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História Samsara - Quando fizemos promessas


Escrita por: BareBear e FetoDeKaisoo

Notas do Autor


Olá pessoas <3
Aqui estou eu com mais um capítulo de Samsara, teremos aqui respostas para algumas perguntas que fizeram, espero que esse capítulo diminua um pouco a confusão de todos sahsuausa
Então, sem mais delongas. Boa leitura!

Capítulo 4 - Quando fizemos promessas


SAMSARA
    Capítulo 3 – Quando fizemos promessas

 

 

Estava terminando uma das minhas anotações para a aula que eu daria daqui a pouco quando ouvi uma voz se fazer presente.

 

- Minseok hyung! - Levantei a cabeça vendo um dos garotos da minha sala - Que horas vai começar a aula? - Perguntou rindo - Sabe, estamos muito agitados para os exames desse semestre, queremos passar com boas notas - Disse de forma animada.

 

- Tenho certeza que conseguirão ótimas notas - Sorri com sinceridade - Não se preocupe Minki, a aula irá começar agora mesmo, poderia chamar os outros, por favor? - O mesmo saiu em disparada. Ri baixo, organizei as anotações, analisando quais pontos importantes era preciso explicar. Era bom poder ajudar os outros alunos, eles realmente se empenhavam em tentar o seu melhor, isso me deixava feliz.

 

O tempo passara de uma forma imperceptível. Olhei para a janela daquela sala, já estava bem escuro, a aula tinha sido bem extensa, afinal houveram muitas dúvidas por parte deles. Arrumei meus pertences em minha bolsa e sai daquele recinto, agradecia mentalmente por minha casa não ser muito longe da escola, assim não teria muito a caminhar.

 

Cheguei, retirando meu terno escolar, estava um pouco frio lá fora, mas graças ao aquecedor que meus pais tinham comprado para mim, isso não seria um problema. Meus pensamentos não demoraram a voar para uma certa pessoa.

"Luhan..."

 

Não que eu tenha esquecido do meu príncipe naquela manhã, apenas me permiti esquecer o quanto sentia sua falta, o quanto estava mais lindo, como sempre fora, então suspirei, sentando no sofá, tentando pôr em ordem meus pensamentos conturbados. Afinal, porque ele não se recordava da gente? Será que ainda terá suas memórias de volta? Perguntas como essa rodeavam minha mente, tinha que ter uma explicação para aquilo tudo. Massageei minhas têmporas pensando em como poder resolver todos esses dilemas. No momento a decisão mais sensata seria eu e Sehun faltarmos amanhã. “Luhan deveria estar bem assustado depois do que ocorreu”, envolto nesses delírios que decidi ligar para Sehun para poder pedir esse favor, realmente seria difícil vê-lo aceitar. Busquei seu número nos contatos, fazia um longo tempo desde que não conversávamos pessoalmente, sorri sorrateiramente, o garoto de traços chineses realmente mudava completamente nossas vidas.

 

- Quem é? - Ouvi sua voz através da linha, em um bom tom de desinteresse, Sehun continuava o mesmo.

 

- Vejo que realmente não se lembra mais do meu número - Falei sarcasticamente, precisava convencê-lo a não ir amanhã, seria difícil, mas iria tentar.

 

 

✘✘✘

 

Depois de minha conversa ontem com Sehun, somente me permiti jogar na cama e não demorou muito para que eu caísse nos braços de Morfeu de tamanho cansaço que sentia.

 

“Ok, tudo está dando certo”, queria ter essa convicção como verdadeira, mas minha consciência gritava ser uma mentira, conhecia muito bem Sehun, sabia de suas intenções e já tinha alguns palpites do que iria tentar com Luhan. Bom, é nessa hora que eu deveria ir também ao colégio e pará-lo com o que iria e pretendia fazer, mas de forma alguma poderia ser tão precipitado, definitivamente precisava ver até aonde ele iria com o nosso príncipe. Sehun tinha um fardo a levar, e seria muito bom se ele cumprisse com o juramento que fez.

