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História Salvare - Chapter III


Escrita por: HeyCamy

Notas do Autor


Boa leitura :3

Capítulo 3 - Chapter III


Fanfic / Fanfiction Salvare - Chapter III

 

 Sakura se permitiu ser puxada para fora do escritório. Sua mente e seus pensamentos eram um turbilhão escuro e incompreensível que a mantiveram parada, ouvindo as ordens serem proferidas. Minutos depois uma mulher alta e corpulenta entrou no escritório junto ao Rei, ela lhe foi apresentada, mas sua mente confusa a impediu de prestar atenção.  

Tentava urgentemente entender tudo o que a levara até aquele segundo, onde sua voz não funcionava, onde uma força maior parecia mantê-la presa ao chão, ainda sentindo as mãos grandes contra seu corpo... podia tê-lo impedido em segundos, mas não o fizera. E não entendia por quê.

 Então, se permitiu seguir a loira pelo extenso corredor de piso de mármore. Obrigou-se a se recuperar e focar toda sua atenção naquele lugar, que apesar de seus amplos conhecimentos, ainda era um labirinto sem saída. Observou as janelas que iam do teto ao chão, os quadros antigos e histórico ao longo do corredor que parecia não ter fim. Haviam dezenas de portas, algumas abertas convidativamente e outras não, Sakura contabilizou o número de guardas que permaneciam de pé, analisando-a com olhos atentos e curiosos – luxuriosos, percebeu, - contou o número de portas entre as janelas, que levavam até sacadas que não lhe entregariam uma fuga confortável. Notou a disposição da escada pela qual havia sido arrastada pelos dois brutamontes irritadinhos que a levaram até o Rei, a mesma levava para o andar inferior, mas Tsunade a dispensou, pegando uma outra escada idêntica, mas que subia para o terceiro andar.

 A escada adornada em ouro, luxuosa seguia os parâmetros elegantes do restante do castelo e pela primeira vez na vida, se encaminhava para o terceiro e último andar, a ala dos quartos, não qualquer quarto, sabia. Aquele andar era voltado para a família real e convidados de alto escalão.

 Era impossível evitar a contração em seus traços faciais, ou o vinco entre suas sobrancelhas... Se estivesse sendo levada para os aposentos reais, o mataria... devagar.

 Tsunade parou diante de uma porta no corredor a direita e a abriu, esperando, percebeu, que passasse.

 Sentia-se um rato, entrando na armadilha sem saber como sair.

 Não entendia nem porque estava sendo cuidadosa, mas uma coisa era agir rapidamente quando era alguém sem rosto, sem nome, mas agora... ele sabia quem era. Havia lhe entregado aquele pedaço de verdade e se odiava por isso. Se fugisse, ele saberia onde encontrá-la.

 O quarto era um sonho. Dividia-se em dois cômodos grandes por uma ampla porta que estava aberta, lhe concebendo a visão completa. Os dois cômodos eram de cores claras, diferentes tons de branco, bege e areia. A sala era grande com alguns sofás e poltronas brancas que formavam um círculo envolta de um grande tapete felpudo, de frente para a lareira. Havia uma parede composta por prateleiras de madeira que formavam uma estante, praticamente vazia. Quadros ornamentavam o cômodo de forma confortante e flores traziam cor para o ambiente.

 O quarto não era muito diferente. A cama grande era o grande destaque, rodeada pelo tecido leve de um mosqueteiro, que mesmo fechado lhe permitia reconhecer os bordados leves e floridos por todo ele. Duas mesas de cabeceira ao lado da cama, com abajures idênticos, banhados em ouro, um quadro bonito sobre a cama, um recamier aos pés. Duas janelas grandes, meio fechadas pelas enormes cortinas bege, lhe davam total visão dali de cima, a vista do amplo jardim do castelo lhe deixara momentaneamente sem ar. Em meio as janelas, a porta de vidro lhe levava a sacada e definitivamente, fazia daquele quarto seu lugar favorito naquela cidade. Havia mais duas portas no quarto que imaginou levá-la a um closet e ao lavabo. O quarto a fazia se lembrar da praia, apesar de não haver nenhuma na capital e até mesmo a pintura de ondas azuis sob a cama, parecia pender para tal imaginação.

