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História Same Mistake - Capítulo 08


Escrita por: Nataly-S

Notas do Autor


Olá, me desculpem pelo atraso! Este capítulo foi um tanto difícil de ser elaborado. Espero que vocês gostem.
Feliz ano novo!

Capítulo 8 - Capítulo 08


Fanfic / Fanfiction Same Mistake - Capítulo 08

 

Acredito que, nos apaixonamos apenas uma vez na vida, aquela intensidade não será repetida e, os próximos relacionamentos serão apenas uma sombra perseguindo o primeiro amor.

Sakura Haruno.

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Sasuke!

Puxei minha mão rapidamente e a pus dentro do bolso do jaleco. Mikoto caminhou até a outra lateral da cama e debruçou-se sobre o filho, abraçando-o com cuidado. Sasuke desviou seus olhos dos meus para olhar Mikoto que acabava de ficar ereta segurando sua mão.

Afastei-me quando ela começou a pedir se ele estava sentindo alguma dor, e fui em direção ao seu relatório, passei rapidamente os olhos por todas aquelas letras. Shizune não contou o que houve bem certo com Sasuke.

— Sakura? — levantei meus olhos para Mikoto.

— Olá, Mikoto... — forcei um sorriso, ela não esboçou expressão alguma. Sasuke também me observa.

Voltei a ficar ao lado de Sasuke, chequei seus batimentos cardíacos com o estetoscópio.

— Não é você que está cuidando dele, não é?

— Não. Mas, estou de plantão no momento. — batimentos cardíacos estão bons. Retirei o medidor de pressão analógico do outro bolso do jaleco, e medi a sua pressão.

— O que aconteceu comigo? — a voz dele saiu baixa, meio grogue ainda.

— Bom, no acidente você sofreu uma lesão no abdômen causado por uma ferragem do banco do carro. Houve pequenos danos nos músculos, mas com a ajuda da cirurgia, está tudo bem.  — os dois me encaravam, respirei fundo e continuei. — Também teve um pequeno corte na testa e um no antebraço direito. Sorte sua por estar usando cinto de segurança. — removi o medidor de pressão do braço direito. — Pressão está boa.

— Não sabia que você tornou-se médica e, ainda mais, trabalha aqui. — comentou Mikoto. — Está muito bonita, Sakura. — senti um pouco de vergonha. Sasuke fechou os olhos.

— Obrigada. — ela meneou a cabeça. — Sasuke ficará bem, não se preocupe. Apenas, precisa manter-se em repouso.

— Obrigada. — ela pôs a outra mão em cima da dele, segurando com as duas mãos. Lançou-me um pequeno sorriso.

— Vou deixá-los á sós. — Mikoto apenas fez um gesto com a cabeça enquanto Sasuke abriu os olhos e me fitou. — Boa noite. — meus olhos caíram aos dele, Sasuke ainda me olhava meio atônito.

Arrastei meus pés para fora do quarto e fui direto para o vestiário me trocar. Um alívio preenchia cada célula do meu corpo, estou tão feliz por ele estar bem que, sinto meus lábios se repuxando para um sorriso. Meu carro está concertado e, graças á Deus, posso ir e vir sem me estressar com os transportes públicos.

Chegando ao meu apartamento, dou de cara com Sasori sentado no sofá lendo um livro. Merda. Esqueci-me de como o tratei durante todo o dia, realmente eu mereço um prêmio da mais estúpida das namoradas. Sasori levantou os olhos assim que tranquei a porta, ele fechou o livro sob o colo e cruzou os braços.

— Precisamos conversar.

Respirei fundo, mas concordei. Sentei-me no sofá á frente de dois lugares, larguei a bolsa ao meu lado e me preparei psicologicamente para lhe contar quem realmente Sasuke é, ou melhor, foi.

— Aquele cara não é apenas seu amigo, certo? — concordei com a cabeça, Sasori não ficou surpreso. — Sabia.

— Ele é meu ex-namorado. — ele franziu a testa.

— Não era Kakashi seu ex-namorado?

— Sasuke foi antes de Kakashi... Namoramos quando eu tinha quatorze anos...

— Porra. E todo aquele teu desespero no hospital foi por um namoradinho de merda da sua adolescência?

— Concordo com o termo “namoradinho de merda”. Mas, não foi só isso. Sasuke me deixou por outra, dias depois descobri que estava grávida e, após 14 semanas de gestação acabei perdendo o bebê. — Sasori passou a mão direita sob o rosto, respirou fundo. — Ah! E também, antes de terminarmos, fizemos tatuagem um para outro.

— Ele sabia da gravidez?

— Não. — Sasori soltou um palavrão bem baixinho.

— Suponho que seja aquela mancha que você disse que havia sido uma tatuagem boba de adolescente.

— Exatamente. — ele suspirou.

— Porque não me contou?

— Sobre a tatuagem? — massageei minhas têmporas, a exaustão está me consumindo.

— Sobre tudo isso Sakura. Porque mentiu dizendo que ele era apenas um amigo?

— Mas ele-

— Não, Sakura! Chega de mentir! Todos viram seu comportamento, existem provas suficientes para comprovar que você não o enxerga apenas como um amigo! — disse cortando-me. Levantou-se do sofá, ameaçou a dar um passo para ficar próximo de mim, mas hesitou. — Eu quero um tempo. Vamos dar um tempo no nosso relacionamento, ficou muito claro pra mim que você ainda nutre sentimentos por aquele cara. Não vou forçá-la a ficar comigo, eu te quero por inteira. Sou egoísta em querer seu coração só pra mim, Sakura. — bagunçou os cabelos, respirou fundo e prosseguiu. — Eu iria lhe pedir em noivado, mas agora está tudo muito confuso. Apesar de que meus sentimentos continuam os mesmos por ti. Quando você souber realmente o que quer, me procure Sakura.

E após dizer tudo isso, ele caminhou até a porta e foi embora. Realmente, eu não sei o que estou fazendo da minha vida. Até alguns dias atrás, eu podia jurar que, estava tudo em ordem, tudo em paz!

Sasuke é como um furacão em minha vida deixando-a totalmente de pernas para o ar, sem estrutura alguma para aguentar todo o resto. Eu tenho que levantar tudo sozinha, aguentando todo o peso que ele causou. Na verdade, estou sendo ridícula. Sasuke não tem culpa de nada, quem fez merda dessa vez foi eu.  Não deveria ter feito aquela ceninha toda no hospital, muito menos ter deixado Sasori sozinho.

Que droga. Sasori iria me pedir em noivado! Céus!

