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História Salvation - Estigma


Escrita por: theredg e bad-land

Notas do Autor


gente do céu, que vergonha aparecer aqui dps de quase dois meses! Vcs nem devem lembrar mais o que tá acontecendo na fic, então aconselhamos a reler o capítulo anterior!
Motivos do atraso; ESCOLA, ESCOLA, ESCOLA, ESCOLA
Enfim, escrever hot não é fácil, pra mim particularmente pq tenho um pouco de nojo e me sinto desconfortável em escrever essas coisas bleh, não sou fresca n gente é que depende do ponto de vista de cada um
Nossas sinceras desculpas por não ter escrito detalhadamente mais ficou CLARO o que aconteceu entre eles né
E se formos menos vagabundas o próximo capítulo não irá demorar
Kissus de açúcar

Capítulo 26 - Estigma


Mais profunda, mais profunda, a ferida só fica mais profunda

Como pedaços de um vidro quebrado que eu não posso reverter

Mais profundo, é apenas o coração que se machuca todos os dias

Você, que foi punida em meu lugar

Você, que era delicada e frágil.

[Stigma - Taehyung /BTS]

Kelsey point of view

O dia estava frio e praticamente me pedia para permanecer na cama, contudo eu tinha de ir a escola, fazia algum tempo que eu não pisava os pés por lá, nem me lembrava na verdade a última vez em que estive lá. Acordei às sete horas e tomei um banho quente, rápido, me agasalhei bastante pois quando digo que estava muito frio, realmente estava muito frio. Saí do meu quarto me movimentando feito um pinguim de tão agasalhada que eu estava.

Na cozinha, minha melhor amiga, Shawn e a namorada dele estavam batendo o maior papo cheios de assuntos. Aquilo me incomodou, não por causa do casalzinho, mais por minha melhor amiga está conversando com eles. É claro, ela tem todo o direito de fazer o que quiser, a vida é dela.

Ignorando todos, preparei meu chocolate quente e bebi tudinho em pé, bem afastada da mesa onde eles estavam. Eu posso estar sendo dramática e exagerada? Sim, mas foda-se, eu não nasci pra ser humilhada por garoto nenhum. Na escola posso dizer que parecia bem menos chato do que eu havia lembrado, pelo menos o Natal estava chegando e teríamos algum tempo para descansar.

As aulas foram passando rapidamente enquanto eu prestava atenção em cada palavra, não sei se era por interesse ou puro tédio. Na aula de robótica o professor nos contou sobre a feira que teríamos e eu juntamente com Kira iriamos fazer um projeto para apresentar na mesma. Catherine me parou no intervalo para me contar sobre seu relacionamento com Nash, eles não tinham nada intitulado, mas eu sei que algo irá rolar entre eles. Eu fico feliz que as coisas estejam dando certo pelo menos para eles.

Assim que saí do colégio pude novamente sentir o frio que se estendia a cada segundo, eu na verdade não me incomodava muito com ele pois inverno era uma das minhas estações favoritas.

Assim que dei dois passos fora do colégio senti algo molhar meus cabelos, estava chovendo. Ah como eu sou sortuda, e isso nem é o pior, a escola já está fechando e minha turma foi praticamente a última a sair então eu vou ter que sair correndo. Os respingos gelados caiam gradativamente em mim e eu estava enlouquecendo com medo de pegar uma pneumonia e morrer.

Andava mais rápido que o normal quando vi uma figura sentada na calçada pegando chuva, e eu conhecia aquela pessoa. Shawn Mendes com os cabelos complemente molhados e parecia não se importar com a chuva. Sou uma pessoa boa demais para vê-lo ali e passar como se fosse um desconhecido. Andei até ele e parei em sua frente, o mesmo não levantou o olhar, continuou de cabeça baixa.

― O que faz aqui? ― pergunto, ele levanta a cabeça e me olha como se eu fosse um ser de outro planeta ― Você pode pegar um resfriado, é melhor ir pra casa.

― Cuide da sua vida e eu cuidarei da minha ― sussurra tristemente. ― Não se importe comigo.

