Capítulo 1 Santa rosa hospital , Lyon, França.
01/05/2015 Saturday, 6:14 am
Aquelas imagens se passavam pela minha cabeça outra vez
Levaram o corpo dele para uma sala, e já fazia uns dez minutos que esperávamos alguma notícia. Olhei para Sammy, ele estava mais molhado do que eu havia pequenas gotas d'águas escorrendo pelo seu nariz e indo de encontro com o chão, ele tinha suas mãos nos cabelos enquanto fitava seus pés descalços, olhei para o tio Chad e ele estava de olhos fechados com sua cabeça apoiada na parede, tentando controlar sua respiração. E finalmente olhei para mim, minhas roupas estavam úmidas por conta do maiô molhado coberto por uma camisa aleatória de Sammy, eu estava em um estado de choque e só conseguia pensar no pior.
Então o médico chegou.
-Benjamim Abels -Nós olhamos atentos
-Eu sou o pai dele -diz Chad se levantando
-Bom... Nós tentamos a reanimação mas a quantidade de água em seus pulmões era elevada... ele morreu de asfixia... e-eu sinto muito -o médico diz
Eu engulo seco e fito o nada, minha boca fica entre aberta como seu eu fosse dizer algo mas não saia nada, meu corpo cai lentamente no chão e sinto alguém por trás de mim me envolvendo em seus braços, deveria ser Sam, ele sempre foi mais forte do que em momentos desesperadores, talvez por que eu sempre estivesse precisando.
Mas lá na fundo eu já sabia:
ele estava morto desde quando o tiraram da piscina.
Residência dos Burniêr's, Omaha, Nebraska.
30/09/2016 Monday, 9:37am.
-Opa, panquecas... você aprendeu a fazer isso rápido, acho que você era uma americana disfarçada de francesa! -Sam se senta no banco da cozinha, ele pegou uma panqueca a lambuzando de mel
-Cette Merde, Saumuel! Você sujou o pano no balcão com mel! Parece uma criança comendo! -tirei o pano e joguei na pia da lavanderia
-uhul, olha só quem acordou de mau-humor hoje -Samuel diz e eu reviro os olhos
-eu não acordei de mau-humor, na verdade estou super bem-humorada hoje -digo lavando minhas mãos e me sentando ao lado de Sam, roubando uma panqueca
-Bonjour crianças! -tia Dinah diz descendo as escadas enquanto arruma o coque em seu cabelo
-falar francês não vai te deixar menos americana, tia -Sammy debocha recebendo um tapa na nuca de Dinah
-crianças? por favor tia -digo bebendo meu suco de laranja
-vocês estão chatos hoje, eu hein -ela pega uma panqueca e vai para a lavanderia
-eai, quer que eu te dê carona pra escola?
-andando é que eu não vou. Já que certo idiota bateu o meu carro, nada mais justo do que ele me levar, não acha? -digo como se fosse óbvio, e ele ri.
Tia Dinah emprestou o carro de Sam para ir á um evento, então ele pediu o meu emprestado para ir pra uma de suas festinhas, mas ele voltou bêbado e bateu meu carro, sua sorte é que na foi tão grave e ele saiu sem nenhum aranhão.
-deixa de reclamar pelo menos uma vez na sua vida, menina. Vamos logo que eu não posso chegar atrasado mais uma vez se não pego detenção
-tá, só vou lembrar a mamãe que ela tem que pegar meu carro na oficina - subo as escadas com pressa
-mãe? -falo baixinho e ela se acorda -não esquece de pegar meu carro na oficina?
-uhummm... claro, querida. Bons estudos... e diz pro Sammy não aprontar -ela deita sua cabeça no travesseiro
-Digo sim, descanse, viu? -desço as escadas em seguida á caminho do carro de Sam
Minha mãe é enfermeira e chegou muito tarde do seu último plantão, por isso ela dorme até mais tarde e nós não gostamos de incomodá-la.
Logo chegamos à escola, ela não era muito longe de casa uns 10 mais ou menos.
Lembro que Foi om choque cultural enorme, os americanos são um tanto diferentes, eles têm gírias horríveis, com tudo me sai muito bem, Sam se saiu melhor do que eu, talvez porque ele sempre gostou de ir á festas, beber e dançar, então se enturmou com a cidade, eu sempre admirei esse seu jeito, com certeza ele herdou do nosso pai, Michael.
Meu primeiro dia de aula foi horrível, eu sabia inglês por conta dos meus pais que tem nacionalidade americana. Quando eles se casaram foram morar na França e foi lá que eu Sammy nascemos.
A primeira aula é de química e meu parceiro é o Hayes, ele é uma pessoa muito legal mas é meio sério, nossa amizade é tipo ''somos parceiros na aula de química, por isso nos falamos''.
-olá, Maëlys -ele forçou sotaque francês e eu retribui com um sorriso
-hum... O que temos aqui.... uma solução, não é? -apontei para a solução azul que Hayes segurava
-sim, temos que dissolver o soluto - explica
-hum, fácil-joguei solvente e como mágica o soluto desapareceu e ficou transparente
-você é muito boa nisso -ele me olha rindo. Devo dizer que Hayes é muito bonito, ele tem um par des olhos mais azuis que já vi em toda a minha vida oque cai super bem com a sua pele um pouco morena.
-só é ter um pouco de prática -pisquei e ele riu
Fizemos mais alguns exercícios não tão difíceis e fomos os primeiros a acabar e logo depois o sinal tocou.
