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História Sangue Real - Prólogo


Escrita por: Sanguini

Capítulo 1 - Prólogo


A noite já caía em Mewni, o sol já deixava um pouco dos seus raios penetrar na densa floresta ao redor da cidade. Monstros e acampamentos militares se estendiam por toda a linha fronteiriça da pequena capital, entre elas, havia catapultas e outras armas de cerco bombardeando pesadamente Mewni com pedras e barris incendiários. Apesar disso, a guarnição da cidade, composta basicamente por soldados do rei estava firme e resiliente na proteção do lugar.

O clima chuvoso, coberto pelo brisa leve que vinha do sul era reconfortante para o jovem garoto de 16 anos sentado sobre a cela de seu cavalo no meio de uma clareira na floresta, observando ao longe a cidade sitiada. A armadura malhada, coberta por um tecido vermelho adornavam a insígnia de General presa ao seu peito, seus cabelos bagunçados denunciavam a uma rotina cansativa e anormal.

- Alteza. - Disse um soldado coberto por uma armadura atrás do jovem, ele reconheceu o som da voz.

- Capitão. - Respondeu o rapaz, com um tom de resposta. O soldado avançou e posicionou-se ao lado dele.

- Como o senhor pediu, mandamos nossas escoltas para Mewni, mas nenhuma delas trouxa boas notícias. Rei Borboleta está disposto a resistir o máximo que puder. O rapaz apertou os lábios em reprovação, depois de seis meses de cerco sobre a cidade, ele e seu exército de monstros disciplinados já estavam sem moral para continuar o sítio. 

- Já estamos perdendo tempo demais com isso. - Bradou o jovem rapaz em frustração. Ele precisava pensar em algo rápido, que pudesse derrotar as tropas do Rei e o forçassem a se render.

- Precisamos de mais alguns meses, o suficiente pra terminar a perfuração dos muros da cidade. - Disse o Capitão.

O jovem príncipe desceu do seu cavalo e caminhou em círculos pela pequena clareira onde se encontrava. Voltou seu olhar de volta para a cidade, ao ver o pequeno pombo correio voar em sua direção, o rapaz abriu um sorriso malicioso e esperou o pequeno pássaro pousar em seu braço.

- Veja o que temos aqui. - Disse o rapaz ao ver a pequena mensagem presa ao pé do animal.

- É um pombo real, alteza. - Disse o capitão, admirando o sorriso de seu superior.

- Eles só usam em caso de guerra... Vejamos o que esse têm a nos mostrar. - Disse o rapaz ao desembrulhar o pequeno papel.

"Para Cloud, Príncipe Rebelde de Mewni

Esta guerra já durou mais do que nossas contas poderiam aguentar, nossas levas já estão tão cansadas quanto as suas. Decida-se de uma vez, se prefere voltar para casa derrotado, ou assinar um tratado de paz.

Sua Majestade Rei Borboleta"

O jovem rapaz perdeu rapidamente o sorriso que ostentava.

- Alteza, o que diz a carta? - Perguntou o capitão em curiosidade.

Cloud pensou um pouco antes de responder, novamente, um sorriso voltou a brotar no seu rosto. Imediatamente, Cloud passou o seu dedo polegar na lâmina gelada de sua espada, molhando seu dedo em sangue, logo depois, pegou uma das penas do pombo real e usando o sangue como tinta, escrever no verso da página alguns escritos que o capitão não conseguia distinguir.

- Alteza, não seria mais adequado mandar seu escriba fazer isso por você? - Perguntou o capitão. Mas já era tarde, Cloud já havia terminado sua resposta e prendido ela na pata do pombo correio, que voou de volta para Mewni.

- Capitão, todo príncipe deve ter sua princesa, não é? - Disse Cloud, com seu sorriso, enquanto observava o pombo sumir de sua vista.

Enquanto isso, o Rei Borboleta esperava na sacada do seu palácio real, cercado por guardas armados carregado de preocupações. Ao longe ele via o exército de Cloud tentando penetrar no campo mágico que cercava Mewni. Aos poucos, percebeu o pombo correio branco se aproximar e pousar calmamente sobre o parapeito.

- Mas já? - Disse o Rei surpreso com rapidez da resposta.