 

A aula provavelmente já teria começado. Fui até a cozinha para poder preparar meu café. Uma das coisas que eu mais gostava de fazer: Preparar e beber café. Meu sonho nessa vida sempre se aspirou em ser barman, algo pouco reconhecido, eu sei, e pouco lucrativo, mas nasceu como uma paixão incontrolável dentro de mim. A fumaça do líquido quente assoprava sobre a lente dos meus óculos, ocasionando uma visão engraçada, enquanto eu lia um romance qualquer em meu sofá. Esses livros de literatura me fascinavam sempre, eram tantas histórias contidas em um só livro, todas dignas de serem lidas, acredito que se alguém escreve algo quer que outros além de si leiam e me sentia satisfeito cumprindo esse desejo.

 

O tempo passou tão rápido que quando percebi já tinha acabado de ler. Estava lutando internamente para ir até a livraria e comprar o outro romance daquele autor, olhei as horas e vi que já eram 15:00, assustei-me pelo tempo ter passado tão rápido e com um suspiro alto acabei por decidir ir até o lugar. Me arrumei de modo simples, mas arrumado e logo sai de casa, quanto mais rápido fosse mais rápido chegaria.

 

Caminhei entre as ruas do centro de Seul, pela primeira vez, não estavam tão movimentadas como sempre foram, se eu não estivesse enganado a livraria ficava ao lado de um café.  Comprovei a ideia ao ver ambos lado a lado, passei em frente a cafeteria, porém parei logo de súbito ao ver uma certa moto estacionada a frente do estabelecimento.

 

- Que estranho... essa moto parece com a de Seh - Cortei a fala percebendo um conhecido adesivo colado a moto, um desenho de armas e corações, era sim a sua moto.

 

- Onde você está? - Observei ao meu redor e, logo dentro do café, pude ver o que eu esperava, Sehun e Luhan em um encontro, rapidamente disquei o número daquele garoto.

 

 - Sehun, é você? Onde esteve? - Fingi estar desentendido, caminhando de volta para a minha casa, precisava sair dali sem ser visto.

 

- Aish! Péssima hora para ligar novamente. Você é mesmo um chato.

 

- Te liguei o dia todo! Por onde esteve? – Me irritei levemente.

 

- Cuidando da minha vida - Suas mentiras sendo uma atrás das outras.

 

- Quem é? Com quem está falando? – Ouvi uma voz mais suave, era a voz de Luhan.  

 

- Está com luhan? Você está mesmo com Luhan? Imaginei que não iria cumprir o acordo.

 

Então realmente iria tão longe assim para ter o amor do nosso príncipe apenas para si?

 

Como pôde? Está errado Sehun, afinal temos uma promessa.

 

 

"Você se lembra?"

 

             

Algo acontecera após aquela ligação, algo que não era comum, que não deveria acontecer. Os pensamentos de Xiumin se encontravam em consonância com Sehun e o tempo parou para assistir à lembrança da promessa que fizeram como um filme romântico num fim de tarde. Talvez alguém o parou ou apenas o tempo acreditou que aquilo deveria ser assistido. 

 

Para todos os outros o fato não durou alguns milésimos de segundo, mas para os dois rapazes era como se estivessem vivendo aquilo novamente, com todos os sentimentos, conflitos e a promessa que Sehun deveria lembrar.

 

 

✘✘✘

 

 

 

                                                                                                                              Século V

Um dia antes do solstício de inverno.

 

Podia-se ver um cavalo branco de crina platinada trotar por entre arvores de grande porte, levantando um número de folhas secas devido à alta velocidade. Comportava dois homens, um deles trajado como alguém da realeza, porém ainda desacordado e o outro, que conduzia o equino, com uma armadura cheia de brasões e símbolos que brilhava ao contato com os raios solares. Ia em direção a um acampamento que parecia estar à espera de sua chegada.

 

“Não te deixarei cair, amado príncipe” pensou o cavaleiro, certo de que chegariam ao destino em segurança.

