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História Salvare - Chapter IV


Escrita por: HeyCamy

Notas do Autor


Boa leitura :3

Capítulo 4 - Chapter IV


Fanfic / Fanfiction Salvare - Chapter IV

CAPITULO IV

 

 Tivera uma longa e terrível noite de sono, se assim podia chamar, considerando que mais estivera acordada do que dormindo. 

 Estava acostumada as poucas horas de sono e já conhecia as causas, exceto naquela noite. O motivo era completamente contrário ao seu cotidiano, já que não dormira por causa do rei. Sua mente repetia a cena presenciada diversas vezes. A imagem gravada em suas retinas, o som ecoando em seus ossos. Parecia que depois de vinte e um anos, seu corpo humano e frágil finalmente cedia aos hormônios desenfreados. Essa parte de sua existência sempre estivera sob perfeito controle e não entendia porque Sasuke Uchiha conseguia desperta-la.

 Os sons altos e os movimentos incômodos no quarto, lhe obrigara a despertar de vez. As janelas foram brutalmente abertas e a luz do dia invadiu o quarto.

 Sentou-se na cama, sem disposição alguma de realmente começar o dia, apenas para descobrir quem a incomodava.

 Duas criadas jovens e bonitas lhe encaravam com olhos brilhantes e curiosos, assim que perceberam sua atenção, a reverenciaram. Há muito Sakura desacostumara-se com o tratamento da corte, mas não podia se esquecer de que agora sabiam exatamente quem era e não era esperançosa para acreditar não ser a fofoca quente nos corredores do palácio.

 Tentou sorrir, da forma mais gentil que poderia com o pouco descanso e voltou seus olhos pelo quarto, até pousa-los em Tsunade, que a encarava.

 A postura tensa e perfeita, como no dia anterior. Os olhos avelã estavam atentos em si, medindo-a.

 Torcia para que ela não conseguisse saber o que fizera e vira na noite anterior. Talvez o rei a tivesse mandado até ali, para arrancar-lhe a cabeça. De certa forma, havia invadido a sua intimidade, por mais que ele a tivesse deixado completamente exposta.

 Se queria privacidade, devia ter ido para o quarto, ou ao menos fechado a droga da porta. 

 Lembrar-se, mesmo que momentaneamente, a esquentara novamente e sabia que por mais que tentasse, não conseguiria voltar a dormir.

 Suspirou e preparou-se.

 - O rei deseja sua presença no desjejum. – o seu olhar pesado deixava muito claro, que não era bem um convite e sim uma exigência.

 Esperava que o rei fosse minimamente maduro e fingisse que nada havia acontecido, era o que planejava fazer, no entanto, esquecia-se que homens não costumavam exercer cérebros maduros.

 Suspirou novamente.

 Ouviu risadinhas baixas e tímidas e não precisava sequer virar-se para saber se tratar das duas criadas.

 Provavelmente agora criavam diversas teorias sobre sua presença no castelo. 

 Moveu-se para se levantar e então, finalmente notou a presença próxima a porta.

 Quase correu para abraça-la ao vÊ-la, mas precisava lembrar que para todos, Tenten era uma criada e não uma amiga.

 Sorriu, verdadeiramente.

 Aquela estadia podia ser menos pior tendo sua amiga de anos ao lado.

 A morena lhe encarava, transmitindo o mesmo. E que as dezenas de duvidas que tinha. A ultima vez que havia se visto fora na tarde anterior, quando Sakura foi arrastada para fora da casa por soldados armados e zangados, os humores estavam fragilizados desde a invasão.

 Respirou fundo e voltou-se novamente para a loira, esperando o que quer que ela desejasse falar que a mantinha parada ali.

 - Vossa majestade designou criadas para servi-la durante sua estadia, lady Haruno. – assentiu, segurando a careta que desejava formar-se em seu rosto. – Estas são Rin e Ino, irão servi-la fielmente.

 As duas curvaram-se novamente e sorriram. 

 Sakura sabia o porquê de estarem tão felizes. Tornar-se criada de algum nobre era muito melhor do que os demais serviços do palácio e as duas transmitiam exatamente isso. Haviam sido escolhidas pela beleza, Sakura sabia também.

