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História Samsara - Quando você se entregou para mim


Escrita por: BareBear e FetoDeKaisoo

Notas do Autor


Olá gente linda ^.^
Aqui estou com mais um capítulo. Boa leitura!

Capítulo 8 - Quando você se entregou para mim


SAMSARA
Capítulo 7 – Quando você se entregou para mim

 

 

- Mama - O chinês bufava de descontentamento - Já disse que não precisa disso tudo.

 

- Mas Xiao, sabe que não são para você e sim para os seus futuros amigos - Dizia a mulher, arrumando os sanduíches feitos por si em uma pequena marmita de plástico. Ostentava em seu rosto um sorriso que denotava felicidade e um pouco de esperança. Isto na possibilidade de seu filho poder ter alguém para chamar de amigo. O garoto ainda não tinha lhe contado sobre Sehun e Minseok, não que estivesse escondendo, mas Luhan esperava a hora certa para apresentá-los.

 

- Você é realmente impossível – O garoto riu de leve, recebendo de sua mãe a marmita - Agora eu preciso ir, senão me atrasarei - Beijou a testa de sua mãe e pegou sua bolsa para logo em seguida sair da casa.

 

Mei estava feliz, seu filho já estava tão crescido que se orgulhava as vezes. Caminhou até a sala parando seu olhar em uma das fotos na estante. Sorriu ainda mais.

 

- Chang... Precisa ver como ele está, tão amadurecido - A mulher dizia aos ventos, na tentativa de falar para o homem a quem tanto amou.  

 

Lu Chang, seu falecido esposo e pai de Luhan morrera a algum tempo, carregou em sua vida toda a tuberculose e morreu junto a doença. Luhan não tinha muitas memórias dele, pois quando seu pai morreu tinha somente 3 anos, deixando o chinês mais novo apenas com fotografias velhas. Mei sofreu muito com a morte de seu marido e prometeu a si mesma que cuidaria de Luhan para que este fosse feliz e tivesse uma vida livre de tristezas. Amava muito seu filho, era sua joia preciosa, o que a deixava disposta para viver.

 

 

 

✘✘✘

 

 

Já chegando no portão do colégio, Luhan pode avistar um garoto baixo que conhecia muito bem. O chinês sorriu em sua direção o que atraiu a atenção do outro.

 

- Está um pouco atrasado, não? - Brincou Minseok, caminhando junto a ele.

 

- Me desculpe, minha mãe me parou praticamente na saída - Suspirou o mais novo, ouvindo depois um riso baixo do coreano.

 

- Ei, do que está rindo? - Protestou Luhan.

 

- Nad...- Fora interrompido por uma voz familiar perto de si.

 

- Yah! Então quer dizer que não irão me esperar mais? - Disse o castanho com a expressão um pouco decepcionada. 

 

- Bom, você é imprevisível Sehun, não sabemos se vai chegar cedo ou não... - Bufou o mais velho.

 

- Você, fique quieto! - Contrariou o mais alto, logo sorrindo para Luhan - Hannie, me mande uma mensagem na próxima que eu virei correndo, ok? - Piscou para o chinês, este que sentiu seu rosto corar, fazendo o mais velho revirar os olhos.

 

- C-Certo Sehun-ah, me desculpe - Sorriu logo depois para ele.

 

- Hannie? – Sacudiu a cabeça achando tudo aquilo muito estranho - Vamos adiantar o passo que todos já entraram - Suspirou Minseok, empurrando os dois para dentro do lugar.

 

- Minseok Hyung! - Um garoto vinha correndo na direção dos três - O diretor quer falar com você, está em sua sala - Disse, logo depois correu de volta até sua sala.

 

- Podem ir na frente, eu vou ver o diretor - Minseok acenou, andando em direção a diretoria.

 

- O que será que aconteceu? - Perguntou o chinês curioso, vendo o mais velho sumir entre os corredores.

 

- Bom, pouco me importa - Riu o mais alto, ouvindo um suspiro de Luhan - Hannie - Chamou-o tendo a atenção do outro em si, passou um de seus braços pelos ombros alheios - Hoje à tarde vamos na cachoeira, lembra-se? - Notou o chinês um pouco nervoso, riu de leve, achando adorável o jeito que Luhan ficava perto de si.

