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História Salve-me - Bônus


Escrita por: Ixteeer

Notas do Autor


Hello, cabritos! É, chegamos ao extra... a ficha ainda não caiu que eu já estou finalizando a Salve-me, mas sei que quando cair, vou chorar ;w; eu pensei muito sobre o que fazer. Pensei numa gravidez, num filho, mas pra mim isso é tão clichê e esperado... eu queria uma coisa inusitada e maluca, e acho que consegui, graças a um empurrãozinho da Cerisier 💞💞💞
Eu espero, REALMENTE espero, que vocês gostem! 💞💞💞💞
Obs: amo esse cosplay perfeito e maravilhoso *w*

Capítulo 8 - Bônus


Fanfic / Fanfiction Salve-me - Bônus

 

 

Eles já haviam ido ao México e ao Arizona. Conheceram a Reserva Hopi, e provaram Polvorón e Garapiñados. Seguiram pro Canadá, onde Elaine não quis deixar o Capilano Suspension Bridge.

_ Vamos voltar mais vezes. _ Ban prometeu. _ Mas há muito mais coisas para conhecer.

E então fizeram as famosas viagens férreas canadenses no Rocky Mountaineer Train, onde Ban comprou uma briga com um homem que agarrou um braço de Elaine quando ele estava usando o banheiro. No fim, o homem foi expulso do trem e eles seguiram viajem por Sea to Sky e suas deslumbrantes paisagens, e finalmente desembarcaram na cidade de Whistler.

Em Whistler, Ban quis experimentar o Peak-2-Peak Gondola, onde Elaine enlouqueceu com a visão da floresta local coberta de neve. Ban achava engraçado como Elaine era ligada a fauna. Se perguntava se ela era algum tipo de maníaca. Tipo aquela gente que é maníaca por moedas antigas, flores de plástico ou filhotes de cachorro.

Ainda em Whistler, Ban e Elaine visitaram museus, galerias de arte, estúdios de yoga e muitos restaurantes.

No dia seguinte, seguiram para Niagara Parkway. Ban estava ansioso para Niagara Parkway, Elaine estava desconfiada.

Niagara era a típica cidade abarrotada de cassinos e regada a muita bebida. Também havia hotéis com arquitetura dos anos 20, muitos restaurantes, e o Bacon era uma espécie de atrativo principal do lugar, juntamente com o vinho.

As mulheres do lugar pareciam ter saído de uma capa de revista. Quase sempre ruivas, ou com cabelos negros que lembravam veludo. Mas independente de ruiva ou morena, eram todas cheias de curvas e roupas caras, sempre enganchada a um braço de um homem muito mais velho que elas, como se fossem um troféu.

Elaine não falara nada durante toda a estadia em Niagara Parkway. Estava enciumada. Tinha consciência de que estava sendo infantil, mas não conseguia evitar não sentir-se patética olhando todas aquelas mulheres gloriosas.

Ban sentou-se numa calçada, abrindo uma garrafa de vinho Icewine. Havia comentado bastante sobre aquele vinho, deixando explícito porque queria tanto ir para Niagara. Mas Elaine continuou enciumada, ainda mais levando em consideração que Jericho havia ido embora de Tóquio no ano passado, e que Guila havia comentado, mais de uma vez, que ela estava vivendo no Canadá, na louca e duvidosa Niagara Parkway, nas palavras de Guila.

_ Caralho! _ Ban chacoalha a cabeça, sorrindo de orelha a orelha. Encara Elaine, puxando-a para mais perto. _ Prove. _ diz aproximando a garrafa dos lábios da mulher. _ Você tem que provar!

Elaine suspirou. Sorriu, agarrando a garrafa com as duas mãos e dando uma boa golada no conteúdo que ela guardava. Não queria sentir-se daquele modo, sabia que não tinha motivos pra ter ciúmes de Jericho. Além das duas já terem tido uma conversa séria antes da mulher partir, onde ela deixou claro o quanto estava arrependida por tudo o que aprontou e que não iria mais forçar ninguém a gostar dela, Ban não iria traí-la. Ela sabia disso.

_ É doce... _ comenta baixinho, voltando a beber com grandes goladas. Ban sorria, assentindo. Elaine entrega a garrafa pela metade, limpando os lábios com o dorso da mão. _ Hum... _ sorri, aproximando-se mais de Ban. Balança as pernas no ar, sentada ao seu lado na calçada.

Ban vira o resto da bebida numa golada só, sorrindo com satisfação. Estava um pouco tonto, mas nenhum pouco bêbado.