 - Devo dizer, milady, que não confio em você. – finalmente ela chegara onde desejava. Sakura sorriu, porque já esperava. Tsunade a encarava do mesmo jeito desde que se conheceram no escritório pessoal do rei. Ela não acreditava em nada em sua identidade. Por sorte, essa era a única verdade que Sakura estava disposta a entregar-lhe.

 Os membros do antigo clã Senju eram conhecidos por serem astutos, curiosos e extremamente inteligentes. Tsunade não decepcionava.

 Sorriu, forçando-se a parecer a lady que Tsunade parecia não acreditar. 

 Ela sorriu de volta, viperina.

 Sakura esperou até que Tsunade saísse para virar-se para as duas criadas ansiosas que a aguardavam.

 - Eu me chamo Sakura, é um prazer conhece-las. Demorarei um pouco até me adaptar com seus nomes. – era boa em manter as aparências. De fato, era uma lady. – Esta é Tenten, serve-me há anos. Ela irá lhes guiar em tudo isso.

 As duas sorriram e novamente, curvaram-se.

 Sakura saiu e não demorou até notar ser seguida para a casa de banho.

 Virou-se.

 Encarou Tenten que parecia debochar de sua situação.

 - Gostaria que apenas Tenten me ajudasse com o banho. – murmurou. – Não estou acostumada com muitas pessoas no banho.

 - Ah, claro, milady. – a loira murmurou e assentiu. – Arrumaremos o quarto até sair.

 Assentiu. 

 A banheira grande estava cheia e uma leve fumaça erguia-se, chamando-a.

 Depois da noite turbulenta, seus músculos pareciam doloridos e tensos.

 Assim que Tenten fechou a porta, começou a rir, num misto de nervosismo com alegria.

 - Achei que estaria morta. – murmurou.

 Sakura respirou fundo, afundando-se na agua quente.

 - Eu sou a única filha e herdeira de Kizashi Haruno, não iriam me machucar.

 - Não achei que usaria essa carta. – Tenten falou, sentando-se num dos degraus da banheira, parecendo muito mais tranquila. – Achei que você iria querer bater de frente com o rei e acabaria com o pescoço separado do corpo pela audácia. 

Riu, pensando na ideia amigável.

 - Não pode achar que sou tão burra. Não foi difícil notar que a irritação deles era por não saberem quem eu era, então dei ao rei, exatamente a resposta que procurava. – falou, tranquila, mesmo que não estivesse de fato. – Não achei que ele me manteria no castelo como “convidada”.

 Tenten riu.

 - O que vai fazer? – a morena perguntou, recuperando a expressão nervosa e preocupada.

 - No momento, nada. – suspirou. – É melhor deixar as coisas fluírem por um tempo. Com sorte, deixarei de ser o foco de sua atenção. Afinal, ele tem um país para gerir. 

 Tenten concordou, mas Sakura sabia, que ela não estava satisfeita. Que por ela, pegariam as coisas mais importantes e sumiriam. A sua própria vontade de agir assim era grande, no entanto, ele era adulto agora e saber sobre ela, havia despertado algo antigo, sabia que ele desistiria. Ele se sentiria na obrigação de acha-la. Então, esperaria até que ele finalmente a esquecesse e seguiria em frente. Com sorte, seria em breve. 

 Não sabia há quanto tempo ficara ali, pensando e repensando, até que a água tornara-se fria e a morena começasse a apressa-la.

 Saiu a contragosto, sendo arrastada por Tenten que dizia que ela deveria deixar as criadas felizes.

 Quando encontrou-as no quarto, paradas a sua espera não conseguiu discordar de Tenten. Elas pareciam ansiosas para servirem, por mais que Sakura odiasse isso, não conseguiu resistir, nega-las algo tão simples. Então deixou que a loira, que soube ser a Ino, arrasta-la até um puff acolchoado em frente a uma penteadeira e maquia-la.

 Sakura não costumava usar maquiagem e ficou feliz por Ino não exagerar.

