Vi o mundo rodar, antes de cair no chão fui pega e jogada num carro. Estava morta.
Salted Wound.
Acordei com uma imensa dor de cabeça, me esforçando para lembra do que aconteceu.
Levantei minhas costas lentamente, ficando sentada em um pequeno colchonete. Senti um peso em meu tornozelo, olhei-o rapidamente, vendo que ali tinha uma corrente me prendendo.
Olhei em volta, não reconhecia o lugar. Era como se eu estivesse em uma jaula, ou até mesmo em uma prisão. Me arrastei até a grade, tentando ver se tinha alguém por perto. Havia varias selas, mas somente a que era de frente a minha tinha um garoto dormindo.
- Ei! Tem alguém ai? – perguntei chacoalhando a grade para fazer barulho. – Socorro! – mais chacoalhadas.
Ouvi uma porta se abrindo. Arrastei-me novamente para trás, encostando minhas costas na parede gelada.
O mesmo homem que tinha visto apareceu do outro lado da grade. Com uma roupa mais escura e de couro.
- Madara... – sussurrei o encarando com a cara fechada.
- Haruno, como é bom ver que estás bem. Diga-me, como me conhece – ajoelhou-se de frente pra mim.
- É fácil conhecer alguém que lhe inveja – falei quase cuspindo em sua face.
- Inveja? Então foi essa a desculpa que meu sobrinho falou?
- Não interessa oque Sasuke disse para mim. Eu exijo que me solte! – berrei, colocando-me de pé, e o encarando.
- Isso não vai acontecer, Haruno.
- Deixe então, eu mesma me solto. Seu capacho deve ter lhe informado da minha força. Né? – andei em direção a grade até aonde a corrente me permitia chegar.
- Obito disse sim sobre sua imensa força, mas devo lembra-la que não cumpriu com a ordem de Sasuke para beber sangue. Isso significa que estás sem força. – deu um sorriso maléfico ao final.
- E porque acha isso? Como podes saber que não bebi ? – estiquei-me ainda mais, para finalmente apoiar-me na grade.
- Você não faz ideia do que sou capaz – disse, já se virando e voltando para o mesmo lugar de onde veio. – Só um milagre para salva-la.
- Itachi e Shisui irão vim me buscar Madara! Podes der forte, mas os dois vão para-lo – gritei.
- Desistiu do Sasuke, Haruno, ou soube do que meu sobrinho fez ? – disse virando-se e me encarando.
- Não desisti, mas... – abaixei a cabeça ao me lembrar do aviso de Itachi. Meu sanguessuga amado está mesmo morto? – Eu não sei se devo esperar por ele.
- Talvez o beijo de Itachi tenha mudado seus sentimentos – sussurrou dando um sorriso estilo Sasuke.
- Como sabe do beijo ?
- Somente li seus pensamentos garota.
- Então Sasuke está vivo? – minha voz alegrou-se.
- Não sei, somente fiz essa miragem em sua mente. Mas, se ele estiver, em breve não estará mais.
- Sasuke também é um vampiro Madara! Não podes mata-lo! – gritei.
- Nada que um pedaço de madeira ou prata não o mate – deu os ombros para mim novamente.
- Não... por favor. Você me quer, deixe ele em paz! – implorei e se fosse preciso me humilharia.
- Infelizmente ele tem uma divida comigo. E tudo por conta de você e a sua família imprestável. – apontou o dedo em minha direção.
- Família ? Eu nem os conheci Madara! – berrei, acordando o tal menino da sela ao lado.
- E nem vai os conhece. Mas, se prepare para me odiar ainda mais, e odiar Sasuke Uchiha – completou, e então ouvi uma porta se abrir e fechar.
Deslizei-me pela a parede até encontrar o chão gelado. O que tinha acontecido ? Não sabia mais oque era real. Sasuke estava morto ? Eu não aceito, NÃO ACEITO. Senti uma lágrima escorrer pelo meu rosto só em pensar. Nosso relacionamento não era um dos melhores, mas eu o amava, não tinha como mudar isso.
Fiquei parada no tempo toda escorada na parede de azulejo para então lembrar-me do garotinha da sela da frente. Ele estava encolhido, e me olhava atentamente. Seus olhos tremiam para mim.
- Ei garoto tudo bem? – tem ganhar sua confiança, mas falhei miseravelmente. – Qual seu nome?
- É... Konohamaru – respondeu timidamente enquanto se encolhia mais ainda.