Elaine, no entanto...

_ Eu quero ir pra um desses lugares! _ diz de repente, saltando e quase caindo no meio fio. Ban segura seus braços, rindo da embriagues da mulher.

_ Que tipo de lugar?

_ Com essas prostitutas de luxo e velhos mafiosos! _ Elaine começa a dá risadinhas, muito vermelha e quente.

Ban franze a testa.

_ Você quer ir pra um cassino?

_ É! _ confirma. _ Eu quero ir pra um Cass... Cass... _ sorri, voltando rir. _ Por favor!

Ban assentiu lentamente. Elaine não conseguia nem finalizar uma frase sem se esquecer como uma palavra terminava. Estava completamente fora de seu estado de espírito, não seria nenhuma surpresa ela sugerir que eles pulassem do andar mais alto do hotel que estavam hospedados.

_ Não saia de perto de mim, ouviu? _ ele avisou antes de entrarem em um dos mais frequentados cassinos de Niagara.

Logo ao entrarem, foram acertados por uma baforada de cigarro e incenso de mirra. Ban tossiu e abanou uma mão em frente o rosto, tempo suficiente para Elaine correr para longe, sumindo na confusão de mulheres seminuas, velhos bêbados e máquinas caça-níqueis.

_ Elaine! _ ele olha em volta, não vendo sinal do cabelo louro da mulher. Põe as mãos sobre a cabeça, absorvendo a situação. Ela estava bêbada, e aquele lugar abrigava os lobos da sociedade. Se algo acontecesse a ela, a culpa seria toda dele. Onde ele estava com a cabeça em ouvi-la no estado em que estava?

Enquanto Ban percorria o local atento a qualquer sinal de Elaine, as mulheres o observavam com interesse. Não era todo dia que um homem jovem e bonito aparecia por ali sem alguma acompanhante, ou com meia dúzia.

Ele virar-se com as mãos sobre a cabeça, dando de cara com uma mulher ruiva encarando-o bem em sua frente.

_ O que o bonitão tanto procura? _ ela questiona de forma sedutora, levando um cigarro que tinha entre os dedos aos lábios tingidos de vermelho sangue.

Ban sorri de lado.

_ Uma loirinha. _ mostra mais ou menos onde Elaine media comparado ao seu corpo. _ Desse tamanho.

A ruiva arqueia uma sobrancelha.

_ Você trouxa a sua irmã mais nova pra um cassino? _ sorri com escárnio. _ Que pervertido...

_ Ela não é minha irmã. _ Ban esclarece. _ É minha mulher.

Nesse momento, Ban tem um vislumbre, pelo canto dos olhos, de um borrão dourado. Olha rapidamente na direção em que pareceu ver os cabelos de Elaine, flagrando a tempo ela empurrando dois homens que discutiam calorosamente, um em frente o outro, como dois cachorros disputando um pedaço de carne.

A ruiva sopra uma lufada de fumaça pelas narinas, rindo.

_ Acho que a sua anã vai se meter numa confusão daquelas, hein.

 

• • •

 

_ Eu vi ela primeiro! _ argumentava Arthur Pendragon, ficando na ponta dos pés para tentar olhar nos olhos de seu adversário, que era vários centímetros maior.

_ Ela é minha. _ Escanor respondeu simplesmente, como se fosse um fato.

Os dois se aproximam ainda mais, cerrando os olhos e os dentes. Então são empurrados para lados opostos, por uma mulher minúscula e visivelmente fora de si. Escanor a encarou, rindo alto.

_ Procure uma pro seu tamanho, Arthur. _ aponta para Elaine, que roubava uma garrafa de um velho que estava desacordado sobre uma mesa de sinuca. _ Aquela ali. Perfeita. _ e então gargalha novamente, chamando atenção de algumas mulheres que o cobiçava.

Arthur não gostou nadinha da brincadeira.

_ Eu quero a Merlin! _ recomeça a discussão.

_ Mas ela já é minha. _ Escanor responde novamente, no mesmo tom de voz presunçoso, como se não houvesse argumentos contra aquele fato. Em seguida, vai até Elaine e a pega por um braço. Ela apenas ri, sem largar a garrafa de conhaque que havia tirado das mãos do dono. _ Fique com essa, porra. _ diz, parecendo um comerciante tentando vender um tapete caro.

Arthur mede Elaine com os olhos, fazendo uma careta.

_ Ela tá bêbada, e nem deve ter dezoito ainda. _ cerra os punhos, decidido. _ Eu quero a Merlin!

