História Sândalo... - Cara a Cara

Taka?! - O encarei surpresa.

Quem é minha querida? Não me apresenta seus amigos? - Ouvimos freya gritar da sala.

Oh, você tem visita.

Em? O que? Ah, não, não, é só minha mãe. Ela veio me dar uma monitorada, sabe como é né? - Sorri meio sem graça.

Sim... A brincadeira irá se tornar mais emocionante dessa forma. - Sua voz sai como um sussurro, e só posso entender a palavra "brincadeira".

Filha, apresente seu ami... - Freya paralisa quando o vê.

Boa Noite senhora...? - Takanori diz sorridente.

Freya... Freya Hawk, esse é o Takanori Matsumoto. Taka, essa é minha mãe Freya. - Digo sorridente e a abraçando.

É um prazer conhecer-la, Senhora Freya. - O castanho faz uma breve reverência.

Mãe? - Lhe dou uma cutucadinha.

O que? Ah, sim, sim, encantada Takanori. - A ruiva também faz uma breve reverência.

Não quero atrapalhar esse momento precioso de mãe e filha.

Ha ha! Claro que não, tudo bem, né mãe? - A encaro.

Em? Sim. - Ela dá um sorriso forçado.

Não, não... Eu já me vou. Deixarei vocês se curtirem em quanto ainda podem... - O castanho dá um sorriso, de alguma forma sua voz parece irônica. - Então, nos vemos em breve. - Taka faz uma reverência nos dando as costas.

Mãe..? Mãe...?

O que?

A senhora tá distraída. O que foi?

Nada querida, nada. Vamos entrar? - A ruiva ri.

Fizemos pipoca, e tivemos uma noite de mãe e filha, fofocamos, rimos, assistimos filmes, bebemos, enchemos a cara de comida, e no fim dormimos juntas. Já tinha um bom tempo que eu não sentia o cheiro de minha mãe, não dormia em seus braços, e nem me sentia protegida e amada por ela. Eu realmente me senti bem, como não me sentia a muito tempo. Era como se fosse a última vez que eu a veria.

*Freya POV ON*

Sei que errei muito, não fui das melhores mães para Rai, mas fiz o que pude. Me sinto uma vergonha como mãe, mas com o tempo estou reparando meus erros, e me apróximando mais de minha filha.

"Descanse minha anjinha, eu estarei sempre por perto quando você precisar. Que os seus sonhos sejam doces, e adoravéis."

(...)

"Bem na mosca. Parece que  meu familiar ainda continua muito bem treinado."

Me apróximei daquela grande casa com portões enormes, e cheios de símbolos. Abri o mesmo, adentrei aquele enorme quintal, com rosas e um chafaris.

"TSC! Tão brega... Pra um caído que está tanto tempo aqui, podia pelo menos se modernizar um pouco."

Por fim me apróximei da grande porta, era tudo tão antiquado que a campainha era aqueles ferros que batiamos na porta. Então bati na mesma, que logo se abriu, e fui atendida pelo castanho baixinho.

Oh... Que bons ventos a trazem aqui, Freya. - Sua voz sempre irônica.

Caí... Quero dizer, Takanori. - Nunca imaginei um dia poder estar frente a frente com ele, encarando seus olhos mel.

Sim querida? - Senti um calafrio percorrer toda a minha espinha. Agora sei por que Rai odeia ser chamada assim.

Posso entrar?

Tenha toda, Fre-ya!

Em passos firmes adentrei a porta, a casa era mesmo antiga, mas muito bem cuidada. Rápidamente percorri meus olhos por toda a sala, dando uma breve analisada no local.

Sente-se querida.

TSC! Não me chame assim seu sínico.

Vai me ofender? Em minha própria casa? - Ele balançou a cabeça negativamente - Isso não é nada cortês. - Sorriu se fazendo de gentil.

Com coisa que você é muito cortês não, Lucian? - Minha voz saiu num tom mais irônico, e o encarei cruzando as pernas.

Ha ha ha ha ha!!! Você é tão engraçada Freya... Acha mesmo que tem forças contra mim? - O castanho anda em direção a um pequeno bar em sua própria sala, pega uma taça e enche com um líquido vermelho.

Enquanto eu estiver viva, e ter forças, irei fazer de tudo para proteger a pouca família que me resta. - Lucian caminha em minha direção com passos vagarosos, e firmes.

Servida? - Ele estica sua mão com a taça em minha direção. - Não faça essa cara, é apenas um bom vinho. Seria falta de educação não aceitar a hospitalidade de seu anfitrião.