Ah, isso é impossível! É impossível pra mim andar por aí e te ignorar, mais eu realmente não sou masoquista. Me virei de costas e voltei a caminhar até minha casa, sentindo fisgadas em meu coração e muita vontade de voltar e proteger Shawn, mais dessa vez eu não faria. Cheguei em casa e retirei minhas roupas encharcadas, tomei um banho para me aquecer e fui até o quarto de Karen para poder avisá-la sobre o estado em que eu achei seu filho; no meio da rua pegando chuva com a maior cara de quem comeu limão e não gostou.

Bati duas vezes na porta do quarto de Karen e foram suficientes para que ela me atendesse, e como ontem ela não estava com uma cara muito boa, na verdade ela era uma completa bagunça: cabelos bagunçados, rosto amassado, olheiras profundas... enfim, eu fiquei realmente preocupada com o estado dela, ela não parecia nem um pouquinho bem e isso pode ter haver com o desaparecimento repentino do meu pai.

― Você veio...― murmurou entrando novamente em seu quarto

Entrei no quarto dela e não estava muito a fim de reparar nas decorações, eu queria saber mesmo sobre o meu pai e o paradeiro dele, estava torcendo para que ele já tivesse entrado em contato e estivesse muito bem, esbanjando saúde.

― Desculpe por não ter vindo ontem, eu estava explodindo. ― desabafo sem querer ― Mas eu queria saber sobre o Sam, tem notícias dele? Ele entrou em contato?

― Ah, querida! ― suspira tristonha ― Tenho sim notícias mais infelizmente não são boas.

Ela se levanta e pega o Macbook, depois de mexer no aparelho ela me entrega o mesmo e estava pausado em um vídeo, meio receosa apertei o play. Era mesmo um vídeo, o local parecia um estacionamento e tinha alguns carros, não era possível escutar som algum. Depois de alguns minutos de gravação eu pude avistar o meu pai saindo do elevador e destravando seu carro. Assim que ele se aproxima do mesmo, é possível ver dois homens encapuzados surgirem atrás dele sem ele ter percebido. Então esses dois homens o imobilizam em uma fração de segundos meu pai está desacordado no chão, fim de vídeo.

― E-ele foi sequestrado... ― digo sem acreditar

Voltei o vídeo até a parte em que os homens chegam e mesmo ampliando para tentar ver o rosto deles, era praticamente impossível ver alguma coisa pois eles estavam muito bem encapuzados. Rrrrrr! Gritei de frustração em não poder saber que eram aqueles caras. Mas, eu posso pensar em alguém que poderia ser o mandante de tudo isso.

― Você a-acha que ele....? ― pergunto me referindo a Will

― Provavelmente sim, Kelsey. ― diz ― Err, eu não queria que você soubesse, eu já sabia disso a um tempo só não que se sentisse culpada, entende?

― Tudo bem, eu entendo e agradeço.

Saio do quarto dela indo direito para o meu, eu precisava falar com Jungkook por que eu queria ir atrás do desgraçado do Will sozinha ou com quem quisesse ir comigo, eu só daria um jeito de resolver tudo aquilo de uma vez.

>> 01:02pm <<

"Preciso falar contigo, AGORA!!!!!!"

>> 01:02pm <<

"O que aconteceu?

Espera, chego aí em alguns minutos"

>> 01:04pm <<

"Esteja preparado, vamos acabar com tudo isso

Não tente me impedir, irei sozinha se for preciso"

Guardo meu celular no bolso e sinto uma enorme vontade de sair correndo atrás de Will para matá-lo e bom, é isso que eu farei. Jeon deve com certeza estar armado e eu como a boa amiga que sou irei roubar a arma dele e usá-la para ameaçá-lo caso se recuse a me ajudar. Eu vou trazer o meu pai de volta, não me importa como ele esteja, vivo ou... morto.

Levanto-me da cama e me olho no espelho, eu estava parecendo realmente um pinguim. Retirei os agasalhos e coloquei o moletom que Jungkook me dera no dia passado, ele era bem grande e muito quentinho. O meu cabelo não precisava de muita coisa já que estava curto.

