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História Sangue Sujo (pausada) - O Baile


Escrita por: vifernanda11

Notas do Autor


Aproveitem a leitura! Espero que gostem :)
Deixem suas criticas nos comentários por favor, me ajuda muito saber a opinião de vocês !!

Capítulo 2 - O Baile


Fanfic / Fanfiction Sangue Sujo (pausada) - O Baile

 

A noite de gala da família Maldonado, o baile mais esperado do ano. Um lugar onde os nobres se encontrava, cada família com seu objetivo em mente. Algumas querendo apenas se distrair e dançar, outras em busca de pretendentes para futuros casamentos de suas filhas, objetivos que não interessavam Victor em nada, mesmo com seus esforços para chamar sua atenção. O baile era uma simples desculpa para mostrar a influência da família real com a família Maldonado.

Victor estava encostado em um dos pilares próximos as grandes janelas, com longas cortinas bordadas vindas de Portugal, tão longas que arrastavam no chão, eram muito bem feitas. Meu tédio não permitia que ele se concentrasse ao que acontecia ao redor. Ele olhava fixamente as pequenas bolhas do meu espumante, subindo para o topo da taça cara de minha mãe. Ao redor pessoas dançavam no grande salão, rindo, conversando, bebendo, cortejando e negociando. Nada disso interessava. Victor sabia o real motivo para meus pais fazerem aquela festa. Ele precisava me casar.

Algumas horas antes.

- Já está tudo arranjado com a família Lescastre. Você deve se casar para garantir um herdeiro. Eu tenho você para me suceder quando Deus julgar ser a minha hora, mas você Victor, já está com 18 anos e está na hora de ter um legado também. Sem falar que esse noivado não é apenas matrimonial, um contrato  econômico será iniciado com a Inglaterra. – Dizia o pai de Victor.

- Eu compreendo meu pai, irei me casar com a filha dos Lencastre. Contudo, quero que o senhor me dê minha última noite de liberdade como um homem solteiro antes de eu me dedicar completamente ao meu trabalho e por fim em formar uma família. – Victor disse com convicção, mas por dentro queria dizer não a cada palavra de seu pai.

- E assim será. Seu pedido será realizado logo após o baile de amanhã, pois será nesse baile que anunciaremos seu noivado. – O patriarca abraça o filho com um uma felicidade transparente.

Agora, no baile.

Victor não aguentava mais, estava aguardando o pronunciamento de seu matrimonio que seu pai faria. Ele não queria se casar, queria continuar como a sua vida perfeita, era um boêmio, gostava de beber, comer e foder, é nisso que ele era bom. 

Ele foi tirado de seus pensamentos melancólicos ao sentir um solavanco forte nas costas. Abriu as mãos de modo automático com o susto e a bela taça vai ao chão, espalhando o líquido por todas as partes. Victor se vira de imediato, pronto para discutir com o sujeito grosseiro que esbarrara em si. Ao se virar, ele se deparou com um grande sorriso, olhos pequenos e puxados, seu porte é menor que o seu. Roupas de tonalidade acinzentada em seu traje caro. Não há como esquecer a faceta desse ser. Ele finalmente havia chegado.

- Meu Deus! Mil perdões pela taça!! Sua mãe ficará uma fera comigo novamente... Ela não tem falado comigo desde o dia em que quebrei a janela de seu quarto, por causa daquela maldita bola. - Ele diz de forma desesperada, quase em pânico total.- E peço desculpas pelo atraso, mamãe estava escolhendo o vestido de Rafa, parece que chegou a hora dela se casar e papai quer mostrar a beleza que ela não tem. - Esse era Arthur, meu melhor amigo. 22 anos. Filho de um português com uma japonesa. Emille, seu pai, é da marinha Portuguesa, grande amigo de meu pai, sua mãe Yukojo, que todos a chamam de Jojo, era a herdeira de uma dinastia no Japão, filha do imperador Nakamura. Em uma viagem ao Japão em busca de especiarias orientais, o senhor Emille ficou como convidado no palácio do Imperador, conheceu a filha do monarca e se apaixonou por ela. Um dia antes de partir de volta para Portugal com a mercadoria, pediu a mão de Jojo ao senhor Nakamura. Ele negou. O pai de Arthur sequestrou a moça na madrugada, zarpando em direção a capital. Jojo realmente amava o senhor Emille, afinal, ela herdaria tudo que era de seu pai, mas escolheu ir para uma terra desconhecida e com uma cultura diferente, levada pelo seu amado. Tal amor foi tão forte que em menos de um ano após o casamento Arthur nasceu.