Ao pegar a carta, leu cada verso com cuidado, a medida que terminava o pequeno bilhete, seu repúdio e raiva de seu inimigo aumentavam gradativamente.

- Como esse patife ousa exigir isso? - Indagou o Rei Borboleta, que amassou a carta e jogou-a para longe. Logo começou a andar em círculos pelo salão, sem notar a presença de sua esposa e Rainha Borboleta entrando pra porta principal.

- Querido, há algo o incomodando? - Perguntou a Rainha, que presumiu algo de errado ao olhar a expressão estampada no rosto dele.

- Cloud está sendo uma pedra no meu sapato há muito tempo. - Disse o Rei fechando sua mão em um punho.

- Cloud? - Perguntou a Rainha.

O rei voltou sua atenção para ela e entendeu a dúvida, quem era a tão famigerada personalidade por trás daquele cerco de guerra. Logo após, ele se dirigiu a um pequeno armário do salão e tirou de lá um pesado livro recheado de páginas e começou-o a analisa-lo.

- Cloud é o príncipe das trevas de Mewni, herdeiro de um reino que foi destruído pelos meus antepassados. Ele é um mewniano Rebelde, que quer retomar o seu título de nobreza de volta. - Dizia o Rei enquanto folheava o livro.

A rainha pensou no nome, soando com sonoridade familiar em sua memória. Nesse momento, a imagem do jovem de cabelos castanhos e pele clara como a neve veio a sua mente, juntamente com as lembranças do passado que ela tinha dele.

- Ora Querido, você sabe lidar com os inimigos da coroa. - Disse a Rainha Borboleta se posicionando ao lado do Rei.

- Não com o exército dele ao redor da cidade, precisamos achar uma forma de parar a guerra. E só temos a alternativa de aceitar as condições dele. - Disse o Rei olhando para o papel que acabara de jogar. A rainha Borboleta pensou em todas as formas possíveis de se acabar com uma guerra à aquela altura e lembrou do único tratado possível.

- Você não está sugerindo que...

- É a única escolha que temos em mão. - Disse o Rei olhando para o espelho interdimensional usado para se comunicar com Star.

...

A noite já mostrava suas caras na cidade de Echo Creek, Star estava sentada no sofá da sala aguardando seu amigo Marco voltar da cozinha com os Nachos que tinha preparado. Era a noite de filmes de sexta e ambos estavam ansiosos pelo que a noite prometia.

Marco se aproximou do sofá com uma bandeja repleta de nachos enquanto Star aguardava sentada. 

- Então, o que temos pra hoje? - Perguntou Star dando palminhas de animação.

- Bem, hoje temos "A noite dos robôs" e esse "Estábulos". - Leu Marco, olhando com desdém o segundo filme. Logo ele deixou-o sobre a mesa e colocou o primeiro no aparelho de DVD.

- Cara, essa noite vai ser demais. - Disse Marco se jogando no sofá.

- Faz bastante tempo que você fica adiando isso. - Disse Star rindo.

- É, mas dessa vez vamos ter uma noite perfeita. - Disse Marco promissor.

Antes mesmo que o filme pudesse começar, Star ouve o seu espelho no quarto emitindo um sinal. Ela levanta e corre em direção ao local.

- Star, onde você...

- Eu já volto! - Interrompeu a jovem princesa.

No quarto, ela encontrou a imagem da sua mãe com uma expressão claramente preocupada. Star caminhou a passos lentos até o espelho, onde sua mãe a recebeu. Ela estava nervosa pelo ar soturno que a mãe possuía. 

- Star, querida... - A Rainha começou

- Mãe? - Perguntou Star

- Como estão as coisas na terra? - Perguntou a Rainha tentando ser amigável.

- Até agora está tudo bem, enquanto a vocês? - Star perguntou, estranhando a beleza mal-tratada de sua mãe.

- Bem, estamos com alguns problemas aqui. Mas serão resolvidos logo. - Disse a Rainha.

- Isso não parece nada bom. - Disse Star coçando sua nuca.

- Você sabe como as coisas podem ficar complicadas para o seu pai. Mas a questão é que precisamos de você para resolver esse problema.

- Precisam de mim? - Star deu um passo para trás, presumindo algo.