Saí do quarto ouvindo soluços vindo do quarto de Shawn, eu fiquei realmente assustada e preocupada. A porta do quarto estava entreaberta e como a boa curiosa que sou espiei o que dava; pude ver Lox ― nem me lembrava mais dela ― conversando com Ashley, a mesma chorava. Ela estava chorando muito, eu não gosto muito dela nem nada mais eu me senti mal por ela, apesar de tudo eu sei que ela gosta muito de Shawn e respeito muito isso.

Não podia escutar nada do que Lox estava sussurrando pra ela, somente os soluços altos e desesperados de Ashley que já estava completamente sem fôlego. Numa falha tentativa de escutar alguma coisa, agarrei a maçaneta para poder abrir um pouco mais a porta, mais como eu sou muito azarada acabei caindo com tudo dentro do quarto de joelhos no chão.

Rapidamente me levantei e encarei as duas, Ashley começou a chorar ainda mais enquanto Lox parecia enfurecida com minha presença. Eu não sabia o que fazer.

NÃO! ― Ashley gritou entre seus soluços ― Não deixa ela tirar ele de mim!

O quê?

― POR FAVOR! ― se levanta e corre até mim se jogando no chão ― Ele é tudo o que eu tenho, eu já estou mal o suficiente

Arregalei meus olhos quando ela abraçou minhas pernas e ficou chorando ali mesmo pedindo pelo amor de Deus que eu não o tirasse dela. Lox estava tão surpresa quanto eu mais demorou muito para tentar puxar a amiga para cima, não adiantou já que a garota não queria me soltar.

― NÃO! ELA NÃO PODEEE! EU O AMO!

Lox finalmente reergueu a amiga do chão, a olhando com desgosto por causa do que fez.

― Ela não vai tirá-lo de você, Ash. Ela não pode! ― diz Lox confortando a amiga. ― Vocês serão uma família feliz, você o Shawn e o bebê.

― Você promete....? ― Ashley pergunta a mim.

NÃO! 

Eu quero ele comigo e não com você. Mas eu não posso fazer isso agora, não é justo.

― Eu prometo. ― digo tentando parecer o mais convincente possível e ela sorriu.

Olho uma última vez para Ashley e Lox e então saio do quarto sentindo todos os pedacinhos do que restava do meu coração se quebrando. Isso não é justo! Não é justo comigo e com o Shawn, com o que sentimos. Se é que ele sente, não sei mais de nada.

A campainha toca e o meu celular toca ao mesmo tempo e eu já posso imaginar quem é. Corri para o andar de baixo e abri rapidamente a porta me jogando nos braços do mais alto sem me importar com nada. Ele me abraçou fortemente como se aquela fosse a última vez, e talvez fosse.

― Está pronto? ― pergunto

― Eu nasci pronto pra isso.

Entramos em seu carro e eu coloquei o cinto, enquanto o carro se afastava eu olhei para minha casa e senti um grande aperto no peito.

Jeongguk estava mais bonito do que a última vez, seus cabelos estavam de um castanho claro quase loiro e tinha algumas mechas rosas. Ele estava realmente muito bonito.

― Desde quando você gosta rosa? ― pergunto passando a mão em seus fios de cabelo, e que cabelo! Era melhor até que o meu!

― Não gosto de rosa. ― riu ― Mas eu não odeio, só quis inovar.

Rio também e continuo a passar minha mão em seus fios de cabelo, ele era simplesmente lindo.

― Qual é o plano? ― pergunto aflita, sem tirar minhas mãos de seus fios sedosos

― Eu realmente não tenho um plano. ― diz aparentemente estressado ― Mas eu preciso te contar algo.

Aquilo era tudo o que eu menos precisava; suspese. Isso de " preciso te contar algo" não me traz recordações muito boas não.

― Conte.

― Will na verdade nunca foi apaixonado por você. ― diz e eu arregalo meus olhos não acreditando ― Tudo sempre foi um plano, do Barry.

Mas Deus, que história é essa? Isso é brincadeira não é? Eu não conheço nenhum Barry, por que esse homem faria algo contra mim?

