11 Anos atrás.
Estava em pé, parada em frente a janela do meu quarto, vendo a neve cair. Hoje tinha morrido meu ultimo tio, claro que eu tinha vários mas, todos morreram, só restando a mamãe, o papai e eu.
O triste era pensar que, daqui uma semana era Natal. No dia da cerimônia, todos se reuniam na casa da vovó, a mesa sempre estava repleta de comida e frutas. Vovô sempre me dava a melhor boneca da época, meus primos diziam que eu era a preferida dele, mas eu insistia em dizer que ele nos amava igualmente.
Eu e meu tio, saia pra brincar de bolinha de neve no meio de toda aquela nevasca. Eu tropeçava em alguns brinquedos espalhados pelo o jardim já infestado de neve, mas levantava e continuava a brincadeira.
Meus primos e eu sempre montávamos um boneco ao lado da caixa de correio, pedíamos pra vovó tricotar um cachecol, e dávamos um nome ao boneco. Ano passado ele se chamava “ Tomori ”. Lembro da nossa tristeza, ao ver o calor do verão, fazendo-o derreter lentamente.
- Mebuki por favor, apenas arrume as malas – a voz do pai se aproximado me acordou dos meus pensamentos. A porta do meu quarto foi aberta violentamente, fazendo eu olhar pra ela – oi filhota, oque acha de viajar ? – ele perguntou já pegando minhas roupas e colocando na mala que estava em sua mão.
- Mas, sempre passamos o Natal aqui papai – falei mexendo o pé.
- Esse ano vai ser diferente – ele disse antes de mamãe passar pela a porta e encara-lo – me ajude, por favor – ele pediu.
Aconteceu tudo muito rápido. De uma hora para a outra, estava sem meu pijama e com a alça da minha mala em minhas mãos.
- Vem filha – minha mãe disse, ela pegou com uma mão a minha mala, e a outra meu braço.
Fui colocada no banco de trás, e meus pais se sentaram na frente. Papai foi dirigindo, seguindo as setas das placas da rua, que me impedia de adivinhar por não saber ler direito.
- Kizashi, por Kami – mamãe o olhou preocupada – me explique o que está acontecendo.
- Não temos tempo – ele desviou o olhar da estrada por um momento para encara-la. Um homem surgiu nesse meio tempo, parando em nossa faixa – mas, prometo te explicar depois.
- UM HOMEM! – gritei, mas não adiantou.
Nosso carro bateu contra algo, o fazendo capotar duas vezes e para de cabeça pra baixo.
- MAMÃE! PAPAI! – gritei sentindo meu braço que estava em baixo de mim doer – MAMÃE! – insisti, ficando novamente sem resposta.
Ficar de ponta cabeça estava fazendo eu ficar com dor na mesma, dei uma mexida mas logo senti algo molhado escorrer na minha testa.
- ALGUÉM! – gritei, tentando soltar o cinto com o outro braço – SOCORRO! – a porta ao meu lado foi aberta, mostrando um homem moreno.
- Calma – ele disse se ajoelhando e estourando o cinto de segurança – está machucada ? – ele perguntou me colocando no chão. Somente concordei com a cabeça – aonde ?
- No braço – expliquei olhando pro mesmo que se encontrava dobrado – e aqui – encostei minha mão na minha testa e senti algo molhado, olhei e era sangue.
Pude ver ele fechar os olhos com força e controlar sua respiração. Ele tirou um pequeno vidrinho de seu bolso, tinha a mesma cor da bebida que ficava numa garrafa de vidro, em cima da mesa da vovó no dia do Natal.
- Tome – ele deu para mim beber. Fiz o que aquele estranho pediu, e depois devolvi o vidro.
- Esse suco está amargo moço – falei fazendo uma careta – deve estar estragado.
- Ele é assim mesmo, qual o seu nome ?
- Por que deveria falar meu nome pra você ? – perguntei – mamãe me disse para não falar com estranhos.
- Eu falo o meu nome, e você fala o seu, ai não seremos mais estranhos. Combinado ? – concordei sorrindo – ótimo. Meu nome é Sasuke, qual o seu ?
- Sakura.
- Tem quantos anos Sakura ? – ele perguntou.
- Seis – respondi. A dor em meu braço foi sumindo – estou melhor – falei já mexendo meu braço – obrigada moço, seu suco estragado foi mágico. Teria mais pra minha mamãe e pro meu papai ? – perguntei olhando pra dentro do vidro todo quebrado – eles estão dormindo.
- Não – ele disse novamente fechando seus olhos com força – vem comigo – me pegou no colo – vou leva-la pro hospital.
- Mas e a mamãe ? – perguntei olhando por cima de seus ombros já querendo chorar, enquanto nos afastávamos – eles vão ficar bem ?
- Eles vão pra um lugar melhor.
- Verdade ? – perguntei chorando – queria ir com eles.. mas, estou protegida com você, né Susuke ?
- Sasuke – ele disse me corrigindo – não precisa chorar, nada nesse mundo vai lhe machucar.