 

Ah, mas Sehun tinha percebido, o jeito que Luhan ficava envergonhado em sua presença. O mais novo notava isso com maestria nesses meses, queria saber se o garoto estava tendo sentimentos consigo, seu amor pelo príncipe nunca tinha acabado e só aumentava a cada dia que via o chinês. Queria muito Luhan para si e faria de tudo para ter seu amor.

 

- Cachoeira? - Luhan lembrara que tinha uma perto da cabana que frequentavam - Ah, claro, o encontro, m-mas não sabia que seria na cachoeira.

 

- Huh? Minseok não te contou? - O maior suspirou de modo frustrado - Que garoto desatento - Bateu em sua própria testa, rindo - De qualquer forma, vai continuar sendo depois do colégio como te disse, ainda vai? - Perguntou, olhando para o mais baixo.

 

- Vou sim! - Sorriu de forma doce, animado para mais uma tarde que teria com seus amigos.

 

- Ótimo - O mais novo sorria radiante - Agora vamos nos apressar ou perderemos a aula - Disse de forma indiferente. Desde quando Sehun se tornara tão preocupado com as aulas? O chinês, entretanto, não havia percebido isso.

 

 - Meu Deus! - Correu apressado com Sehun logo atrás de si em caminho da sala.

 

Não demorou para o intervalo chegar, Kim Minseok ainda não tinha voltado da diretoria e os dois passaram as últimas horas trocando olhares.

 

Saindo da sala, depararam-se com Minseok indo na direção oposta no corredor que viraram para ir em direção ao térreo, lugar onde costumeiramente comiam algo junto, achando tudo aquilo oportuno, os três seguiram para o mesmo térreo, seus caminhos de costume.

 

- É muita comida para poucos amigos - Ditara Sehun rindo contido.

 

- Ela exagerou...  - Suspirou Luhan - Não é como se eu tivesse muitos amigos, a-apenas tenho vocês - Sorriu de forma tímida, atraindo os olhares alheios.

 

- Somos o suficiente ou até mais, somente eu, claro - Gabou-se o mais novo.

 

- De qualquer forma, agradeça a ela por nós - Sorriu Minseok com sinceridade.

 

Luhan acenou de leve com a cabeça, observando os dois a sua frente pegarem os sanduíches. Os dois rapazes eram realmente especiais para si.

 

- Wow, isso daqui está muito bom! - Sehun pegava mais um sanduíche, comendo-o em seguida.

 

- Não estão nada ruins - O mais velho se permitiu repetir mais um.

 

- Fico feliz que gostaram - Sorriu, começando a comer também.

 

                   

 

✘✘✘

 

 

 

 

- Esse professor realmente me irrita, aish! - Resmungava o mais novo, caminhando junto a Luhan.

 

- Sehun-ah, precisa ter mais paciência - O chinês dizia rindo.

 

- Não quero e nem vou ter, tenho coisas mais importantes para me preocupar, como por exemplo, nossa tarde juntos - Piscou para o mais baixo - Aliás, já estamos liberados, podemos ir - Sehun caminhou a frente, esperando ser seguido pelo garoto.

 

- Mas... e Minseok? Não iria com a gente? - Perguntou confuso.

 

- Ah... Ele vai depois, disse que tinha umas coisas a resolver na diretoria - O castanho sorriu arteiro de seu jeito - Então, vamos?

 

- Sim - Falou antes de caminhar ao lado de Sehun.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A mulher limpava sua casa enquanto seu filho não voltava. Estava fazendo a refeição favorita do chinês. Não demorou muito para que acabasse a limpeza, sentou no sofá, suspirando de cansaço, olhou as horas, seu filho estava para chegar ou pelo menos deveria chegar. Luhan não tinha costume de ficar fora de casa por tanto tempo. Ao anoitecer, era mórbido a rotina do garoto em chegar ao lar quase sempre nos mesmos horários.

 

Ela estava pronta para recebe-lo.

 

 

 

 

 

✘✘✘

 

 

- A água parece estar boa - Luhan sentou em umas das pedras ali, passando a observar a bela paisagem da cascata caindo sobre a água, sorriu, aquele lugar era realmente agradável.

 

- Sim, por isso que vamos tomar banho - O mais alto ficou em pé em uma das pedras, retirando seu blazer escolar e por fim abrindo os botões de sua camisa. Luhan se assustou e ao mesmo tempo se sentiu constrangido ao ver o tronco exposto de Sehun, virou o rosto em um ato de timidez, provocando um riso do maior.