― Que Barry? Eu não estou entendendo. ― digo passando a mão em meu rosto

― Barry, ele foi namorado da sua mãe na faculdade e melhor amigo de Sam. Ele era muito obcecado por ela, agressivo também. Sua mãe o largou porque estava apaixonado por seu pai, e bom, Barry não ficou muito contente. ― solta uma risadinha nervosa ― Ele ficou com muita raiva, queria vingança a todo custo. Seus pais se esconderam por muito tempo até que ele conseguiu encontrar sua mãe, mais seus pais já estavam separados e isso foi a deixa perfeita pra ele infiltrar Will em sua casa e abusar d... ― parou de falar quando eu comecei a derramar lágrimas de ódio, raiva ― Meu Deus, me perdoa!

Assinto, sei que ele não tem culpa de nada e só quer me ajudar.

― Então esse Barry mandou Will assassiná-las. Mas quis deixar você viva pois de acordo com ele você parece com sua mãe e está obcecado em ter você pra ele.

Não! Isso não é justo.

Choro, choro de tanta raiva que estou sentindo. No carro tudo que se podia escutar eram meus soluços, meu nariz já estava entupida e provavelmente eu estava deplorável.

Depois de uma hora no carro eu finalmente conseguir para de chorar, respirei fundo e limpei meu rosto que estava completamente molhado e inchado.

― Nós vamos seguir o Will. ― diz parando o carro.

Estávamos em uma estradinha de terra muito estreita, parecia uma uma roça por que tinha muitas plantações espalhadas mais eu ainda conseguia sentir o cheiro de pneu queimado e de asfalto da cidade. Talvez estivéssemos nos limites da cidade.

― Como sabe que ele está por aqui? ― pergunto olhando em volta, não tinha nada.

― Ele irá aparecer ali. ― diz apontando para uma lojinha que está muito distante eu sequer tinha visto. ― Só precisamos esperar.

Afundei minha cabeça no acolchoado e respirei fundo. Nesse lugar tinha um cheiro horrível de merda e de mato, sem contar nos mosquitos. Eu não sou aquele tipo de garota que odeia mato mais ninguém marece esse cheiro de merda de cavalo.

Meia hora depois eu já podia ouvir o ronco de Jungkook ao meu lado e sério, o menino parecia um porco de tão alto que estava roncando. Se houverem porcos por aqui eles irão aparecer pensando que Jungkook é um deles. Ri baixo com meu pensamento.

Duas horas depois minha barriga já estava roncando mais alto que Jungkook e mesmo com o aquecedor ligado eu estava com frio. Olhei para o garoto ao meu lado, esse dormia lindamente, eu não queria acordá-lo, porém não sabia dirigir.

― Jungkook? ― o chamo baixo, percebendo que não funcionaria assim ― JUNGKOOOOOOK!

O menino arregalou os olhos raiados de sangue e dei um pulo com a respiração descompassada. Eu fiquei até com pena da carinha dele, mais seria o único jeito de acordá-lo.

― Precisa me assustar dessa forma? ― perguntou arrumando o cabelo

Ele estava muito engraçado, o rosto amassado, cara de sono, e pior ele ainda estava babando.

― Vamos embora, não tem ninguém aqui. ― aviso

― Ele vai aparecer, eu sei que vai.

Mais alguns minutos se passam e eu já podia considerar-me uma sobrevivente de tanta fome que eu estava e não havia desmaiado ainda. Uma caminhonete surge do nada parando em frente a lojinha, Jungkook e eu entramos em alerta. Haviam dois homens dentro da caminhonete e eu os conhecia muito bem, era Will e seu comparsa, Peter.

Eu tive vontade de me levantar e ir até lá para acabar com tudo aquilo, mais eu não podia fazer nada sem antes souber como e onde está o meu pai. Eles entraram na loja e como estávamos muito longe não dava para ver o que estavam fazendo lá dentro, mais com toda certeza era algo ilegal para estarmos aqui nesse fim de mundo.

Apreensiva, comecei a roer minhas unhas pelo nervoso ― mal hábito que eu costumava ter ―, tentava descobrir o que se passava dentro daquele cubículo.

― Você não tem disfarces aí não? ― pergunto já me sentindo em um filme de investigação

Não somos do FBI.― diz rindo, reviro os olhos.

― Como sabia que eles estavam aqui, Jungkook?