 Tsunade permanecia para a porta, analisando-a. Havia algo como tristeza nos olhos dourados e Sakura perguntava-se, se a mulher conhecera seu pai... aquele era o olhar das pessoas que a reconheciam, que sabiam o que havia passado, o que havia perdido.

 Puxou o ar lentamente e virou-se completamente para a mulher que se sobressaltou com a atenção. Mas não se afastou ou se desviou.

 - Eu me chamo Tsunade Senju, sou praticamente... uma governanta. – O riso da mulher lhe dizia que não, ela não era uma governanta. Sakura caçou profundamente em sua mente a menção àquele sobrenome que não lhe soava estranho e de fato, não era. Senju pertencia a uma longa linhagem de médicos e estudiosos da área, detentores de diversos segredos. Definitivamente não era a governanta e Sakura não sabia dizer por que era a mulher que lhe guiava no castelo se esse não era seu trabalho. O quão ameaçadora a mulher era? – Qualquer coisa que precisar, pode dirigir a mim. Basta perguntar a qualquer funcionário ou criada, que será guiada até mim.

 Sakura assentiu, pois não discutiria com a loira, um frio em sua espinha lhe dizia que perderia. E queria ficar sozinha.

 - O Rei mandou que trouxessem suas coisas, devem chegar até a tarde, mas caso deseje um vestido, - Tsunade lhe olhou da cabeça aos pés, atentando-se ao sangue que lhe manchara o vestido e então, concluir, - posso lhe conceder um.

 - Não acho que seus vestidos serviriam em mim. – Murmurou sem pensar e suas bochechas coraram ao notar. Teria de ser mais cuidadosa ali.

 Tsunade sorriu, afiada.

 - O palácio tem dezenas de confeccionistas e costureiras ao seu dispor. É uma convidada de sua Majestade e ele deseja que esteja totalmente confortável.

 Isso explicava os aposentos na principal ala do palácio. 

 - Convidada... – Sakura testou, pois precisava estudar aquela situação ao máximo. – Não prisioneira?

 Sorriu inocentemente, forçando que o brilho inocente lhe subisse aos olhos, mesmo que o peso do olhar dourado não houvesse diminuído.

 - Milady não é uma prisioneira aqui, tenho certeza de que se desejar partir, o Rei lhe permitirá. – Duvidava disso, havia visto em seu olhar. E ele deixara claro que sua estadia era uma ordem, não um convite. – Pode andar pelo castelo a vontade, mas peço que fale com o rei se desejar sair do palácio.

 Acesso completo. Sakura sorriu, usar seu pai tornara o rei tão sensível que ele lhe entregara um passe VIP pelo lugar mais protegido do país sem nem a conhecer direito. Não que tivesse algum plano maligno ou coisa do tipo, mas isso só confirmava sua opinião já formada pelo Principe, que agora era Rei... ele não era o homem certo para o cargo.

 Quase uma hora depois de ter ficado a sós, e ter utilizado o tempo para encontrar um papel onde pudesse começar um mapa do castelo, com suas saídas mais fáceis, uma criada bateu à porta para lhe entregar um vestido, roupas intimas e um pijama. Ela lhe anunciou que na manhã seguinte uma costureira subiria para tirar suas medidas, mas que Tsunade garantira que as roupas lhe serviriam.

 Negando a ajuda da criada que insistira mais de uma vez, Sakura decidiu se banhar, ainda sentia gotas de sangue seco em sua pele, longe dos olhos curiosos.

 O banheiro era quase tão grande quanto o quarto e igualmente elegante. Seguindo a mesma lógica de decoração, tão confortável quanto. A banheira era gigantesca, provavelmente para mais de uma pessoa. Sorriu. 

 Livrou-se das peças de roupa, enquanto ela enchia. Já nua, vasculhou o banheiro, encontrando toalhas e sais de banho.