 

- Hannie, não precisa ter vergonha - Se aproximou do chinês que nem pode perceber sua presença e logo virou o tronco alheio com delicadeza - Relaxe, eu te ajudo - Colocou suas mãos no blazer do outro, deslizando o tecido pelos ombros.

 

- S-Sehun! O que está fazendo? - O chinês se encontrava com a face vermelha, segurou nas mãos alheias que tentavam retirar sua blusa.

 

- Lu, só irei tirar a parte de cima - Sehun se divertia com o constrangimento do menor. Ele era muito adorável.

 

- T-Tudo bem, eu irei tomar banho, mas... M-Me deixe ficar de camisa por favor - O coração de Luhan palpitava forte com a aproximação tão perigosa do outro em si.

 

- Claro, não precisa pedir assim, não é como se eu fosse te molestar - Brincou Sehun, rindo.

 

O garoto sentia que seu rosto não podia ficar mais vermelho do que estava. Viu o maior se jogar na cachoeira e com um pouco de receio se preparava para fazer o mesmo, tirou seus pertences e se juntou ao outro naquelas águas cristalinas.

 

Não passaram poucos minutos e os garotos já estavam brincando na cachoeira.

 

- Ei Sehun! - Esperou o mais alto virar seu rosto para enfim jogar água nele, Sehun riu, querendo vingança da brincadeira.

 

- Yah! Tu não escapas - Nadou rapidamente até o chinês que tentava inutilmente correr, porém, antes de ser pego, Luhan acabou tropeçando e arranhando seu joelho em algumas pedras submersas.

 

- Ai - Passou a mão em seu joelho sentindo uma leve ardência nele.

 

- O que houve? Está bem? - Sehun andou preocupado até o menor vendo este segurar seu próprio joelho - Vem, vamos sair, preciso examinar isso - O ajudou a sair.

 

Sehun caminhou com Luhan para fora da cachoeira o ajudando a andar. O mais baixo se sentou sobre um rochedo sendo examinado brevemente por Sehun. Seu joelho sangrava um pouco, mas não parecia nada grave.

 

- Apenas um ferimento de leve – O mais alto sorriu de forma confortante - Mas espere um pouco, acho que tem uma toalhinha lá na cabana, já volto - Sehun saiu rapidamente dali.

 

Mesmo que tenha ocorrido esse pequeno problema, a tarde estava muito divertida para Luhan, tinha até esquecido da ausência de Minseok.

 

- Aqui está - Levantou uma pequena toalha em suas mãos e a levou até a água do riacho onde a cachoeira desaguava molhando-a um pouco. Passou de forma calma no ferimento do menor limpando com cuidado.

 

- Obrigado - Agradeceu, observando o ato gentil do mais novo.

 

Apesar de tudo, Sehun era uma pessoa cuidadosa.

 

Na mesma hora em que Luhan olhava para o outro, o castanho capturou seu olhar, dando início a uma troca de olhares intensa entre os dois. O chinês tentara desviar seu olhar, mas não conseguia, algo dentro de si mais forte o prendia. As írises escuras do mais alto eram um mistério para Luhan, queria de alguma forma poder decifrá-las, pareciam-lhe tão familiares.

 

- Não quero esse tipo de agradecimento, posso ganhar algo mais inovador Hannie - Sehun aproximou seu rosto ao de Luhan, este que sentiu seu coração quase pular pelo peito. Suas bochechas enrubesceram.

 

- S-Sehun, o que est…- Luhan tentara pronunciar antes de ver o olhar alheio sobre seus lábios e pôr fim a textura da boca alheia na sua.

 

Luhan ainda estava estático, era a segunda vez que Sehun o beijava e ao mesmo tempo que queria se afastar dele também queria continuar com aquele beijo, porém era tão inexperiente que não sabia o que fazer. Sehun moveu seus lábios querendo mais daquele contato também, assim como o chinês, pois tudo dele o fascinava. O que tinha começado como um beijo calmo, passou a ser mais intenso por parte do maior que ao mesmo tempo deslizava seus dedos até a cintura alheia a apertando de leve, Luhan arfava de leve em meio ao beijo, eram sensações novas para si. Apenas depois de alguns minutos os dois se separaram somente para buscar oxigênio.