- Pensei que me deixaria sozinho com as lobas. - Victor o cumprimentou  com um abraço, dando risada do jeito que o amigo falava sobre a irmã. - Largue de mentiras Arthur! Eu sei que você é super protetor com Rafa, mas mentir sobre a beleza de sua irmã apenas para ela não casar é bobagem. Todos sabem o quão graciosa ela é, todos a querem como esposa, afinal não há mais nenhuma mestiça na corte além dela. – Victor amava jogar sal na ferida do amigo, sua irmã Rafa. A menina nasceu quando Arthur tinha 6 anos. Ela está completando 16 anos e já era a moça mais cobiçada pelos rapazes. Entretanto, tendo um irmão como Arthur, nenhum rapaz chega perto o suficiente para corteja-la

.- Aceite, sua pequena flor de cerejeira está crescida. – o cacheado continuava provocando.

- Se não fosse meu melhor amigo e eu não conhecesse seu jeito ácido, não teria mais dentes na boca meu caro Victor. - ele ameaça, Victor segurou a vontade de rir, ele é engraçado demais quando está bravo. - Ela pode ter crescido, mas ainda precisa de cuidados...

- Isso mesmo, ela precisa de cuidados. Precisa de um marido que cuide muito bem dela nos aposentos do casal. - Arthur olha fundo nos olhos e chega perto, quase encostando seu rosto no do amigo, vira a cabeça e sussurra em seu ouvido.

- Quando você se casar, quem vai cuidar da sua bunda em seus aposentos? Que eu saiba mulheres não tem pênis. Pobre Victor, terá que esquecer da sensação de como é ser preenchido por completo pelas vergonhas de um mulato. – Victor travou. Acabou corando com o comentário do amigo. Arthur era tão ácido e sarcástico quanto ele, isso é o que mais gostava em nessa amizade, se insultam o tempo todo, mas os dois sabem do apresso que temos um pelo outro. - Pense bem amigo, sem mais escravos, sem mais noites no bordel, sem mais amantes. Apenas uma parideira. - ele se afasta e pode-se ver seu sorriso sínico. O cacheado retribuiu o sorriso ao mesmo modo. Ele o conhece melhor do que qualquer um. Ele é seu confidente.

- Bravo! Que tal ir falar com a minha mãe sobre a taça cara que você acabou de quebrar? Ela está logo ali, ao lado da Rainha. - Arthur olha para a  mãe do melhor amigo e perde a cor em seu rosto. Victor soltou uma gargalhada alta com a cara que ele faz quando ele vê que a mulher notou a taça no chão e olhou feio para ele.

- Eu já volto, vou ali morrer e ser jogado pela janela sem seguida. - ele se distancia do cacheado de forma lenta, cômica, como se estivesse indo para a força para ser julgado.

O som de trombetas cortam o salão, todos se viram para a entrada. O Rei, meu pai e um casal misterioso se encontravam parados na frente de todos. A moça era muito bonita, porém muito pálida. Ela era muito pequena, com longos cabelos negros até a altura dos quadris. Um vestido rodado na cor vermelho  rubi, que entrava em um perfeito contraste com a pele alva. Lábios carnudos e rosados, olhos grandes como cerejas e tão claros que chegavam a ser violeta. Belíssima...