 Apenas dentro da banheira, com a água quente lhe acalmando os músculos tensos e lhe aliviando a mente que não descansara um segundo desde que os soldados lhe invadiram a casa, se permitiu pensar nele. Pela primeira vez. Não que não tivesse reparado na beleza que Sasuke Uchiha exalava quando em sua presença, mas porque não se permitia devanear, não diante de um possível perigo. Não quando ele estava lhe comparando a uma rebelde.

 Então, apenas ali, longe dos olhos atentos nela, pôde se permitir apreciá-lo.

 A beleza dos homens Uchiha era de conhecimento geral da população. As mulheres normalmente caiam a seus pés e a própria Sakura, sentira-se impactada ao conhecer o antigo rei, que mesmo com idade para ser seu pai, ainda era um homem incrivelmente bonito e atraente, e seu filho, Itachi, incrivelmente parecido com pai... ambos carregando genes de incrível perfeição.

 Mas não havia sido tão afetada, até estar diante do caçula que ignorara conhecer por décadas.

 Ele definitivamente, era o mais bonito dos três. Era dono de uma aparência singular, bruta. Traços fortes... Seu rosto era másculo e tão belo quanto as estatuas de mármore do jardim. Os cabelos negros contrastavam com a pele branca e combinava perfeitamente com os olhos de azeviche. Céus... que olhos eram aqueles? Tão escuros quanto uma noite sem estrelas, tão caóticos quanto uma tempestade. Sakura sentiu-se nua com o olhar quente que lhe dera. O modo como a analisara mais de uma vez, olhando seus seios e aprovando cada centímetro de seu corpo. E aquele corpo masculino não ficava atrás... Não. Sasuke era alto, seus ombros largos e os braços musculosos, apertados na camisa branca dobrada até o cotovelo. Sakura havia analisado cada pulsar dos músculos na parte descoberta do antebraço. A força que ele usara para impedi-la de fugir dele... segurá-la contra a mesa.

 Seu corpo ainda pulsava onde havia sido tocado, quente... Ele era quente, tremendamente quente e pela primeira vez, entendeu as jovens desesperadas que se lançavam diante dos Uchiha.  

 Sorriu. Jamais se rebaixaria tanto.

 Devia ficar longe dele. Ainda havia mágoa e culpa nas história que os ligava de forma tão brutal, e agora, havia aquele desejo que lhe aquecia os ossos.

 Pensando nisso, Sakura decidiu permanecer em seu quarto, organizar os baús que lhe foram entregues antes do pôr do sol. Ficou grata por ainda não ter os desfeito em sua casa, grata por não terem mexido em seus bens mais pessoais.

 Ao todo, eram três baús grandes. 

 Um de roupas, o segundo de sapatos e o terceiro, eram coisa intimas. Algumas poucas fotos de infância, objetos que pertenceram a seu pai, uma caixinha com algumas de suas joias... não tinha planos de ficar muito... não devia ter cedido aquela vontade, sabia ser uma ideia estupida quando decidiu voltar a capital...

 E agora, estava aprisionada aos caprichos de um “menino” mimado.

 O jantar lhe foi entregue no quarto, depois de se negar a descer, como se ele soubesse que não gostaria de desfrutar de sua presença.

 Quando a noite imergiu naquele silêncio da madrugada, Sakura parecia um cabo elétrico pulsando energia. Andava de um lado para o outro, entediada, confusa, preocupada. Tantas coisas lhe passavam a mente... principalmente como fugir do palácio. Depois da última invasão, o local havia voltado a ser superprotegido, o que havia previsto, o dobro de guardas para proteger o único herdeiro ao trono.

 Devia dormir, mas seu corpo parecia se negar a repousar. Pensamentos pairavam sobre o quarto, lhe inquietando.

 Foi em meio ao desespero que se lançou para fora do quarto.

 Os soldados de guarda naquela ala, lhe observaram atentos, mas não demorou para que seus olhares mudassem.