- Konohamaru.. – sussurrei sorrindo fraco. – Quantos anos você tem Maru ? – perguntei. O garoto pareceu gostar do apelido.
- Nove – falou se aproximando das grades – E qual o seu nome ?
- Sakura – respondi. – Maru, me responde uma coisa. Você fica aqui sozinho, ninguém vem vê-lo?
- Não. A tia Rin vem aqui cuidar de mim.
- Rin ? – olhei-o curioso.
- Sim. Ela é muito legal comigo. Me trás comida, roupa, água... Vai gostar dela também Sakura-chan – soltou um sorriso. Que me alegrou.
- Assim espero – comentei voltando ao meu colchonete e me deitando. Concentrei-me em pensar que tudo aquilo ia passar. Todos estavam bem e Sasuke já estava me procurando.
Virei-me o observei Maru. Estava desenhando algo em um papel com um lápis vermelho. Alegre. O que ele estava fazendo aqui ?
Levantei minha coluna ficando sentada. Comecei puxar a corrente de meu tornozelo, tentando inutilmente arrebentar aquilo.
Juro, se eu sair daqui viva, vou beber sangue todo dia.
Ouvi novamente o barulho da porta, mas dessa vez Maru ficou feliz, abrindo um sorriso de orelha a orelha.
Uma jovem apareceu. Aparentava ter a mesma idade que eu. Morena, com as madeixas castanhas batendo eu sou ombro.
- Oi Mumuro-kun – falou sorrindo para o garoto. – Senti saudade de você ontem a noite. Precisa de alguma coisa ?
- Mais lápis tia Rin – gatinhou até as grades, tentando manter o contato maior. – Ah tia! Olha ali, é minha nova amiga, Sakura-chan – disse apontando para mim.
A morena se virou rapidamente, me olhando surpresa, e eu podia imaginar seu pensamento. Quem é ela?
- Sakura, não ? – perguntou. Concordei com a cabeça. – Madara disse que estava aqui, como também avisou para eu ter cuidado com você. Ele parece lhe odiar bastante... Por quê ?
- Não sei... - sussurrei insegura por estar falando com ela.
- Me chamo Rin Nohara – apresentou-se sorrindo. – bom... Digamos que eu seja uma escrava do senhor Madara, e também estarei sempre aqui para cuidar de vocês dois – explicou, como forma de ganhar minha confiança. – Deseja alguma coisa?
- Água, por favor – respondi.
- Claro, irei pegar – virou-se para o outro lado. – E você Mumuro-kun, quer alguma coisa ?
- Bolacha! – exclamou alegre.
- Ok, já volto – falou e saiu novamente do local.
Comecei a dar leves murros na parede, tentando inutilmente fazer uma rachadura ou algo parecido. Mas só resultava em minhas mãos doloridas. – Vai, parede idiota! – berrei dando um chute na mesma.
- Você só vai se machucar, Sakura-san – a morena apareceu novamente. – Essas paredes são projetadas para aguentar qualquer vampiro.
- Não sou uma vampira, sou semi – expliquei, enquanto observava Rin passar um copo cheio de água pelas grades.
- O que ?! – perguntou surpresa. – Você é uma Semi-vampira?
- Sim... Algum problema? – perguntei desanimada com toda a sua alegria. Logo a morena fez um sinal com dedos, pedindo para eu aproximar-se.
Mesmo com medo, levantei-me a andei até aonde as correntes permitiam. Ela também se aproximou, e aparentava estar ansiosa para falar seja lá oque..
- Eu também... – sussurrou. – Também sou semi.
Agora sim o negócio estava sério. Sasuke nunca me infirmou sobre a existência de outra Semi-vampira, e pior, pensava que estava aqui por inveja de Madara, mas se tinha uma igual eu solta por ai, não era isso.
- Mas, como que o Madara não te matou ? – perguntei encarando-a.
- Por que ele iria me matar ? – perguntou amedrontada com a possibilidade.
- Ele tem inveja de nós Rin – expliquei, e surpreendi-me com uma gargalhada da morena.
- Inveja? Nunca, nunca mesmo. Madara nos vê como seres inferiores a ele, oque é verdade, por qual motivo ele teria inveja de nós?
- Não passamos por tudo que ele passa.
- Mas ele tem mais coisas. Por isso vale a pena a dor - explicou.
- Então ele te trata bem?
- Sim, como uma emprega, mas claro, não deixa eu beber sangue por nada... Tem medo de eu fugir – falou e logo arregalou seus olhos castanhos. – Kamii, Madara vai me matar, tenho que ir... Até – e saiu correndo.