Elaine encara a mãozorra que segurava seu braço, depois encara o homem enorme ao seu lado. Gargalha, chamando atenção de Arthur, de Escanor e de quem estivesse a cerca de dois metros de distância.

_ Tá rindo por quê? _ Escanor a questiona com a melhor cara de "homem mau" que tinha. Mas Elaine nem mesmo tentou puxar o braço, ou demonstrou ter se assustado. Continuou gargalhando, já muito embriagada.

_ Você... _ ri, sem conseguir terminar o que queria dizer.

_ Eu o quê? _ quis saber Escanor, apertando os dedos em volta do braço fino da mulher.

_ Tá fodido. _ Elaine continua, chacoalhando-se com as risadas altas que dava. Escanor a larga de imediato, como se tivesse pegado no lado errado de um Babyliss. Supõe que Elaine seja filha de algum mafioso, ou que seja alguma garota de programa nova no ramo e protegida de algum mafioso.

O grandalhão bagunça de leve os cabelos louros, olhando em volta com preocupação. Arthur bufa, voltando sua atenção pra Escanor.

_ Seria ótimo que ela fosse a puta de algum bandido. _ ri cheio de ironia. _ E que você levasse um tiro bem na testa. Eu realmente ia adorar vê-lo sem todo esse seu orgulho. _ sorri, assentindo provocativo. _ Ia mesmo.

Escanor cerra um punho maior que as duas mãos de Arthur. Iria acerta o queixo do menor, o suficiente para deslocar sua mandíbula, mas é empurrado para longe no mesmo instante, ficando desorientado e confuso sobre o que lhe acertou.

Ban segurava o rosto de Elaine com as duas mãos, analisando-o, procurando por qualquer machucado no canto dos lábios ou vestígio de sangue. Quando constata que ela não fora lesada, encara Escanor de olhos cerrados.

_ É melhor você pensar duas vezes antes de agarrar a mulher dos outros. _ rosna.

Jericho havia acompanhado Ban, com um braço enganchado ao de um homem bem maior que ela, porém tão jovem quanto. Estava vestida com as típicas roupas caras das mulheres de Niagara, os cabelos ainda mantidos curtos e cor de lilás.

_ Que diabo você deu pra ela? _ questiona a Ban, observando Elaine agir como uma desvairada. Elaine ria, agarrada a garrafa que roubou. Falava coisas sem nexo, e então voltava a rir.

Ela encara Jericho, ficando séria por alguns segundos. Volta a rir, apontando para o homem que acompanhava ela.

_ Cabelo de cacatua. _ chacoalhar-se com a nova onda de risos, sendo amparada por Ban antes que caísse para trás.

Hauser não dá bola para o comentário. Continua com a testa vincada, se perguntando o que aquela menina estava fazendo num lugar daquele. O que estava fazendo com um homem daquele.

_ Sua mulher? _ Escanor olha Elaine dos pés a cabeça, depois encara Ban. _ Boa sorte com a polícia canadense.

Ban puxa Elaine para mais perto, mantendo-a junto ao seu tórax.

_ Ela tem vinte e cinco. _ explica entre os dentes. _ Vinte e cinco.

_ Estou indo ver Merlin. _ Arthur anuncia, impaciente com aquela conversa sem sentido. Escanor o segura pelos ombros, cerrando os olhos. _ Me largue!

_ Desista!

_ Chame-a! _ Arthur afasta as mãozorras dos ombros, vermelho de raiva. _ Ela vai dizer quem ela prefere na sua cara!

_ Rapazes, não é assim que se conquista uma mulher.

Elaine para de rir ao ouvir aquela voz feminina. Era sedutora, mas não de uma forma forçada, como a da maioria das mulheres dali. Observa curiosa os sapatos de salto, as pernas longas nuas, os quadris largos e convidativos, os seios apertados na blusa um número menor que o ideal e, finalmente, o rosto belo e intrigante.

Merlin era intrigante.

_ Pensei que não estivesse mais aqui. _ Jericho comenta, muito irritada com a amiga. _ Pare logo essa briga, não aguento mais esses dois agindo como animais.

_ Diga pra ele, Merlin! _ Arthur pede, olhando-a com expectativa. _ Diga!

Escanor apenas encarou a mulher de braços cruzados, as sobrancelhas arqueadas, o bigode cheio cobrindo parte da boca.

_ Escolha logo um! _ Jericho a pressiona, encarando os dois homens com visível impaciência.