 

Após algumas curvas e desvio por atalhos chegou ao destino um pouco atrasado, era uma floresta enorme e igualmente perigosa, precisava-se ter muita cautela. O cavalo parou numa clareira, onde estava situada uma barraca, algumas espadas depositadas perto de um tronco e um cavalo negro amarrado ao mesmo objeto. Ao escutar o relinchar do cavalo branco, um homem alto, portando cabelos negros partidos ao meio e com uma expressão indecifrável saiu da barraca.

 

- Por que demorou tanto? Imaginei que haviam sido pegos pelos rebeldes e já estava cogitando uma expedição de busca – Caminhou em direção ao cavalo, ajeitando seus fios.

 

- Sehun, não fora uma vinda fácil, tive que desviar de ladrões e bestas pelo caminho além de ter que dividir minha força para segura-lo. Vamos! Ajude-me aqui, ele não acorda! – Disse movendo Luhan de seus braços.

 

- Calma, calma... vamos colocá-lo deitado na barraca, talvez precise apenas de um descanso, hoje foi um dia difícil – Pegou o jovem, jogou metade do corpo sobre seu ombro e o levou em direção à barraca, retirando o arco e as flechas de suas costas e o deitando em seguida.

 

Minseok adentrou a barraca.

 

- Então está feito? – Minseok observava o outro cavaleiro selar os lábios do príncipe com um beijo rápido.

 

- Acredito que sim, a rebelião está instaurada – Virou e se colocou de pé – Vamos conversar em outro lugar, ele precisa descansar – Deixou o recinto, sendo seguido pelo outro.

 

- Conte-me em detalhes o que aconteceu – Sentou num tronco caído, esperando uma resposta.

 

- O castelo estava em chamas, provavelmente o rei está morto e os rebeldes tomaram a rainha para si. Aqueles que ficaram e lutaram pelo que sobrou do reino já devem ter perecido, jamais poderemos retornar -  Sentou ao lado do maior, tocando as espadas vistas antes.

 

- Não mesmo! Podemos ficar aqui por um tempo, mas logo teremos que sair, não é totalmente seguro, essa área será invadida rapidamente. Temos que proteger nosso príncipe a todo custo.

 

- Sim! Vamos protegê-lo a todo custo.

 

- Proteger quem? - Uma voz suave se fez presente, Luhan acordou e agora se dirigia em direção aos cavaleiros, confuso, assustado, abalado e com um pouco de sono.

 

- Seja bem-vindo meu príncipe – Sehun se apressou em dar as boas-vindas.

 

- Hã? Onde estou? O que houve? Meus pais! Onde estão meus pais? – Olhou ao redor e seus olhos se encheram de lágrimas.

 

- Não seja tolo Sehun! Ele está assustado e confuso! – Kim Minseok levantou e caminhou até o menor em consolo, o abraçando – Estamos seguros agora – Segurou em suas bochechas, apertando um pouco e o fazendo ter um bico involuntário, beijando em seguida – Vamos te explicar tudo, não chore – enxugou uma lágrima que escorrera.

 

A relação entre os três rapazes era incomum, os três dividiam um amor imensurável. Apesar de Luhan afirmar amar seus dois cavaleiros com a mesma intensidade, os mesmos viviam tentando atrair a atenção do rapaz para si, por mais que aceitassem ter que o dividir um com o outro.

 

- Por favor, onde estão meus pais? – Retribuiu o abraço, não conseguindo conter todas as lágrimas retidas até aquele momento.

 

- Acalme-se, seu pai está morto agora e não temos notícias de sua mãe, apenas acalme-se, vamos ficar bem e juntos – Sehun levantou, indo a companhia dos dois.

 

- S-Sehun? – Enxugou umas duas lágrimas e fungou tentando desembaçar a visão – É você mesmo? Por favor diga onde estamos, e-eu não entendo – Segurou a cabeça com as duas mãos, sentando-se no chão.