Ao seu lado um rapaz com as mesmas feições, pareciam ser gêmeos. O rapaz era alto, forte, pálido, com os olhos marcantes da mesma coloração violeta, longos cabelos lisos preso em um rabo baixo com uma fita escarlate. Trajes completamente negros. Ele exalava um mistério sombrio. O corpo de Victor se arrepiou por completo ao estar na presença daquele ser. Chegava a ser sufocante a cada passo que ele dava em sua direção com o rei, a dama e o pai. Victor não sabia o que fazer, seu coração disparava e já não se lembrava como se respirava, havia travado! Não conseguia distinguir os sentimentos que assolavam seu corpo. Seria medo? Quem é esse homem?!

Victor foi tirado de seus pensamentos quando sentiu seu pai tocando-lhe  o ombro. Ele estava parado ao seu lado direito, o rei ao lado esquerdo e o casal a frente. Os olhos vão para a dama, era bela, Victor eleva o olhar e se depara com os olhos daquele que lhe causava uma distorção de sentidos. Os olhares se encontram e um choque percorre o corpo do cacheado, um frio na espinha. O homem parece perceber isso, já que um sorriso não sai de seus lábios. Ele está se divertindo com a confusão do menor a sua frente... Victor sai do transe com o som grave da voz do patriarca Maldonado.

- Victor, essa é Amélia Lencastre, sua noiva. – O cacheado se curvou e deposita um beijo nos nós de seus dedos, ela era fria. Ele lhe lança um sorriso gentil e ela cora. - E esse é o irmão dela, Vincent Lencastre. - mais uma vez o coração de Victor para, estendeu a mão para cumprimentar o homem. Suas mãos são frias como as de Amélia, porém fortes. Seu cheiro era maravilhoso e caba por deixar o menor tonto. Olhou diretamente nos olhos do grande homem a sua frente, tremendo, num pedido silencioso de socorro, por não saber o que estava acontecendo consigo. Vincente sorri abertamente e diz:

- É um enorme prazer em conhecer o futuro marido de minha amada irmã. Vejo que nos daremos muito bem. – com um sorriso nos lábios e o olhar queimando nos olhos do cacheado.

- É um prazer conhecê-lo também... E você também minha dama, creio que o que dizem sobre sua beleza não chega perto da perfeição que é sua pessoa. - ela ficou tão vermelha quanto seu vestido e em seguida agradeceu. Victor acreditou ser melhor se focar em Amélia, se ficar muito próximo de Vincent acreditava que poderia entrar em combustão!

- Já discutimos sobre o casamento de vocês e está tudo pronto, mas há uma exigência. - o pai fala para o filho e o mesmo apenas confirmo com a cabeça, prestando atenção em suas palavras. - O Senhor Lescastre deseja falar em particular com você antes do anúncio de noivado meu filho. Por favor, acompanhe ele até a sala de reuniões.

Seu corpo congelou no lugar, ele não queria ficar a sós com aquele homem. Era algo instintivo que dizia para correr, mas ele não podia correr agora. Victor apenas confirmou com a cabeça e se dirigiu até a sala, entrou a abriu espaço para que Vincent passasse. Prendeu a respiração quando ele passa por si, seu cheiro era hipnotizante. Uma mistura de carvalho e rosas, era agridoce e mexia com os sentidos. Victor fechou a porta mesmo com a mente dizendo que não. Virou-se e indicou a poltrona para ele se sentar. Vincent senta de forma elegante, um tanto sensual. O menor se senta a poltrona da frente, cruza das pernas lentamente, desconfortável, apoia-se nos braços da poltrona e aguarda.

-. Eu sei o que você está sentindo agora. Mas não se preocupe, logo vai se acostumar e acalmar. – Vincent diz com a maior calma do mundo, como se fosse algo normal. Já Victor não estava entendendo nada.

- Do que o senhor está falando? – O homem se levanta da poltrona e para na frente de Victor. Ele se ajoelha entre suas pernas e leva suas grandes mãos até a face do menor, prendendo cada uma de um lado.

