História Salvation - Ela ficou bem pior

POV Demi

Era difícil entender toda essa situação, era difícil aceitar que a mulher que eu amo mentiu ou omitiu. Me afastei dela totalmente e ver o quanto ela estava destruída me machucava de forma intensa, mais eu precisava esfriar a cabeça, precisa pensar com clareza e entender tudo o que estava acontecendo.

A parte de Dinah eu consegui compreender completamente e na próxima vez em que a encontrar eu pediria desculpas pelos socos, o meu maior problema estava entender Ally. Juro por tudo o que é mais sagrado que eu quero voltar aos momentos bons com a minha pequena mais eu não conseguia. Sobre o que mais ela poderia ter mentindo ou omitido como ela mesma diz, eu estava com medo e não sabia o que pensar.

Na sexta eu chamei eu chamei Dinah para conversar, se alguém poderia me ajudar no momento esse alguém seria ela. Dinah e Ally se conheciam há cinco anos imaginava que a loira poderia ajudar nesse quesito, entrei na Starbucks e logo encontrei Dinah me esperando. Fui em sua direção e ela me lançou um sorriso.

-Bom dia

-Bom dia, estava te esperando pra fazer o pedido.

Peguei o cardápio e logo fizemos nossos pedidos, olhei em direção a janela e respirei fundo. Várias coisas se passavam na minha mente e eu não sabia como começar.

-Acho que você tem que começar assumindo sua culpa.

Olhei espantada pra ela, seu olhar era carinhoso, mais ela dizer isso do nada foi assustador.

-Como...

-Sua cara esta denunciando você Demi, você precisa admitir que errou pra começarmos a falar sobre ela.

A garçonete chegou com nossos pedidos e eu continuei em silêncio, perdida em meus pensamentos. Dinah tinha razão, eu precisava admitir meus erros se eu quisesse caminhar em alguma direção.

-Você está certa, errei em ter te batido, errei em ter me estressado com ela, errei em não ter ido conversar com ela, errei em ter sido fria e uma completa babaca mais como você queria que eu ficasse quando descobri tudo isso do nada?

-Calma, entendo que você tenha ficado surpresa, triste e talvez com medo mais isso não justifica seus erros. Ally ama você, eu também não aprovei ela ter me escondido isso mais eu pelo menos compreendi.

-Como você conseguiu? – eu já estava desesperada, eu queria entender tudo isso, queria limpar minha mente e me focar somente na minha mulher.

-Porque eu fiz a mesma coisa, anos atrás eu fui embora, não contei nada pra minhas amigas, sofri em silêncio tudo isso para protegê-las. Sei que se ela fez isso foi pelo mesmo motivo, pra nos proteger e também porque Selena a ameaçou, se não fosse de um jeito seria de outro, ela sabe persuadir quando quer.

-É que... Nada entre nós foi convencional sabe? Poxa mal temos 3 meses de casadas, foi tudo tão rápido que eu acho que...

-Não diga isso, por mais que o começo de vocês tenha sido estranho Ally ama você. E se não te contou é porque não queria que nada de ruim acontecesse com você.

Fiquei pensando em tudo o que foi dito e Dinah tinha razão, precisava conversar com ela eu queria minha pequena de volta. Fiquei tão distraída que algo se passou na minha mente e eu logo arregalei meus olhos, exatamente hoje estávamos fazendo três meses da casadas.

Muita coisa aconteceu que eu mal percebi o tempo passando, e agora eu não sabia nem como falar com ela quem dirá desejar felicidades.

-Converse com ela, você é uma pessoa boa Demi. Se não fosse não deixaria você perto da minha baixinha, vocês se amam devem se acertar.

-Na verdade... Hoje completamos 3 meses de casadas.

-Então que presente melhor do que voltar a ficar bem com a esposa?

Refleti sobre o que ela disse e concordei com ela, terminamos de comer em silêncio e depois de eu pagar a conta nos despedimos. Fui pra praça que tinha ali perto, ainda precisava ficar sozinha, pensar, refletir. Fiquei ali sentada por horas, vi crianças brincando, correndo por todos os lados, casais apaixonados passeando, famílias se divertindo. Eu queria aquilo, uma família com a minha pequena, isso foi tirado da gente, sabia que muita coisa ainda ia acontecer mais ia passar por isso junto da minha mulher.

Quando sai da praça já estava escurecendo, fui em direção ao meu carro e voltei pra casa. Estava tudo quieto, subi as escadas devagar e fui até o quarto onde Ally ficava ela estava de costas pra porta, sua respiração era calma indicando que já estava dormindo. Fechei a porta e fui pro meu quarto, tomei um banho rápido e fui deitar pensando na melhor forma de conversar com a minha baixinha.

Acordei cedo no outro dia, talvez fosse o nervosismo que eu sentia já que eu ia conversar com Ally, estava ansiosa também. Fiz minha higiene matinal e desci pra preparar o café, depois de tudo pronto me sentei na mesa e comecei a ler o jornal. Ouvi passos na escada e a ansiedade voltou com tudo, minhas mãos suavam com o nervosismo.

-Bom dia...

Sabe quando seu corpo trava e sua mente fica em branco? Foi isso o que aconteceu, ela me desejou bom dia mais eu não consegui e eu não sei o que me deu. Ela ficou mal por isso, eu vi nos seus olhos, durante todo o tempo eu fiquei a observando, me forçando a fazer com que as palavras saíssem da minha boca. Ela se levantou da mesa e subiu rapidamente para o quarto, fechei meus olhos com força e respirei fundo.

-Como você é idiota Demi

Fui pra sala e liguei a televisão esperando algum sinal de que ela fosse descer minutos se passaram e ouvi barulho de passos, ela estava arrumada e iria sair.

