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História Sangue Quente - Sangue Quente


Escrita por: honorah

Notas do Autor


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Capítulo 1 - Sangue Quente


Sonserinos têm, tipicamente, o sangue quente. E Scorpius Malfoy não era tão diferente. Entretanto, ser da Sonserina não era o real motivo do seu sangue quente.

 

Suas bochechas avermelhavam-se a cada minuto que reparava no rosto sossegado a sua frente. Albus parecia concentrado em seu dever, era tão preguiçoso quanto o pai, mas em certos momentos lhe caía a realidade e compromisso de seus deveres, assim como sua mãe costumava ser.

 

— O que tanto olha, Malfoy? — questionou o garoto de cabelos desgrenhados, com os olhos fixos no livro velho de páginas amareladas.

 

— N-nada — sussurrou em contra resposta, amaldiçoando-se por gaguejar.

 

Ao contrário de Draco Lucius Malfoy, Scorpius era muita mais retraído e tímido, além de ser muito atrapalhado e um pouco assustado.

 

— Meu rosto deve ser muito bonito já que você está me observando há horas — brincou Albus, sorrindo e mostrando os dentes alinhados.

 

— Deixe de mentira! Não se passou tanto tempo assim… — retrucou Scorpius.

 

— Tempo o suficiente para que eu terminasse o dever e ainda percebesse que você nem o iniciou.

 

— Vai me passar as respostas, não vai? — pediu carinhosamente Scorpius, com um sorriso sereno e um olhar brilhante.

 

Albus estalou a língua e revirou os olhos, Scorpius era tão preguiçoso quanto ele às vezes. Por fim, sorriu e assentiu, levando os livros aos seus devidos lugares.

 

Caminharam pelos corredores quase desertos, tinham período livre naquele fim de tarde e o aproveitaram enfurnados na grande biblioteca. Albus detestava a ideia, mas precisava se sair bem nos N.O.M's, ou sua mãe lhe azararia.

 

Não combinaram lugar para ir, Albus apenas seguia silenciosamente o amigo, enquanto sua cabeça fantasiava inúmeras situações corriqueiras sobre os N.O.M's.

 

Já Scorpius também tendia a fantasiar, principalmente nas aulas, mas era quando o silêncio se instalava entre os dois que a tensão se sobressaia. Scorpius passava a observar os traços gentis que Potter tinha e sua mente logo fantasiava cenas amorosas com seu melhor amigo. Lhe deixava tenso e ainda mais calado, pensar que paixão era o que sentia por Albus o assustava.

 

Quando deu-se conta, estavam parando o Salgueiro Lutador e adentrando a passagem para a Casa dos Gritos.

 

— Como você…? — Scorpius não conseguiu completar a frase, estava embasbacado.

 

— Meu pai contou ao Teddy que o Remus, o pai dele, sempre se transformava nesse lugar, nas luas cheias, por isso é conhecido como casa dos gritos. Teddy me disse que era o lugar preferido dele e que agora que ele já se formou, eu poderia vir aqui sempre que quisesse — Albus agarrou a mão do amigo e lhe conduziu até o interior da casa. — Se tornou o meu lugar preferido desde então, eu sempre venho aqui quando preciso ficar sozinho ou pensar em algo.

 

— E por que está me trazendo aqui? — questionou, curiosamente.

 

— Por que não dividir um lugar que eu amo e considero importante com uma pessoa que eu também amo e considero importante? — Albus sorriu minimamente do espanto repentino de Scorpius.

 

O garoto passou as mãos nervosamente em seus cabelos cor de trigo, em seguida engoliu em seco e sentiu o sangue esquentar.

 

As bochechas novamente tornaram-se carmesim e os olhos estavam com aquele brilho peculiar novamente.

 

— Você diz… amar… como amigos amam uns aos outros? — o vento levou o sussurro às pressas e Albus apertou ainda mais firme a mão do outro.

 

— Como amigos e pessoas apaixonadas — confessou Albus, escondendo o rosto após perceber que suas bochechas também encontravam-se coradas.

 

Pateticamente apaixonado, Albus sentou-se na cama velha e desgasta, e deixou com que sua cabeça fantasiasse outros milhões de cenas inusuais.

 

— Você não está brincando comigo como os garotos da nossa casa fazem, não é? — receoso, Scorpius sentou-se ao seu lado.

 

— Tsc! Claro que não! — defendeu-se.

 

Albus detestava ser comparado com outras pessoas, principalmente com seu pai e com sonserinos idiotas. Também detestava as brincadeiras ofensivas que alguns de sua própria casa faziam com Scorpius, aproveitando-se de sua timidez e seus problemas em se relacionar com outras pessoas.

 

— É quase inacreditável — Scorpius riu nervoso, sentindo as mãos suarem.

 

Mesmo com a tensão quase palpável, os dedos entrelaçaram-se vagarosamente.

 

— Você acha inacreditável alguém se apaixonar por você?

 

— Não… Quer dizer, sim. Mas, na verdade, acho inacreditável você se apaixonar por mim — tipicamente impulsivo, levou os lábios até os do amigo e então fechou os olhos.

 

Encarou o escuro, mas fora guiado pelas inúmeras sensações prazerosas, como a dos lábios macios tocando os seus, como o da mão direita acariciando seus cabelos louros, enquanto a esquerda segurava firmemente seu rosto.

 

Naquele momento, Scorpius não precisou dizer que o amava e que Albus era tão importante na vida dele que não conseguia nem mesmo expressar em palavras. Seus atos diários — os momentos de observação, as mãos que sempre se entrelaçavam, os arrepios a cada toque de Albus, os abraços confortáveis, sorrisos carinhosos e palavras amigáveis — já afirmava tudo que Albus precisava saber.

 

Naquela noite, os sangues ferveram por muito tempo. E, mesmo com as dificuldades de personalidade ou relacionamento, nenhum deixou com que aquele momento sedutor congelasse. 



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