História Salvation - Eu não sou louca!

Katherine point of view

― Venha, Katherine. ― Sam chamou. ― Eles não mordem.

Sam se mostrou um cara legal, contou piadas pra gente sobre seus tempos na faculdade. Contou como conheceu minha mãe, essa era a história que ele me contava sempre antes de dormir, amava aquela história e a séculos não ouvia ela. Desde que ele ... sei foi. Já faz dez anos e me recuso a perdoa-lo, ele nem se despediu de mim, simplesmente foi embora com outra e nos abandonou, minha mãe se mostrava forte. Mas eu chorei aquele mês inteiro ... e nunca mais havia chorado até a morte de Haley e minha mãe.

Estávamos em frente a uma casa, em um condomínio que deduzi ser de gente rica porque as casas eram enormes, brancas, com jardins e piscinas. Essa era a casa de Sam, era um branco quase bege, tinha uma piscina arredondada e uma pequena horta. A casa era enorme, parecia caber a cidade inteira ali dentro.

Respirei fundo e peguei minhas malas, comecei a pensar em como eles me receberiam? Como será que eles são? Será que eles sabem o que aconteceu comigo no últimos dois meses? E se soubessem não faria a menor diferença.

Sam e Kenna me olharam, consegui dar o melhor sorriso que pude. Ao entrar no quintal da casa senti um arrepio correr o meu corpo.

Paramos em frente a porta, Sam abriu revelando o luxo dentro dela. Olhei para Kira que estava boquiaberta com todo aquele luxo, conforto e segurança. Andei lentamente e vi um grupinho de garotos conversando freneticamente, mais então seus olhares encontraram os nossos, pareciam que iriam avançar em cima de nós duas e nos beijar loucamente. Fiz cara de nojo ao pensar nessa cena mais um dos garotos ― o mais bonito deles ― me encarou sério. Não foi pra você não!

Voltei o olhar para Kenna que parecia afundada em mil pensamentos. Tratei de lhe tar um tapa na testa fazendo ela soltar um gritinho assustada, não pude conter o riso nem os meninos que estavam atrás de nós.

― Papai! ― gritou a garotinha ruiva pulando nos braços de Sam. A menina era linda, tinha olhos verdes, como Sam e ... Haley. Sempre invejei isso, eu tinha que nascer com os olhos castanhos da minha mãe.

― Quem são elas? ― a menininha perguntou curiosa.

Abri um sorriso tão largo que pude sentir dor depois. Ela era a cópia de Halsey, tinha os mesmos cabelos ruivos andulado, olhos verdes e sardas pelo rosto. Era uma coisinha tão fofa que quase a mordi.

― Essas são Katherine e Kenna. Elas vão morar aqui agora. ― a menina veio nos cumprimentar com um sorriso no rosto ― Kylie é a sua irmã.

― É mesmo? ― a menina perguntou.

― É sim princesa. ― respondi. Ela me abraçou novamente, senti seus pequenos braços envolverem meu pescoço e beijei o topo de sua testa.

Não pude deixar de me emocionar, ela era a cópia de Haley. Não havia o que argumentar, ela simplesmente era um modo de que Haley continuasse sempre comigo. Sempre aqui.

Rapidamente uma garota surgiu correndo, ela estava com um vestido azul que combinava perfeitamente com sua pele pálida e olhos castanhos. Ela agarrou Elle pelo pulso e voltou seu olhar para nós com um sorrisinho constrangido.

― Essa é Aaliyah irmã do Shawn. ― Sam disse. A menina aparentava ter uns 12 ou um pouco maia, ela era um tanto alta para a pouca idade que aparentava ter. Ela nos cumprimentou e correu atrás de Elle que saiu cantando a música "let it go" da Demi Lovato.

Sorri.

Uma mulher mais velha apareceu dando um selinho no meu p... no Sam. Por um momento lembrei que ela foi o pivô para meu pai ter me deixado, deixado todas nós. Seu olhar voltoi para nós, ela nos analisou com um sorrisinho no rosto.

― Sou Karen. ― ela disse me abraçando forte, logo em seguida abraçou Kenna. ― Vocês parecem famintos, vou preparar algo. ― Karen parecia simpática. ― SHAWN!

― O que é? ― perguntou o garoto mais bonitos deles impaciente.

― AJUDE ELAS A LEVAREM AS MALAS.

― Mas mãe ...

O garoto pareceu perceber que não teria o que argumentar. Sua mãe faria ele levar as malas até os quartos nem que fosse a vassouradas. Ele bateu o pé contra o chão jogando a manete com tudo no sofá. Arregaleoi os olhos para o garoto, ele bufou pegando a mala mais pesada  de Kenna.