Victor estava petrificado, os olhos abertos em pânico pelo que estava acontecendo. Um silencio pairou no momento, ele poderia ouvir os batimentos do próprio coração! Vincent vê o desespero do menor a sua frente e apenas sorri, ele era muito fofo ao seus olhos. Respirou fundo, olhou nos olhos em pânico e disse:

- Agora vamos ter uma conversa e você vai prestar bastante atenção no que te digo. Você se casará com minha irmã, mas não será ela sua parceira, será um casamento de fachada. – Victor estava em choque, se tudo o que sentia pudesse ser descrito em uma única palavra, essa seria: TERROR.

-Você se tornará minha esposa Victor, eu serei seu marido. Você irá morar comigo, me dará filhos e viverá para sempre ao meu lado, esse é o seu destino desde que nasceu. - a cada palavra dita a coloração de seus olhos mudava do puro violeta para o vermelho sangue. Suas palavras eram um mantra que rogava pela mente de Victor. Ele estava hipnotizado, os olhos pregaram uma peça em sua mente, ele não tinha saída.

 Victor apenas concordou com tudo, cada palavra. Ele estava sob o poder do homem ajoelhado a sua frente. Parte do cacheado queria aceitar e segui-lo até o fim do mundo ao seu lado, enquanto outra parte gritava para ele fugir! Vincent apenas falava manso em seu ouvido, e ele gostava.

- Eu entendo e aceito. – Victor disse olhando nos olhos escarlate a sua frente, Vincent pareceu supremo. Ele se aproximou, ficou muito próximo da face do menor, suas respirações se chocaram e puderam sentir seu hálito quente próximo de suas bocas.

- Eu não te hipnotizei de modo que fizesse você mudar de ideia. De alguma forma  você já desejava isso. Você é perfeito para mim! - Ele se aproximou e Victor fechou os olhos. Foi algo instintivo, o cacheado levou as mãos ao rosto de Vincent e juntou os lábios. Sua mente gritava " Perigo!! ", mas ele apenas ignorou e saboreou aqueles lábios doces. Nunca havia sentido isso em nenhum beijo.

De repente, uma memória antiga pairou na mente de Victor, uma memória de sua mãe. Quando ele perguntava por que ela gostava de seu pai, e foi aí que ela lhe disse: “ Quando seu pai me beijou pela primeira vez eu não soube dizer o que senti, era como se faltasse algo a muito tempo e com ele tudo se completasse. Sua avó me dizia que a centenas de anos atrás as pessoas da nossa família se casavam por ligações e essas pessoas eram chamadas de Escolhido.

- Escolhido... Você é meu escolhido... - Victor disse em voz alta no meio do beijo, era isso que ele sentia. Tudo aquilo que sua mãe havia lhe dito sobre o passado estava acontecendo consigo. Abriu os olhos e se deparou com os olhos violetas o analisando. De repente, seu olhar brilha mais, um sorriso grande sai de seus lábios. Vincent se aproxima, levando uma mão até os cabelos de Victor e a outra em sua cintura o fazendo levantar da poltrona, ele afasta o cabelo da nuca do menor e deposita um beijo ali.

- Eu te achei... – Presas cresceram dos caninos de Vincent, como uma cobra ele fincou os dentes na base do pescoço de Victor, foi tão fundo que o sangue escorreu pelo pescoço. Ele bebeu cada gota daquele sangue que esperou por tempos. Victor sentiu as presas entrando e seu corpo estremeceu, sentiu o sangue o deixando, se sentiu fraco. Acabou desmaiando, ao longe pode ouvir  - Depois de décadas eu te encontrei, meu escolhido... 

Foi numa bela noite para um baile de máscaras que mesmo sem que Victor se dar conta, uma parte de sua alma havia sido entregue nas mãos daquele homem que o tomava. 

 

 


Notas Finais


Até o próximo capítulo gente!!


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