 

- Estamos seguros, ele não te disse? Estamos naquele lugar que descobrimos quando crianças, lembra-se? Você mesmo disse que iriamos voltar aqui. Bem... voltamos – Ajoelhou-se em frente a Luhan, encostando sua testa nos fios do menor – Por favor, não chore – Implorou.

 

Minseok repetiu a ação de Sehun e os três ficaram ali parados por alguns minutos, escutando os pássaros cantarem e o choro calmo do pequeno príncipe. Depois de finalmente pôr para fora aquilo que tanto o angustiava, Luhan conseguiu se recompor e estava pronto para recomeçar as perguntas.

 

- Por que me trouxe até aqui? Não queria ter vindo – Levantou, se desfazendo do abraço indireto dos dois rapazes.

 

- Era a única forma de salvar sua vida! Não podíamos ficar no castelo, os perigos vinham por todos os lados – Minseok levantou, retirando sua couraça que naquele momento parecia pesar toneladas, jogando-a ao lado das espadas, expondo seu dorso pálido e coberto por um manto marrom.

 

Luhan corou ao perceber o seu nobre cavaleiro despindo-se de sua nobreza.

 

- Vamos viver aqui? No meio de uma floresta? – Sentou-se no conhecido tronco, suspirando em desinteresse.

 

- Vamos sim, com nós dois aqui você não precisará se preocupar – Olhou para Minseok e o mesmo assentiu com a cabeça - Desde que estejamos juntos, nada mais importa – Sehun levantou  indo até Luhan, ajoelhando-se a sua frente e beijando o dorso de sua mão.

 

- Não precisamos disso... guarde essas formalidades. E ei! Eu não sou um peso morto! Posso caçar nossas refeições com meu arco e flecha – Procurou pela arma em suas costas, sem encontrar – O que? Onde está? Tenho certeza que trouxe comigo! – Olhou a redor tentando achar os objetos.

 

- Estão na barraca, achei melhor tirar das suas costas, poderia machuca-lo – Apontou para a barraca.

 

- Então já está mais calmo? – Minseok tentou participar da conversa.

 

- Desde que estejamos juntos, nada mais importa, certo? – Caminhou para a barraca, antes de entrar virou o rosto para olhar os homens ali postos e os dois o fitavam de maneiras distintas. Sehun o desejava e Minseok apenas queria vê-lo bem.

 

- É... Só tem uma barraca? Vamos todos dormir aqui? – Gritou, já dentro da tenda.

 

- Vamos sim, algum problema com isso? – Sehun soltou uma risada descontraída, percebendo Minseok corar.

 

- Não... nenhum – Deixou a tenda já portando sua arma costumeira – Vou tentar caçar algo, pelo jeito vocês não providenciaram nada – Sorriu, vangloriando-se por ser útil.

 

- Vou pegar um pouco de lenha, já irá anoitecer e precisaremos de uma fogueira – Kim Minseok averiguou o caminho que iria seguir e foi em direção a ele, sumindo entre as árvores.

 

- Acha mesmo que consegue caçar algo?

 

- Não me subestime Sehun! Vou lhe mostrar o quanto posso ser bom – Virou e foi apressadamente na mesma direção que Minseok sem se dar conta por completo para onde estava indo.

 

- Ficarei aqui para proteger o acampamento caso tentem invadi-lo. De qualquer maneira, tenha cuidado! – Gritou ao percebê-lo sumir entre árvores.

                        

 

 

 

Luhan caminhava floresta a dentro, percebendo que a mesma ficava cada vez mais densa conforme ia em direção ao Norte ou talvez seria o Sul? Talvez estivesse perdido. Porém, não iria voltar sem uma caça, precisava provar que era bom. Andando cautelosamente, pisando em alguns troncos secos e se assustando com o barulho deles quebrando, ouviu um som característico de um cervo. Luhan tinha encontrado sua presa. Decidiu segui-la usando o som que ela fazia como guia já que o sol tinha se posto e a visão era praticamente inútil naquela situação.