Levantei-me do sofá, pois são quase quatro da manhã, e eu não me aguento em pé. O sono e a exaustão estão me matando, tudo que preciso é um banho e relaxar.

...

 

Sasuke recebeu alta á uma semana depois que foi operado. Não consegui visitá-lo nesse tempo em que ficou em repouso, tive que estudar para a especialização e também a correria diária no hospital não me deu uma trégua. Fiquei frustrada por não ter passado em seu quarto, de não ter dado uma escapulida das vigias de Kurenai ou Shizune, eu realmente queria vê-lo novamente, nem que fosse por alguns minutos.

Mas, o importante é que, ele está bem.

Sem falar que, também não tive tempo para lidar com Sasori. Ou melhor, não nos falamos desde o dia em que ele pediu um tempo, faz quase duas semanas. Meu namoro está indo por água baixo por consequências minhas. Ainda não sei o que fazer. Realmente gosto do Sasori, gosto muito, temos um ótimo relacionamento... Mas, Sasuke ainda me perturba. Deus! Mas que doença eu tenho!? Que obsessão é essa que não me larga?

Depois de tantos dias conturbados, hoje eu estou livre para descansar e fazer algo do meu agrado. A sexta está quase terminando, resolvo dar uma corrida pelo quarteirão. Nada como refrescar a mente. Coloquei os fones nos ouvidos e saí correndo sem rumo, mas me arrependi assim que deixei o primeiro quarteirão para trás. Esqueci que o frio está terrível, as pessoas até me olhavam como se eu fosse maluca por estar correndo contra o vento gélido. 

Segui mais um quarteirão e dei a volta, não vou arriscar minha saúde. Apesar de que, por estar em movimento, o frio não me incomoda tanto assim. Um carro estacionou logo à frente, um homem sai e encosta-se ao capô cruzando os braços. Engoli em seco, assim que fiquei próxima o suficiente para reconhecer que é Sasuke.

— Está querendo pegar um resfriado? — disse quando cessei os passos á sua frente retirando os fones de ouvido.

Sasuke não está usando seus costumeiros ternos escuros, e sim, uma calça de moletom preta e um casaco cinza. Posso dizer que, ele fica mais bonito assim, despojado. Muito bonito mesmo.

— Apenas um descuido. Você está bem? — ele descruzou os braços e abriu a porta do carro.

— Estou. Vamos, eu lhe faço um chá.

 

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Sasuke

 

Sakura hesitou de imediato. Seus lábios estão arroxeados, alguns fios rosado escaparam do elástico que está prendendo seus cabelos no alto da cabeça, como um rabo de cavalo. Ela ainda olhou para os dois lados, mas arrastou os pés para fora da calçada, arrodeou o carro, abriu a porta do carona e entrou. Entrei e fechei a porta, acelerei o carro e peguei o caminho do meu apartamento.

— Meu apartamento não fica longe daqui, poderíamos ir lá. — ela comentou enquanto colocava o sinto de segurança.

— Acabei de vir do supermercado, as carnes vão descongelar e o carro vai feder. Isso será uma dor de cabeça que eu quero evitar, não me leve a mal.

— Certo...

Não é uma mentira, os peixes já fedem por natureza, imagina se passar muito tempo em ambiente fechado, não posso passar pelo transtorno de pegar taxi. Foi engraçado como eu a reconheci de longe correndo pelas calçadas, Sakura só poderia estar perdendo o juízo ao correr nesse frio. Mas, não é só isso que me incomodou. Ainda lembro-me do seu olhar, do seu singelo toque em minha mão. Ainda lembro como sua pele estava tão quente, sem falar que, ela ficou feliz por me ver bem naquele dia no hospital.

Isso é uma novidade para mim, pois não fomos nem um pouco agradáveis um com o outro, antigamente. Ou melhor, Sakura não fora. Eu errei quando ainda erámos adolescentes, uma burrice tremenda. Como eu pude trocar Sakura por Rin? Jesus... Entendo que, Rin não é uma pessoa ruim, ou muito menos feia. Mas, Sakura foi àquela garota que realmente mexeu comigo, eu a amei de verdade! Fui muito imaturo, não soube lidar com meus sentimentos.

Ao chegar, peguei as compras do porta malas e fomos direto para o elevador. Chegando ao apartamento, ela me ajudou a guardá-las. Enchi um bule com água e pus para ferver, enquanto isso Sakura colocava os saquinhos de chá nas xícaras.

— Vou pegar algo para te esquentar. — sugeri saindo da cozinha, ela balbuciou alguma coisa da qual não entendi.

Subi as escadas e fui ao quarto, peguei um moletom e tornei a voltar para a cozinha. Sakura está sentada em um dos bancos de frente para a bancada.

— Tome, se vista. — ela hesitou.

— Sasuke... Você tem uma noiva. Não é nem um pouco legal tudo isso, apesar de não estarmos fazendo nada de mais. Mas, não é bem assim que as coisas funcionam... — levantou-se do banco e ficou em pé á minha frente. — Por um deslize esqueci-me desse fato. Desculpe-me.  — coçou a testa e fechou os olhos rapidamente, sussurrou um “merda”, e logo tronou abrir os olhos novamente. — Não quero causar problemas, vou embora.

Sorri de lado. Eu a achava tão engraçada quando soltava palavrões, Sakura era tão delicada que, não combinava com ela aquele linguajar. Mas, as coisas mudam e, hoje, Sakura não possui mais aquela imagem inocente. Não é de fato ruim, a maturidade lhe deixou mais bela ainda.

— A minha ex-noiva me deu um pé na bunda, praticamente. — ela franziu o cenho. — Foi embora, não mora mais aqui. — dei de ombros. — E mesmo que eu estivesse noivo, não vejo nada de mais em tomar um chá contigo.

Sakura soltou o ar pela boca, e pegou o moletom da minha mão e o vestiu.

— Obrigada. — a água já estava fervendo, despejei em nossas xícaras e Sakura adoçou o seu. Sentamos um ao lado do outro. — Está cicatrizando os pontos da cirurgia?

— Sim.

— Sente dores?

— Um pouco, mas os remédios que Shizune passou ajudam muito.

— Ótimo. — olhei-a pelos cantos dos olhos, ela se mantinha concentrada em algum ponto na pia. Voltei a olhar a xícara de porcelana.

— Porque escolheu obstetrícia? — consegui sua atenção, senti seus olhos em mim. Levei a xícara aos lábios e beberiquei do chá amargo de gengibre.

Sakura demorou alguns segundos para responder, rolei meus olhos até ela. Não tenho certeza, mas acho que ela escolheu essa área por causa do aborto que teve quando era mais jovem.  Parece que está escolhendo as palavras certas para me responder.

