-Você esta bem!?- indagou Beatriz.
-Só estou meio zonzo- respondeu Erios com dificuldade.
O curioso método de cura utilizado pela ninfa Macha, havia dado um resultado melhor do que o esperado. A maior parte da infecção havia sido queimado com as ardentes flamas mágicas da ninfa. Contudo aquilo não era motivo de felicidade para o paladino-mor de Arcádia, a verdade era que o pouco de veneno que restou em sua corrente sanguínea se alastraria rapidamente uma vez mais em horas levando-o a uma morte dolorosa. Macha por sua vez possuía um plano, um plano que retardaria o avanço do veneno em sua corrente sanguínea, até que pudesse se recuperar toda sua força, e continuar, e finalizar o tratamento que começou.
-Aguarde deixe-me ajuda-lo por favor- estendeu a mão Melissa.
-Tudo bem!- agradeceu Erios. Melissa estendeu a sua mão ao paladino para que esse se sustentasse em seu braço, para levantar.
-Senhor, eu me chamo Macha. E devo dizer que ainda não esta totalmente curado. O método de cura que utilizei foi melhor do que o esperado, mas ainda não foi o suficiente e restou uma pequena quantidade de veneno em sua corrente sanguínea, que pode se alastrar novamente com a mesma velocidade de antes, por fim lhe levando morte- relatou ninfa ao paladino.
-Tudo bem, senhorita Masha! E o que pretende fazer?- indagou Erios com a voz fraca.
-Bem já estou muito fraca, mas vou entoa um novo cântico em pequeno frasco que está cheio de água do Lago Azul de Carnavale para fazer um antidoto que retardara o progresso do veneno em seu sangue- afirmou ela.
Erios atentamente fitava a ninfa, e em nenhum momento viu mentira na misteriosa mulher mistica. Contudo uma dúvida pairou sobre o paladino-mor, incomodando-o grandemente.
-Porque me ajuda? Um desconhecido. Você ainda disse que está fraca. Com essa afirmação o que impediria o ataque que findaria sua vida da parte de qualquer um deles? Então porque confia em nós?- Erios foi ríspido, mas preciso.
-Tudo bem! Vocês devem uma explicação minha- iniciou a ninfa- sou uma ninfa da escondida terra de Carnavale aqui em Polaris do Sul. Meu nome é Macha, filha do rei Tyr e da rainha Freyja. E a muito tempo nossa raça habitava as terras do reino de Arcádia. Todavia, quando o seu povo, a raça de homens, invadiu nossas terras e não tivemos nenhuma chance. O nosso exercito era mais forte belicamente, estrategicamente, e ainda por cima tínhamos a magia de nosso lado, mas de alguma forma que ninguém do meu povo compreendia, o seu povo foi liderado pelo assassino rei Bor, o seu primeiro rei, ao lado do rei Lexur avançavam e cada dia que a peleja se desenrolava perdíamos mais de nosso povo, até que fomos obrigados a fugir para salvarmos o pouco que restava de nosso povo.
Todos ficaram admirados com o angustiante e revelador relato da ninfa.
-Quem sabe vocês perderam essa peleja contra aquelas entidades negras, porque a Arcádia dos dias atuais não possuí mais criaturas mágicas, e vocês acabaram por esquecer de como enfrenta-las, e por fim que era normal em outros reinos elas andavam entre as pessoas. Então chegamos ao fim, e você me perguntou porquê estou lhe ajudando, e vou lhe responder. A nossa raça conhece a bondade no coração de cada um, assim como reconhece a maldade no interior de cada um, e logo quando os vi percebi que podia confiar a vocês minha vida já que meu reino está em guerra contra aquelas mesma criaturas malignas. Mas também me apaixonei perdidamente por um guerreiro dentre vocês. Eregon é o seu nome- Masha finalizou fitando Eregon, que respondia com um olhar apaixonado.
Erios estava bastante surpreso com o relato, principalmente com a parte em que a ninfa revelou ataque ao seu reino, mas naquelas condições ficaria complicado ajudar Carnavale.
-Meu nome é Erios, O Escudo Ancestral e paladino-mor de Arcádia. E em nome de todo meu reino pesso-lhe seu perdão. Não posso imaginar o quão sofrimento sofreu seu povo, mas daremos todo o apoio possível aos conflitos internos pelo qual passa seu reino.- declarou Erios compadecendo-se da dor de Macha- Por fim, lhe agradeço ao me ajudar e confiar em nós. Agora posso completar minha missão e encontrar minha filha.
-Tudo bem Paladino Erios- respondeu ela com um suave riso estampado no rosto- Agora devo entoa um novo cântico para consagrar a água contida no frasco. Eregon! Fique próximo de mim e me ajude caso eu venha a desmaiar.
Se não fosse a situação delicada pela qual estavam passando, o comentário ou melhor o pedido de Macha a Eregon seria cômico.
-Você ficara bem?- Questionou Eregon, com certa preocupação.
-Sim! Você ficara ao meu lado?- Masha estava confiante. Eregon nada respondeu com palavras, o centurião apenas acenou com a cabeça positivamente, precedido de um leve riso.
-Tudo bem então, vamos começar.- Declarou a ninfa.
