31 de dezembro de 2016:
Ilha da Madeira, Portugal:
Pov. Joana Pereira:
O hotel CR7 Pestana estava fervendo de agitação quando voltamos. Maquiadores, cabelereiros e tudo mais estavam correndo para arrumar a família trapo.
-Daqui a pouco vão estar batendo na porta. - Cristiano fala atrás de mim.
Olho para ele através do espelho.
-Já estou pronta... está bom? - pergunto e me viro para ele.
Ele me olha da cabeça aos pés.
-Muito bom. Onde está a barriga que abriga o nosso primeiro filho em comum?
Eu queria ter ficado brava, mas o que eu fiz foi ri junto com ele.
-Presa numa calcinha modeladora. - conto.
-Tá de sacanagem. - ele desacredita.
-Eu não ia vestir esse vestido maravilhoso com aquela barriga. - falo.
-Para todos os efeitos você está grávida. - ele fala.
-Para todos os efeitos eu estou no início da gravidez, logo, minha barriga não estará enorme.
-De fato. Vai conseguir comer com isso apertando? - ele pergunta.
-Eu desisti da cinta das Kardashians para conseguir comer.
-Você ia usar aquele treco?
-Eu ia, até comprei, mas... o G me deixou sem ar, mal consegui fechar. - explico.
Ele ri.
-A partir de amanhã pode voltar para a academia, deixa pensarem o que quiserem... já causamos demais com esse suposto baby a caminho. - ele fala.
Graças a Deus. Não que eu fosse uma louca por academia, mas levar fama de grávida porque ganhou alguns quilos não é legal.
-Espero entrar em forma até as férias. - falo.
Ele havia comentado por alto que pretendia passar as férias pelas praias da Europa, onde com toda certeza chamaríamos atenção.
-Já tem um personal que irá cuidar da sua volta a forma, fique tranquila. - ele fala.
Isso é bom.
-Agora vamos para a festa, porque eu não quero ninguém falando no meu ouvido. - ele fala.
-Vamos.
Saímos do quarto e no corredor encontramos o cunhado (Ken deformado) já vindo nos buscar. Seguimos com ele para onde estava acontecendo a festa da matriarca dos Aveiro.
Prata e dourado eram as cores que estavam reinando naquela festa. Balões, cadeiras, tudo trazia essas duas cores.
-Uau... tu estás tão gira. -Júnior comenta ao me ver.
Dou risada.
-Você também, meu querido. - falo.
-A mesa de doces está incrível, você precisa provar. -ele comenta comigo.
Júnior sabia que eu adorava um doce.
-Será que já podemos atacar? - pergunto a ele.
-Pode sim, eu já comi. - ele confirma sorrindo sapeca.
-Bye. - digo a Cristiano.
Ele ri e balança a cabeça negativamente.
Sigo com Júnior e pego alguns daqueles milhares de doces que estavam a mesa.
-Joana você está grávida? - Júnior me pergunta enquanto comíamos.
Essa história já chegou até ele.
-Não, Jú, por que você está perguntando isso? - o questiono.
-Eu ouvi minha vó falar que eu vou ganhar irmão e minha tia Kátia dizer que você engordou. - ele fala e joga o doce para dentro da boca.
Tinha que ter sido elas.
-Olha, Jú, eu não estou sabendo dessas coisas não, mas eu vou falar com seu pai. Quanto a eu ter engordado, você sabe que eu tenho comido bastante e não me exercitado.
Eu não sei se Cristiano irá contar para ele agora sobre os bebês, então preferi contar uma mentirinha.
-Você continua bonitona. - ele fala e eu dou risada.
-Quando a gente voltar para casa, eu vou para a academia e treinar muito. - digo e ele ri.
-Nem precisa, eu já acho você bonita... você vai ficar sem comer também? - ele pergunta.
-Eu? Sem comer?
Ele solta uma gargalhada gostosa.
-Ainda bem. Meu pai tem que comer diferente porque é jogador... mas se você comer normal, eu não vou comer normal sozinho.
Dou risada.
Eu adorava o Júnior, ele era tão incrível comigo.
-Então nós dois vamos comer normal e seu pai diferente, fechado? - cerro o punho para ele bater.
Ele faz o mesmo que eu e bate na minha mão.
-Fechado.
-Desculpa interromper o momento de comilança de vocês, mas temos que tirar algumas fotos. - Cristiano nos interrompe.
-Então vamos lá. - digo.
Eu tinha visto ele tirando fotos com as irmãs e a mãe.
Fomos para perto de Miguel, Nana, Ricardo e Claudia.
-Bate aqui a foto. - Cristiano pede a Ricardo.
O mesmo pega o celular da mão de Cristiano e nós nos posicionamos. Cristiano passou a mão pela minha cintura e Júnior ficou a nossa frente, sorrimos e pronto.
-Eu fiquei bonito? - Júnior pergunta.
Todos rimos.
Cristiano pega o celular e mostra a ele.
-Eu fiquei bonito e a Joana ficou linda. - ele fala e sorri para mim.
-Ah seu puxa saco. - Cristiano bagunça o cabelo dele.
Dinis aparece e "rouba" Júnior de nós. Nós ficamos conversando com nosso grupo de "amigos". Ricardo estava um pouco estranho, parecia estar ansioso por algo, já os outros estavam normais, rindo e contando histórias.