- Promete ? – choraminguei.
- Prometo.
- Obrigada – falei e o apertei forte. Logo adormeci.
Fui abrindo meus olhos lentamente, apesar de ver tudo embaçado, tinha certeza que estava em uma sala branca.
- Está bem ? – a figura de uma loira embaçada apareceu – fala comigo.
- Quem é você ? – perguntei, quando finalmente minha visão ficou boa.
- Sou a Dr. Tsunade – ela sorriu – qual o seu nome menina ?
- Sakura, Sakura Haruno – ela me olhou surpresa, mas, essa não era minha preocupação – cadê o moço ?
- Que moço ?
- O Susuke – olhei para os lados, na tentativa de acha-lo – cadê ele ?
- Susuke ? – ela ficou pensativa – ah sim, o Sasuke.
- É, sabe aonde ele foi ? – perguntei.
- Ele teve que sair.
- Mas, ele vai voltar, né ? – ela concordou com a cabeça – e o papai e a mamãe ?
- Eles.. bom.. foram viajar.
- Bem que papai falo que esse ano seria diferente – sorri, mas logo o sorriso se desformou – eles não vão vim me buscar ?
- Sakura – ela pegou em minha mão – seus pais.. tiraram um tempo pros dois. Mas em breve eles vão voltar.
- Sem o Susuke, com quem eu vou ficar ? – falei já querendo chorar.
- Comigo, eu sempre quis ter uma filha – ela me abraçou e passou a mão no meu cabelo – vou cuidar de você..
P.O.V Sasuke:
- Tsunade! – a chamei entrando em sua sala, não me importando com as pessoas que precisavam de atendimento.
- Vejamos se não é o Uchiha caçula – ela disse se levantando de sua cadeira – o que devo a honra de tê-lo aqui ? – coloquei a menina já adormecida na maca – Matou ela ? – ela perguntou antes de conferir seus batimentos cardíacos – bebeu o sangue dela ? Anda Uchiha, abre a boca.
- Não fiz nada com ela – falei já andando em círculos – mas vontade não faltou. Estou com sede.
- Vou mandar pegar água pra você – ela disse já indo até a porta.
- Água não basta – me encostei na parede – quero sangue, vá pegar pra mim.
- Por que acha que te deixarei sozinho com essa menina ? – ela me olhou curiosa.
- Se quisesse mata-la, ela já estaria morta. Agora vá! – ordenei e ela logo saiu. Observei a garotinha que tinha acabado de salvar, ela deveria estar morta, juntos com os pais. Mas o sangue dela, aquele grito de Socorro tão inocente, me convenceu para não mata-la.
- Aqui – a loira disse entrando e me entregando uma bolsa de sangue – agora diga o motivo de vim e trazer a garota.
- Você cuidara dela – bebi um pouco daquele conteúdo em minhas mãos, estava com fome – até o dia em que eu for busca-la.
- Por que você não cuida ? – ela perguntou.
- Bastou o cheiro dela, pra me deixar faminto.
- Então pretende faze-la o seu alimento ? – ela cruzou os braços.
- Não lhe interessa oque eu pretendo fazer com ela – joguei o resto do conteúdo no lixo – apenas fara o que pedi.
- Ela é inocente Sasuke!
- Eu sei, agora faça oque mandei – dei uma limpada em minha boca – mas, não fale nada sobre isso pra ela – em seguida sai.
A graça de ser um ser sobrenatural era seu superpoderes. Velocidade, força e hipnose. Com isso cheguei na mansão rapidamente, pude ouvir a gritaria já de fora, graças que vou sair dela hoje.
Entrei pela a porta principal e já fui para meu antigo quarto, terminar de pegar meus pertences.
- Irmão – a voz de Itachi ecoou pelo o quarto, me virei para observa-lo – Madara está lhe chamando, quer saber como foi sua missão.
- Era de se esperar – falei e caminhei até a sala do mesmo, era toda escura, a única coisa que se podia ver, era seus olhos roxos.. os poderosos Rinnegans.
- Espero que tenha feito o que lhe mandei – ele disse.
- Eu fiz – falei.
- Matou toda a família do Kizashi ? – concordei – até sua filha ?
- Sim – menti, mas ainda continuei com a postura.
- Não minta para mim – ele disse se levantando de sua cadeira e vindo até mim – sou mais forte que você.
- Seus jogos não funcionam comigo Madara. Se eu falei que matei, é por que estão todos mortos.
- Melhor assim – me virei – sabe o que os Haruno’s fizeram conosco, seria desgastante matar todos e deixar uma viva – sai dali.
Voltei pro meu quarto e terminei de arrumar minha mochila.
- Já vai mesmo Sasuke ? – Shisui apareceu perguntando.
- Sim – respondi vendo a mensagem que tinha acabado de receber do Naruto, dizendo que já estava vindo – não aguento mais ficar nessa casa.
- E olha que você é o mais novo daqui – Obito disse. Peguei minha mochila e comecei a descer as escadas.
Abri a porta e revirei meus olhos.