 Seu cabelo também foi penteado delicadamente por Rin, que parecia ter medo de quebrá-la. Ela prendeu duas mechas de seu cabelo na parte de trás e uma pós uma joia envolta de seus fios rosados. O acessório era lindo e não a pertencia. A joia parecia uma arranjo de flores, que envolvia a mecha presa quase como se fizesse parte de seu cabelo. Flores com diamantes brilhantes no centro.

 - Foi um presente de vossa majestade. – Rin exaltou-se, vendo a confusão de Sakura.

 Sua careta refletiu-se no espelho da penteadeira. Presentes. O que carambas isso deveria significar? 

 - Ele também enviou um vestido. – arqueou a sobrancelha e virou-se para Ino.

 Ela erguia um belo vestido verde claro. O vestido parecia leve e simples, do jeito que Sakura gostava. A parte de cima, o corset era bordado com rendas florais e delicadas e com pequenos pontos. O tule o fazia parecer o vestido perfeito para uma fada das histórias infantis que seu pai a contava quando criança.

 Sorriu, destestando-o ainda mais pelo cuidado. Deus...

 No que ele estava pensando?

 Desejava que aquilo fosse apenas um sintoma da culpa que o Uchiha devia sentir. Seu pai havia morrido por ele. Talvez a quisesse compensar com joias caras e vestidos bonitos.

 Sabia que não devia rejeitar o vestido bonito, mas não conseguiu pensar muito nisso.

 Foi até seu próprio bau, sobre olhares atentos e puxou um de seus vestidos preferidos. Um preto, que também não necessitava de saias pesadas.

 Normalmente, não o usava de dia, mas ele coincidia com seu humor.

 As duas criadas a olhavam abismada pela rejeição, mas Sakura não tinha vontade de explicar-se.

 O vestiu sozinha, até Tenten aproximar-se para ajudá-la com a amarra do espartilho.

 - Tem certeza? – sussurrou.

 Deu de ombros. O ego pequeno do rei teria de aguentar.

 Olhou-se no espelho e sorriu. Sentia-se pronta para começar o caos no castelo, pelo tempo que ele a obrigasse a permanecer no mesmo.

 

----- * -----

 

 Manter as aparências era um saco, pensava. Queria ter arrastado Tenten consigo, para que assim, tivesse companhia, mas a morena era muito mais sábia. 

 Naquela manhã, o castelo parecia maior do na noite anterior. Ou talvez, fosse a sua vontade de fugir do café da manhã. Preferia passar suas manhãs, tardes e noites, bem distante do rei e não ficaria chateada em fazer as refeições em seus aposentos.

 Ele podia apenas lhe oferecer um montante em dinheiro pela sua perda e despacha-la, mas Sasuke Uchiha, exigia ser uma pedra em seu sapato.

 Pegou-se de surpresa, ao parar em frente a um amplo salão, repleto de quadros, uma longa estante de exibição de joias e até mesmo vestido.

 Apesar de já ter estado no castelo antes, nunca havia ido até aquele salão.

 Talvez, se atrasasse, ele se cansaria de espera-la.

 Moveu-se pelos grandiosos quadros, analisando cada obra de arte exposta até deparar-se com os quadros da família real.

 Havia uma parede apenas deles, dos antigos monarcas ao últimos. Um dos maiores, exaltava a beleza da ultima Rainha. Mikoto havia sido uma das mais belas mulheres já vistas e sua beleza havia sido exaltadas até mesmo em cânticos. No quadro, Fugaku repousava a mão em seu ombro, sério e imponente. Um verdadeiro rei. Enquanto, Mikoto era pura gentileza e delicadeza. Ela o tornava mais humano. Não era atoa que lendas diziam, que o falecido rei enlouquecera ao perder a esposa na primeira Grande Invasão.

 Não o achava louco, apenas... humano.

 Ao lado, haviam quadros de toda a família. Então do rei e seus dois filhos. Todos tão sérios e mortais.

 E por ultimo, Sasuke.

 O quadro era recente. Ele usava o manto e a coroa. Um rei.

 Não o havia realmente visto como tal até então. A coroa adicionava uma intensidade surreal. Ele parecia encarar-lhe verdadeiramente. Parecendo quase irritado por estar pousando, - mesmo com o pouco que conhecia, ele provavelmente estava.