...
-Ei, Margot! -ouvi Sam gritar e vim correndo em minha direção - mamãe... -ele colocou as mãos no joelho para respirar melhor, ela... Meu Deus, tenho que colar na academia qualquer dia desses... Oque eu estava falando mesmo? -era incrível como Sammy era esquecido
-sobre a mamãe...
-ah, verdade. A mamãe disse que ela vai ter que fazer plantão de novo e não vai dar pra ela ir buscar seu carro -disse por fim
-drogue! Sam, eu preciso do meu carro pra ir trabalhar
-ei, eu não tenho culpa, na verdade eu tenho sim.... hum... eu te levo
-você tem consulta no angiólogo hoje, eu vou á pé, deixa. -bagunço o cabelo dele
-posso remarcar -insistiu
-você já remarcou, pra hoje. Já disse, vou a pé.
-hum... ok, mas eu vou te buscar -nos despedimos e eu fui até a saída.
Como Sam iria da escola se consultar, eu iria da escola pro trabalho, eu trabalho em um livraria e meu chefe é muito legal mas odeio atrasos então apressei meu passos até o local.
-está atrasada, Margot -Michael diz mexendo no computador
-eu sei, desculpe, eu tô sem meu carro -me explico
-tudo bem, vai se trocar, o movimento está fraco mas creio que logo aumentará -fiz o que ele mandou, me troquei e coloquei o uniforme da livraria, uma blusa com o nome ''Books and Coffe's'', eu cuidava da parte dos livros.
Como Michael disse, o movimento realmente aumentou e a sino da porta não parva de soar, até que ficou calmo e eu pude beber água. Subi na escada para ajeitar um dos quadros da recepção que havia virado de cabeça pra baixo, o sino soa o que me faz dar uma pequena tremida
-que bela bunda -ouço
Espera? ''bela bunda''?
Point de vue Jack Gilinsky
-JACK, JACK! VOLTE AQUI EU AINDA NÃO ACABEI DE FALAR COM VOCÊ! -Charlie gritava com uma garrafa de cerveja em suas mãos
-EU NÃO TENHO NADA PRA FALAR COM UM BÊBADO IDIOTA! -respondi no mesmo tom enquanto descia as escadas rapidamente
-Seu moleque, eu vou te mandar pro um internato seu inútil, só sabe ficar se drogando naquele seu quarto, sua mãe teria tanto orgulho de você -cospe as palavres atrás de mim
Eu paro no penúltimo degrau e cerro os meus punhos, na tentativa de tentar controlar a raiva que eu sentia daquele homem.
-E você? ela deve te amar não é mesmo? Se eu faço o que faço é por sua culpa! ela morreu por sua culpa! Você é o inútil dessa casa, pelo menos eu não sou covarde e eu também não sou um velho que não faz nada na vida, a não ser gastar dinheiro em apostas e bebidas -Descarreguei minha raiva nas palavras, sai depressa sem deixar ele falar mais alguma coisa pois eu também não queria ouvir mais nada da boca dele.
Eu precisava relaxar.
liguei o meu carro e arranquei pra casa do Nate.
-eai, irmão? tudo beleza? -fizemos um toque
-preciso relaxar, cara -me senti em seu grande sofá branco
-hi, já vi que brigou com o velho -ele pega um isqueiro e joga em minhas mãos
-é -digo seco
-toma, a velha maconha, faça bom uso -ele me entrega um ziplock, eu armo e faço um baseado
-com certeza. Tô te devendo uma, bro
-que isso, cara. Essa ai é por conta da casa
...
Já era o meu segundo baseado, fechei meus olhos e deixei o efeito me preencher, sentindo um grande relaxamento, sorri, eu definitivamente amava ficar chapado, amava sensação de paz mesmo que fosse momentânea e ama... que porra de amava, isso tá muito gay.
Mas eu tinha que fazer o trabalho de francês ou provavelmente eu iria ficar de recuperação, não que eu me importasse, mas francês é um pé no saco, não aguentaria ter que estudar mais sobre.
então tive que me levantar.
-Qual é cara, senta e relaxa mais um pouco ai -Nate diz com um baseado de maconha em mãos
-não vai dar, tenho que achar um livro de francês pra um trabalho ai... Quem sabe depois eu colo aqui de novo -digo pegando meu celular da bancada
-falo, cara -ele faz um sinal de despedida, ou tenta, ele estava realmente muito chapado, ri do seu atrapalhamento.
Saio aquecendo meus braços, deveria ter colocado um casaco ou algo do tipo. Bufo e procuro uma livraria, eu precisava me livrar logo desse trabalho. Vi uma livraria, ''Books and alguma coisa que eu não consegui ler direito'' a maconha ainda estava fazendo efeito.
mandei uma mensagem para Johnson mandando ele vim terminar o trabalho e mandei foto da livraria porque eu realmente não havia entendido a palavra depois de Books.
Entrei e um sino tocou, olhe em volta e o lugar parecia ser bem legal, eu não era muito chegado em livros e essas coisas mas havia gostado do ambiente, percebi que tinha uma cafeteria na parte superior. Fui para a recepção e me deparei com um belo par de bundas, deveria ser a atendente... e que atendente.
Vou começar á vir mais vezes por aqui.
-que bela bunda -penso alto, mas não me culpo por ter dito, vai que rola.
Ela se vira com uma expressão nada boa.
parece que não vai rolar.
-Vous avez perdu votre esprit? -Diz irritada
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