Masha retirou de sua bolsa, um pequeno frasco de vidro, detalhado com relevos de flores. Então a ninfa começou a entoa o cântico, que ativou a magia envolvendo o frasco com flamas douradas consagrando o seu interior que estava cheio da água do Lago Azul. Ao fim Macha entregou-o nas mãos de Erios.
-A cada intervalo de 1h beba o que tem no interior do frasco, até sobrar uma pequena quantidade, onde você poderá acrescentar água comum para misturar-se com a outra, e daí continuar o tratamento até a minha total recuperação- finalizou a ninfa.
Assim como havia imaginado, ao finalizar Masha sentiu seu corpo tremulo e desmaiou, nos braços de Eregon que agarrou com firmeza, por fim este a carregou em seu colo até um local onde pudesse cuidar desta.
-Ela, ficara bem?- Indagou Erios.
-Sim! Ela só precisa descansar um pouco- respondeu o centurião, que acomodava a ninfa próximo ao macio e quente pelo de Haraka sua loba, que repousava no chão.
-Acho melhor repousarmos aqui esta noite, e logo pela manhã ainda na aurora, avaliarmos o planejamento da missão- sugeriu Peter.
Todos os olhares voltaram-se para o centurião que havia sugerido uma nova tática na missão. Para alguns havia sido uma ótima sugestão, mas para Beatriz aquilo mais parecia uma afronta a liderança de Erios, da parte do jovem rapaz que também era o centurião-mor da cidadela do fogo, lar dos centuriões.
-Como pode dizer isso? Você acha que pode nos liderar melhor que Erios?- exaltou-se Beatriz.
-De forma nenhuma senhora. Afinal, não quis ofender ninguém, ou desejar passar a autoridade de meu mestre Erios. Mas dado as circunstancias devemos replaneja toda a missão- respondeu Peter cuidadosamente.
-A que circunstâncias você se refere?- indagou a ruiva.
-Senhora!? Me perdoe, mas nosso líder Erios está se recuperando de um grave ferimento que quase o matou, mas que o deixou ferido e fraco para cavalgar a longas distâncias. Além da ninfa Masha, que se aliou a nós, e agora está débil por tentar curar mestre Erios, e que por sinal também é uma princesa em fuga de um reino que provavelmente que já não existe mais. Se prosseguirmos agora nosso próximo inimigo serão os Leões-persas. Agora com todo respeito senhora. Como lutaremos exaustos? Ainda mais tendo que proteger dois pacientes em recuperação. Seriamos alvos fácil- replicou o guerreiro.
Todo apenas fitavam em silêncio o bate-boca entre Peter e Beatriz. Erios por sua vez teve que concordar que aquilo era desnecessário, e que apesar de sua pouca idade Peter estava completamente certo. Afinal, todos esperavam que todos os seus inimigos, que encontrariam pelo caminho fossem apenas mercenários, ladrões, entre outros e não criatura misticas.
-Tudo bem Beatriz, Peter está certo. Vamos descansar aqui esta noite e logo pela manhã, logo no inicio da aurora reorganizaremos a missão- declarou o paladino- montem acampamento aqui hoje.
-Você acha seguro ficarmos aqui Erios?- indagou Melissa preocupada com a posição em que se encontravam.
-Acredito que sim- declarou o paladino.
-Entendo!- concordou.
-Será o mesmo procedimento de divisão de turnos que fizemos no reino de Crocosmia. Contudo, desta vez os mais descansados ficarão os dois primeiros turnos de duas horas cada, são estes Eregon e logo depois Melissa, por fim Beatriz finalizara os turnos- declarou o paladino a todos.
A lua jazia no céu com toda a sua beleza e luminosidade, luz esta que penetrava o interior da floresta, possibilitando uma visão clara dos arredores da floresta, é logicamente de um possível ataque inimigo.
-Scarlett meu amor, você está bem?- indagou Susan que adentrava o quarto da ruiva. Scarlett estava deitada sobre sua cama ainda acordada pensativa em seu quarto escuro.
-Não sei! Sinto que meu pai Erios não está bem- estranhamente os olhos de Scarlett ficaram marejados de lágrimas.
-Não tenha medo minha filha- Susan sentou-se na cama de Scarlett, precisamente ao seu lado- Já vi seu pai lutando e posso lhe garantir que ele é um guerreiro formidável, que não se deixaria ser derrotado facilmente.
-Obrigada!?
-E Jayme?- indagou curiosa.
-O que tem ele?- respondeu alterada.
-Faz dois dias que ele não vem te visitar. Então imaginei que poderiam estar brigados. E então? O que aconteceu?- insistiu Susan.
-Não! Está tudo bem, não se preocupe- respondeu Scarlett virando-se para o outro lado da cama.
Susan ao ver a reação da filha com a pergunta logo entendeu que havia algo errado entre Scarlett e Jayme, mas preferiu esperar a iniciativa de sua filha para lhe contar o ocorrido. Então Susan apenas fitou por algum tempo sua filha, e logo depois beijou-a e despediu-se dela. Scarlett por sua vez apenas escutou a porta do seu quarto se abrir e logo depois se fechar, em seguida percebeu apenas o silêncio invadir seu quarto.
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