História Saindo da Normalidade- Imagine Kim Taehyung - Término

Eu acordei e olhei no espelho. Eu estava com as olheiras quem tinha previsto, minha cara estava toda amassada e minha coluna não estava em situação melhor. Pâmy já havia saído da cama e fazia algo na cozinha, as outras ainda dormiam todas tortas. Eu tomei meu banho, escovei os dentes, vesti uma calça jeans cintura alta rasgada e uma blusa branca curta que quase mostrava meu umbigo. Prendi meu cabelo em um coque alto e bagunçado e fiz uma maquiagem para tentar esconder o roxo sob meus olhos. Quando desci, a mesa e o café da manhã já estavam prontos. Para uma menina rica e com empregados, Pâmy sabia cuidar de uma casa bem. Ela era muito humilde e não tinha precisado do dinheiro de seus pais para entrar na escola, ela fez tudo sozinha, com seus próprios méritos.

(S/N): Bom dia! –Falei a abraçando por trás.

Pâmy: Bom dia amiga. Você está melhor?

(S/N): Melhor de verdade não estou, mas é da vida não é. Vai passar.

Pâmy: Desculpa pela bronca de ontem, mas é que as vezes você...

(S/N): Eu sei. Não precisa se desculpar. E eu já sei o que fazer tá.

~quebra de tempo~

Nos despedimos de Mari e fomos até a casa de Taehyung para irmos juntos.

Toquei a campainha e ele apareceu e já estava pronto.

Tae: Pensei que iriam me esquecer.

(S/N): Impossível.

Ele abriu um largo sorriso. Entrou de novo deu um beijo na bochecha de sua mãe, pegou a mochila e nós saímos.

Tae: Como foi a noite.

Alice: Tensa. - Ela arregalou os olhos

Pâmy: Dolorida. –Ela tocou em suas costas e fez uma careta.

(S/N): Normal. – Eu só sorri disfarçando.

Ele ergueu uma sobrancelha e fez uma cara de desconfiança para mim. Eu obviamente não sabia disfarçar bem o bastante, mas continuei do mesmo jeito até ele voltar ao normal.

Tae: Aposto que vocês ficaram zoando porque eu estava cantando. –ele fez um biquinho e voz de criança, o que era impossível de fazer direito com sua voz grossa, então só começamos a rir. – Eu queria ter me divertido com vocês.

Alice: Seu tarado.

Tae: Não nesse sentido. Eu fiz muitos amigos aqui, mas nenhum próximo o bastante como vocês.

(S/N): Claro, nós somos amigas de anos Tae.

Tae: Eu sei, mas por exemplo: eu sou muito próximo de você (S/N), próximo o bastante para uma festa do pijama, mas não podemos dormir juntos, porque seria estranho. Mas acho que eu dormir num casa com mais quatro meninas seria mais estranho ainda.

(S/N): Sim. Seria bem estranho mesmo.

Tae: Ah, você entendeu.

Pâmy: E o Lucas.

Tae: (em coreano) Sério? (português) Ele não gosta muito de mim. Você sabe bem disso Pâmy.

(S/N): Pera! Pâmy? Quem lhe deu a permissão de chamar ela assim? Só eu que posso.

Tae: Foi sem querer. De tanto ouvir você falando eu acabei falando também. Mas qual é o problema?

(S/N): Qual é o problema? Eu vou te mostrar o problema.

Eu ataquei ele com cosquinhas e ele correu. Fui correndo atrás como uma louca e consegui o alcançar já na entrada da escola e fiz mais cosquinhas. Até o momento que ele se cansou e prendeu meus braços segurando meus dois pulsos com apenas uma mão. Eu não conseguia me soltar e ele olhou para mim com um sorriso malicioso.

Tae: Minha vez.

Ele ergueu meus pulsos acima da minha cabeça, fazendo minha blusa subir até quase a altura dos meus seios e deixando minha barriga completamente exposta. Ele me conduziu até a o muro da escola e prendeu meus pulsos na parede sob sua mão gigante e com a outra mão começou a fazer cosquinhas em minha barriga e axilas eu só conseguia me contorcer pela sensação, mas não podia abaixar os braços, quando eu tentava me abaixar, ele me erguia de volta. Eu não conseguia parar de rir, eu sabia que todos estavam olhando para nós com caras estranhas, mas eu não me importava, pela primeira vez eu realmente não me importava em parecer normal para os outros, eu só me importava em continuar ouvindo a risada de Taehyung.