― Eu só sabia. ― diz nervoso, o que está acontecendo? ― Venho seguindo Barry a muito tempo, Kelsey, não se lembra da história que eu te contei sobre meu passado? ― pergunta e eu confirmo, era a história sobre o mestre dele ― É o mesmo Barry, ele é descendente de coreanos. E... eu não nasci e cresci na Coréia.

― Como assim?

― Eu nasci na Inglaterra e morei lá até os meus sete anos. ― diz sorrindo nostálgico e eu arregalo os olhos, é possível que ela seja o meu amigo? Claro que não! ― Meus pais eram felizes, tinham amigos, tinham dinheiro e principalmente inimigos. E então um certo dia meu pai me deixou com um homem e disse que ele cuidaria de mim, eu me lembro perfeitamente de quando os vi pela última vez.

― Jungkook, você já me conhecia não é? ― pergunto com raiva, por que isso estava acontecendo?

― Eu sinto muito, você achava que eu estava morto, não queria te assutar! ― fala irritado consigo mesmo ― Meus pais haviam pensado em tudo, tudo mesmo. Eles providenciaram o meu enterro, e deixaram todo o patrimônio pra mim.

Isso só pode ser brincadeira! Eu acabo de descobrir que meu amigo de infância não está morto e ele vem para me falar o quanto é rico, sinceramente eu não sei o que é mais bizarro nessa história.

― Eu era uma criança, eu chorei por você achando que você estava morto! ― grito indignada ― Não foi justo, eu só tinha sete anos!

― E você acha que foi justo comigo? Eu perdi meus pais, eles fizeram tudo isso para me salvar e agora eu não tenho mais eles.

Eu sei que estava sendo egoísta demais, mais isso não foi justo. Eu era uma criança, não sabia nada direito, chorei muito quando eu perguntei a minha mãe quando meu amigo iria voltar e ela respondeu que ele ficaria no céu pra sempre, na época eu não sabia o quanto tempo era o sempre, mais eu sabia que meu amigo nunca mais iria voltar.

― Meu pai não sabia que era Barry quem estava por trás de tudo. ― disse com raiva ― Ele achava que era o Sam.

― Por que o meu pai?

― Barry o acusou, o sabotou, esse homem não presta. ― ralhou

― Você realmente cresceu em uma academia de Artes Marciais? ― pergunto desconfiada

― É claro que sim

Alguns minutos se passaram e o os dois sairam da lojinha, rapidamente Jungkook ligou o carro e nós já estávamos seguindo-os. Eu estava com medo caso eles nos vissem mais isso seria um risco que eu estou disposta a correr.

― Será que estão nos vendo? ― pergunto com receio

― Não, acho que não.

Continuamos seguindo até chegarmos a um tipo de chácara ou algo do gênero, não entendo muito dessas coisas só sei que tinha muito mato. Os dois descem do carro com um pacote em mãos, eu podia jurar que não tinha visto eles sairem da loja com aquilo mas Jungkook disse que eles saíram de lá com aquilo.

Eles entraram numa casa, não do tipo "nossa que mansão!" Mais era grande o suficiente para me impressionar estranhamente bem conservada.

― Olha ― Jungkook apontou para o que eu imagino ser a janela, dava para ver perfeitamente três homens, um era Wiil o outro Peter, o terceiro eu não reconhecia bem ― É o Barry.

Sabe quando dizem que quando estamos prestes a morrer um filme de nossas vidas passa pela nossa cabeça? Foi exatamente o que aconteceu comigo no momento em que vi Barry pela primeira vez. Eu só queria levantar do carro e acabar com todo aquele inferno.

Movida por um impulso me levantei só que Jeongguk acabou me puxando para me sentar novamente. Eu estava com tanto ódio que era capaz de matar a Jeon mesmo.

― Não podemos, não estou preparado! ― sussurra ― Não podemos, não agora, vamos esperar o fim do dia. Eu tenho que carregar minhas armas

― Eu não te entendo.

― Acredite quero isso tanto quanto você. Só vamos embora.

[...]

Exausta. 

Eu estava completamente exausta da minha vida, era como se respirar estivesse me fazendo mal. Me cansando e de fato estava.