- Como consegue usar seus poderes para coisas fúteis ? – perguntei.
- Vai dizer que nunca usou a velocidade pra chegar no seu destino teme ? – Naruto perguntou. Não respondi, tinha feito isso agora a pouco.
- Se cuida irmãozinho – Itachi veio e me abraçou.
- Tenho 273 anos – falei – acho que consigo me virar sozinho.
- Eu tenho 428 – Shisui disse – e ainda moro com minha família.
- Por que você quer – completei sua frase – vamos logo Naruto.
- Sasuke – todos olharam pra cima, no topo da escada – fique, precisamos do Clã unido, nunca saberemos quando alguém vem nos atacar.
- Você não é o melhor, Madara ? – perguntei debochando, ele se achava muito só por ter o Rinnegan – então consegue cuidar do Clã sozinho.
Me virei e comecei a andar até meu carro, apesar de vampiro, gostava de levar uma vida normal também. Coloquei a mochila e esperei o idiota entrar.
- Finalmente livre – ele disse entrando.
- Cadê os outros ? – perguntei já dando partida no carro.
- Já devem estar lá.
- Ótimo.
2 Anos depois.
Tranquei a porta da minha casa, e guardei a chave no bolso. Eram dez horas da noite, o momento perfeito. Tinha algumas pessoas na rua. Olhei pra casa do Naruto, Neji e do Gaara, ambas estavam apagadas, devem ter saído. Tinha dois objetivos. Me alimentar. E ver a garota.
Matei um cervo em uma floresta próxima e tomei seu sangue, precisava estar alimentado pra rever a menina. Cheguei na casa da loira e observei a janela da frente, nada.
Olhei todas as janelas e só parei em uma que dava a visão de um quarto todo rosa, armários branco com rosa e todo o resto. A cama estava vazia, mas logo a porta se abriu.
Me afastei um pouco, o que não adiantou muito, ela correu até a janela e ficou me olhando, sorrindo, abriu a janela e fez um sinal com a mão, me pedindo pra me aproximar. Fiz o que ela pediu, me aproximei bem devagar.
- Você é o moço que me salvou – ela sorriu – vem entra – tinha uma grande chance de perder o controle e voar no pescoço dela, mas entrei do mesmo jeito – tia Tsunade falo que você me levou no hospital, ai depois disso, ela cuidou de mim e agora eu moro aqui – seu sorriso foi se desfazendo aos poucos – mamãe e papai nunca voltaram.. o lugar pra onde eles foram deve ser bem legal.
- Deve.. – falei, como explicar a uma garotinha que seus pais morreram ? E que eu os matei ?
- Ah! Ia esquecendo – ela saiu correndo até uma mesinha que tinha vários lápis espalhados e trouxe uma folha, com um coração bem torto desenhando a vermelho e pintado bem fraco com um rosa – eu fiz pra você, fiquei com medo de nunca mais vê-lo, mas agora que esta aqui, toma – peguei a folha de sua mão e pude ver um curativo na mesma.
- O que aconteceu ? – perguntei pegando sua mão frágil.
- Eu passei mal ontem a noite – ela tirou o curativo e uma gota de sangue se formou – ai tomei soro. Tá até doendo.
Aquele cheiro, o cheiro mais gostoso de sangue que já senti em meus duzentos anos. Estava melhor, em dois anos parecia estar mais apetitoso.
Peguei sua mão e levei para mais perto de minha boca, ela estava curiosa. Não aguentei, dei uma lambida no local.. foi a pior besteira que fiz.
- Susuke – ela disse errando meu nome, mas aparentava estar preocupada – seus olhos estão vermelhos.
Droga, senti minhas pressas começarem a crescer, olhos arde. Foi somente uma gota.
- Está com medo ? – perguntei a observando. Ela negou, mas deu um passo para trás – então por que está indo para trás Sakura ?
- Seus olhos – ela deu mais um passo – me dão medo.
Conseguia sentir a pulsação de seu sangue, tão pequena, tão inocente.. tão suculenta.
- Não vou te machucar – falei. Respirei fundo e me controlei, desativando meu Sharingan – está na hora de eu ir embora.
- Mas – ela cruzou os braços e fez bico – você mal chegou.
- Eu sei, mas.. – ela me olhou curiosa – ainda não posso ficar contigo, se vim comigo, coisas horríveis irão acontecer – seus olhinhos se encheram de lágrimas.
- Não Susuke – ela veio e me abraçou. Aquele pescoço perto de mim.. se controle Sasuke – me leva, por favor.
- Sinto muito – a soltei e olhei bem no fundo dos seus olhos esverdeados – voltarei para te buscar – ativei meu Mangekyou. Não para machuca-la, mas para faze-la esquecer de tudo.
Ela adormeceu em meu ombro, a coloquei na cama e a cobri. Dei uma última olhada nela, dormia tranquila. Peguei meu desenho e sai pela a janela, a fechando em seguida.
Ainda estava cedo.. Tinha que esperar ela crescer.. E quando isso acontecer.. terei ela para mim.
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