— Bom, se não quiser, não precisa falar. — ela sorriu de lado.

— Acho que você sabe o porquê. — pigarrei e tomei mais um gole do chá, sem desviar meus olhos dos dela. — Mas, não foi só pela minha perda. Durante a faculdade, peguei o gosto por cirurgias, mas eu queria desesperadamente seguir na área cardíaca. Mas, quando consegui entrar para me tornar residente, durante esse tempo, peguei mais gosto por obstetrícia. A cardio não era mais tão emocionante quanto salvar bebês e suas mães.

Ela sorriu com leveza após terminar, seus olhos estão até brilhando com toda essa explicação. Coloquei a xícara de volta no balcão, meu chá acabou.

— Eu não levaria jeito algum para me tornar médico.

— Talvez esteja enganado.

— Com certeza não estou. — ela sorriu mostrando os dentes. — Não sei nem ao certo se, ser engenheiro é a profissão ideal para mim.  Acho que tudo que eu queria é fazer nada, sabe? Sem estresse, sem gente enchendo o saco, muito menos incômodos desnecessários que passamos pelo dia-a-dia. — ela riu.

— Pensei que você fosse falar que queria ser musicista, cantor famoso e essas coisas. — soltei uma risada pelo nariz.

— Não sou aquele moleque idiota querendo ser um astro do rock. — o sorriso dela aumentou.

Observei seus gestos ao levar á xícara aos lábios, notei quando engoliu o chá, devolveu a xicara ao balcão e abriu a boca. Eu não escutei uma palavra sequer que saiu dos seus lábios. Reparei em como eles continuaram os mesmo que roubei um beijo, os mesmos que me beijavam com tanto carinho, aqueles lábios que eu dormia e acordava pensando neles. Os verdes dos seus olhos me lembravam do verão, tão calorosos e acolhedores. Lembro-me a primeira vez que a vi no colégio; não consigo lembrar-se do cheiro da sua pele, mas sim de calor que emanava dele quando nossos corpos se conectavam. Uma sensação estranha dominou meu corpo, uma sensação de falta. Sakura foi à garota mais bonita que um dia encontrei, ela possui uma beleza diferenciada, não sei explicar. Quando namorávamos eu a achava tão bonita por dentro quanto por fora.

Uma agonia se apossou de mim. Todos aqueles sentimentos trancafiados a sete chaves dentro de mim começaram a aparecer novamente. Não... Não pode ser. Isso não pode acontecer novamente. Não posso amá-la mais uma vez, Sakura não me daria chance alguma.

 Ela ainda falava com um sorriso nos lábios, eu sei que vou estragar todo esse nosso momento confortável, sempre estrago as coisas. Mas, Deus, me perdoe. Eu não consigo segurar a sensação de tocá-la novamente, quero sentir a sua pele, nem que for por um mero toque nas mãos.

Levantei minha mão direita até a altura do seu rosto, Sakura calou-se ao ver meu movimento, seus olhos me fitam surpresos. Não precisei esticar muito o braço, Sakura estava bem ao lado á apenas quarenta centímetros de distância. Encostei as pontas dos meus dedos na maçã do seu rosto, está quente. Os olhos dela arregalou-se como se houvesse levado um susto. Deslizei os dedos até minha mão encostar-se inteira entre a bochecha e a mandíbula, fiz um leve carinho com o dedo polegar próximo ao seu olho esquerdo. Ela ainda permaneceu estática, com os olhos cravados aos meus.

Arrastei minha mão para a lateral do pescoço, emaranhei as pontas dos dedos nos fios de cabelos; subi de volta para o rosto, mas com o mesmo processo de deslizar a mão, meu polegar contornou seus lábios. Estão secos pela friagem que tomara. Fiquei alguns segundos observando meu dedo sobre os lábios, enquanto se passava um filme de todas as vezes que eu a beijei.

Engoli a saliva, preciso beijá-la. Mas, tenho quase certeza se o fizer, não vamos ter essas conversas agradáveis, temo que voltemos a ser como gato e rato.  Eu preciso arriscar. Porém, não vou forçá-la como da última vez. Retirei a minha mão do seu rosto.

— Eu realmente quero te beijar neste exato momento, Sakura. — subi meus olhos para os dela que, ainda estavam em choque. — Não vou fazer nada que não queira. Não vou ser o cara que irá estragar seu relacionamento com o seu namo-

Sakura pôs os dedos indicadores e do meio sobre meus lábios fazendo-me calar. Seus olhos já não demonstraram aquela surpresa repentina.

 

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Sakura

 

Estou tão ciente quanto ele em relação ao meu namoro. Estou me sentindo péssima, para falar a verdade sobre Sasori. Eu sei que não posso brincar com os sentimentos alheios, eu me sentiria péssima. Na verdade, já fui a traída e sei muito bem como é a sensação. O mais engraçado disso tudo é que, estou prestes a trair meu namorado com o cara que me traiu. Meu relacionamento com Sasori, sem duvidas, foi o melhor que já tive. Porém, nada disso justifica o que estou querendo fazer neste exato momento. Só que, Sasori foi desaparecendo da minha da mente, assim como tudo que é em relação á ele.

Tudo isso é uma loucura.

Eu me arrependi dos meus atos no passado e, não quero mais conviver com arrependimentos novamente. Não quero saber das consequências. Eu sei que estou seguindo o caminho errado. O toque dele me deixou querendo fazer uma busca insana á procura daquele Sasuke que eu conhecia. Ou melhor, para conhecer essa versão mais velha do cara que já fui apaixonada. Do cara que, sempre esteve guardado dentro de mim. Acredito que, nos apaixonamos apenas uma vez na vida, aquela intensidade não será repetida e, os próximos relacionamentos serão apenas uma sombra perseguindo o primeiro amor.

Estou passando por cima dos meus próprios princípios, não quero saber se ele continua sendo um cretino, muito menos se é confiável. Apenas, quero e desejo tocá-lo. Meu Deus, como eu quero sentir Sasuke outra vez. Eu já me magoei bastante com ele, se der tudo errado, sou veterana em me levantar e começar tudo de novo. Eu realmente não estou pensando com clareza.

Os olhos escuros piscaram lentamente ainda me observando, talvez estivesse esperando que eu lhe dissesse ou fizesse algo. O antigo Sasuke não pediria um beijo, ele não seria tão gentil assim. E, realmente, Sasuke pode estar me enganando, mas eu também não sou a Sakura de antigamente.

— Por favor, não me peça mais nada.