Jeongguk havia me deixado em casa jurando que voltaria logo para acabarmos com todo esse inferno. Eu gostava dele, porque além de termos sido amigos de infância ele quer algo que eu também quero, a cabeça do Barry numa bandeja.

Fui até a sala onde eu estava ouvindo uma gritaria fora do normal, cheguei a pensar que meu pai estava por aqui ou que estivesse tendo alguma briga, mais era só Shawn, seus amigos e minhas amigas fazendo algazarra.

― Vamos sair hoje à noite! ― anuncia Cameron, sempre o mais festeiro ― Você vem?

― Ahhh, e-eu...? ― pergunto sem jeito, eu não posso!

― Ela vai a um encontro hoje! ― diz Nash me abraçando de lado, sorrio agradecendo a Deus por Nash existir ― Não é Kelsey?

― É verdade, Jeongguk me chamou para sair. ― minto

Que seja. ― Shawn faz descaso, ignoramos

― Por que não chama ele pra vir? ― Matt questiona, ah não ― Eu quero conhecer esse tal cara.

Arregalo os olhos, como eu iria chamar ele se iríamos atrás de Will e Barry? Só se estivéssemos em dois lugares ao mesmo tempo e isso é uma coisa que nunca irá acontecer.

― Ahh, ele é muito tímido, acho melhor esperarmos mais tempo. Somos amigos. ― digo nervosa

― Tudo bem. ― Matt sorri acreditando na minha mentira

― E a Ash? ― Catherine pergunta olhando para Shawn ― Você sabe que ela não pode beber.

― Eu sei. ― Shawn responde ríspido ― Na verdade ela não vai. Ela está com a mãe dela neste exato momento.

Todos se olham e se calam. Não entendi o que estava acontecendo ali, entre eles mais eu era a única que não sabia de nada. E não estava a fim de saber, não mesmo!

Me soltei de Nash e sai da sala me despedindo deles com um breve aceno, eu estava me sentindo excluída. Até mesmo minha melhor amiga não falava comigo como antes. Será que eu estou ficando chata? Será que há algo de errado comigo?

Deito na minha cama e me viro para todos os lados esperando o sono que não vinha nunca. Pensei em Shawn e em todos os momentos que passamos juntos, e acabei por pegar no sono.

Acordei com barulhos estranhos vindo do corredor. Me levantei e olhei para a janela, já estava escurecendo. Fui até o banheiro e lavei meu rosto com água fria para me despertar do sono. Assim que sai do banheiro, o barulho do corredor pareciam com alguém que estava soluçando. Chorando.

Curiosa, sai do meu quarto me deparando com uma cena que eu realmente jamais imaginei que veria; Shawn Mendes sentado no chão, chorando. Seu rosto estava completamente molhado, inchado e vermelho. Aquilo partiu meu coração mesmo com tudo o que ele me fez nos últimos dias.

― Shawn? ― o chamo baixinho ― O que houve contigo?

Ele levanta o olhar e me encara, seus olhos estavam vermelhos e ele tinha olheiras profundas. Ele estava deplorável.

― Eu me odeio! ― diz com raiva ― E-eu sou um imbecil!

― Por que está dizendo isso?

― Por que eu magoei você, eu te fiz sofrer não foi? Eu ferrei com tudo de novo? Eu fiz merda e quem sofre é você, ne? ― perguntou rindo, mais não era um riso de verdade ― Agora você está apaixonada por aquele Jeon, Jeongguk, Jungkook, três nomes, ele tem três nomes? Afinal qual é o nome daquela porra?

― Não Shawn, o nome dele é Jungkook, não fala assim dele, você não o conhece. Ele tem sido um grande amigo. ― digo brava pelo jeito que ele falou dele ― E eu não estou apaixonada por ele.

― Não? ― pergunta esperançoso, não evito sorrir

Nego.

Olho novamente pra ele e noto que estava completamente molhado. Provavelmente estava na chuva, novamente.

― Por que você está todo molhado? ― pergunto

― Eu perdi a chave do meu quarto. ― confessa colocando as mãos nos bolsos

Estendi minha mão para ajudá-lo a se levantar e ele a pegou. O ajudei a se levantar e o levei até o meu quarto. Peguei uma toalha e entreguei a ele para que pudesse tomar banho e assim o fez. Fiquei sentada em minha cama esperando que terminasse, tinha uma idéia em mente. Algo que marcaria minha vida pra sempre e quem sabe a de Shawn também, nem tanto quanto a minha. Nunca.

