História Sândalo... - A Verdade.

Acordei no outro dia com uma linda dor de cabeça, e uma puta vergonha na fuça pelo vexame que dei na noite passada. Me levantei, vi que o Yuu não estava mais na cama, caminhei sonolenta até o banheiro, passei uma água no rosto, pentiei o cabelo com as mãos, me encarei no espelho como de costume, respirei fundo ajeiteando aquela grande camiseta de banda em meu corpo, e por baixo daquela camiseta eu vestia apenas uma boxer roxa. Sai do quarto envergonhada e caminhei lentamente e sorrateiramente até a cozinha, Yuu estava lá de pé, em frente ao fogão, ele cozinhava e assobiava feliz, como um gato eu me apróximei silênciosamente, mas seus ouvidos eram realmente bons, e logo ele me percebeu enquanto eu abria a geladeira em busca de água.

Oh, anjinha. - Sua voz é alegre que me faz dar um pequeno salto.

Hmm... - Puxo a camiseta tentando esconder meu rosto.

Ha ha ha... - O moreno parece contente - Com vergonha por ontem a noite? - Quando menos percebo ele está atrás de mim, dizendo isso com uma voz rouca em meu ouvido.

Err... - Sorrio timidamente.

Gomenasai... - Me viro de frente pra ele, apoiando as mãos no joelho me curvo pedindo desculpas.

Hey, hey... Não é pra tanto, Rai. - O mais velho endireita minhas costas, me levantando.

... - Fico sem saber o que dizer ou fazer, me sinto desconfortável, sem conseguir olhar em seus olhos, desvio o olhar.

Você não devia fazer isso... - Ele se apróxima e eu me afasto.

Fa-fazer o que? - Me sentia nervosa com a situação, parecia uma presa encurralada.

Desviar o olhar desse jeito tão... sexy e provocativo. - Quando percebo minhas costas estão coladas no metal frio da geladeira.

O- o que? E-e... Eu não fiz nada... - Começo a gaguejar do nada.

Hora, o que foi? Porque está tão nervosa Anjinha? Esta até gaguejando. Kkkk - Ele ri desbochando de mim.

Já disse pra não me chamar assim... AFF! - Reviro os olhos.

Eu queria te punir agora. - Aoi coloca sua perna entre a minha. - Você não sabe que noite injusta eu tive ontem. - O moreno mordisca a minha orelha.

Não sei do que vo-você está falando. - Viro a cabeça e meu cabelo esconde meu rosto.

Ha ha ha... Eu não sabia que você podia ficar envergonhada. É tão fofa quando fica corada.

Fofa é a minha rola! - Com a mão em seu peito tento empurra-lo.

Preciso castigar-la pela boca suja. - Aoi segura meu pulso me jogando na mesa da cozinha.

Gyah! Seu... - Antes que eu comece a minha frase ele me beija.

Sinto sua mão acariciar todo o meu corpo, ele mordisca minha orelha e deixa marcas de chupões em meu pescoço, ombro e colum do seios, sua perna entre a minha roça em minha íntimidade, com umas das mãos ele brinca com meu seio, o apertando e massageando.

A-A... - Estava me segurando. - Droga! - Ouço sua risada sarcástica.

Tive que cuidar de você ontem, ver o seu corpo desnudo e desprotegido, e ainda dormi agarrado em você. - Ele ergue a minha camiseta e mordisca meu mamilo.

A-oi... - Seu nome sai num sussurro.

Eu estava em ponto de bala. Tive que me segurar enquanto estava pulsante... Quando você finalmente pegou no sono, tive que tomar um banho gelado, e me divertir sozinho. - Aoi aperta a minha cintura e sinto sua unha roçar em minha pele.

Hmm... Aah... - Ele ri satisfeito com meu gemido fraco.

Ok! Agora é você quem vai ficar na vontade. - Ele ri maldoso me dando um beijo.