-Onde vai? – perguntei

-Sair

-Não quero que saia sozinha por ai – não queria que ela corresse algum risco

-Eu sei me cuidar

-Acho melhor você ficar em casa. – tentei de novo com que ela ficasse em casa.

-Eu vou sair, preciso tomar um ar, estou me sentindo sufocada aqui dentro. – ela saiu rapidamente e eu fiquei estática olhando pra porta que já tinha sido fechada.

Ela se sentia sufocada e isso era culpa minha, isso me deu um aperto no peito tão grande. Saber que sua mulher está se sentindo mal dentro da própria casa e eu sou a grande culpada, me joguei no sofá e fiquei encarando o teto pensando o quão burra eu fui, como eu não vi que ela estava mal com tudo isso? Eu to me sentindo a pior pessoa do mundo.

Já tinha se passado da hora do almoço e nada dela aparecer, eu estava angustiada e isso não era bom. A última vez que senti algo assim eu perdi minha filha, levantei do sofá já apanhando a chave do carro pra ir atrás dela quando a porta se abriu, eu estava parada no meio da sala e quando ela apareceu e levantou o rosto eu me espantei.

Sua boca e nariz estavam vermelhos e com manchas de sangue, a maçã direita do seu rosto e seu supercílio esquerdo estavam ficando roxo. Corri em sua direção e a abracei, eu chorava muito, ver minha pequena naquele estado me deixou aflita, só de pensar em perdê-la eu fico com medo.

-Meu amor quem fez isso com você?! – perguntei pegando delicadamente seu rosto, ela parecia atônita, pois não me respondeu. Corri em direção à cozinha e peguei gelo, voltei e fiz com que ela se sentasse no sofá e comecei o tratamento com gelo.

-Demi...?

-Oi minha pequena, eu estou aqui. Ta tudo bem?

-Está...Mais...Você...

-Shh, não fala nada agora amor. Eu sei que a gente tem que conversar, mais, por favor, me deixa cuidar de você primeiro.

A peguei no colo estilo noiva e a levei em direção ao nosso quarto, fui direto pro banheiro. A deixei sentada na pia e liguei a banheira voltei à atenção a minha pequena e vi que ela chorava. Sequei suas lágrimas e beijei sua testa, como senti saudades dela, fechei a torneira da banheira que estava quase cheia e joguei sais de banho.

Voltei a ficar de frente pra minha mulher e sem que ela esperasse lhe dei um selinho, tirei sua blusa e depois o sutiã, deixei pequenos beijos em seu pescoço antes de descê-la da pia, tirei sua calça e calcinha e a ajudei a entrar na banheira.

Retirei toda roupa que eu usava e me sentei atrás dela, encostei seu corpo no meu e ficamos ali uma curtindo a outra. Meus braços estavam em volta da sua cintura e meu rosto estava em seu pescoço, deixava pequenos beijos por ali mais sem maldade. Respirei fundo sentindo seu perfume que eu adoro e tomei coragem de finalmente iniciar a conversa.

-Amor...Me perdoa – falei tão baixo que fiquei na duvida se ela ouviu ou não, ela se virou de frente pra mim sentando no meu colo e colocou nossas testas.

-Só se você me perdoar. Eu não queria esconder nada de você mais eu também não queria você envolvida nisso, não queria que machucassem você.

-Hey, que esposa eu seria se não tivesse protegido você? Olha só como você chegou em casa! Toda machucada e eu não consegui proteger você, me senti uma inútil. Me doeu ver você assim.

-Mais...

-Não tem mais meu amor, eu quero cuidar de você, te proteger de tudo e de todos. Eu errei em ter te tratado mal, em não ter conversado com você mais eu senti um medo tão grande que meu coração chega a doer. Me perdoa pequena, por favor.

-É claro meu amor, me perdoa por não ter te contado eu só queria proteger você.

Eu a abracei bem forte, tudo entre nós estava bem de novo e eu só queria ficar com a mina pequena. Me afastei e vi em seu rosto mais uma coisa que eu senti saudades, seu sorriso. Era um sorriso tímido mais era o meu sorriso, me aproximei e a beijei devagar apenas um encostar de lábios. Logo ela pediu passagem e eu aceitei, era lento, sensual, era nosso. Meu braço apertou ainda mais sua cintura fazendo com que meu membro semi ereto entrasse em contato com sua boceta.

Eu ia aprofundar mais um pouco o beijo quando ela separou me dando vários selinhos, fiquei olhando esperando que ela falasse alguma coisa mais sua expressão parecia de dor.

-Eu ainda não to pronta amor...

Quando ela disse isso foi que a realidade bateu, tínhamos perdido nosso bebê há pouco tempo e eu imaginava que ela teria uma reação dessas, beijei sua testa e comecei a lhe dar banho.

-Tudo bem pequena, peço desculpa por quase ultrapassar os limites. Vou esperar você se sentir confortável.

Ela apenas fez que sim com a cabeça, terminamos o banho e eu novamente a carreguei no colo e a coloquei na cama. Peguei uma cueca e vesti colocando uma camisa grande, depois peguei uma roupa e vesti minha mulher, deitamos uma de frente pra outra e eu fiquei fazendo carinho eu seu rosto machucado até começar a fazer um cafuné.

-Quem fez isso com você amor?

-Miley, ela me seguia no shopping. – uma raiva tão grande tomou conta de mim que se eu a visse nem sei o que faria com ela – Não fica assim, tenho certeza que ela ficou bem pior.

A encarei antes de me aproximar e dar um beijo na sua testa, a abracei e ficamos ali nos curtimos até pegarmos no sono.