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História Saga Vidas - ZicoU-Kwon - Entre Dois "B"s


Escrita por: Locky_Kitty

Capítulo 1 - Entre Dois "B"s


Fanfic / Fanfiction Saga Vidas - ZicoU-Kwon - Entre Dois "B"s

Uf, nada de interessante na TV. Era incrível como no único dia de folga que eu consegui, não havia nada o que fazer.

Quando soube que poderia finalmente começar a trabalhar em Seoul fiquei muito animada, e mais ainda durante a estação que eu adorava: inverno. Mas eu não esperava tanto frio! Ninguém conseguia sair de casa com 3º graus congelando os ossos. Tudo estava congelando, principalmente minha animação.

E isso não era tudo. Enrolada num grosso cobertor no sofá, olhei para a figura deitada a meu lado. Não podia acreditar que minha única companhia nesse frio intenso era meu amigo dorminhoco. U-Kwon,como era conhecido, veio me visitar hoje de manhã. Meus pensamentos esperançosos disseram que viera pois estava preocupado, mas foram quebrados pela frase: “Queria ir no banheiro e sua casa era mais próxima.”. E enquanto eu travava sentindo os pesos de minhas esperanças nas costas, o frio ia aumentando, me deixando presa em casa.

Bufei vendo a fumaça de ar quente saindo de minha boca. 'Idiota...' Ainda olhava para o rosto masculino semi-coberto e minha expressão tremida suavizou. Devagar, meus dedos foram deslizando sob os cabelos vermelhos, mas mantinham a maciez como sempre. Não poderia ficar com raiva dele, YuKwon era denso demais, inocente demais.

- Esse idiota não entenderia que eu gosto dele nem se eu o beijasse a força... - murmurei me encolhendo novamente. Havia jogado tantas dicas pelos ares, mas ele parecia não ver. Talvez ele não quisesse algo sério com uma simples amiga. Ou não queira me dizer que não sente o mesmo...

Encarei os traços de minha paixonite de novo, brotando uma ideia de repente. Estava frio. Eu estava com frio. YuKwon estava deitado no meu sofá. Não faria mal nenhum se eu deitasse 'sem querer' a seu lado... Não é?

Bochechas já coradas pelo frio, avermelharam mais ainda. Mordi meu lábio inferior. 'B-Bem, não é culpa minha ele estar... i-i-indefeso aqui em casa...' Meu corpo ficou quente e me aproximei da figura imóvel silenciosamente. Prendi a respiração e puxei meu cabelo para o lado. Meu braço me sustentou ao lado dele e meu quadril já fazia contato com a parte do sofá a seu lado. 'Por favor não acorde, por favor não acorde, por favor não acorde!'

Ah, sim, agora só precisava de uma posição confortável, mas não poderia ser tão difícil, a menos que eu levantasse minha cabeça e notasse o rosto extremamente próximo de YuKwon, respirando em minha bochecha... Oh.

Soltei o ar que segurava trêmulo, mas não pude evitar a vontade de chegar bem mais perto do que estava. Oh, até quando eu continuaria com isso? Tentando me aproximar de alguém que não... sentia o mesmo.

- Hu-h... - Ele se mexeu um pouco, murmurando algo que não escutei. Quando notei, seu nariz estava quase fazendo contato com minha bochecha esquerda. Prendi de novo a respiração. 'Não deveria chegar tão perto...' E se eu... o beijá-se... ago-

- DING DONGG~~~!!!!!! - O barulho da campainha me fez cair do estofado no chão duro.

- Ai... - sussurrei afagando minhas costas. Xinguei baixinho enquanto procurava por sinais de que YuKwon havia acordado. Seus olhos continuavam fechados, dormia como se não tivesse escutado nada. Ufa.

Andei até a porta com meu quadril latejando da queda e acendi algumas luzes enrolada em meu cobertor. A maçaneta fria me fez a arrepiar e eu abri a porta sem olhar pelo olho mágico, torcendo segundos depois para não ser um sequestrador.

- ______! E aí? - Levei alguns segundos para absorver a presença a minha frente.

- … JiHo? - pisquei algumas vezes antes de me enrolar mais no cobertor e encará-lo. - Que tipo de pessoa bate na porta dos outros nessa temperatura!? Você está louco?!

Ele sorriu sem jeito passando as mãos pelo pescoço. Eu estava fumaçando e ele pareceu ver isso.