 

Enquanto seguia o animal, passou por um lugar com flores terrenas de uma beleza inacreditável, algo que ele jamais havia visto em todo os seus anos de botânica. Não sabia seu nome, mas achou que seria propicio colher uma. Posteriormente a colheita, colocou a flor acima de sua orelha para que não a perdesse ou se machucasse. Era bela demais para ser maculada. Percebeu que o cervo havia parado em frente a um riacho para beber um pouco de água, aquela era a oportunidade perfeita. Sem hesitar, respirou fundo numa contagem de 10 e preparou o arco já com a flecha posta, esticando a corda, pronta para ser solta ao final da contagem.

 

“1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9... AAAH!”

 

O cervo se assustou, fugindo, alguns pássaros voaram em direção oposta e Luhan não conseguira disparar a flecha. Antes de chegar ao 10, um urso o abordou por trás. Aquele era seu território e ele estava sendo invadido. Desesperado, não conseguia se mover, suas pernas estavam travadas. O medo tinha tomado controle sobre seu corpo. A fera se preparou para atacar e, sem esperanças, decidiu apenas aceitar seu provável fim. Numa investida feroz das garras do urso, Luhan fora lançado metros distantes caindo numa pequena depressão, rolando abaixo, parando ao encostar em algumas árvores. Mas não estava rolando sozinho e também não fora atingido pelo urso.

 

- Você está bem? – A voz familiar soou tremula.

 

- M-Minseok?! I-isso é sangue? Oh meu deus, você quem não está bem! – Tentou sair debaixo do corpo ferido, sem acreditar que ainda estava vivo.

 

- N-Não se preocupe comigo, desde que você esteja bem – Minseok tentava se levantar, apoiando-se em Luhan, suas costas sangravam ainda mais devido ao esforço.

 

- Não se mova! Pode acabar piorando! Deixe comigo – Conseguiu levantar, ajudando o outro em seguida – Eu não sei o que dizer, se não estivesse por perto provavelmente não estaria mais vivo agora – Algumas lágrimas rolaram pelo seu rosto, os dois se encontravam sujos, um misto de lama, gramíneas e sangue.

 

Kim Minseok estaria disposto a dar sua vida pelo príncipe, isso ia além de sua função como nobre. Era muito mais que profissional, era algo que hoje chamaríamos de ato de amor verdadeiro.

 

Ao perceber as lágrimas rolarem o rosto do seu amado Minseok sorriu, demonstrando que ficaria bem.

 

- Precisamos voltar, Sehun deve estar esperando por nós.

 

- Você conhece o caminho de volta? Vamos! Apoie-se em mim! – Luhan enxugou suas lágrimas, caminhando para onde Minseok apontava.

 

Demorou alguns minutos para que os dois chegassem de volta ao acampamento, não estavam muito longe. Luhan andava em círculos. Ao chegarem, foram recebidos por Sehun com uma expressão de surpresa e pavor, acreditando que haviam sido atacados. Apenas conseguiu abaixar sua espada ao escutar toda a história do jovem de traços chineses. Por sorte, uma fogueira já estava acesa, pois o maior não conseguira ficar parado e estocara alguma lenha antes dos dois chegarem. Minseok precisou largar todas as lenhas que coletara para agarrar Luhan e impedir que fosse morto.

 

- Vamos, sente-se ali próximo a fogueira. Vou pegar umas coisas no abrigo, elas ajudaram com essa ferida – Sehun caminhou em direção ao dito abrigo, adentrando.

 

- Não sei o que seria de mim se não estivesse por perto naquele momento – Disse o mais novo, ajudando seu cavaleiro a se sentar e se manter aquecido – Tire esse manto, vamos precisar limpar essa ferida –  Disse puxando o manto que recobria o dorso do outro, observando-o erguer os braços para facilitar a remoção.

 

A ferida não era muito profunda, apenas extensa. Sehun não demorou a voltar com as coisas que dissera “ajudar”; alguns panos limpos, uma bacia com água limpa e alguns utensílios médicos.

 

- Sabe como manusear isso?