TSC! - Virei meu rosto pro outro lado, de queixo erguido.

Não está envenenado se é o que pensa. - Ele vira todo o líquido da taça em sua boca. - Viu? Apenas vinho.

Pode ser algo que não faça mau pra você...

Tudo bem então... - O caído se senta no sofá em minha frente. - Sobre o que veio tratar comigo? - Vejo o mesmo girando o vinho em sua taça.

Rai... Deixe-a em paz... - Digo com voz firme.

Ha ha ha ha... E o que eu ganho com isso? Sua gratidão eterna? Não, obrigado. - Em um trago a taça se esvazia.

Nunca que teria a minha gratidão, um sangue suga como você... TSC! - Virei o rosto. - Se não deixar minha filha em paz...

Você o quê? - Lucian me interrompe e sorri debochando.

Eu vou arrancar o seu coração com minhas próprias mãos, e vou ter o prazer de ter o seu sangue escorrendo pelas mesmas. - Lhe lanço um olhar fuminante.

Ooh... Isso até me deixa tremendo de medo. - O castanho ri bastante - Você nem me sobe, nem me desce Freya. Sabe, tenho é pena de você... - Ele ri novamente - Ha ha ha se apaixonando pelo meu irmão de guerra, que no fim é um caído como eu. PA-TÉ-TI-CA!

Não o compare com você, um grande lixo.

Acha que eu queria me tornar assim? Eu me tornei assim, por que eu tive que ser assim, precisava viver, e sobreviver... Nesse tempo eu vi como realmente eram os humanos... Todos podres e horrivéis... TSC! Lixos... escórias da pior raça. - Dá pra sentir em sua voz a dor, a raiva, a angústia e o sofrimento desses anos.

Eu sinto por você. Sinceramente, Lucian, eu sinto muito por você...

Não preciso de sua compaixão... Eu já tenho Rai, porque você querendo ou não ela já me pertence.

Nunca a intregarei para você... - Digo me levantando.

Não precisa, como eu disse, ela já me pertence.

Nem em seus sonhos... - Disse baixinho, caminhando para a saída.

Neles também... - Ouço sua voz baixa, e riso debochado.

Não via a hora de poder sair logo daquela casa, dei passos firmes em direção daquela mesma porta pela qual entrei, estava saíndo de queixo erguido, sem desmonstrar o meu nervosismo, o foi que inútil. Takanori rapidamente se levantou, quando eu estava prestes a abrir a porta, o castanho me prendeu entre ele e a mesma. Senti minhas costas se chocarem violentamente com a madeira, meu pescoço forá apertado com força, e minhas mãos imobilizadas um pouco á cima de minha cintura, seus olhos num tom carmesim me encararam como se ele me fuzilace com os mesmo, várias e várias vezes.

Vai me matar? - Sorri irônica, e senti mais pressão sobre o meu pescoço.  Por que não termina logo com isso? Está com medo? Eu posso ver a verdade em seus olhos meu filho. Você tenta afastá-la, e não magoá-la, mas tudo é invão. Sabe porquê? Você nasceu para trazer o mal.

CALE a BOCA! - Definitivamente assustador, coitada de Rai.

Você... ama a minha filha não é?

Pare! Eu não lhe deu ordens para me ler.

Ha ha ha! Eu não preciso, posso ver em seus olhos Takanori. - Por um instante sinto a pressão em meu pescoço se afrouxar.

Bruxa maldita...

Você mesmo não pode negar... Obrigada por me mostrar o seu verdadeiro eu. Mas machucá-la, feri-la, torturá-la, não a afastará de você. - Sorrio de canto. - Rai não desiste, e se ela gosta de você, realmente irá até o fim para ajudar-lo. - Sinto a pressão novamente. - M-Me matar só fará co-com que ela te odeie mais, sua vontade de ter-la ao seu lado se t-t-tornou obsessão.

Ninguém pode tê-la... Somente eu, eu e mais ninguém... Ela é minha, me pertence, não quero dedos sujos tocando-a... - Seu olhar é parado e psicótico. - Rai é só minha, eu cuidei dela quase a vida toda, mesmo de longe eu sempre estive por perto... Sempre suportei aqueles nojentos ao seu redor... - O castanho me olha nos olhos. - Nem você, nem aqueles primos, nem muito menos Samandriel irão tirá-la de mim. - Ele dá um largo sorriso - Rai é minha linda bonequinha de pano. Entenda Freya, ela é meu destino, me pertence para todo o sempre.