Desci do banco e nem cheguei a dar um passo completo para ficar próxima á ele. Sasuke está sentado com as pernas abertas, me enfiei entre elas; levei as mãos ao redor do seu rosto, ele fechou os olhos ao senti-las, mas logo tornou a abri-los. Tive que ficar nas pontas dos pés para conseguir deixar nossas bocas á mesma altura; Inclinei o rosto na sua direção, rocei meus lábios aos dele.

— Não diga mais nada.  — sussurrei sobre seus lábios.

Neste momento, Sasuke afastou-me com delicadeza e desceu do banco. Segurou meu rosto com a mão esquerda e com a direita puxou a minha cintura de encontro ao seu corpo. Agarrei seus cabelos da nuca com uma mão e a outra levei para lateral do rosto. Nossos lábios roçaram-se, Sasuke lambeu meu lábio inferior e eu iniciei o beijo chupando a sua língua. O beijou iniciou tão afoito e faminto que, algumas vezes parece que estamos comendo um ao outro. Minha respiração está pesada, mal consigo respirar direito, mas sinto uma leve tristeza em nos separar. Apesar das nossas línguas estarem travando uma guerra contra a outra, isso me deixou excitada. Uma onda de felicidade invadia-me, era como se eu estivesse esperando por isso a vida toda.

O fôlego falou mais alto, nos separamos por poucos centímetros, Sasuke colou a testa na minha. Fixei meus olhos aos deles, não me cansei de achá-los lindos, apesar de tanta frieza que ainda carrega neles. Sasuke avançou novamente, porém, dessa vez o beijo não estava tão afoito. Fiz um carinho com a minha língua na dele, ele a chupou. Logo depois, mordi seu lábio inferior e, Sasuke começou a me empurrar para trás até que minhas costas encostassem á parede.

Imprensou-me com seu corpo e interrompeu o beijo para descer os lábios por meu pescoço. Fechei os olhos e soltei um inaudível gemido pelos lábios quando ele roçou os dentes na lateral do pescoço. Sasuke distribuiu lambidas e beijos por todo o meu pescoço, subiu e mordeu de leve a ponta da minha orelha. Meus pelos eriçaram ao sentir sua respiração ofegante ao pé do ouvido.

— Abra os olhos Sakura, quero que você me veja.

Uma corrente elétrica percorreu pelo meu corpo ao escutá-lo sussurrar em meu ouvido. Fiz como ele pediu, Sasuke tornara a ficar de frente para mim. Segurou a borda do moletom e começou a puxá-lo para cima, ergui os braços para facilitar a saída do mesmo. Sinto-me estranha, é como se fosse minha primeira vez novamente, sendo que esta, fora com Sasuke também. Além de retirar o moletom, Sasuke soltou o elástico dos meus cabelos.

— Quero você sem nada! Tudo o que estiver usando, eu vou tirar. — a voz grossa me fez estremecer.

Tenho quase certeza que ele vai me achar uma desesperada, pois tudo que está fazendo ou falando, meu corpo está adorando. Segurou a borda da minha camisa e retirou do corpo, analisou meus seios presos pelo sutiã. Porém, antes que eu fizesse qualquer coisa, ele segurou minha mão direita e me conduziu até a sala de estar, paramos em frente ao sofá.

— Sente-se.

Eu obedeci. Estou me sentindo uma bonequinha em suas mãos, mas ao mesmo tempo todo esse seu tom autoritário está me deixando bastante curiosa para o que ele irá fazer. Sasuke se joelhou em cima do tapete felpudo de cor creme á minha frente, ergueu meu pé direito e começou a desamarrar o cadarço do tênis, retirou e depois foi à vez da meia. Seguiu o mesmo processo para o pé esquerdo, suas mãos foram parar no cós da minha calça de ginastica, mas antes de puxá-la para baixo, meu celular toca.

Os olhos de Sasuke pousaram nos meus, foi como acordar de um sonho. Estou me sentindo ridícula em partes.  Mas, tão rápido veio à incerteza, logo foi embora. Eu realmente estou acreditando que Sasuke mudou. Todos nós sofremos e erramos. O toque tornou a repetir, segunda ligação.  Não quero atender, tenho quase certeza que seja Shizune, mas Sasuke suspira e se levanta indo até o balcão da cozinha, pega meu celular e o me entrega. Quase gritei de tanta frustração. Sinceramente, eu quero jogar o celular no lixo e voltar para o que estávamos prestes a fazer.

— Esqueci que você é médica. Não deve ser qualquer ligação.

Realmente, este não é o Sasuke que conheci. Até me sinto uma péssima profissional ao julgar que estava querendo cair em seus braços e dar um adeus para quem quer que fosse que precisa da minha ajuda.

O visor mostrara a foto de Ino.

— Ino, o que houve? — Sasuke caminhou para a cozinha e o vi enchendo um copo de água.

— Precisamos de você aqui, agora! Eu te bipei umas dez vezes!

— Não estou em casa no momento... O que aconteceu? — comecei a calçar os tênis.

— Tem cinco vítimas de tiroteio e três com feridas por armas brancas. — merda.

— Estou indo.

Acabei de amarrar os cadarços e levantei-me apressadamente. Talvez fosse melhor assim, não ter acontecido que estava para acontecer, estamos indo muito rápido. Preciso pensar com clareza, explicar as coisas para Sasori e conhecer melhor este Sasuke.

— Eu te levo, preciso avisar Madara sobre alguns projetos.

 

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Sasuke

Sakura recebeu outra ligação no caminho, Ino novamente. Assim que chegamos ao hospital, caminhamos apressadamente para o elevador e, um deles ao se abrir, o namorado dela aparece.  Ele nos olhou dos pés á cabeça e torceu o nariz.

— Acho que você já fez a sua escolha. — disse olhando para Sakura que, respirou fundo.

— Sasori eu não tenho tempo para discutir sobre isso agora. — a voz dela saiu em um tom calmo, mas se reparasse bem, dava para perceber a impaciência ao fundo.

— Sinceramente Sakura, eu não ligo. Você prefere o merda que te de deixou á troco, um namoradinho da adolescência que nem sabia que a engravidara.

Primeiramente, esse cara tem retardo. Quem ele acha que é para falar todas essas lorotas? Puta merda viu. Se esse otário abrir a boca mais uma vez, não me responsabilizo pelos meus atos.

— Sasori, eu estou prestes a encarar a emergência! Será que podemos conversar descentemente outra hora? 

— Você é um merda, sabia? Qual é a tua? Fode com a vida das pessoas e vem bancando o arrependido depois de anos? — o cara ignorou Sakura e dirigiu-se diretamente á mim.