 - Juro que me obrigaram.

 Sakura sobressaltou-se com a voz grossa e rouca, arrancada brutalmente de suas divagações. Virou-se para encara-lo.

 Céus... Ele era bonito. Injustamente bonito.

 Seria tão mais fácil odia-lo se não fosse tão intensamente atraente.

 Cada célula de seu tolo e fraco corpo reagiu a ele, esquentando e estremecendo diante de sua presença e sua atenção.

 Sasuke a observava, intensa e fixamente. O cabelo negro como seu vestido parecia ter sido penteado, falhamente, já que fios rebeldes caiam em seu rosto. As mãos as suas costas, a roupa perfeitamente sob medida, esticando-se nos músculos...

 Olhou para cima, tentando focar-se nos olhos dele, mas não sentia-se apta para suportar o peso dos ônix. Eles a lembravam do calor naqueles mesmos olhos, que a haviam desnudado e desejado. Inevitavelmente, lembrou-se do abdômen definido, dos músculos pulsando... do suor sob a pele pálida... lembrou-se do som que deixara seus lábios e que ressoaram por seus ossos durante toda aquela madrugada... ele a perseguira até mesmo em seus sonhos.

 E agora estava ali.

 Sakura sentiu-se quente. Seu corpo parecia novamente queimar. Não desejava fraquejar, não diante dele.

 O lábio cheio ergueu-se levemente, numa silenciosa confissão de que ele já sabia o que sentia naquele momento, que ele se lembrava da noite anterior.

 Virou-se de costas, tentando controlar seu corpo novamente.  

 Ouviu passos abaixo do som estridente de seu coração acelerado.

 Respirou fundo.

 O cheiro masculino – sabonete, loção pós-barba, menta e macadâmia – a atingiu, direto entre suas pernas.

 Negou a si mesma, que ele era capaz de causar-lhe tal reação. Planejava negar cegamente até a morte. 

 Respirando lentamente para evitar explicitar ainda mais seus senitmentos, voltou-se para a pintura, que por mais intensa que fosse, não era nem metade que o homem a seu lado.

 - Acharam que me ajudaria a ver-me como rei. – ele falava baixo, calmo, como se falasse consigo mesmo.

 - A coroa não é o suficiente para isso? – murmurou de volta, tentando parecer um pouco consigo mesma.

 Droga... Ele devia estar no desjejum, longe dela. 

 - Eu neguei a coroa. – assumiu e Sakura o olhou, esperando que continuasse. Ironicamente, conversar com Sasuke amenizava um pouco do calor e necessidade causados pelo próprio. – Depois que... tudo aconteceu. Eu nunca quis ser rei. 

 Ele parecia imerso em sua própria cabeça. Sakura pensou em sair de fininho, mas Sasuke havia sido capitão de uma divisão do exercito, e não recebera o titulo apenas por ser o principe. O havia merecido. Por mais distraído que estivesse, a notaria saindo.

 Sua justificativa era motivada por uma secreta vontade de ficar e ouvir.

 - Os reis normalmente tem dois filhos ou mais para momentos como esses. Segurança de que a coroa não sairá da família. – ele sorriu, sem nenhum humor. – Eu neguei, mas então... eles teriam morrido por nada.

 - Achei que as buscas pelo principe ainda estavam em execução... – sussurrou e ele a olhou, tentando saber de onde ela poderia ter tirado tal conhecimento.

 Sakura corou, como uma menina tola diante de sua analise. 

 A verdade é que jamais se acostumaria com os olhos escuros. Ele parecia desnudar sua alma. 

 - Ainda me sinto um invasor, usando a coroa. – admitiu. – Como se estivesse atuando.

 - Você não está indo tão mal. – De novo, não sabia de onde aquilo vinha.

 - Isso vindo da garota que me bateu ontem e negou-se a me reverenciar como rei.

 Ele agora a olhava, novamente atento em seu rosto. Mas a tristeza, luto que outrora lhe ocupara as feições, sumira. Havia aquele calor no ônix e a expressão sensual e divertida.

 - Vão exigir a minha cabeça se lhe ouvirem. – Sakura sorriu e então, corrigiu-se. – Majestade.