Lei-Leiftan... - Esse nome simplesmente sai por entre meus lábios. Aoi rápidamente para, me encarando.

Do que... você acabou de me chamar? - Yuu me fita espantado.

Aaah... - Tomo um pouco de folêgo - Lei-ftan... Eu não sei de onde esse nome veio, ele simplesmente saiu involuntáriamente pela minha boca. - Ergo as mãos encolhendo o ombro com cara de quem também não entendeu.

Você... se lembra, certo? - Seus olhos estão compenetrados nos meus.

Lembro do que?

Você sabe o que eu sou?

Sim, você é um íncubos. - Fito Aoi confusa - Íncubos é o masculino de succubus. Sua espécie se alimenta da energia vital dos seres humanos, ou como também podemos chamar, vitalis vital. As únicas formas para conseguir se alimentar do vital humano é, fazer-lo ter sonhos eróticos, ou então, se alimentar deles no momento mais frágil que seria no ato sexual. Succubus geralmente gostam de se alimentar apenas do vitalis masculino, pois elas são mulheres. O íncubos gosta de se alimentar do vitalis femenino, pois eles são homens. Mas como as coisas andam hoje em dia, o que vier pra vocês já é lucro, sem se importar com a sexualidade. - O encaro dando um largo sorriso.

É... você num acha que sabe muita coisa não?

Ha ha ha... Hoje em dia temos tudo isso pré-disposto na internet, livros, filmes, séries e até mesmo em canais fechados como National Geographic, history channel e etc...

... - Ele me olha boquiaberto. - Então, você não se lembra?

A única coisa que me lembro é, que seu nome íncubos é Leiftan, e o nome succubus da Chaerin é Hazel e que, bem, vocês são seres sugadores de vitalidade humana, que se for sugada de mais pode matar a pessoa.

Mais alguma coisa?

Oh... - Pensei um pouco com o indicador e o polegar no queixo. - Ah, sim. Acho que me lembro de... Oh... me lembro de vocês dizendo algo, e uma forte dor de cabeça me veio de repente... depois disso só me lembro da Chae... Hazel se despedindo de mim, ela chorava muito e me disso algo que não me lembro. - Pisco os olhos algumas vezes.

... - Aoi respira fundo. - Rai, preciso te contar algo...

*FlashBlack On*

Leiftan? Hazel? - A pequena ruivinha grita em meio a floresta. - HEY, ONDE VOCÊS ESTÃO? - Ela torce os lábios - TSC! Eu vou achar-los. - A ruivinha diz cruzando os braços enquanto caminha. - Podem parar... eu já ouvi vocês, podem parar de tentar me assustar. - Brava ela bate o pé no chão. - Isso não tem mais graça... - Ela morde os lábios abaixando a cabeça e indo embora.

Hora, hora... Já está indo? - Uma voz feminina sai em meio as árvores.

Hazel? É você? Já pode parar. Não vejo graça nisso. - A ruivinha olha em sua volta.

Ah, o que foi? É engraçado ver você assim. Ha ha ha! - Agora uma voz masculina ecoa entre as árvores.

Aish! Seus sem graças... Adoram me ver fazendo papel de idiota procurando vocês. - Ela dá as costas para as vozes - Tchau seus chatos! - E começa a caminhar.

Quem disse que você poderia ir?! - Um moreno alto, com longas asas que contiam garras, unhas grandes, e olhos negros aparece em sua frente.

YAAA! - Ela dá um pequeno salto com o susto.

Hey, não a assuste assim, Leiftan. - Colocando as mãos no ombro da ruiva, atrás dela aparece uma loira, também com grandes asas com garras, unhas compridas e olhos brancos.

Hazel! - A pequena diz contente, e abraçando a mesma que afaga seus cabelos cor de fogo.

TSC! E eu? Não sou nada? Você só abraça a sua querida Hazel? - Ele faz uma careta.

Yup! Hazel é a minha preferida. - Rai diz agarrando o braço de Hazel e a mesma sorri.