— Pelo amor de Deus... Não sou obrigada a passar por isso, sério. — ela resmungou apertando umas dez vezes o botão do elevador, pois o que o Sasori saiu já havia fechado a porta.

— Não percebeu que está fazendo um showzinho desnecessário? Sério cara, está sendo patético. — obriguei-me a retrucar algo, mas minha vontade é dar-lhe um soco para calar de vez a maldita boca.

 Sasori partiu pra cima de mim, que merda essa cara tem na cabeça? Porra, e ainda levei um soco no canto da boca por ter sido pego de surpresa. Lamentável. É esse nível de namorado que Sakura arrumou? Tsc. Foda-se todo o papo de ética e moralidade, parti pra cima dele também, consegui socá-lo no canto do olho esquerdo. Porém o imbecil é mais ágil e me deu um chute na panturrilha e depois um soco no abdômen. Caralho!! A sutura da cirurgia ardeu. Fechei meus olhos pela dor que veio logo em seguida e pus uma das mãos em cima.

— Para com isso Sasori, ele foi operado um dia desses!— escutei Sakura. Abri os olhos e a vi na minha frente, me defendendo.

Mas que droga, puta que pariu.

— Você vai defendê-lo? — o peito do ruivo subia e descia com a respiração ofegante.

— Olha o seu estado! — ela retrucou.

— Tudo bem, Sakura! — ele levantou as mãos para o alto. — Estou fora. Faça o que quiser com esse canalha.

Dei dois passos á frente, mas Sakura segurou meu braço, impedindo-me de esmurrar a cara daquele patife. Trinquei a mandíbula, quero xingar e bater tanto nesse puto que ele não faz ideia. Sasori observou quando ela me tocou, fechou os punhos com tanta força que dava para ver os nós brancos dos seus dedos. Quase sorri de puro escárnio.

— Se você quiser conversar com calma, me procure. — foi tudo que ela disse antes de me arrastar para o elevador que acabava de abrir. As portas fecharam-se e ela respirou fundo. — Antes que eu vá para a emergência, deixe-me ver se ele o machucou na sutura.

— Estou bem.

— Tsc. Não estou com paciência para teimosia, Sasuke! — o tom de voz dela aumentou, chegou a dar um eco irritante ali dentro.

Não protestei mais, assim que chegamos próximo à emergência Shizune aparece e franze o cenho ao nos ver.

— Está atrasada!

— Eu sei, me desculpe. — suspirou. — Pode dar uma olhada na sutura da cirurgia dele? — apontou pra mim. Shizune arqueou uma das sobrancelhas. — Sasori fez besteira. 

— Jesus! O que está acontecendo com os médicos deste hospital!? — Sakura deu de ombro.

— Estou indo. — ela não me olhou, apenas nos deixou sozinho ali no corredor.

 

Eu realmente pensei em esperar, ou conseguir seu número e enviar alguma mensagem banal, mas no fim, não fiz nada. No fundo, entendo a conturbação que ela deve estar passando. As palavras maldosas do namorado devem estar perturbando-a, sem falar do fato que, nos beijamos. Eu estava louco para transar com ela no meio da sala se pudesse. Seria hipocrisia não dizer que, Sakura sempre mexerá comigo. É como uma droga, se eu me aproximar demais, sofrerei por abstinência.

Não a vi durante dois meses, ainda tive que lidar com as coisas que Yugao deixou no meu apartamento, despachar as roupas que ficaram para trás e joias. Livrei-me daquelas duas telas ridículas que ela escolhera como decoração e, também, de uma escultura em ferro que sempre me deu calafrios. Obito aceitou as telas e a escultura, disse que aproveitaria para dar de presente a Rin.

Quando pensei que havia conseguido adormecer o fantasma de Sakura na minha cabeça, ele torna a acordar e me assombrar a cada passo ou lugar. A agonia de não tê-la veio à tona. Cheguei a vê-la no supermercado, mas não era ela; também tive a impressão que a vi sentada no sofá, mas tudo não se passava de uma imaginação fértil; sem falar que, jurei tê-la visto no parque enquanto corria, mas era outra mulher de cabelos coloridos.

Sakura.

Sakura.

Sakura.

Lá estava esse nome novamente dominando a minha mente. Acordar e dormir pensando no que ela poderia estar fazendo, se eu deveria ir atrás ou, der um tempo. Além do mais, fui o pivô da briga que tivera com o namorado. Só em pensar naquele otário, meu sangue ferve. Sempre foi assim, durante esses anos eu vivi anestesiado para não pensar sobre Sakura com outros homens. Eu tive que me torturar, pois foi culpa minha por deixá-la escapar. Perdi um amor arrebatador, não foi qualquer paixão que tive por ela, foi algo tão grande que chegava a sufocar.

Eu neguei a mim mesmo sobre o amor que sinto por ela. Parecia mais fácil lidar com aquela dor maldita e incômoda, negar sempre fora mais fácil. Mas, o nosso beijo abriu as portas e derrubou as barreiras que construí para manter os meus sentimentos bem escondidos.  E tudo que eu quero é poder tê-la. Ou melhor, sempre quis.

Depois que tive a proeza de cometer a pior burrada da minha vida em deixar Sakua; além de traí-la e querer arrancar desesperadamente aquele sentimento tão imenso do peito, meus relacionamentos nunca deram certo. Não durou mais que três semanas com Rin, e Karin foi o namoro mais duradouro depois de Sakura. Porém, eu não podia retribuí-la com vigor o amor que sentia por mim, nosso relacionamento tornou-se instável, Karin era como uma cobra atrás de veneno. Se eu não lhe dava atenção, ela faria algo para querer me magoar. Ela me perguntava sobre a tatuagem, mas nem ao menos bêbado conseguiu o nome por detrás das siglas SH. Sakura era uma feriada aberta, eu podia me drogar o quanto fosse, mas ainda assim, não conseguia falar sobre ela. Sobre o meu maldito erro.

Ainda posso me lembrar do dia que a reencontrei naquela festa dos calouros. Karin estava me enlouquecendo com seu ataque de ciúme repentino, Naruto e Kiba resolveram trazer mais pessoas para o nosso camarote tornando-se uma completa desordem. Aquilo tudo estava me enfurecendo, a primeira brecha de ar que tive dos braços de Karin, desci para o bar da pista e, ao chegar lá vejo um cabeleira rosa. Lembro-me que, senti meu coração na boca e entrei no estado de negação.

 

Não. Não pode ser ela.