 O rosto masculino contorceu-se numa careta, renegando o titulo respeitoso.

 - Chame-me de Sasuke. – pediu.

 - Não é certo chamar um homem de forma tão intima, majestade.

 - Você não parece o tipo de mulher que liga para as normas. – ele sorriu.

 - Tentarei não me sentir ofendida.

 - Não sinta-se. 

 Sakura o olhou e derreteu-se.

 Tiraria a roupa se ele pedisse. Pelo o modo como a olhava, poderia perdir-lhe o que quisesse. E isso a assustou.

 Afastou-se, apenas o suficiente para tentar afastar o cheiro dele e poder respirar.

 - Milady. – o encarou. Ele havia arrumado sua postura e parecia tenso, pela primeira vez, desde que entrara no salão. – Peço perdão por ontem... por minha indiscrição.

 Sakura riu, pois não resistiu.

 Não era uma lady inocente e ingênua, protegida por muros altos. Havia praticamente se criado e a cena da noite anterior, era uma a qual já estava acostumada. Ele não havia sido o primeiro homem a ver nu – ou seminu – e provável que não fosse o ultimo. Os homens pareciam fazer sexo em qualquer lugar possível e não costumavam se importar com olhos alheios.

 Mas Sasuke Uchiha a olhava como se fosse puro e frágil, como porcelana. E novamente, Sakura o odiou.

 - Eu não deveria estar lá. – desviou o olhar para o piso de mármore.

 Respirou fundo, pronta para ir embora e trancar-se em seu quarto.

 Céus...

 Os dedos dele eram quentes e ásperos... e firmes. Sasuke ergueu seu queixo, obrigando-a a olha-lo, com extrema delicadeza. Não o havia notado aproximar-se e apesar de manter uma distancia respeitável, Sasuke estava próximo, a ponto de sentir o calor que transpassava as vestes.  

 E lá estavam... os olhos negros intensos, que a sugavam e a despiam... que a mantinham presa no mesmo lugar e em lugar algum... 

 Não entendia como seu corpo traidor podia obedecê-lo tão naturalmente. Ceder a simples presença dele.

 O conhecia há pouco e sentia-se totalmente submissa a suas vontades. O odiava mais por isso.  

 - Preto lhe cai perfeitamente bem, lady Haruno! – sussurrou. Fechou os olhos, absorvendo suas palavras e seus significados, como se conversassem outra língua naquele momento.

 Preto, a cor do clã Uchiha. Sequer pensara nisso ao rejeitar o seu presente.

 Corou, pensando em diversas formas de negar que aquela escolha estava minimamente ligada a ele. Sua mente travessa a teria traído? 

 - Eu também acho. – Murmurou, imerso demais nele para retrucar, como desejava.

 - Todavia, sinto-me obrigado a pedir, implorar se necessário, que não o use mais, pelo bem de minha sanidade. – pediu, sorrindo minimamente.

 Sakura irritou-se, queria vê-lo sorrir. Ele parecia ter um sorriso tão bonito. Ou talvez fosse, por ele em si, ser lindo.

 - E se eu não parar?

 - Terei de tomar medidas drásticas... – sussurravam, mesmo estando completamente a sós. Não sabia por que, mas gostava. E muito de sussurrar com ele.

 - Tipo? 

 Se possível, seus olhos tornaram-se mais intensos e quentes, tal como seu toque singelo, mas permanente em seu queixo.

 - Majestade. – Sobressaltaram-se e ambos se viraram para a entrada, onde Tsunade os encarava, parecendo levemente surpresa. Sakura não soube ler os demais sentimentos da mulher, mas ela alternava seus olhos entre os dois, como se os pegassem fazendo algo errado.

 Atrás dela, um homem de cabelos brancos e máscara também os encarava, muito mais sereno que a mulher. E muito mais letal, notou.

 Sakura afastou-se, ao notar sua proximidade.

 - Perdão, majestade. – falou. – Não queríamos interromper.

 Sentiu suas bochechas corarem, porque de fato, fazia algo errado. Algo completamente errado.

 Como dito, seu corpo traidor, insistia em ceder aos encantos de Sasuke Uchiha. 

 Deus...