Peguei o copo d'água e bebi tudo rapidamente, almejando por mais. Porém tinha algo errado, uma mentira vindo moreno talvez. Se Madara não estava me prendendo por inveja, qual era o motivo?
Logo Rin voltou, porém com uma chave das mãos. Usou a chave para abrir a sela de Konohamaru, dando a ele comida. Retirou-se deixando a sela aberta e veio até a minha.
- Sinto muito, mas Madara disse para não trazer comida para você – sussurrou sentando-se em frente a mim.
- Imaginava... – sussurrei decepcionada.
- O que fizeste para ele lhe odiar tanto ? Ouvi o mesmo ficar murmurando seu nome em quanto comia ou melhor bebia sua refeição.
- Também quero saber Rin.
- Não pude evitar de ouvir a conversa de você com Madara. Mas, raciocinando bem, convives com um vampiro, certo? – afirmei. – Então cadê ele?
- Não faço ideia. Eu sai do meu país por culpa da caça repentina de Madara. Não mantemos contato por segurança... E também, à rumores da morte dele, então nem sei se ainda está vivo – expliquei tristemente.
- E ele lhe tratava bem ? – perguntou curiosa, mas apreensiva.
- Sasuke? – soltei um riso em lembrar dos nossos momentos. – Bom, digamos que sim. As nossas diferenças atrapalhavam muito nosso relacionamento, se é que devo chamar assim, mas ele estava disposto a me ajudar, e me ver bem.
- Tem sorte... - sussurrou cabisbaixa.
- Sorte, por quê ? – perguntei, enquanto a mesma olhava para os lados. Disfarçadamente subiu um pouco a saia do vestido, mostrando manchas roxas.
- Pelo menos esse tal de Sasuke não abusa de você, né ?
- Rin... Eu sinto muito – murmurei.
- Não sinta, deve se concentrar em fugir daqui – falou com seriedade. – Adentrei no quarto de Madara para fazer a faxina diária, e não quero imaginar oque ele vai fazer com você com todas aquelas correntes e algemas.
- Mas como posso fugir ? Estou pressa e sem sangue no organismo – retruquei em voz alta.
- Pode beber de mim Sakura-chan – a voz de Konohamaru invadiu a conversa. – Já estou acostumado – olhei para a morena com essas palavras, em busca de uma explicação.
- Bom, o sangue de criança é puro, tem mais efeito em vampiros, por isso Madara o mantém aqui – explicou.
- Do mesmo jeito, não vou fazer isso – rebati, enquanto Maru passava pela o porta de sua sela. – Não quero ser igual ele.
- Por favor Sakura-chan – pediu, erguendo seu bracinho e o passando pelas grades até chegar em mim.
- Rápido, já está na hora do Konohamaru ir alimentar Madara – Rin disse.
Peguei seus frágeis braços, com remorso do que ia fazer. O único sangue que já tinha provado era o do moreno, porém eu sabia que não o mataria.
Fui me aproximando lentamente, e milagrosamente pude sentir o cheiro de seu sangue. Talvez a falta de alimento me trouxe vontade de fazer aquilo, e então senti uma dor em minha gengiva, passei a língua, e lá estava minhas pressas.
Mordi sua pele, logo sentindo um líquido invadir minha boca. Revirei os olhos ao sentir o gosto, era como se tivesse comento um prato cheio de lasanha.
Logo afastei-me dele, por medo de machuca-lo.
- Mumuro-kun, suba, mas antes de ir até Madara, passe no banheiro e limpe isso por favor, tudo bem ? – Rin disse.
- Certo! – afirmou sorridente, nem parecia que havia sido roubado pelo seu sangue. – Tchau Sakura-chan! – disse correndo até a suposta saída.
Encostei minhas costas no azulejo da sela, ficando lado a lado da morena do lado de fora.
- Como se sente ? – perguntou encarando-me.
- Normal, acho que leva alguns minutos, ou até mesmo horas para fluir totalmente em meu organismo – virei minha cabeça olhando-a.
- Entendo, e como se sente quando estar assim... Quero dizer, com força ? – perguntou completamente curiosa no assunto.
- Normal, sob pressão mas normal. Você nunca bebeu sangue ?
- Não, Madara já deixou claro que se eu beber serei punida – respondeu cabisbaixa.
- De qualquer jeito, vamos sair daqui. Eu prometo – completei com a voz confiante.
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