 

O mais baixo não sabia o que dizer, apenas virou o rosto em vergonha, seu coração não parava de bater. Sehun riu da atitude do menor achando uma graça em seu constrangimento, tocou com as pontas dos dedos o queixo alheio e virou sua bonita face.

 

- Acho que agora já sabe como me agradecer - Piscou para Luhan, sorrindo de forma galanteadora.

 

 

 

 

 

 

Minseok voltava para casa após as aulas, não via Sehun e Luhan desde o intervalo. Precisou ir à diretoria novamente e aquilo lhe tomou todo um dia de aula. O diretor o procurou para convence-lo de participar do torneio interescolar de exatas aplicada, representando a escola, mas o jovem estava disposto a recusar, não queria compromisso com nada além do seu príncipe. Além disso, o líder daquela instituição queria que ele ficasse responsável pelos preparativos do festival que sucederia pelos próximos dois meses.

 

Foram longas conversas, ambos os lados insistentes naquilo em que acreditavam, Kim Minseok disposto a recusar qualquer oferta e o diretor disposto a recorrer a qualquer recurso para que ele aceitasse, até a humilhação de ajoelhar-se e implorar. A escola estava passando por momentos difíceis e o prêmio do torneio seria uma ajuda financeira a instituição vencedora. Minseok acabou aceitando, por fim, as duas propostas e aquilo encheu sua cabeça com devaneios desnecessários.

 

“Mas que droga” Pensou, indignado por não ter sido forte o bastante para resistir as imposições feitas pelo adulto. A caminho de casa, pensou em como poderia organizar o festival e o que faria para treinar para o torneio, não tinha mais volta, estava dentro. Porém, em meio aos pensamentos supérfluos, um mais forte preencheu sua mente, mais como uma lembrança, o momento em que decidiu junto a Sehun que desistiriam de procurar as memórias perdidas de Luhan.

 

 

✘✘✘

 

 

A companhia tocara uma, duas, três vezes e Minseok já estava ficando cansado de esperar naquele corredor estreito em frente a porta de uns dos apartamentos.

 

- Sehun? Sehun, está em casa? – Bateu algumas vezes, provocando ruídos na madeira.

 

A porta foi aberta logo em seguida, um jovem de corpo alto e esguio estava em pé parado sobre o pequeno tapete, segurando uma caneca com uma cordinha caída sobre a asa.

 

- Mas que diabos! Não consegue esperar um pouco? – Revirou os olhos – Vamos, entre logo, não quero ser importunado pelos vizinhos.

 

- Não precisa ser tão rude – Entrou, tirou os sapatos e olhou ao redor como se procurasse por algo suspeito – Então é aqui que mora? Nada mal... – Riu baixo.

 

- Não tive a sorte de nascer numa família com boas condições como a sua, então me viro como posso – Sentou ao seu modo no sofá, largado e solto – Mas o que faz aqui?

 

- Precisamos conversar sobre nosso príncipe, você também percebeu, não é? – Minseok sentou-se ao seu lado, também ao seu modo, comportado e contraído.

 

- Aish, por que você nunca vem para conversarmos sobre cachorrinhos bonitinhos – Fez uma voz infantil no final das duas últimas palavras – Isso faz mais o seu tipo – Deu alguns goles em sua bebida.

 

- Não seja idiota e não mude e assunto – Corou um pouco – O que há de errado em gostar de cachorrinhos bonitinhos? – Um pequeno bico se fez presente em seus lábios.

 

- Não... nada – Sehun deu mais um gole desviando o olhar – Sim, percebi. Percebi que nossos esforços não estão chegando a lugar algum, ele nunca vai conseguir se lembrar e nem sabemos por onde procurar memórias que nem sabemos estarem perdidas ou não – Fitou o mais velho, esperando uma resposta que só Minseok saberia dar, uma solução talvez.

 

Minseok fechou os olhos e segurou sua glabela com a ponta dos dedos como se estivesse pensando em algo.

 

- Sobre isso... não é exatamente sobre isso que estou falando. Luhan está diferente e cada dia que passamos juntos se torna diferente. É como se, mesmo não se lembrando, cada dia mais se aproxima daquele Luhan pelo qual nos apaixonamos, as lembranças podem não estar lá, mas os sentimentos continuam intactos. Você mesmo deve ter percebido que ele está agindo diferente, principalmente com você. Ele está nos amando de novo – Suspirou.