Respirei fundo umas quatrocentas vezes pensando em como iria ter coragem para agir de acordo com o que estava pensando, e na verdade eu sabia que não conseguiria realizar tais atos, contudo não desistiria e se fosse preciso pagaria um papelão.

Alguns minutos se passaram e ele sai do banheiro junto ao vapor da água quente, ele estava com a toalha enrolada na cintura e estava incrivelmente lindo, aliás ele nunca parecera tão bonito como agora.

― Eu te amo Shawn. ― digo e ele abre a boca surpreso, completamente surpreso ― E isso não vai mudar, pode dizer coisas horríveis pra mim ― me levanto para encará-lo ― Sei que está tentando me magoar para me afastar de você

Ele sorri, claramente frustrado, eu havia descoberto sua armação.

― Está tão óbvio assim? ― pergunta e eu confirmo rindo ― Okay, você descobriu tudo e eu não tenho um plano B

― Não quero me afastar!

― Mas não é questão de querer ou não, é preciso! ― diz gesticulando com as mãos ― Eu não quero atrapalhar sua vida com o meu filho, eu preciso estar com Ashley e sei o quanto você a odeia. Não quero decepcionar ninguém, não quero que meu filho nasça em meio a campo de guerra

Suspiro, sabia onde ele queria chegar, talvez fosse o certo a se fazer mesmo.

― Está dizendo que devemos nos afastar um do outro? ― pergunto, em resposta ele abaixa a cabeça, considero aquilo como um "sim" ― Entendi.

Ele me quer longe? Ele acha que sou uma ameaça ao filho dele?

― Me beije. ― pede e eu olho com uma cara de "WTF" ― Eu preciso disso, por favor.

Eu também preciso, você não sabe, não imagina o quanto.

― Você não pode simplesmente exigir que eu te beije, isso é ridículo! ― reviro os olhos

― Não vai me beijar? Então eu vou te beijar!

Arregalo os olhos completamente surpresa e caio sentada na cama. Não consigo enxergar um palmo a minha frente porque Shawn acabara de bloquear minha visão. Ele simplesmente avançou em cima de mim e começou a me beijar. Tentei empurrá-lo, no início eu não tinha correspondido o beijo mas depois foi impossível vê-lo daquela forma.

O beijei da forma mais feroz possível, era quase como um beijo de despedida. A forma com que suas mãos desceram pelo meu corpo até segurarem firmemente minha cintura era como se nunca mas nos veríamos novamente.

Fomos ficando sem ar e então nos separamos, ele continuou por cima de mim tentando recuperar seu fôlego. Me lembrei de que ele estava somente de toalha e corei violentamente quando o olhei.

― Você é tão linda. ― diz e eu coro ainda mais

Ele me beija novamente, mais não durou muito tempo. Fez uma trilha de beijos em todo o meu pescoço, e céus eu poderia morrer com aquilo. Seus toques em mim eram tão quentes, era tudo o que eu mais queria no momento.

― Você quer parar? ― perguntou e eu rapidamente neguei

Ele arqueou uma sobrancelha e sorriu voltando a brincar com a pele do meu pescoço, distribuindo beijos, mordidas e tudo o que tinha direito. Senti suas mãos levantarem a borda do meu moletom e ergui os braços de prontidão para que o tirasse com mais facilidade e assim o fez. A peça voou para algum canto do quarto, fazendo-me suspirar.

― Eu já disse que você é linda?!

Não respondo nada, espero novamente ele retirar minha blusa me deixando somente com a peça íntima de cima, eu corei quando ele encarou meus seios de uma forma inexplicável.

― Vai ficar olhando? ― perguntei constrangida tentando me cobrir com as mãos

Rindo da minha atitude ele se levanta e fica de frente pra mim, me encarando descaradamente. Me sento na cama e arregalo os olhos quando Shawn solta a toalha de seu corpo, minha cara de espanto deve ter sido realmente muito engraçada já que ele riu. Eu já tinha visto um, claro, mais o dele era relativamente maior.