 Sakura não usava nada além da camisola longa de seda, que lhe marcava o formato onduloso do corpo. Não haviam lhe deixado um robe e estava pronta para dormir.

 Não conseguia realmente se importar com as vestes inadequadas que usava, não quando podia ouvir as batidas de seu coração, tão altas que pareciam metralhadoras.

 Incerta de para onde ir, Sakura desceu os degraus para o segundo andar. O mármore estava tão gelado que seus pés descalços protestaram. Seguiu na direção que fora levada mais cedo, o corredor do escritório escuro do rei, se lembrava de haver uma biblioteca na mesma direção.

 Sakura reparou a quantidade menor de guardas que se tornava nula, ao se aproximar da porta do escritório.

 Seu corpo estremeceu e parou quando o som ecoou pelo corredor, vindo daquela sala.

 Não precisou de muito tempo para reconhecer gemidos eróticos que preenchiam o silêncio noturno do palácio. 

Seu corpo aqueceu e se aproximou em passos mais lentos, ciente de que devia fazer o caminho inverso. De que provavelmente estava invadindo a privacidade do monarca, mas se ele a desejava, devia no mínimo ter fechado a porta.

 Sakura não foi tão tola a ponto de parar em frente a ela, onde a luz lhe alcançaria, parou-se dois passos atras, mas fora o suficiente para sua curiosidade encontrá-lo.

 Seus pais deviam estar se revirando nos túmulos ao vê-la ali. Parada, invadindo um momento tão íntimo, mas manteve-se.

 Havia uma mulher contra a mesa, da mesma forma que havia estado naquela manhã. O único detalhe visível dela, eram os fios ruivos, vermelhos e os gemidos escandalosos. Teve de segurar o riso que lhe atreveu. O som era tão estranho, tão... errado. Que além da vontade de rir, fora tomada por repulsão.

 E então, sua atenção voltou-se para ele. Obviamente o veria, pensou.

 Ele estava de pé, atras da mesa e do corpo feminino, - como naquela manhã, lembrou-se de novo. Os fios negros eram uma bagunça violenta, o rosto contorcido em prazer apenas o deixara mais bonito. Os lábios estavam fechados bruscamente e havia um vinco entre as sobrancelhas escuras. Sakura se permitiu deslizar os olhos pelo peitoral desnudo. Com a camisa aberta podia apreciar o peitoral definido, as linhas e gominhos do abdômen, marcados por diversas linhas pretas... tatuagens.

 Sakura sentiu um desejo brutal de deslizar os dedos pelas linhas, poder vê-las por completo... e essa vontade a pegara de surpresa.

 Puxou-se de volta para a superfície, apenas para reconhecer que seu corpo estava em brasa, que não captava mais os sons enjoativos da ruiva e que estava molhada, completamente molhada e pulsante entre suas pernas.

 Precisou fechar os olhos e respirar, baixinho, evitando ser pega no flagra, mas quando os abriu tudo o que viu, foram os olhos pretos... ele a olhava.

 Seu corpo pulsou, desesperado para fugir dali, da verdade de que ele a via... e completamente imóvel diante da luxuria que brilhava ali.

 Quase gemeu ao reparar que os lábios cheios e sensuais dele se abriram e que sem desviar os olhos dos seus, ele se movia mais rápido. Por um instante, Sakura podia senti-lo. Complemente tangível.

 Perguntava se ele sabia o estado em que ela estava. Que estava quente e desejosa como nunca. E se era por isso, que ele parecia sentir mais prazer...

 Sakura não conseguiu se mover, sequer piscava. Não quando ele continuava fitando-a de forma tão explicita. Permaneceu ali, até vê-lo gemer. O som ecoou por seu corpo lentamente. Queimou seus músculos e Sakura precisou se encostar na parede para não escorregar de joelhos no chão. O som selvagem, animalesco de um homem que alcançara seu clímax...

 Minutos pareceram passar depois que o som se calou e o silêncio aos poucos ressurgiu. Só então pôde se mexer e fugir para longe dele e dos olhos de ônix.

 

 

 


Notas Finais


Até o próximo!


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