Merlin apenas sorri, os lábios tingidos de rosa chiclete erguendo nos cantos e as bochechas rubras se salientando no rosto fino.

_ Escolher? _ ecoa rindo anasalado. Engancha um braço no de Escanor, depois no de Arthur. Encara um e outro, rindo um pouco mais. _ Eu não vou escolher nada. Eu gosto dos dois. _ e então se afasta, no meio dos dois homens, sobre os saltos finos e ruidosos que deixavam suas pernas mais longas do que já eram.

Jericho chacoalha a cabeça, observando a amiga sumir com seus dois amores.

_ Gulosa, hein. _ Hauser comenta arqueando as sobrancelhas em admiração.

_ Sempre foi. _ Jericho afirma com um suspiro pesado, chacoalhando a cabeça novamente em desaprovação.

Elaine estava muito quieta. Havia observado Merlin o tempo todo, curiosa. Ban a encara, se perguntando se ela ficaria enjoada se ele lhe desse comida. Crispa os lábios, jogando-a por cima de um ombro e dando um estalado tapa em sua nádega.

_ Vamos embora. Você já aprontou muito por hoje, loirinha. _ ela apenas ri, acenando para Jericho e Hauser quando Ban deu as costas para os dois sem falar nada.

Eles acenaram de volta, olhando-a num misto de surpresa e divertimento.

 

_ Ora, ora. _ Ban encara a garrafa que Elaine havia carregado consigo até o quarto onde estavam hospedados, sorrindo torto. _ Se safou de uma punição, garotinha. É meu conhaque favorito. _ a encara. Ela estava deitada sobre a cama, brincando com uma rolha de vinho como se ela fosse a coisa mais interessante do mundo.

_ Eu roubei de um velho. _ responde sorrindo, sem parar de arremessar a rolha para cima e apanha-la antes que caísse.

_ Que coisa feia. _ Ban cantarola. Ri enquanto abre a garrafa de conhaque, deixando pouco provável que realmente desaprovava a atitude de sua pequena maníaca por verde.

Eles ficaram mais alguns dias em Niagara Parkway, e então partiram para o sul do Canadá, onde alugaram um quartinho minúsculo numa espelunca para estrangeiros desesperados.

_ Aqui. _ uma senhora acima do peso diz ao entregar a chave do quarto na mão de Ban. Cerra os olhos para ele. _ Se quebrar a cama, vai custear o prejuízo.

Não havia elevador, e eles ficariam no primeiro andar. Elaine subia a escadaria de madeira de dois em dois degraus, tentando chegar antes de Ban a qualquer custo. O homem apenas ria de suas tentativas, ficando para trás de propósito. Era mais interessante poder ver a bunda de Elaine num ângulo novo.

Quando ela finalmente alcançou o primeiro andar, saltou para longe da escadaria, correndo para os corredores. Ban sorriu torto, ultrapassando-a num piscar de olhos.

_ Não foi justo. _ Elaine resmungou enquanto ele enfiava a chave na fechadura e abria a porta. _ Você trapaceou! Como me ultrapassou do nada?

_ Eu estava para trás porque queria. _ a responde. Vira a maçaneta, abrindo a porta com um ruído agudo. _ Porque queria ver sua bunda. _ acrescenta entrando no cômodo com uma careta, se perguntando a quanto tempo aquilo não era visitado.

_ Pervertido. _ Elaine baixa as alças da mochila, deixando-a cair no piso de madeira empoeirado. _ Quero comer algo antes de testar essa cama. _ ela se aproxima do móvel, dando um tapa no colchão e tossindo quando uma camada de poeira se misturou ao ar quente do quarto. _ Se a gente sobreviver até lá.

Ban e Elaine teriam que voltar para Tóquio nos próximos três dias para assistirem ao segundo casamento de Eric e Lianne. Iriam cruzar a fronteira do sul do Canadá, para botarem os pés nos Estados Unidos e por fim pegarem um voo para Tóquio, onde Elaine iria correr para arrumar um vestido de festa e Ban iria surtar com as perguntas idiotas do cunhado ciumento.

_ Você disso depois de comer algo. _ Ban se senta, encarando Elaine. _ Depois eu sou pervertido.

Elaine também se senta, arqueando as sobrancelhas.

_ Bem, a gente não testou a cama ainda. _ ela argumenta. _ Fizemos no chão. _ pisca para Ban, levantando-se num salto. _ Agora eu realmente estou faminta.

Ban vestiu as roupas para ir ver o que tinham para comerem próximo dali. Voltou trinta minutos depois, com duas sacolas. A senhora o observou subir a escadaria com os olhos cerrados, como o lembrasse do aviso.