Ele subiu na cama e engatinhou até mim, deitando-se sobre mim com seu membro desperto.

― Você não precisa ― disse por fim encostando sua testa na minha para me encarar

― Mas eu quero.

[...]

Sinceramente, eu não sabia se estava cedo demais. Mas também não ligava pra isso, eu amava Shawn e pra mim ele era a pessoa certa para eu me entregar por inteiro. Não acho que eu vá me arrepender, pelo contrário, acho que essa foi a melhor noite da minha vida e nunca mais vou me esquecer dela nessa vida.

Respirei fundo e me levantei, certificando-me de que Shawn já estava dormindo, e sim ele estava, tranquilo e sereno como um anjo. Vesti minha roupa correndo assim que vi uma chamada perdida de Jungkook. Sai do quarto depois de olhar mil vezes para Shawn, dormindo calmamente em minha cama. Queria vê-lo daquela forma mais vezes, todas as manhãs e noites se fosse possível.

Passei em frente ao quarto de Kira e ouvi um barulho de algo sendo quebrado, e esse barulho se repitiu. Abri a porta do quarto e me deparei com minha melhor amiga sentada no chão com uma garrafa de alguma bebida alcoólica na mão, sorrindo pro nada. Ela estavs bêbada, ela tinha feito aquilo novamente!

― Por que está bebendo de novo, Kira? ― pergunto me sentando no chão ao seu lado

― O Cameron estava me traindo. ― disse sorrindo, mais aquilo não era realmente um sorriso ― Com a cachorra da Lox, você acredita?

― Mas, o Cam é apaixonado por você.

― Eu vi com meus próprios olhos. ― disse se virando pra mim, com um bafo de álcool ― Ouvi ele gemer o nome dela, eu peguei os dois na cama dele hoje. Isso aconteceu de novo, o Travis fez a mesma coisa. ― suspirou, pensativa ― Eu estive na Cadeia a alguns dias

A olhei surpresa, o que diabos ela havia feito num lugar daqueles? Em um lugar para marginais?

― Meu pai foi preso, de novo. Por causa da pensão atrasada, ele disse que é tudo minha culpa, ele disse que ia me matar. Meu pai me odeia, o Cameron me odeia. Por que ninguém gosta de mim? ― pergunta soluçando ― Minha mãe não me ligou nem uma vez desde que vim pra cá, ela não liga pra mim. Você também me odeia? Não é? Eu sou um peso no mundo!

Aquilo doeu. Doeu mais do que tudo. Todas as palavras, tudo.

― Eu amo você, Kira. Eu te amo mais do que tudo. Eu queria te proteger dessa gente ruim, desse mundo ruim que não merece alguém como você. ― digo sentindo minhas lágrimas descerem ― As pessoas não entendem o quão especial você é, elas não aprenderam a te amar como eu aprendi. Eu te amo, grave isso em sua mente, nunca se esqueça.

― Eu queria te beijar. ― diz e eu rio de seu comentário a abraçando de lado ― O Shawn te ama, você sabe? Ele me disse ontem. Ele fala de você com tanta emoção, Kelsey, acho que tenho inveja de você porque ele te ama muito. Muito mais do que você ama ele. Talvez uma, duas ou mil vezes.

Ouço uma buzina de carro e imagino que seja Jungkook.

― Eu tenho que ir.

― Você está com cheiro de sexo, sexo puro. ― riu dela mesma. ― Você é uma vadia.

Eu te amo pra caralho, Kira.

Dito isso, a abracei mais uma vez e sai de casa com passos tão silenciosos que nem mesmo eu os escutei. O carro de Jungkook estava estacionado bem em frente a minha casa, nem tive muito trabalho para entrar, ele me recebeu com um sorriso.

― Vamos atrás daquele desgraçado.


Notas Finais


ontem de madrugada quando eu era um zumbi resolvi terminar o cap, espero que vcs compreendam o nosso atraso
desculpa gente esse capítulo ficou um lixo, eu não sei muito de sexo hetero mais das lesbicagem e gayzagem nois entende
Agora tchau que eu tô morrendo de vergonha


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