ele podia trabalhar quase 24 horas por dia, sem falar nas incontáveis viagens. E era por isso que não podia esperar para chegar em casa. Kyuhyun voltaria hoje.

Ele havia me informado que chegaria pelas nove, mas o atrasado sempre era esperado. De todo modo, sentia muita falta dele, principalmente de noite, quando era mais frio. Dei graças ao receber sua ligação alguns dias atrás dizendo que estaria voltando em pouco tempo, hoje para ser exata.

Revirei as chaves de casa antes de escutar um barulho estranho, mas reconhecível. Meu sangue gelou.

'Um tiro...??' Me revirei para achar a chave certa e me atirei no mini corredor, cuja entrada a direita dava acesso a sala de estar. Minha respiração estava ofegante com só alguns passos. Oh meu Deus, e se fosse Kyuhyun? Ouvi falar em sequestros, será que foram longe demais? Kyuhyun... Kyuhyun! Por favor esteja bem!

A sala entrou em meu campo de visão e eu pude ver claramente o sangue...

...Na tela da minha TV.

Meu namorado estava sentado no chão com as pernas cruzadas e o seu amado joystick nas mãos. Ah, o jogo. Sempre o jogo.

Desabei no chão sentindo o alívio dominar meu corpo. Não acredito que quase tive um ataque cardíaco por causa de uma jogo.

- ____? É você? - Esquece o alívio. Agora é raiva.

Me levantei bufando um pouco. Esse... Esse viciado em games vai me pagar!

- Choi Kyuhyun! - andei até sua frente, tirando a visão do campo de batalha. Cruzei os braços. - Você mal chega em nossa casa depois de três semanas e vai direto pra isso!

Os olhos antes focados na Tv, encontraram os meus, tentando desesperadamente pegar uma fresta de seu jogo.

- Mas _____... Não estava no trabalho? - depois de mais algumas tentativas frustradas ele desistiu, colocou o controle de lado. Logo sua expressão se tornou adorável e ele gesticulou com as mãos para que eu me aproximasse. Suspirei com minha careta brava, mas sedi. Não podia resistir a ele.

- Por que não me ligou quando chegou? - sentei ao seu lado no chão. Ele pegou minha mão, aproximando-a de seu rosto.

- Porque – estava ocupada demais olhando para seu rosto, por isso não sabia direito como ele conseguiu, mas me encontrei entre suas pernas, com meus braços apoiados nos ombros largos. - você estava trabalhando, e eu sei como adora 'operar'. - ele sorriu enquanto nossos rostos se aproximaram.

Mas eu não iria perdoa-lo tão facilmente.

- Mentiroso. - abaixei um pouco a cabeça com um biquinho. Admito que era brincalhão, pois não podia ficar realmente brava com ele. - Você quis é ficar jogando em casa não é? O que foi, quebraram seu PSP? - esperava uma resposta que valesse a pena do fundo do coração. Eu amava Kyuhyun, mas toda a falta de contato, as viagens... Tudo isso me deixava frustrada.

- Na verdade – ele passou os dedos pelo meu cabelos. - foi isso sim. Eles quebraram meu PSP, eu eu quebrei o filtro de água...

Ignorei a expressão de gênio do mal na cara dele e apoiei minha testa em seu ombro, grunhi baixinho.

- Kyu... - levantei a cabeça e dobrei minhas pernas, deslizando minhas mãos pelos seus ombros. Pude ver seus olhos escuros brilharem. - Vou fazer alguma coisa pra comer. - me levantei indo em direção a cozinha. - Pode ficar ai, quer passar mais tempo com seu console do que comigo.

Era a vez dele grunhir. Sua mão me puxou pelo pulso e eu cai em seu colo. Franzi o cenho cruzando os braços.

 - Não precisa fazer isso, _____. - ele me ajeitou em suas pernas, minhas costas apoiadas em seu abdómem e peito. O jeito que disse meu nome já avisava o começo da sessão de me tirar do stress. - Desculpe. Algo que possa fazer pra me desculpar?

- Huh... - virei meu pescoço para encontrar seus lábios com os meus. Ah, como havia esperado por isso. - Que tal – comecei, prestando atenção na expressão sedente de Kyu. - sem videogame aqui por um mês?

- Sem a Jenny por um mês?

- … Jenny? - me apoiei nas mãos novamente. Ele tinha dado um nome pro console? Não acredito... - Ok, então. Eu desisto. - Estava me preparando para levantar quando uma força de aço me prendeu ainda mais em meu lugar. A risada melodiosa de Kyu se espalhou, contagiante, e eu quase me esqueci porquê estava com raiva em primeiro lugar.

- Eu estou brincando, ______. - roçando os lábios pelo lado meu pescoço eu pude sentir seu sorriso em minha pele. Um suspiro satisfeito escapou sem minha permissão.

- Tudo bem... - deixei meu pescoço exposto ao mesmo tempo que encostei a cabeça entre a garganta e peito do meu incontrolável gamer. Uma rajada de beijos quentes em minha pele e meus pensamentos já desencaixavam do trilhos. - Kyu~ Quer subir? - Não sei qual dos duplos sentidos ele entenderia, mas isso não importava. Ele estava aqui e isso bastava.

Sugando a pele próxima a minha orelha, escutei o leve riso misterioso.

- Jenny também pode vir?

- Kyu!