Ele abre a porta, fechando-a e virando-se para dar de cara com Elaine sobre a cama, com uma coisa aninhada no colo. Deixa cair as sacolas que segurava, arregalando os olhos ao perceber o que era.

_ Solta isso, Elaine! _ guincha, fazendo-a tomar um susto de imediato.

Ela sorri largamente segundo depois, como se tivesse achado graça na reação do homem.

_ Olha o que eu encontrei dentro desse armário velho! _ ela segura o bicho e o ergue, mostrando-o a Ban. _ Não é fofo?

Ban abriu a boca, mas tornou a fecha-la por não saber o que responder. Respirou fundo, esfregando a têmpora.

_ Tá vendo essa janela? _ Elaine segue o seu indicador, assentindo ao ver uma janela minúscula aberta. _ Vá até lá e jogue isso.

Elaine fica horrorizada.

_ Não! _ encara a raposa que estava novamente aninhada em seu colo, roendo uma meia surrada de Ban. _ Vai machuca-lo...

_ É uma raposa, Elaine! _ ele se aproxima, fazendo-a abraçar o bicho como se ele fosse de pelúcia. Ban fica mais nervoso. Tem medo que o animal fique arisco de repente, que a morda, que transmita alguma doença incurável e desconhecida. _ Elaine, largue isso... _ tenta mais calmamente, percebendo que não iria conseguir fazê-la largar o bicho se subisse o tom de voz. _ Vamos, garotinha. É uma raposa cinzenta, é selvagem. Não vai machuca-la se pôr ela para fora da janela. Ela se vira.

Elaine faz que não com a cabeça, ainda abraçada ao bicho.

_ É um filhote, Ban! Se está aqui, é porque está desorientado e sozinho. _ põe a raposa no colo, encarando-a com um olhar piedoso. _ Deve ter perdido a mãe numa dessas estradas movimentadas. Não vai saber se virar...

Ban assente, encarando de Elaine a raposa.

_ O que a gente vai fazer com isso?

Elaine o encarou. Sorriu de orelha a orelha, e Ban soube que não iria gostar nada da resposta.

_ Vamos ficar com ela!

• • •

 

Lianne encarou a filha como se fosse a fritar apenas com seu olhar.

_ Antes tarde do que nunca. _ rosna.

Ban encara Elaine de rabo de olho.

_ A gente veio de navio, por isso nos atrasamos.

Elizabeth passa correndo enquanto segura a parte da frente do vestido. Virar-se diante de Diane, mandando-a amarrar o corpete com força. Diane obedece, amarrando-o com tanto forçar que Elizabeth sentiu seus pulmões sendo espremidos.

_ De navio? _ Lianne ecoa, encarando a filha completamente confusa. _ Por que vieram de navio?

Elaine não a responde. Em vez disso, puxa sua mochila para frente, abrindo-a e sorrindo ao puxar o animal miúdo de dentro. Lianne permanece em silencio, olhando o bicho. Pisca, a cor fugindo de seu rosto.

_ Caramba... _ Elizabeth arfa, chegando perto de Elaine. _ Não consigo... respirar direito. _ sorri nervosamente, virando-se para encarar a amiga que a meses não via. Porém seus olhos focalizam o animal que ela segurava junto ao peito, a boca se entreabre inconscientemente. Se volta para Ban, como se pedindo uma explicação ao homem.

_ Nós a adotamos. _ Elaine revira os olhos. _ A achamos no Canadá e a adotamos.

_ Uau. _ Elizabeth sorri, encarando de Elaine a Ban. _ Quer dizer... uau...

A raposinha tinha o tamanho de um filhote de pastor alemão. A pelagem era cinzenta, fazendo jus ao nome de sua espécie. Diferente do que Ban esperava, ela não tentou morder Elaine ou sequer arranha-la com as garrinhas que tinha. Apenas observava tudo ao seu redor com os olhos compridos e curiosos.

_ Elaine... _ Ban murmura cansado, vestindo o casaco verde militar sobre o suéter cinza enquanto encarava a raposa, deitada sobre a cama da mulher. Elaine estava no banho, cantando alto uma música muito popular do México.

Ban crispa os lábios, aproximando-se da cama para tomar o lápis de colorir que o bicho segurava com as duas patas dianteiras, roendo para passar tempo. A raposa o encara com aqueles olhos amendoados e escuros, como se soubesse que Ban não a queria ali. Dá as costas para ele, indo para cima de um travesseiro e aninhando-se lá, continuando a olha-lo por cima da calda felpuda e cinzenta.