 

- Sim, vocês viviam se machucando quando crianças. Acabei sendo forçado a aprender... aguente, isso vai doer um pouco – Falou ao ouvido do ferido, apoiando o pano agora úmido em sua ferida.

 

- O que vamos comer? – Perguntou Minseok, após alguns gemidos intensos.

 

- Enquanto estavam fora coletei alguns frutos de uns arbustos próximos. Não é o suficiente, mas serve por essa noite – Mostrou sua mão cheia de frutos azulados, robustos e pequenos.

 

- Não deveria comê-los, podem ser venenosos – Alertou o príncipe.

 

- Besteira... eles parecem incrivelmente saborosos – Colocou dois ou três na boca, comendo-os em seguida.

 

Sehun tinha razão, eram incrivelmente saborosos, mas Luhan não estava errado, eram também venenosos. Antes que conseguisse pronunciar alguma palavra, Sehun atirou-se ao chão, tossindo de forma frenética. O garoto precisou largar Minseok e voltar sua atenção para aquele que perecia perante a toxidade dos frutos. Angustiado, sacudia o corpo do maior numa tentativa irracional de fazê-lo reagir ao veneno, sem muito sucesso. Antes que a vida se esvaísse de vez daquele corpo, Minseok lembrou de já ter visto a flor, agora posta sobre a orelha de Luhan, em antídotos que sua avó preparava.

 

Num súbito ato de desespero, o garoto espremeu todo o néctar possível de ser expelido pela flor na boca do envenenado.  Apesar de ser bela e imaculada, Sehun era muito mais importante que uma flor bonita. Não sabia ao certo quais componentes da flor eram úteis no antídoto, mas sua ação irracional não fora em vão. Conseguiu relaxar ao ver o corpo do cavaleiro de cabelos negros diminuir suas tosses, o mesmo cuspiu logo depois um líquido azulado, limpando em seguida seus lábios.

 

- S-Sehun? Você está bem? – O ajudou a levantar e sentar-se de frente para si.

 

- E-Estou vivo – Tossiu mais algumas vezes.

 

- Mas o que deu em vocês? Quase perdi os dois numa mesma noite! O que houve com o “desde que fiquemos juntos”? – Abraçou quem estava a sua frente, desabando em lágrimas no ombro alheio – Por favor, nunca mais arrisquem suas vidas. Sou eu quem não suportaria perdê-los!

 

Com os dois incidentes acharam melhor passar o resto da noite na barraca onde era mais seguro. Luhan terminou o curativo em Minseok e Sehun estava bem melhor depois de beber um pouco de água. Progrediram a noite com conversas longas sobre o que fariam nos dias seguintes e para onde deveriam ir o mais rápido possível.

 

A conversa parecia não ter fim, até ser interrompida.

 

- Ei... d-deveríamos ficar juntos para todo o sempre – Luhan tinha seus olhos úmidos e seu nariz um pouco vermelho em razão do choro anterior, segurava as mãos dos dois homens que amava.

 

- Isso é uma promessa? – Sehun indagou.

 

- Sim, é uma promessa – Sendo respondido por Minseok.

 

- Então, ficaremos juntos para todo o sempre – Concluiu o mais baixo dentre os dois recebendo um beijo em cada lado de sua bochecha por um dos cavaleiros.

 

Não houve mais conversa. Decidiram dormir, afinal teriam longos dias adiante. Luhan deitou entre os dois, posto de barriga para cima, mirou a sua direita, percebendo Minseok adormecendo abraçado em seu corpo e com a cabeça posta sobre seu ombro direito. Mirou também a esquerda e percebeu que Sehun adormecia juntamente abraçado a seu corpo, mas com a testa encostada a sua cabeça.

 

 

Antes que adormecesse, pensou um pouco na promessa que fizeram e prometeu uma última coisa. Jurou para si mesmo que jamais esqueceria o que prometeram. 

 

 


Notas Finais


Eita, muitas coisas acontecendo, Sehun meu filho como pôde ter esquecido?
Então, nos vemos no próximo VLW FLW.


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