Como? E eu? - O moreno diz dando uma balançada em suas asas fazendo vento na garota, que logo tem seu rosto protegido pelas asas de Hazel.

Você é só um tarado. - A jovem diz séria e fazendo um bico com a boca.

Ya, você quer que eu sugue todo o seu Vitalis? - O mais velho diz irritado fazendo as duas rirem. - Afinal, eu tenho que me alimentar, e se não for por sonhos eróticos das pessoas ou no sexo, eu morro de fome. - Ele resmunga baixinho.

Se você tentar matar-la, quem morre é você. - A loira diz sarcástica.

Há... muito engraçado. Não tenho medo dele. - Leiftan diz desgostoso.

Ha ha ha... Posso sentir o seu medo daqui. Você está se borrando todo só de mencionar ele. - Hazel tira onda com a cara de Leiftan.

Cala a boca, sua manipuladora de adolescentes. - O moreno da de ombros.

Vocês dois parecem duas crianças! - A ruiva bufa revirando os olhos, e saindo de baixo dos braços da loira.

HEY, ONDE VOCÊ VAI? - Os dois falam juntos.

Hoje é meu aniversário de 13 anos. Não posso demorar então, vou embora. Cansei de ficar vendo vocês dois brigarem. - Rai diz dando as costas para os 2 e balançando a mão dando tchau.

Um vento repentino e forte balança as árvores, o céu claro da floresta escurece, tudo fica frio de repente.

Eu ainda não disse que você pode ir. - A risada ecoa pelo local fazendo a ruiva estremecer. - Você não sabe que é perigoso brincar com seres da nossa espécie? - A loira passa a língua nos lábios.

Hazel! Pare com isso agora, você a está assustando. - A voz de Leiftan é brava e repreendora.

Não se preocupe... ela não sente medo, sabe por que? Ela não tem um coração. - Ela ri. Voando e caíndo em queda livre em cima da garota, a mesma se vira a encarando com olhos assutados.

PARE! HAZEL... NÃO! - O moreno grita.

Hazel a pega pelo pescoço deixando leves arranhões devido suas unhas pontudas, ela sorri maliciosa, e encara a garota como se por fim tivesse conseguido uma presa super difícil.

Ha...zel... - A ruivinha diz sussurrando encarando os olhos brancos da loira. - Se é isso que você deseja... - Rai a puxa celando seus lábios.

RAI, NÃO... - Leiftan corre na direção das duas, mas algumas raízes de árvores saem de baixo da terra e seguram suas pernas. - Droga! Essa força emanando por todo o local...? - Ele lança um olhar preocupado em Rai. - Essa força... Rai...? - O moreno arregala os olhos.

No beijo em que Rai deu em Hazel, sua vitalidade, seu vitalis vital estava completamente sendo tragado pela boca da mais velha. Hazel queria parar, mas aquilo simplesmente parecia estar indo pra ela sem esforço. Rai entendeu que já estava predestinada a morrer, e se fosse com Hazel, isso a faria muito feliz. Rai acaba caindo de joelhos, com a cabeça abaixada.

RAI!! Hazel o que você fez? - Ele esbraveja.

O que eu fiz? O que ela fez? - A loira diz irritada.

Hmm... - Um leve gemido escapou. - Por que? Por que ainda... estou viva? - Rai diz com uma voz fraca.

Rai... arg... - Ele suspira aliviado.

As raízes que o prendiam perdem sua força e se quebram, o moreno corre até Rai se agachando em sua frente.

Rai, tudo bem? Hazel não te machucou?

O quê? Há, muito engraçadinho. Foi ELA que estava me passando o seu VITALIS, e não eu que ESTAVA me ALIMENTANDO. - A loira esbraveja algumas palavras.

Eu to... bem... - Rai fica com a cabeça baixa, suas longas madeixas ruivas cobrem o seu rosto.