Ele vinha em minha direção mas fiz um sinal com a mão para que ele parasse, ele pareceu ainda mais irritado com a minha atitude. Eu não sabia o que dizer ou fazer, apenas peguei minhas malas e o segui subindo as escadas.

O garoto tinha um físico perfeito, que muitos homens de 30 se matavam para ter, sua pele pálida combinava perfeitamente com seus olhos castanhos esverdeados. Mais a expressão em seu rosto era de raiva, ele deve ser aqueles caras que estão acostumados a terem tudo na mão, mais não gostam de dar na mão de outras pessoas, fala sério que esse cara absurdamente lindo é um tipo de Tony Wong canadense?

― Com licença, onde são os quartos? ― perguntei quando ele colocou a mala no corredor se preparando para sair mais virou pra mim impaciente.

― Porque você não procura? Quem sabe você acha! ― ele disse irônico.

― Nossa que garoto arrogante! ― Kenna sussurrou baixo, mas alto o suficiente para que ele escutasse, pois arqueou a sobrancelha, parecendo surpreso e irritado.

― Se precisarem de ajuda, sou a última pessoa no mundo que vai querer ajudar.

Ele sorriu e saiu andando, eu fiquei com a boca aberta para dizer algo mais ele já tinha descido as escadas.

Não demoramos para achar os quartos, que eram separados. Não que eu tenha medo, mais desde a morte delas eu não consigo ficar sozinha em lugar por muito tempo ... parece que tudo volta. Aquela cena, ver minha mãe morrer ... tudo. Parece que volto naquele lugar, Will parece estar aqui.

O quarto era neutro, não tinha muitas coisas, isso me surpreendeu pois pensei que Sam fosse me arrumar um quarto rosa com papéis de parede com estampa de zebras, ou até pior como colocar barbies aqui. Deus! Para minha sorte ele era pintado de branco, uma cama de casal com um jogo de cama azul que combinava com um tapete perto da cama, um criado-mudo com uma pequena luminária, o guarda-roupa fica no canto da porta. Há uma estante com poucos livros, uma escrivaninha com um computador bem moderno e ao lado uma prateleira vazia. Também tinha um banheiro que tratei logo de entrar, mais ele era normal.

Fiquei me encarando no espelho e repeti para mim mesma "você é forte, você vai conseguir".

Saí do banheiro em um pulo ao ouvir gritarem por mim. Com certeza era Kenna, aquela voz era inconfundível. A loira estava sentada na beira da cama com os olhos fixados no celular, parecia vidrada nele mais ao perceber que eu estava, ela logo abriu um sorriso largo de satisfação.

― Hey a Karen pediu para que fossemos até a cozinha. ― ela disse se levantando e riu da minha careta. ― Hey, sabe o Shawn?

― Infelizmente. ― eu disse revirando os olhos.

― Ele e o Cameron são tipo melhores amigos!

Arqueei a sobrancelha, ela ainda estava focada nesse ser? Pensei que fosse só mais um casinho dela, ela tem vários mais esse Cameron. Ela parecia realmente apaixonada por ele. E ele tinha que ser melhor amigo do Satanás! Ele provavelmente deve ser tão "legal" quanto o Shawn.

Descemos a escada, infelizmente a gangue de satanás estava espalhada por toda a sala.

― Ah venham logo garotas! Esses daí comerão tudo ser não forem rápidas.

Fomos até a bancada onde uma lasanha muito grande estava nos esperando. Oh! Eu amo lasanha. Sentei no banquinho, que me impedia de por os pés no chão e me senti frustrada por isso. Sempre odiei ser baixinha!

― Hey! ― um garoto apareceu na nossa frente, ele tinha um sorriso maravilhoso e uma pele completamente bronzeada, era um pouco vesgo mais sua beleza era o suficiente ― Isso é coincidência!

Ele beijou Kenna. Beijou mesmo. Eu fiquei encarando a situação com os olhos arregalados enquanto ouvia gargalhadas dos meninos. Olhando bem, ele parecia com o tal do Cameron que ela me disse, me mostrando algumas fotos.

― Você deve ser a Katherine. ― ele disse se virando pra mim. ― Você não parece tão louca como o Shawn contou.

      Satanás, maldito.

― Eu não sou louca!

O silêncio se estendeu por todo o lugar, Shawn olhava com um sorrisinho irônico e nervoso ao mesmo tempo. Esse garoto é o diabo em pessoa!