- Ah, é... Eu sei. - com uma risadinha ele enfiou as mãos nos bolsos, estava congelando. - É que... Liguei pra sua chefe e ela disse que você não estava, então – ele pigarreou – vim aqui pra ver como- - Oh, ele estava estranho. O conheço bem demais para saber que viria com uma resposta como “Ah, desculpa por não marcar a temperatura pra te visitar.”, mas não.

- Cala a boca – ele arregalou os olhos tristes e olhou para o lado sem jeito dando um passo para trás. Eu suspirei antes de puxá-lo pelo sobre-tudo – Entre de uma vez! Realmente, não devería vir aqui com esse frio. Seu gerente me mataria se descobrisse que pegou uma gripe por nada.

Fechei a porta e me desenrolei do cobertor, jogando-o sobre Jiho. Não sei se podia culpar o frio, mas suas bochechas avermelharam. Esfreguei as mãos para aquecê-las.

- Seus membros não batem muito bem da cabeça não é? - andando até o sofá ele entendeu o que quis dizer. - Parece que vai ter que ficar aqui comigo também. Pode dormir se quiser... Vou fazer chocolate-quente.

Fui fazendo meu caminho até a cozinha, e Jiho logo me seguiu, tirando o sobre-tudo e andando ao meu lado, mãos nos bolsos. Não acredito que esse idiota veio até aqui só porque eu não estava trabalhando. Poderia arrancar alguns cabelos de meu couro cabeludo se não estivesse tão frio. Brr.

- Então... - deixei o bule esfriando na pia depois de separar a delícia em três xícaras e nos sentar em uma das quatro clássicas cadeiras ao lado da média mesa. - Aproveite. Me conte a pior coisa que aconteceu hoje. Preciso me aquecer com alguma desgraça alheia, por favor. - assoprei a fumacinha de meu chocolate quente, mantendo o calor em minhas mãos.

A atmosfera parecia ter mudado desde que entrara em meu apartamento. Zelo era calmo porém sua aura era agitada. E agora molhava os lábios com chocolate sem falar nada, olhando para os lados. Soltei um suspiro pesado.

- Ok, abre o bico. - coloquei a xícara na mesa, rangendo os dentes de frio. - O que aconteceu? YuKwon veio de manhã e agora você. Meu apartamento não é tão maneiro assim.

Ele suspirou e colocou as mãos atrás da cabeça.

- YuKwon, huh... Sabe _____, eu acho que-

- Não, espera. Acho que ele acordou. Vou ver se ele quer uma xícara de chocolate.

Zico desviou os olhos para o lado de novo antes de cruzar os braços, concordando. Não olhei duas vezes antes de levar a xícara até a sala. Claro que não sabia se YuKwon tinha acordado ou não, mas não conseguia respirar com a atmosfera na cozinha. Zico não estava agindo como ele.

Mesmo sem saber, ainda apoiei a porcelana no bidê ao lado do sofá. Mas uma mão segurou meu pulso logo após eu dar um passo para trás.

- ____? - Então ele estava mesmo acordado...!

- A-Ahn..? Ah, YuKwon. - corei um pouco antes de soltar minha própria mão. - Idiota, não durma na casa dos outros assim!

Ele piscou algumas vezes para se acostumar com a luz.

- Oh... Chocolate quente?

- É... Jiho também veio. Resolvi fazer alguma coisa pra esquentar. - olhei de relance pra ele, que já dava goles no chocolate.

- Uh hum. - sentei a seu lado esfregando as mãos. Ele já estava devidamente sentado. Estava lindo. Cabelos de fogo despenteados e olhos semi-abertos, a pele clareada pelo frio e pelas roupas escuras...

Perdendo a noção de onde eu estava, despertei sentindo uma cabeça no meu colo. Quase saltei de supresa, mas me segurei vendo a expressão de inocência dorminhoca de YuKwon. Minhas bochechas ficaram da cor de seus cabelos enquanto ele se aconchegava mais, com um suspiro satisfeito.

- O que... está fazendo? - ele tentou esconder um sorriso antes de me olhar nos olhos e abrir a boca. Porém não saiu nada dela. E seus olhos não me observavam mais, olhando para algo atrás de mim.

- JiHo-ah.

- YuKwon-hyung.

O que foi isso? A aura dos dois pesou na sala. Zico mudou ainda mais, parecia fúnebre. Era assustador, conheci eles a tanto tempo mas era a primeira vez que vi ambos tão sérios com alguma coisa. Isso que eu nem sabia o que era.

- Er... Ok. Por que tudo isso...?

O lindo rapaz em meu colo se levantou se preparando para falar, mas Zico agarrou minha mão de repente, puxando-nos para a porta da frente. Tentei me soltar, sem sucesso, só conseguindo olhar para trás, vendo YuKwon encarando o homem que me puxava, logo desviando para mim. Quase tropecei e perdi seus últimos murmúrios:

- Gosto de você...