Então porquê? Você podia ter morrido. Está ficando louca? - Leiftan segura seu queixo erguendo sua cabeça, a mesma o encara olho no olho.

Eu... não tenho um coração... apesar de dar amor e ser carinhosa, eu não sinto nada... porque eu tenho que viver? Já estou fadada a morte com esse caído que todos tentam esconder de mim. - Algumas lágrimas brotam nos olhos da pequena - Eu não sou idiota, eu sei de tudo. Mesmo todos tentando esconder de mim o que sou, EU JÁ SEI TUDO... - Sua voz é tristonha e dolorosa.

Não diga isso... Err... Hazel, dá pra dar uma ajudinha aqui. - Ele se vira fitando Hazel encostada em uma pedra.

TSC! Se vira... - Ela dá de ombros.

Hazel... - Ele a chama pidonho.

Ha ha ha ha... - Ela ri irônica - Nem mesmo um ser como você, não consegue ter sentimentos por mim. - A menor suspira - Sou tão desprezivél pelo meu passado como Akasha. - Rai se levanta com a ajuda de Leiftan.

Não fique se lastimando lôtus. Se quer pena de alguém ou se fazer de coitada, é melhor se entregar logo ao caído.

Hazel, como você tem um coração de pedra.

Não. Hazel tem razão. Ele virá hoje, em meu aniversário de 13 anos... ele sempre me visita trazendo um presente. Quem sabe eu não me entregue já. Serei a mais nova escolhida a morrer. Assim estarei feliz, e minha família não precisa mais sofrer. - Sinto minha bochecha esquentar.

IDIOTA! - Hazel dá um tapa no rosto de Rai. - Você não deve se entregar, nem mesmo morrer. Imagina a dor que sua família irá passar. - Hazel esconde o rosto - Isso também me afetaria... - Sua voz sai bem baixa.

Rai, odeio concordar mas, Hazel tem razão. Sua família irá sofrer muito, e você já chegou até aqui, agora não desista. Estaremos sempre aqui, mesmo que as vezes alguns acabem saindo fora do controle. - Ele diz lançando um olhar irritado a Hazel.

Eu... - A pequena limpa suas lágrimas - Eu não aguento mais. Ele me percegue desde que nasci, e meus poderes como bruxa só fazem mal. EU NÃO QUERO MAIS VIVER. - Ela grita com todas as suas forças. - Estou cansada... cansada de ser machucada, cansada de machucar as pessoas a minha volta, cansada dessa vida de se esconder, cansada de me isolar... Nada que faço dá certo... - Rai está em meio as lágrimas.

Os dois dão um olhar cúmplice, e acenam que sim com a cabeça. Se apróximam da garota chorosa, Hazel a abraça pela frente, Leiftan a abraça por trás, afagam sua cabeça e suas costas. 

Sabe por que te chamo de lôtus, Rai? - Hazel diz com uma voz doce em seu ouvido.

Porque a lôtus mesmo em meio a dificuldade, nascendo na lama barrosa, ela desabroxa e vira uma linda flor. - A voz da mesma sai baixa e apenas Hazel pode ouvir.

Anjinha, nos perdoe. Precisamos fazer isso, mas nós veremos no futuro. - Ele sorri.

Rai o encara por uns instantes, ela olha cada detalhe de seu rosto, sorriso, e seus olhos penetrantes. Se virando para Hazel ela a encara, observa cada detalhe de seu rosto, sua expressão séria e seus olhos tristonhos se encontram com o da ruiva. Rai não sabia o que eles iriam fazer com ela, a garota só imaginava que eles iriam dar a paz que a pequena tanto desejou. Os dois juntos começam a repetir sem parar um encantamento, aquilo deixava a menor assustada e sua cabeça começou a doer, era como se eles estivessem sugando suas memórias e lembranças ruins, seus pensamentos de ódio, dor e suícidio. Rai cobre os ouvidos, ela sente uma enorme vontade de se encolher e sucumbir junto aquele chão cheio de folhas secas.