Ele só parou quando eu já não aguentava mais, minha boca doía e meus olhos lacrimejavam de tanto rir. Ele soltou meus pulsos ainda rindo, me virou de costas para ele, colou nossos corpos e me abraçou forte pela cintura, colocando seu queixo em meu ombro. Ficamos nos balançando e rindo desse jeito por um tempo, até que nos viramos e vimos que Pâmy e Alice tinham chegado. Elas nos olhavam com os olhos arregalados e os rostos tensos. Nos viramos para onde elas olhavam e Lucas estava ali parado nos olhando com muita raiva, enquanto as pessoas em volta riam dele. Mas que merda.

Me soltei devagar de Taehyung e fui em direção a Lucas mas ele se afastou e eu fui dar mais um passo para ele, mas senti Tae pegar em meu pulso.

Tae: Cuidado.

(S/N): Ele não vai fazer nada comigo. Não se preocupe.

Voltei a segui-lo e ele me levou até a sala, em que nós sempre nos pegávamos.

Lucas: Você pode explicar o que foi aquilo?

(S/N): Bem, é que, a gente só estava brincando Lucas.

Lucas: Você viu como as pessoas estavam te olhando? E me olhando? Teve até alguém que disse que vocês deveriam ir logo para o quarto.

(S/N): Você se importa demais com o que os outros pensam.

Lucas: E o que eu penso? É importante para você? O que você acha que eu penso vendo a mulher que eu amo agarrada com outro cara.

(S/N): Ele é meu amigo.

Lucas: Amigo. É obvio que vocês tem algo a mais. Provavelmente já dormiram juntos. –Ele cuspiu essas palavras com uma cara de nojo e os olhos marejados, enquanto minhas lágrimas já rolavam.

(S/N): Não Lucas. Eu nunca faria isso com você.

Lucas: E o que foi aquilo ali na frente? Por favor (S/N), se afasta dele, ele não te faz bem, olha como você mudou. Você mal fala comigo agora.

(S/N): Eu não posso me afastar dele Lucas.

Lucas: Eu cuidei de você quando você precisou e de repente aparece um japa qualquer e você muda completamente comigo, fica maluca. Você vai realmente me trocar por um cara idiota como ele. Ridiculo, estranho, diferente e retardado.

(S/N): Não fala assim dele. –Agora eu estava ficando com raiva.

Lucas: Agora você defende ele também. Sempre foi uma babá para aquela criança. Olha para mim (S/N), eu estou aqui e eu te amo. Eu poderia ter qualquer garota nessa escola, mas eu escolhi você.

(S/N): Então vai ficar com alguma delas, pra mim já chega, essa foi a gota d’agua. Você primeiro me ofende, ofende meu amigo, é grosso, joga na minha cara que podia ter qualquer garota e ainda diz que me ama? Se amasse de verdade não estaria fazendo isso comigo, você acreditaria em mim e perceberia que eu mudei para melhor. Eu não preciso desse seu tipo de amor possessivo. Você pode ter qualquer garota? Pois vá lá pegar todas as que conseguir. Eu escolho ser livre Lucas. Acabou.

Eu me virei para sair mais ele me impediu.

Lucas: Não faz isso comigo (S/N), eu realmente te amo.

(S/N): Me desculpa, mas isso é o melhor para nós dois. Antes que aconteça algo de que eu me arrependa. 

Lucas: Por favor, não. –Ele estava chorando muito e eu também. Toquei seu rosto e sorri levemente.

(S/N): Eu não posso fazer nada errado com você Lucas. Você me deu apoio quando eu mais precisei e eu sou muito grata por isso. E é exatamente por isso que eu não posso fazer isso. Eu não posso te trair, então esse é o melhor jeito. Me desculpa.

Eu virei para trás e sai da sala. Corri para o banheiro e chorei muito. Muito mais que no dia em que ele havia me encontrado naquele corredor vazio. Mas agora não dava para voltar atrás.