Ban bufou, pondo lápis perto dela novamente. Ele não admitia, mas já estava começando a aceita-la.

 

Quatros horas depois, Elaine finalmente ficou pronta. Haviam chegado no dia do casamento, tudo porque Elaine queria trazer a raposa de qualquer forma e não podiam embarcar num avião com o bicho. Ela havia corrido para conseguir um vestido para ocasião, enquanto Ban nem se deu ao trabalho de usar roupas formais. Ele ainda estava irritado por ela ter tido uma ideia tão doida e repentina, mas quando Elaine o abraçou na festa, Ban sorriu, desistindo de se manter duro com ela e abaixando-se para beija-la e borrar seu batom propositalmente.

Na hora de jogar o buquê de margaridas, Diane empurrou Elizabeth, Elizabeth empurrou Diane, um bocado de mulheres começaram a se empurrar até que as flores passaram voando por cima de todas elas e caíram aos pés de Elaine, que ainda estava agarrada a Ban, com os braços em volta de sua cintura, inalando seu cheiro.

Os dois encaram o buquê, depois se encaram com sorrisos idênticos, e então Gowther guincha apanhando as flores e levantando-a sobre a cabeça como um troféu.

_ É a minha vez! _ se joga nos braços de Guila. _ Chorem, garotas!

Elizabeh e Diane rosnam quando Guila passa por elas com Gowther nos braços, mandando beijos para todos ao seu redor. Ban e Elaine apenas continuam rindo, abraçados um ao outro.

Bem mais tarde, quando finalmente grande parte dos convidados já haviam ido embora, e os que restaram estavam bêbados e dançando como nunca dançariam em juízo perfeito, Ban e Elaine foram embora, despedindo-se dos noivos com dois beijinhos na bochecha.

_ Garotinha, não precisa fazer isso. _ Ban comenta vendo-a assar um pedaço de carne suculento. _ É uma raposa.

Mas Elaine apenas sorri, desligando o fogo.

_ É um filhote, Ban. Não tem modos de raposa, não teve tempo pra aprender... _ ela suspira, provavelmente imaginando como a mãe da raposa falecera. _ Eu já tentei dá pra ele crua, mas ele não gosta.

Ban permanecera em silencio enquanto o bicho era alimentado como um filhote de cachorro. Quando subiram para o quarto de Elaine, ainda estava quieto, observando-a tirar o vestido de festa e ir deitar-se com ele.

Elaine dormiu pouco tempo depois. Ban ficara observando seu rosto adormecido, acariciando suas bochechas e eventualmente beijando sua testa. Até que a raposa surgiu, parecendo se preparar para saltar para cima. Porém percebeu Ban a encarando e desistiu. Deitou-se onde estava _ no chão, sobre um tapete felpudo cor de rosa.

Ban suspirou, esticando-se por sobre Elaine com cuidado para não acorda-la. Apanhou o animal com as duas mãos, o colocando ao lado da mulher e voltando a se deitar com outro suspiro cansado. Ele ficara o encarando desconfiado, até que Ban sorriu antes de adormecer.

Lá fora, uma chuva repentina despencava. Muito lentamente, a raposa aproximou-se mais de Ban, ficando entre o homem e Elaine, e por fim também dormiu, aconchegada e satisfeita.

 


Notas Finais


Vestido que a Elaine usou: http://weheartit.com/entry/248321390/search?context_type=search&context_user=mariannescarneiro10&page=2&query=vestido+de+festa
Look do Ban: https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/736x/2b/00/36/2b0036d9b7a4be0276f6f1b1af03cb6b.jpg
Raposinha: http://www.babyanimalzoo.com/wp-content/uploads/2012/08/gray-fox-baby-3561367265_093313316f1.jpg

Primeiramente, obrigada a cada um que favoritou a Salve-me, a cada um que deu uma chance pra minha história, a cada comentário, e até os leitores fantasmas, OBRIGADA 💞💞💞
Eu realmente amei escrever essa fic, me emocionei, ri e chorei, foi realmente muito bom escreve-la, e muito bom perceber como ela foi aceita por vocês. Eu tenho planos de escrever mais sobre BanLaine, principalmente Ones e histórias curtinhas, fiquem ligados que mais pra frente vem novidade!
E é isso... até mais, cabritos ;w; Obrigada novamente a todos vocês, beijão da tia 💞💞💞💞💞💞


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