Parem... Parem... Por favor... PAREM - Ela grita desesperada e eles continuam juntos cantarolando o encantamento.

Acorrentada a nós pelo sangue está. Pelos ramos do pecado estamos conectados. Pela lua que nós olha pedimos ó grande mãe nos alimente agora com suas memórias. - Eles dizem isso em um só tom pela última vez.

Rai dá um grito horrendo, seus olhos ficam completamente vermelhos sem nenhuma parte branca, sua cabeça se enclina pra trás, sua boca fica entre aberta, pequenos flashes de luz azul saem de dentro da mesma e vagueam pelo ar, as pequenas luzes entram dentro da boca de Hazel e Leiftan. Os dois estavam sugando todo mau que a garota tinha dentro de si, suas memórias ruins e pensamentos negativos. Quando tudo acaba Rai cai sobre os braços de Leiftan que a segura firme.

Vamos levar-lá embora. - A loira diz com uma voz sem sentimento.

Sim. Você a fez nos esquecer? - O moreno a encara se levantado com Rai em seus braços.

Sim. Ela não saberá mais quem somos, e também coloquei memórias diferentes em sua cabeça pra quando ela acordar. - Hazel diz enquanto abre suas asas e dando seu salto para voar.

Hey, me espera... - Ele voa logo atrás dela. - Ah, esse feitiço não dura pra sempre, um dia ela irá se recordar de tudo de novo. Não é?

Sim, ela vai recobrar as memórias. - Hazel diz se preparando pra pousar perto da casa da garota.

Vamos deixa-la aqui? - Leiftan coça a cabeça.

Ela já está prestes a acordar. Vai ficar tudo bem.

Se você diz. - O moreno repousa Rai no chão a encostando numa cerejeira.

Vamos ter que ficar de olho nela.

O que? Tipo babás? - Ele fita Hazel intrigado.

Como você disse, o feitiço não vai durar muito tempo, será apenas o tempo suficiente pra que ela cresça mais um pouco, e se matenha viva e salva.

Então, vamos ter que observa-la. Por mim tudo bem. - Leiftan sorri - Nos vemos em breve Anjinha. - Ele deposita um beijo no canto dos lábios da ruiva.

Seu tarado... ela ta desmaiada. To vendo esse beijo em... - Ela dá um leve chute na bunda dele.

Aish! Estou indo... Sei que você se faz de durona, mas é uma manteiga derretida. Então, vou deixar vocês duas á sós, pra que você possa se despedir. - Ele joga um beijo pra Hazel e voa.

TSC! Bestão...

Ha... Hazel... - Delirando a ruiva chama por seu nome.

Pequena lôtus... - A mais velha se abaixa observando o rosto da bruxinha.

Ha...zel... - Ela diz seu nome mais uma vez, deixando a mesma um pouco surpresa.

Rai... - Hazel acaricia a pele branca e macia da menina. - Rai... Eu... - Cortando sua frase ela se desmancha em lágrimas e abraça o corpo pequeno da garota. - Não se preocupe, eu tenho os seus sentimentos... Desculpa não corresponder-los, somos muito diferentes.

Hazel Etrama... - A menina diz seu nome completo e envolve seus braços na cintura da mais velha. - Mesmo que eu te esqueça, não quero parar de gostar de você. - Suas lágrimas quentes caem no peito da loira.

Rai... Desculpe, mas eu... Eu te amo... - Em meio as lágrimas Hazel cela seus lábios no da garota, que logo é correspondida.

Nesse doce beijo as duas tem a sua última despedida.

*FlashBack Off*

Então... é isso?

Sim. - Ele toma um gole de sua coca e acende um cigarro.

Acho que... tudo está se encaixando agora. As lembranças... - Esfrego minha testa, uma dor de cabeça forte aparece.

Tudo bem? - Aoi toca meu ombro preocupado.