A garota está de costas, o vestido longo e colado ao corpo me deu uma imagem privilegiada do seu traseiro empinado. Mas uma mão masculina repousava em sua lombar e, ao notar isso, meus olhos tornaram a subir até enxergar que ambos estavam se beijando.

Porra! Não pode ser a Sakura. NÃO. PODE. SER.

Se alguém me ver aqui os observando, irão me chamar de maluco, ou provavelmente “Sasuke estava tão bêbado que estava apreciando a pegação alheia”. Mas, que se foda os outros! Eles pararam de se beijar e, porra! Deidara?

— Eu adoro essa música!

Merda.

É a Sakura.

De todos os lugares, nunca pensei que reencontraria em Suna. Quando namorávamos, Sakura dizia não querer morar aqui, gostaria de fazer faculdade nas redondezas de Konoha, pois seu espirito sempre pertenceria á cidades pacatas, os movimentos das grandes cidades não lhe interessam.

Deidara riu. Mas que filho da puta. Sakura começou a gesticular as mãos, um tanto afobada e, por fim, gargalhou. Eu ainda posso lembrar-me do calor que sentia ao escutá-la rir, de como seus olhos brilhavam e as bochecham coravam logo em seguida.

— Sério! O nome dela é -

— Seven nation army.

Não aguentei. Eu tive que intervir. Quero ter a certeza de que é realmente ela no meio desse caos e, de fato, é ela. Sakura ao se virar ficando de frente á mim, mostrou-se tão surpresa quanto eu, quando enxerguei seus malditos cabelos. Um flash de imagens do nosso namoro passou diante dos meus olhos, eu queria poder pedir perdão e dizer como ela está linda. Como ficou ainda mais linda. Mas, Deidara abriu à boca me trazendo a realidade; sem falar que, o fato de um dos braços dele estar em torno da cintura dela me deixou enojado.

Sakura me encarava com misto de surpresa e mágoa, não esperei que um dia fosse me olhar de outra forma, eu realmente estraguei com tudo. Ela entreabriu os lábios sussurrando algo que, só Deidara pode escutar devido à aproximação deles, sem mais nem menos, deram as costas e sumiram entre as pessoas. A ferida adormecida resolveu me incomodar com aquelas pontadas irritante que senti frequentemente depois que eu terminei com tudo.”

 

Depois que fui para Londres, através das redes sociais e dos mesmos círculos de amizades, vi uma foto que Sai postara uma vez dele com Ino, Sakura e o mesmo velhote que ela estava acompanhada no nosso último encontro. Depois de vê-la com aquele cara grisalho, foi a minha deixa. Não busquei mais por notícias dela, até mesmo excluí a porra do facebook. Meus relacionamentos foram de mal a pior, o mais duradouro foi com uma garota chamada Louise, namoramos por quatro meses. E então. só depois, Yugao.

Eram quase oito horas quando Sakura apareceu diante da minha porta, a expressão perturbada em seu rosto me deixou atento. Pedi para entrar e ela aceitou, fechei a porta e caminhamos até o sofá, onde ela se acomodou. Estou sentindo que, não virão coisas boas. Sakura não viria aqui para me dizer coisas boas.

— Quer algo para beber? — ela balançou a cabeça negativamente. Então, sentei-me na poltrona á frente.

— O que estamos fazendo, Sasuke? — franzi o cenho por não entender do que exatamente ela está falando. — O que estamos fazendo, Sasuke?

— O... O que? — pedi meio incerto. Sakura suspirou encabulada, passou uma das mãos no rosto e respirou fundo.

— Porque ainda nos encontramos? Porque depois de tantos anos, de tanta merda que houve conosco, porque ainda conversamos?  — ela está indignada ou perdida, não consigo decifrar as expressões do seu rosto.

— Por que está me pedindo isso? Se for sobre o que houve com o seu namo-

— Não! — ela se levantou e eu também. Começou a andar de um lado para outro. — Sasori iria me pedir em noivado. Noivado, Sasuke! Nós estávamos felizes, eu estava feliz! — trinquei a mandíbula ao pensar nela se casando com aquele palerma. Foda-se o egoísmo! — Mas... De repente, você aparece e tudo se torna um breu. É como se a cada passo que dou seja incerto, como andar em corda bamba.

— Sakura...

— Não, Sasuke! Você realmente tem que me escutar, porque não vou conseguir fazer isso novamente. — cessou seus passos parando á minha frente. — Não somos mais adolescentes, não temos mais dezesseis ou dezoito anos. Eu segui em frente, você também! Aconteceu muita coisa entre nós, houve muita mágoa, muita mentira e confusão. Não quero que me leve para mergulhar nesse mar profundo de incertezas contigo.

Engoli em seco. Ela está tão convicta nas suas palavras que estou me sentindo um merda mesmo sem ter feito nada dessa vez. O que eu fiz, foram anos atrás. Não tem perdão, mas eu podia tentar concertar entre nós, pedi uma chance, e mesmo assim, Sakura recusou todas. Eu engoli a rejeição dela quando me acidentei de moto, o modo como me olhou com frieza dizendo que não me reconhecia e toda a nossa conversa dolorosa sobre o passado. Eu engoli toda a sua rejeição como forma de punição á mim mesmo por ter feito merda, por tê-la traído e ter sido o pior cafajeste possível. Eu não a merecia, mas queria mostrá-la que, mudei.

Porém, hoje, não somos mais aqueles idiotas do passado. Ela tem razão nisso, mas me dá uma coceira irritante pelo corpo quando menciona sobre o nosso passado. Será que, não podemos seguir adiante sem ficar remoendo nele? Claro, eu fodi com o coração dela, mas não somo mais adolescentes! Eu posso curar todas as feridas que a causei, se ela deixar. Trabalharia tanto para vê-la sorrir nem que fosse por segundos apenas, suaria para prová-la que sou confiável e, diria todos os dias o quanto eu nunca deixei de pensar nela. O quanto eu ainda a amo.

 Mas, eu não a entendo. Não estou entendendo toda essa negação, toda essa fúria de repente. Talvez, ela conversou com aquele filho da puta, o cara que chama de namorado e, no fim, eles tenham se acertado de vez.  Merda. Eu estou com a passagem comprada para o inferno por desejar que eles não estejam reconciliados.

— Não estou te entendendo, aquele dia aqui em casa você-

— Eu não estava pensando com clareza! Jesus, Sasuke... O que fizemos foi um grande erro e você sabe disso. — a cada palavra solta à expressão dela se tornava mais fria. — Eu gosto do Sasori. Gosto muito mesmo. Ele é meu presente, Sasuke. Somos felizes juntos, de verdade!