 

- Talvez tenha razão... Ele parece diferente do Luhan que conhecemos a alguns meses atrás – Apoiou a caneca sobre uma mesinha ao lado do sofá – Sabe o que devemos fazer? Fazer como nosso príncipe e esquecer também o passado. Talvez ele esteja nos ensinando uma lição, estamos num mundo diferente agora, tudo está diferente. Vamos esquecer tudo e criar novas lembranças com Luhan.

 

- Quero acreditar que será tão fácil assim... Mas vou seguir seu plano – Minseok Levantou, caminhando em direção a porta – Há, da próxima vez faça um pequeno furo no saco, isso faz com que as folhas de chá se abram mais.

 

Recebeu um olhar curioso de Sehun que retirava cuidadosamente o saquinho de chá de sua caneca favorita.

 

- Nos vemos amanhã?

 

- Nos veremos amanhã.

 

 

 

 

 

Minseok chegou em casa sem perceber, perdido em suas memórias, só pôde notar onde estava quando avistou o bosque tão familiar atrás das casas também tão familiares de seu bairro.

Entrou em casa sentindo que algo estava faltando, como se estivesse esquecendo de algo, mas por estar com fome achou que fosse isso. Preparou um rámen rápido e após comer deitou-se para dormir um pouco. Seus cochilos a tarde eram preciosos.

 

 

✘✘✘

 

 

- Sim, eu sei – Kim Danghae pronunciava algo para uma silhueta incomum – Preciso me aproximar mais dela? Mas como? E por que?

 

- Quero que possa observar com mais detalhes como ela vive, o que sente e se... se ainda pensa em mim – A voz estrondou, exalando superioridade.

 

- Isso pode ser perigoso mestre, tem certeza do que devo fazer? – Tremeu a voz, não era prudente questionar a autoridade a sua frente.

 

- Não questione! Apenas faça!

 

Rapidamente Kim Donghae foi trazido de volta ao mundo real, estava em casa como de costume e não sabia como faria para executar sua missão. Então decidido, colocou um casaco e saiu de casa, andando sem rumo, esperando o tempo ditar as regras do jogo e dizer qual seria o próximo passo que deveria tomar.

 

 

 

✘✘✘

 

 

- Mas onde aquele garoto está? Já são 19:30 e ele ainda não deu sinal de vida! – Mei arrumava alguns talheres na mesa tentando conter seu nervosismo e preocupação.

 

Caminhou de um lado a outro da cozinha, nunca seu filho tinha passado tanto tempo sem dar notícias. Por sua mente passavam coisas terríveis que poderiam ter acontecido. “ E se o sequestraram? ” “ E se machucarem meu Xiao? “ Pensava, entrando em desespero algumas vezes.

 

Pegou o telefone e pensou em ligar para Luhan, mas ele não atendia suas chamadas de jeito nenhum, então sua única opção era a escola. Ligou procurando alguém que soubesse o paradeiro de Luhan.

 

- Alô? Oi, aqui é Lu Mei, mãe de Luhan, vocês poderiam me dizer se ele compareceu a aula hoje?

 

- Senhora Lu, aqui é da secretária, vimos seu filho entrar no horário normal de aula e sair acompanhado de um aluno.

 

- Acompanhado? “ Mas quem será? Será um dos amigos que ele falara? ” Ok, muito obrigado – Desligou, pensando em quem acompanharia Luhan após a escola.

 

- Demoraram demais, meu anjo não costuma ser assim, preciso encontra-lo de qualquer maneira – Falou para si mesma como um encorajamento – Vamos, Mei! A procura da nossa criança – Olhou-se na frente de um espelho, ajeitando o cabelo que caia sobre o rosto e a blusa que estava desajustada em seu tronco.

 

Lu mei estava disposta a enfrentar o que fosse para “resgatar” seu filho também do que quer que fosse. Achou que Luhan jamais passaria tanto tempo longe de casa sem dar notícias por vontade própria. Alguma coisa ou alguém estava o manipulando, forçando-o a fazer algo contra sua vontade.