- Sim, você sabe que seu sangue é um dos bens mais valiosos de nossa família. E nesse momento, Star, precisamos dele para salvar nosso trono. - Disse a Rainha com um tom pesado.

- O que você quer dizer com isso? - Perguntou Star abraçando sua varinha.

- Star, nós estamos perdendo uma importante guerra com um inimigo poderoso. A única forma de impedir isso é unindo os dois reinos...

- Não, não... - Star começou a negar.

- Você sabe que deve fazer isso. - Disse a Rainha.

- Mas eu ainda nem tenho idade para um matrimônio real. - Disse Star, abraçando sua varinha com mais força.

- Star, nosso reino está em jogo. Precisamos fazer isso. - Disse a Rainha com um tom mais severo.

Star continha seu desespero firmemente, porém, se via sem saída. Ela conhecia seus deveres como princesa e portadora do sangue real, mesmo não concordado com tais regulamentos. 

- Como é o nome dele. - Disse Star em tom de aceitação.

- Cloud... Ele é um príncipe rebelde do Reino das Trevas. - Disse a Rainha enquanto Star suspirava em frustração.

- Eu tenho alguma escolha?

- Você sabe que é para o bem de nossa família. - A rainha disse.

Star abraçou sua varinha com força e assentiu positivamente. A rainha desligou o espelho enquanto a princesa senta-se na sua macia cama, ainda tentando processar tudo o que ouvira e contendo o inevitável choro.

Marco estava igualmente chocado, sentado ao lado da porta do quarto de Star, do lado de fora. "Quem é Cloud e por que ele vai se casar com Star?" Se perguntava Marco, o jovem rapaz não tinha ideia de como funcionavam as relações monárquicas da qual sua amiga estava submetida. Finalmente, ele respirou fundo e entrou no quarto.

- Star, você está bem? - Perguntou Marco enquanto esfregava o braço

- Oh, sim... Eu estou ótima. - Disse Star tentando se recompor.

- Que tal voltarmos pra sala e terminar aquele filme? - Sugeriu Marco.

Star deu um sorriso sem-graça.

- Acho que não Marco, eu preciso dormir para acordar cedo amanhã... Eu tenho um compromisso com meus pais. "E que compromisso" - Pensou Star. Marco entendeu a desculpa e foi em direção à saída do quarto, mas antes ele pegou um grosso livro que estava sobre o armário de Star.

- Bom, boa noite. - Disse Marco, como se nada estivesse acontecendo.

- Marco, aonde você vai com esse livro? - Perguntou Star.

Mas Marco não respondeu, simplesmente fechou a porta e correu para o seu quarto. Star deu de ombros e se deitou em sua cama. No quarto, Marco abriu o livro e folheou-o até um pequeno mago sair de dentro dele.

- Glossaryck, eu preciso que você me responda algumas perguntas. - Disse Marco.

- Que tipo de pergunta faria você me acordar a essa hora? - Disse Glossaryck esfregando os olhos

- O que você sabe sobre Deveres de Sangue? - Perguntou Marco.

- Garoto, deveres de sangue são as responsabilidades que um monarca tem dependendo de que família ele veio.

- O que?

- Basicamente significa que você deve fazer o que for preciso para manter sua família no poder de um Reino, mesmo que precise de guerras ou um matrimônio real. - Disse Glossaryck enquanto folheava o seu livro.

- Sim, o que você pode me dizer sobre matrimônios reais. - Perguntou Marco.

- Estamos falando da Star? - Glossaryck disse em um tom mais soturno.

- Bem... Sim. - 

- Nesse caso,significa que ela vai casar com alguém para salvar o Reino dela. Er... Eu não sei com quem, mas esse é o pior tipo de missão de sangue que alguém pode ter.

- Mas nós não podemos deixar ela se casar assim. - Disse Marco com preocupação.

- Escute, Marco. Existem certas coisas em um reino que não devemos tentar interferir, e o matrimônio real é uma delas. - Disse Glossaryck entrando novamente no seu livro e fechando-se com ele.

Marco pensou novamente em Star e no tom de tristeza que ela tinha ao falar sobre o assunto. Ele não conseguia aceitar a ideia de Star se casar forçadamente com um outro cara, seja lá o que ele fizer, não poderia fazer sozinho. O jovem pegou o seu celular e abriu a lista de contatos, procurando o número de Janna.



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