Merda!! Respirei fundo para tentar controlar a agonia que começou a crescer dentro do peito. Preciso manter-me calmo.

— Você o ama, Sakura? — cruzei os braços e mudei o peso do corpo para a outra perna enquanto, encaro-a esperando sua resposta. Sakura morde o lábio inferior. — Está demorando demais para responder. 

— Eu o amo. — estreitei os olhos.

— Mentira. — Sakura dilata as narinas.

— Eu sei muito bem dos meus sentimentos. — diz ríspida.

— Não, Sakura. Você não sabe. — dou um passo à frente para ficarmos próximos, ela nem sequer tentou esquivar, seus olhos estão faiscando em fúria. — Você não o ama e deixou bem claro aquele dia em que nos beijamos. Lembra-se das suas palavras? Lembra que correspondeu aos meus toques com tanto ardor?  Eu sei que você sentiu o mesmo que eu, porque nós nos amamos, Sakura! Eu sempre te amei!

Sakura esbugalhou os olhos e dilatou as narinas, piscou várias vezes os olhos e até deu um passo para trás. Mas, eu não vou deixá-la se afastar novamente. Não vou deixá-la escapar, vou mostrar que, podemos dar certo juntos. Falar em voz alta que a amo, foi tão libertador, como se renovasse a alma. Ela balançou a cabeça negativamente.

— Não! Você... Não! — seu semblante estava formando-se uma careta de dor ou negação.

— Sakura, me escute. — dei um passo à frente e segurei delicadamente seus ombros. — Eu lhe magoei uma vez, á muito tempo atrás, também lhe pedi perdão e uma chance e, não obtive êxito algum porque você não quis. Mas, por favor, Sakura, olha para mim. — ela havia abaixo os olhos, mas os ergueu novamente mantendo-os conectados aos meus. — Eu nunca, nunca iria te fazer sofrer novamente. O que mais desejo é vê-la sorrir e, ser eu o autor da sua risada, da sua felicidade. Deixe-me amá-la, cuidar de ti novamente? Por favor, Sakura. Não somos mais crianças.

Nenhum de nós ousou a desviar nossos olhares, pedi aos céus para que dessa vez Sakura me escutasse. Enxergasse o quanto a quero e, o quanto eu me arrependi. De uma coisa tenho certeza, se não for Sakura, não será mais ninguém. Não vou entrar em relacionamentos que sei que, não vou poder retribuir da mesma forma. Durante todos esses anos, tive provas o suficiente que, não sei amar outra pessoa. Ou melhor, não consigo.

Sakura respirou fundo e me abraçou, enterrou seu rosto em meu peito e me apertou com força contra seu corpo. Esse ato me deixou meio atônito, não sei se isso é um bom sinal ou é ruim. Contudo, acabei abraçando-a também. Beijei o topo da sua cabeça, ela se mexeu e ergueu a cabeça, ficou nas pontas dos pés e me beijou.

Diferente de dias atrás, nosso beijo foi cheio de amor, não havia nada de luxúria nele. Foi como aquecer o coração, ou acalmar todos os medos e, trancafiar os fantasmas do passado. Porém, o fôlego falou mais alto e nos separamos por falta de oxigênio. Olhei em seus olhos novamente, eu preciso ter certeza.

— Você me ama, Sakura? — colei minha testa na sua para aprofundar nossos olhares. Sakura respira com certa sofreguidão, talvez pelo beijo, talvez pela intensidade da conversa. Ela tentou avançar para me beijar novamente, mas eu recuei. — Me ama, Sakura?

— Deus... — suspirou. — Você sabe que sim.

Sorri e a beijei. Senti que ela sorria ao me beijar. Mordi seu lábio inferior e ela chupou minha língua, interrompi o beijo para ajudá-la a retirar o suéter cinza do seu corpo; logo mais ela tirou os sapatos e calça jeans.  Observei seu corpo seminu diante dos meus olhos e uma corrente elétrica atingiu meu corpo, Sakura é linda. Se ela soubesse o poder que tem com a sua beleza, teria o que quisesse em mãos.

Retirei a minha camisa e, tornamos a nos beijar.  Desci meus lábios por seu pescoço, aproveitando a deixa para desabotoar o sutiã. As alças frouxaram-se sobre o ombro, e ela mesmo terminou de tirá-lo. Segurei um dos seios e o outro levei á boca, Sakura suspirou assim que comecei a lambê-lo. Mordisquei o bico e ela se contorceu, empurrou-me para o sofá onde caí sentado. Tive que sorrir ao enxergar a luxúria em seus belos olhos verdes.

Sakura ficou em pé na minha frente e começou a tirar a calcinha lentamente me provocando, minha respiração pesou. O coração está bombeando mais rápido e a minhas roupas já estão se tornando um verdadeiro incomodo.  Ela fez todo esse joguinho de sedução sem desviar os olhos dos meus, e além do mais, dava para perceber um genuíno sorrisinho de lado em seus lábios. Assim que a calcinha passou por seus pés, contemplei todo seu corpo desprovido de alguma peça para tampá-lo. A dor da excitação latejou, minhas mãos soaram e um desejo insano de lamber e fazer de tudo pouco com seu corpo.

Sakura deve agradecer á genética boa que circula em suas veias por ficar mais perfeita ainda. A última vez que a vi nua foi quando tinha dezesseis anos, mas agora nada se parece com aquela silhueta infantil.  Os seios definitivamente estão maiores, quadril um pouco mais largo e a cintura ganhou mais curva. Sinceramente, não me incomodaria de ficar horas ou dias observando-a do jeito que viera ao mundo. Não existe alguém que possa vencê-la na beleza.

Entrei no seu joguinho de sedução, e comecei a retirar as únicas peças que ainda restavam ao meu corpo, ela não moveu um músculo, apenas ficou observando a minha nudez. Continuei sentado, deixarei que neste momento ela comande. Dê as ordens Sakura!

Ela deu um passo, meus joelhos roçaram em suas coxas e, com esse pequeno ato, Sakura fechou os olhos. Arrastei minhas mãos dos seus joelhos até a metade da coxa, apenas com as pontas dos dedos para deixá-la arrepiada. Os mamilos estão eriçados, Sakura suspirou e, antes que eu me levantava-se e largasse um tremendo foda-se para o jogo que estávamos querendo jogar, ela abre os olhos. Com cuidado, encurva-se para frente e põe as pernas ao redor da cintura, sentando-se sobre as minhas coxas. Porra... Tive que morder a língua para conter um gemido ao sentir o interior quente da coxa dela roça em meu membro. Inclinei o pescoço e tomei-lhe os lábios, uma mão foi parar na sua cintura e a outra no seio esquerdo. Desci os lábios pelo queixo, pescoço, clavícula, ombro, tornei a brincar com o seio direito e consegui lhe arrancar grunhidos.