Sim, sim... Minha cabeça, só está doendo um pouco além da conta. - Tento sorrir mostrando que estou bem.

Ah, seu cabelo...

Em? O que tem meu cabelo? Sabe porque ele ficou com uma mexa branca em meio aos seus fios ruivos?

Oh, por quê?

Por que uma parte dela esta dentro de você. - Ele toca meu peito com os dedos.

Hãm? - Confusa.

Confusa? - Ele ri soltando a fumaça de seu cigarro.

É... acho que sim, né?

Hazel, ou como você está acostumada, CL. Ela é filha da Deusa lua. Para que suas memória fossem, digamos assim, apagadas, uma parte dela deveria estar dentro de você.

Dentro de mim?

Sim. Ela tirou daí de dentro todo amor que você sentia por ela. Nesse vazio ela o preencheu com sua energia, uma parte de seu próprio vital está dentro de você. - O moreno faz uma pausa e traga o cigarro - Por isso você ganhou aquela linda mexa branca em meio dos seus fios cor de fogo. - Ele toma mais um gole da coca - Não se preocupe, o vital que está em você não faz falta a ela. - Ele brinca soltando a fumaça fazendo pequenos círculos.

Tirar o meu amor, foi o sacrifício desse ritual ou encantamento?

Yep! Bruxinha esperta.

Ah, ainda tem mais essa. Eu realmente sou uma bruxa.

Yeah baby! - Ele sorri se sentando em cima da mesa ao meu lado.

Wow! É muita coisa pra mim assimilar em um só dia. - Tiro o cigarro de sua boca, trago e solto lentamente a fumaça pelo nariz. Ele sorri enquanto eu olho o vazio do nada, Aoi me dá um beijo na bochecha e morde a mesma.

Yaa, isso dói. - Esfrego minhas bochechas - Aish! - Ele dá o mais belo sorriso. - Vou pro meu apê. Sabe, preciso deixar a ficha disso tudo cair. 

Ok! Boa sorte! - Ele estira a língua feito uma criança.

Mas que droga cê ta usando em?

Oushe! Essa minha doidera é natural.

Só se for natural de muito orégano queimado. - Saio de cima da mesa.

Baaakaa!! - O moreno me puxa pela cintura. - Estou com fome dos seus lábios.

Ah, nem vem não... - Desvio dele.

Yaaa!!! Agora que tenho você só pra mim, é assim que me trata. TSC! Só aquela CL que te teve como bem quis até agora. - Yuu faz biquinho.

Calado! - Caminho até a porta. - Ah, mais uma coisa.

Sim?

Se a CL é filha da deusa lua, você é? - O encaro.

Filho do Deus das sombras. - Ele diz orgulhoso.

Ah, isso explica seus olhos em alguns momentos... - Falo baixinho. - Bem, obrigada por cuidar de mim. Depois te trago sua camiseta e cueca. - Vou em direção a porta para abrir-la

Espera, você vai embora assim? - Yuu me fita de cima a baixo.

Sim. Na parte da tarde geralmente não tem vizinhos. Ou eles estão no trobalho, ou eles estão na escola. - Dou um beijo na ponta do nariz do mesmo e me despeço.

Entrei no elevador e apertei para o 3º andar, minha dor de cabeça aumentou mais um pouco, era quase insuportável, parecia que minha cabeça iria estourar. Logo que aquela caixa metalica parou eu sai as pressas, corri até a porta do meu apê, minha visão parecia embaralhar um pouco, eu sentia que iria desmaiar, minhas pernas estavam perdendo a força, fiquei mais nervosa porque não conseguia destrancar a porta. Por um momento ouvi passos firmes vindo em minha direção, tentei ver quem era mas minha visão estava vacilante, senti meu corpo aos poucos desvanecendo, antes que eu pudesse me chocar com o chão, senti braços firmes me segurarem, então tudo ficou preto e não vi mais nada.