-Vem aqui comigo, rapidinho. - Cristiano pede.
Dou de ombros e vou com ele.
ele me levou para um canto da festa, onde ninguém prestava atenção.
-O que foi? - pergunto.
Ele suspira.
-Eu tenho uma nova proposta para te fazer. - ele fala.
-De que tipo?
Ele engole a saliva.
-No dia da sua viagem o Jorge me chamou para conversar, ele me mostrou números e previsões para o nosso futuro.
-Hum...
-E segundo ele, uma união mais séria é o melhor caminho para o sucesso.
União mais séria?
-E essa união mais séria seria o que?
-Casamento. - ele fala rápido.
Arregalo os olhos.
-Como assim casamento? - pergunto assustada, surpresa e incrédula.
-Eu também tive essa reação, mas pensando bem em tudo as coisas deixam de ser tão absurdas. - ele fala.
Ele acha normal casar?
-Nós vamos estar seguros num contrato pré-nupcial e a união não será eterna. - ele detalha.
Eu ainda continuo achando absurdo.
-Olha, Cristiano, namoro é uma coisa, casamento é outra bem diferente.
-A gente só estará mudando o nome, Joana.
-Mudando um nome? Cristiano, espera aí. Casamento não é só mudar um nome não.
-No nosso caso é, Joana. Nós não estamos envolvidos de forma amorosa, não vamos nos casar porque nos amamos. Será mais um acordo. - ele fala.
-Ainda assim é uma coisa séria. - rebato.
Ele solta o ar pela boca.
-Como eu te disse, teremos um belo contrato pré-nupcial. Você irá ganhar e eu também. - ele fala um tanto ríspido.
Esse não era o mesmo Cristiano de mais cedo. Não é o mesmo cara que foi comigo a um boteco, o que acreditou numa idosa caduca e depois riu da situação.
-O que aconteceu? - pergunto.
Ele franze o cenho.
-Não entendi.
-Você está diferente, foi até grosseiro.
Ele suspira.
-Me exaltei um pouco, perdão. - ele fala.
-Seu nervosismo tem alguma ligação com a ansiedade do Ricardo? - insisto.
Ele engole a saliva.
-Lembra que somos cumplices e prometemos lealdade um ao outro? - refresco a memória dele.
Ele olha para baixo.
-Me desculpe se eu te pressionei. - ele fala.
-Tudo bem, agora me fala o que te deixou assim. Você estava tão bem mais cedo, rindo, se divertindo e até pouco tempo atrás você estava tranquilo.
-Eu vou te dizer uma coisa e eu espero que você não esqueça... não se apaixone ou ame ninguém.
E voltamos a pensar da Senhora Shayk. Claro. Como eu não pensei nisso antes?
-Desculpe, mas já cometi os dois "erros". - digo.
Ele sorri fraco.
-Não acho que seja propriamente um erro, sabe? Nós amamos nossos pais, amigos, irmãos, filhos e eu não acredito que isso seja um erro, também não acho que se apaixonar seja um crime e a pior coisa da vida... tudo é aprendizado.
Apesar de doer, muitas vezes, a paixão nos ensina muita coisa.
-Aprendizado dolorido. - ele completa.
-Para um ganhar, outro tem que perder. É a vida. - falo e pouso minha mão sobre seu ombro.
-Você lidou bem com o seu coração partido? - ele pergunta.
-Eu não sei ao certo... eu apenas tentei me acalmar e encarar como mais uma decepção para a minha vasta coleção. Não tratei como algo especial, ainda mais porque não cheguei a viver ela. - sou realista com ele.
-E se tivesse vivido e por um acaso se decepcionado?
-Se é uma condição. Se eu tivesse vivido, se eu tivesse me decepcionado ainda mais. Nada disso aconteceu, então eu apenas... tento te entender. - digo e sorrio.
-Por que tenta me entender?
Dou risada por causa da milésima pergunta.
-Porque eu não sou ninguém para te julgar. Sou tão humana e podre como você e... eu sei o que é não ser compreendida e o quanto doí.
Um grande exemplo é minha mãe.
-Isso foi forte. - ele comenta.
Bato de leve no seu ombro e recolho minha mão.
-Olha, me desculpa mesmo pela abordagem... tem horas que eu esqueço que juramos lealdade e que posso contar com você também. - ele fala.
-Estou aqui para te lembrar. - digo e pisco para ele.
-Obrigado por isso. Eu acho que fui muito afoito ao te falar da proposta, mas não a retiro. - ele continua.
-Eu irei pensar a respeito.
-Tudo bem... como eu te disse, será algo bom para nós dois e ocorrerá do mesmo jeito que agora. - ele acrescenta.
-Eu ire pesar tudo. - garanto.
Ele concorda com a cabeça.
-Agora vamos voltar para festa e curtir as últimas horas de 2016. -
-Tomara que 2017 seja melhor. - ele resmunga.
-Está achando 2016 ruim? Foi o melhor da Europa, melhor do mundo, campeão da Champions, campeão da Eurocopa com Portugal... quer mais o que gajo?
Ele ri.
-O profissional foi ótimo, mas só ele mesmo.
-Nada satisfaz esse gajo. Não mudou nada. - comento.
-E você com a língua afiada, não mudou nada. - ele rebate e rimos.
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