- Não. Não poderia ser isso. Controlei o fôlego até não poder mais ver seu rosto e passar pela porta.

Mal estávamos no corredor e eu me soltei das mãos de meu estranho amigo Zico.

- O que aconteceu com você?! Por que tudo isso, assim?! - meus olhos umedeceram de raiva. Sei que estava exagerando um pouco, mas não podia me segurar.

- Pare de se fazer de tonta! Atua pior do que seu 'querido YuKwon'! - cerrei os punhos, imitando a expressão frustrada de Jiho, mas com uma pinta de surpresa.- 

O quê? O... O-O que isso tudo tem a ver? - passei as mãos pelos cabelos. Havia esquecido do frio. Zico se aproximava lentamente, algo que não notei. - Sabe que gosto dele! Que gosto muito! E você disse que iria me ajudar! O que aconteceu? Sua tinta de loiro oxigenado afetou sua TPM, é isso?

Meus olhos se arregalaram quando minhas costas bateram na parede fria e meus ossos gelaram. Não por culpa das paredes, mas pelo olhar daquele que me prendia nela. Seus braços fincaram-se aos lados de minha cabeça.

- Jiho... Pare, está me assustando... - Isso não pareceu acalma-lo, muito menos diminuir a intensidade de seu olhar. Disse que estava assustada, mas não era realmente verdade. Sempre me sentia segura com ele, porém sua aura no momento me deixava nervosa. Onde estava meu querido amigo Zico?

- _____... - prendi a respiração. Que tom foi esse? Era como se tivesse gemido meu nome, é isso mesmo? - Por que é tão cega...?

- ...H-Huh? - Me desesperei um pouco. Não tinha certeza do que estava acontecendo. Será que.... Não pode ser...

- Pare de se torturar com ele... Pare de me torturar. - se aproximava constantemente. Tinha uma bela visão de seus olhos. Eu respirava com dificuldade mas não conseguia fugir daqueles olhos. - _______... - Ah, não! Ele não pode! Zico não! - Eu... sempre g-

- Hajima.

- Huh?

- Hajima. Hajima... Por favor não... Jiho... - Ele não podia dizer aquelas palavras. Eu gostava de YuKwon, e mesmo se não tivesse certeza se ele gostava de mim ou não, havia tantas provas a favor... - Gosto muito dele. Não faça isso mais difícil.

- Mas e se ele não gostar de você?! Você vai continuar sendo uma iludida, ___!

Como de ele pôde dizer isso... Senti meus olhos lacrimejando.

- Não pode saber disso!! - empurei Jiho e tentei andar até meu apartamento. YuKwon estava lá, talvez o que escutei era verdade. Tinha que acreditar.

Mas braços envolveram minha cintura, me prendendo ali. Zico me apertou, forte.

- Claro que eu tenho como saber!

- Me solta!! - me contorci violentamente – E todas as vezes que saímos juntos? E nosso piquenique semana passada?! Aquilo não foi uma mentira! Ele pode gostar de mim!

- Mas não pode gostar mais do que eu! - paralisei e o tom de Jiho suavizou. - Não pode... Se acha que ele gosta de você... Então por que não apareceu ainda? - As lágrimas finalmente caíram.

- Não... Ele pode vir. - meu coração doía, estava separado. As palavras de Zico doíam, não só por YuKwon, mas por ele. Não queria magoá-lo, não queria mais escutá-lo.

- Ele não vem, ____. - em meio a minha cegueira de lágrimas e sentimentos, Jiho me virou para ele com facilidade. - ____. Aceite. Me dê uma chance, por favor.

Comecei a tremer e escondi meu rosto em minhas mãos.

- Jiho... Eu-

- JiHo-ah, o que está fazendo com ____? - um tom levemente desesperado surgiu atrás de mim.

- YuKwon...? - engoli algumas lágrimas e um nó se formou em minha garganta. - Por que?

- ____... - não queria ver a expressão de Zico enquanto me soltava dele. Me via exatamente entre os garotos mais importantes da minha vida.

- _____... - também não queria me virar para YuKwon. Fechei os olhos virada para a parede. Não queria ver, não queria.

Parecia que havia duas opções: ficar com o homem que tinha gostado e possivelmente amado mesmo sem saber se gostava de mim, ou correr para meu melhor amigo, que verdadeiramente me queria e amava.

O que eu iria fazer?


Notas Finais


Quem você irá escolher?


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