 Sakura o olhou por apenas um segundo, então moveu-se para fora, quase correndo para escapar do que quer que estivesse para acontecer. 

 Não notou os corredores, nem os guardas que a encaravam confusos. Apenas moveu-se.

 O ar puro a recebeu. O vento morno e agradável da manhã, junto ao gigantesco jardim do castelo.

 Não sabia para onde estava indo, não podia sair do castelo, não permitiriam que ela passasse por nenhuma saída, mas quando chegou aquele lado obscuro e vazio do jardim, Sakura compreendeu para onde seu corpo a arrastava.

 Um canto murado do jardim guardava as diversas gerações antepassadas da família Uchiha e de alguns poucos que mereceram um espaço ali.

 Seu corpo seguiu até que estivesse diante do tumulo conhecido por suas memórias. Fazia anos desde a última vez que estivera diante dele, na verdade, não o fizera desde o enterro, quando supostamente era jovem demais para lembrar. Estavam tão errados.

 Lembrava-se do tumulo, das flores escolhidas para decorá-lo e das palavras carinhosas e respeitosas escritas em sua lapide.

 “Amado pai, marido e capitão.”

 O tumulo estava em perfeitas condições, cuidado com exímio e Sakura, pela primeira vez, desde que fora arrastada até o castelo, sentiu-se grata.

 Não merecia muito em sua vida, mas seu pai merecia o mundo.

 Jamais seria justa, ou boa... ou amável como ele havia sido.

 Mas agradecia que tivessem feito o que ela não fez.

 - Eu sinto muito. – Novamente ele estava atras de si. Aquela voz.

 Naquele instante, porém, nem mesmo a voz dele era capaz de afastar o frio em seu peito.

 - Não quis assustá-la. – Ele parecia sem jeito. – Nem a desrespeitar.

 Riu, e o olhou.

 Sentia sua visão meio nublada, pelas lagrimas que não derramaria.

 - Não sabia que era capaz de pedir tantas desculpas, majestade.

 Isso pareceu relaxá-lo minimamente, pois sorriu.

 - Nem eu. – Ele admitiu e Sakura sorriu, novamente. – Mas parece fácil quando se trata de você.

 - Majestade...

 Sakura estava pronta para revelar sua irritação com tudo o que estava acontecendo e sentindo, pronta para mandá-lo ficar longe de si e ser uma vadia malvada, como Tenten a chamava em momentos como aquele.

 Estava pronta para procurar e usar qualquer fraqueza que Sasuke Uchiha poderia ter para afastá-lo, no entanto, assustou-se com sua aproximação novamente, mas Sasuke apenas passou por si e parou diante a lapide.

 Sakura o encarou chocada e observou, o rei, abaixar-se e ajoelhar-se na grama, diante do tumulo de seu pai e reverenciar.

 O rei. Que antes era o príncipe a quem direcionara as piores pragas ao longo de sua vida. O homem que culpara por tudo... o homem que odiava.

 - Capitão. – Sentiu as lagrimas lhe escaparem. Fazia tempo que não chorava. Nem lembrava mais a sensação dos olhos ardendo, do gosto salgado em seus lábios. – Sinto tê-lo decepcionado nos últimos anos, mas garanto que finalmente cumprirei minha promessa ao senhor.

 Ele falava com seu pai e isso era pior do que uma facada certeira em seu peito.

 - Sasuke...

 - Prometo cuidar de sua filha e protegê-la, capitão. – Parou, encarando-o exasperada. – Sinto ter demorado tanto para achá-la. 

 - Sasuke... – o chamou novamente, trêmula.

 Ele reverenciou de novo e enfim, virou-se há tempo de segurá-la quando os joelhos falharam em direção ao chão.

 Sakura se permitiu ser envolvida por seus braços. Não conseguia cessar o choro silencioso e Sasuke não parecia interessado em impedi-la. Apenas a abraçou, ternamente. Envolvendo-a em seu cheiro e em seu calor, que naquele segundo, não era nada além de conforto.  

 - Não menti quando disse que era minha convidada, milady. Dei minha palavra e não costumo quebrar as minhas promessas, Sakura.   

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Até o próximo, peoples!!!


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