 

Pegou sua bolsa num cabide atrás da porta, colocou o que achou necessário dentro, pôs um casaco e saiu sem destino, não voltaria enquanto não encontrasse Luhan.

 

“ Por que hoje tinha que ser uma noite tão fria? ” Indagava com seu interior enquanto esfregava as mãos sobre os braços tentando se aquecer.

 

A mulher chinesa subiu ruas, atravessou pequenas avenidas, entrou e saiu em vários becos pelo bairro chamando e procurando por seu filho sem obter sucesso. Achou que Luhan não estaria em seu bairro, então decidiu procurar nos arredores da escola, já que fora o último lugar que ele tinha sido visto.

 

Novamente subiu ruas, entrou em becos e avenidas, aquela região da cidade ficava bem movimentada a noite. E pôde notar algumas prostitutas a procura de clientes, algumas delas tinham a idade de seu filho e podiam estar estudando na mesma escola que ele. Lamentava por tanta juventude perdida.

 

Já passavam das 21:30, após chorar algumas lágrimas de desespero, estava começando a perder as esperanças quando sentou na beira de uma calçada apenas para descansar um pouco.

 

- Mas o que uma dama tão elegante faz sentada a essa hora num local como esse? – Uma voz masculina soou fazendo Lu Mei voltar sua atenção ao homem.

 

- Q-Quem é você? – Afastou um pouco o corpo.

 

- Não se preocupe – Sorriu com pequenas gargalhadas – Sou apenas um senhor que gosta de se aventurar pelar ruas de Seul durante a noite – Sentou-se ao lado da mulher.

 

- Aventureiro? Será que meu filho também gosta de aventuras? – Sussurrou mais para si que para o outro.

 

- Ainda não me respondeu o que faz aqui a essa hora.

 

- Ah! Desculpe-me, estou preocupada e angustiada, não consigo dar atenção a outras coisas – Seu semblante era de completa derrota, não aguentava mais dar um passo sequer, por isso achou melhor ficar ali e conversar com aquele homem, quem sabe ele não poderia ajuda-la? Ainda tinha esperanças.

 

- Mas o que houve? Parece estar procurando por algo... – Pensou por alguns instantes – Ou alguém talvez?

 

- Meu filho! Estou procurando por meu filho! – Algumas lágrimas escorreram involuntariamente pelo seu rosto.

 

O barulho noturno da cidade se misturava as vozes dos dois, tudo parecia ressonar como uma melodia pesada. Buzinas, sirenes, vozes ecoando e alguns vendedores de rua que ainda funcionavam.

 

- Seu filho está perdido? Mas que momento inoportuno para encontrar uma moça tão bela – Sorriu ajeitando seus óculos.

 

- O que está tentando? Sendo gentil desse jeito? Desculpe, mas não estou interessada em... – Fora interrompida pelo homem.

 

- Ah não, não, não pense mal de mim. Apenas gosto de ser gentil com as pessoas. Aliás, parece estar exausta, por que não volta para casa e tenta descansar? Amanhã recomeçaremos as buscas com a ajuda da polícia e eu mesmo irei ajudar também – Sugeriu tentando erguer a mulher da calçada – Vamos, levante-se, não vai conseguir nada nesse estado.

 

- Não posso... meu filho, eu não... – Chorou.

 

- Não, o melhor a fazermos é exatamente o que eu disse, não se preocupe, seu filho está bem – Enxugou algumas lágrimas que caíram sobre seu braço.

 

Depois de algum esforço, o homem de meia idade conseguiu convencer Mei a voltar para casa e recomeçar as buscas logo pela manhã. Cansada e quase sem esperanças ela se despediu atravessando a rua.

 

- Seu nome, qual é mesmo o seu nome? – Disse, parando no meio da pista e virando para o homem ainda estático no mesmo lugar.

 

- Kim Dongha... – Sua voz foi interrompida por um jogo de luzes que vinha em alta velocidade, brotou de algum lugar e ia em direção a Lu mei.

 

Sem tempo para reação, tudo que Kim Donghae conseguiu escutar foi o som de uma batida e de um corpo sendo lançado a alguns metros de distância. 

 

 


Notas Finais


Altas coisas acontecendo, e infelizmente venho informar que já estamos chegando na reta final de Samsara. Mas não se preocupem em relação a confusão que a história está deixando na maioria, tudo logo será esclarecido muahaha.

Até o próximo!


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