Se você gosta tanto assim dela, por que agradar-la e depois maltratar-la? 

Justamente por que NÃO QUERO MACHUCAR ELA. - Uma lágrima percorre seu olho esquerdo. - Eu tentei me afastar, tentei não me envolver mais... - Taka respira fundo, me soltando. - Eu fui fraco, um inutíl, não consegui viver sem a Rai...

Sem a Rai ou sem a Akasha?

Akasha... - Ele sorri nervoso - Akasha era a pior das pessoas. No começo também pensei que fosse isso, mas percebi que não, eu estava completamente dependente de Rai... Foi como uma droga que vicia, e você não tem escapatória. - Seu sorriso se torna doce - Ah, ah, aquele sangue puro, jovem, doce, saboroso, inocente, virgem... - O castanho passa sua rosada língua nos lábios. - Só de relembrar já me dá água na boca... A primeira vez que experimentei o sangue daquela ruivinha foi um grande êxtase, e assim tem sido com o tempo, mesmo não sendo mais virgem o sangue dela continua... como posso dizer? Imaculado... - Takanori passa o polegar nos cantos dos lábios como se estivesse salivando.

... - Abismada apenas o ouvi sem dizer nada, eu não tinha palavras.

Own, o que foi? Enforcaram a sua língua? - Ele faz um trocadilho tosco, que me faz até soltar uma leve risada.

Parabéns! - Bati palmas de leve - Até que a piada não foi ruim. Você também tem a sua gracinha.

Hunf! - Ele virou o rosto bebendo o vinho direto da garrafa.

Nossa, que foça em?

TSC! Já não tá na hora da anciã dormir?

O que? Seu insole... - Antes que eu pudesse terminar de falar, senti suas presas violentamente se cravarem em meu pescoço.

Hora de acordar, Freya! - Takanori  dá o seu último sorriso.

*Freya POV OFF*

GYYAAAA!

AM? QUE? - Olhei para o meu lado na cama. - Mãe? Mãe? MAAANHÊÊ!! - Sacudi a ruiva, que acordou desesperada, inspirando todo ar que conseguia.

COF, COF, COF, COF... - Dei leves tapas em suas costas.

Tudo bem? O que aconteceu?

Na... COF COF... Nada minha queri... Nada minha flor, nada. - A encarei enquanto a mesma se levantava, indo até o banheiro.

"Droga... Quase aquele cu de burro me mata... Bem, Freya, você sabia que era perigoso usar sua filha pra se conectar nele, mas ainda assim quis tentar... Pelo menos pude conversar com ele, e mais importante, ver a verdade em seus olhos mel."

Bufei me jogando novamente na cama, ainda estava sonolenta apesar de já serem 1 da tarde. Meu corpo parecia ter feito uma grande viagem, e pela primeira vez eu não me lembrava o que eu tinha sonhado, era tudo meio estranho, meio sei lá... Meu celular vibrou de baixo do travesseiro, me dando um susto.

Filho duma égua... que susto. - Repousei a mão sobre o peito. - Alô! - Falei com preguiça.

Ra-i... - Ouvi uma voz fraca do outro lado.

TAKA... - Levei a mão sobre a boca - Takanori... - Disse quase sussurrando para que minha mãe não ouvisse. Mesmo com o chuveiro ligado, Sra.Freya tem um bom ouvido. - Aconteceu alguma coisa? Sua voz...

Rai... - Ouço um riso tristonho. - Rai, Rai, Rai... - O castanho fica repetindo o meu nome várias e várias vezes.

Onde você está? - Me sinto preocupada de repente.

Onde mais eu estaria? Em casa óbvio.

Ahahaha!! Temos um Xeroque Holmes aqui não? TSC! - Respiro fundo e um pouco irritada.

Ficou irritada? Hahaha... Eu fico feliz... - Sua voz parecia um pouco embriagada.

Você... bebeu?

Elementar minha cara Watson. - Ele ri.

Aish, idiota! - Coço a cabeça, e sorrio feito uma boba.

Umm... - Ouço seu gemido e um barulho de algo se estilhaçar no chão.

Taka...? Taka...? Takanori? Hey! Alô! - Fico falando sozinha e a linha caí. - Merda... Vou cobrar por me fazer de babá.

Me levantei rápidamente, peguei qualquer coisa no guarda roupa e vesti, rastreei o seu número, deixei um bilhete em cima da cama, e fui em seu aúxilio.