Sakura puxou meus cabelos com uma das mãos enquanto a outra arranhava meu abdômen. Puta que pariu. Começou a lamber meu pescoço e, ela sabia que, ao soltar seus sussurros prazerosos ao pé do meu ouvido me deixa louco. Meus dedos apertaram com força em sua cintura e ela gemeu. Sakura levantou-se um pouco e sem hesitação sentou-se de uma vez em cima de mim. Caralho!! Nós dois gememos. Tive que buscar todas as minhas resistências para não gozar logo. Sakura é muito apertada, escorregadia e quente. Muito quente. Segurei sua cintura com as duas mãos e a obriguei a cavalgar, ela abraçou meu pescoço com os braços e, vez ou outra jogava a cabeça para trás enquanto eu aproveitava desses momentos para mordiscar o pescoço ou lamber seus seios que balançavam conforme os movimentos que ela fazia em cima de mim.  A forcei a cair com mais força penetrando-a mais fundo e subir mais rápido, ela já mostrava sinais de cansaço e tudo começou a tornar-se mais delicioso quando o suor dos nossos corpos se misturou.  Ela grunhia feito uma gata próximo ao meu ouvido, os bicos dos seus seios roçavam em meu peito; foram mais alguns minutos e eu cheguei ao clímax antes dela.

Minha respiração está tão descompassada que sinto que posso ter um taquicardíaco a qualquer segundo. Sakura encosta sua testa no meu ombro com a respiração tão pesada quanto a minha. Respirei fundo duas vezes, assim que recobrei os sentidos, segurei-a no colo e me pus de pé. Sakura ergueu a cabeça com o cenho franzido quando subi o primeiro degrau da escada, a olhei e sorri de lado.

— Foram mais de dez anos esperando por você. — subi mais outro degrau e ela se remexeu inquieta em meus braços, ainda posso sentir um dos seus seios se apartando no meu peito. — Foi muito bom o seu joguinho, muito bom mesmo. Mas, agora, é sua vez de jogar o meu jogo. Eu realmente vou te comer, Sakura.

Ela espantou-se com o meu linguajar, mas, tão logo, riu.

— Espero que dessa vez dure mais. — sorri chegando ao último degrau.

Mais alguns passos e estamos ao meu quarto, a coloco com cuidado sobre a cama enquanto ela não tira os olhos de mim, esperando o que vou fazer. Engatinho sobre seu corpo e começo a distribuir beijos por toda a sua extensão, da cabeça aos pés. Abro suas pernas e me concentro em um único ponto, ao tocar seu clitóris com a língua, Sakura se contorce.  Comecei a fazer ritmos mais rápidos com a língua, penetrei-a com dois dedos e, ela deixou escapar um gemido prazeroso; Sakura se contorcia, agarrou com força o lençol e, sussurrou para que não parasse. Ela teve seu primeiro orgasmo na minha boca, mas antes que se recuperasse, ajeitei-me por cima dela e a penetrei. Gememos juntos, meus movimentos tornaram-se rápidos e, consequentemente a penetração mais profunda. É fácil ficar maluco ao ficar dentro dessa mulher, é tão apertada que, chega a me estremecer de tamanha excitação.  O interior de Sakura começou a dar espasmos demonstrando que está próxima ao orgasmo, tornando-se torturante para ambos. Colei nossos lábios, Sakura mordeu meu lábio inferior assim que veio seu orgasmo e, logo em seguida cheguei ao clímax. Deitei-me ao seu lado recuperando o fôlego e a trouxe para mais perto de mim, ela deitou sobre o meu peito e eu a abracei. Não existe nada melhor do que tê-la em meus braços.

Não sei em que exato momento adormeci, mas fui acordado com a melodia de um remix meio lento ao fundo. Abri os olhos e constatei que, Sakura não está na cama, reconheci a música ao levantar-me.  Abri a porta do banheiro, mas nada de Sakura. Desci as escadas e a encontrei na cozinha, a música Ghost Town vinha do seu celular em cima do balcão da cozinha. Ao notar a minha presença, ela me analisou dos pés a cabeça e sorriu.

— Fiz café, espero que não se importe assim como não se importou em vestir alguma coisa. — disse levando a xícara aos lábios.

Ela está usando a minha camisa da noite passada, o celular volta a tocar, mas Sakura finge que não o escuta se acomodando melhor no banco.

— Minha nudez está lhe incomodando? — me aproximo ficando á sua frente. Sakura coloca a xícara em cima da bancada.

— Um pouco.

— Você está acostumada a ver corpos todos os dias. — repouso minhas mãos em cima das suas coxas, sinto sua pele eriçar. Ótimo. Sakura se remexe inquieta.

— Mas, eles não me excitam. — após o desabafo, suas bochechas ficam coradas. Sorri de lado.

— Venha, vamos tomar um banho. — aperto um pouco as coxas antes de pegar uma de suas mãos. Ela hesita de imediato, mas depois concorda.

— Estou atrasada, Ino já me ligou duas vezes. Não posso demorar. — disse enquanto caminhávamos para a escada.

— Por favor, troque o toque do seu celular. — ela riu.

...

 

Após o banho e estarmos vestidos, saímos do apartamento, no elevador eu segurei sua mão. Ela virou o rosto para me encarar e, sorriu.

— Você sabe que não vou deixá-la fugir, não é?

Ela fez que sim com a cabeça e apertou a minha mão. O elevador abriu e a levei até o seu carro que, está estacionado próximo á entrada do condomínio. Ainda não sei como o porteiro lhe deixou entrar sem me avisar. Assim que chegamos a frente ao seu carro, beijo a sua testa e lhe digo um até logo.

— Apenas me prometa que, não vamos cometer os mesmos erros. —  seus olhos estão procurando qualquer deslize meu.

— Não vamos.

Sakura solta a respiração com calma, mas ainda posso ver a insegurança em seus olhos. Ela se afasta ao caminhar até a porta do carro, abre e antes de entrar torna a me olhar.

— Sasuke. — faço um movimento com a cabeça para mostrá-la que estou prestando atenção. — Eu sempre te amei. 


Notas Finais


Alguns momentos fofinhos de SasuSaku hahaha Amém, né! Mas, devo avisá-los que, nem tudo é um mar de rosas...
Gostaram??
;*


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