Estava sentada no sofá e veio um pensamento em minha cabeça. “Será que tudo o que eu fiz realmente valeu a pena?”
Me levantei do sofá e fiquei encarando meu antigo jaleco, por um tempo.Eu o mantinha apenas para recordar da época em que fui uma mulher boazinha e fraca. Mas agora, eu já não pensava mais que eu era fraca. “Foi mesmo uma boa idéia eu abandonar minha carreira, de ajudar as pessoas, para prejudicar outras agora?
Me aproximei do jaleco e o peguei, me perguntando como eu abandonei minha antiga vida, meu verdadeiro eu,doutora Harleen.Ou talvez, o meu eu seja a Arlequina?
_Doutora Harleen... posso chamar o próximo paciente?- dizia uma voz nos pensamentos que eu recordava da época que era doutora- O coringa?
_Claro- dizia eu, ou ela, não sei bem ao certo.
E então, ao ver o coringa nos meus pensamentos, comecei a pensar quanto à ele. “Nunca me respeitou, me tornou uma criminosa, me torturou... talvez a vida com ele, não seja a que eu quero”
Lembrei-me de todas as vezes de tortura no presídio e na clínica de psiquiatria. Como eu fui parar no inferno desta minha vida?Pensei em fugir da onde estava, mas preferi tomar outra decisão.
Preciso tirar isso da cabeça- pensei. Liguei a TV. Estava passando uma reportagem sobre saúde das crianças.
_Argh! Não aguento isso- falei e desliguei a TV.
Porém, comecei a pensar no meu verdadeiro sonho, que era formar uma família,ter uma vida normal.
Olhei para o puddin, com certeza ele não queria essa vida, com certeza ele não aceitaria meu verdadeiro eu.
Senti um certo rancor ao vê-lo, afinal qual direito ele tem, de ter acabado com minha vida? Com joguinhos, fingindo ser o cara bonzinho, me enganando...
_AH!Que ódio!- pensei.
Quando percebi que ele viria tirar satisfações comigo sobre o porquê de eu estar o encarando, parei de o olhar e fixei minha atenção em meu taco,que estava do meu lado.
Aí, comecei a pensar, que tudo o que fiz valeu a pena.Até que ser uma criminosa linda, esperta e namorada do maior vilão, não é tão ruim.
Todas as vezes que nos divertimos, quando ele me leva para as festas, quando fugimos da polícia... AH!Que maravilha! Tudo o que quero...
_Arlequina, venha comigo, vamos nos divertir um pouco..- disse o Coringa, sorrindo.
_Certo puddin!-respondi animada.
Neste momento, me perguntei o que me fez duvidar da vida “perfeita” que eu tinha. Ignorei isso, afinal:
Deviam ser apenas as vozes da minha cabeça
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