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História Saphira - Memórias Scarlet


Escrita por: Satokasu

Notas do Autor


Gente eu estava querendo muito fazer essa fanfic já faz um bom tempo. e eu to muito feliz de ter conseguido terminar <3
espero que gostem e boa leitura a todos.

Capítulo 1 - Memórias Scarlet


Fanfic / Fanfiction Saphira - Memórias Scarlet

As lagrimas rolavam rápidas por minhas bochechas, eu tentava convencer a mim mesma em minha cabeça que aquilo que escorria de meus olhos não era nada além da mesma chuva que caia sobre mim agora. Olhando para o caixão que é abaixado até o fundo de sua cova, onde o corpo de minha mãe vai apodrecer aos poucos.

Ver essa cena é horrível, mas se fez necessária, sem isso eu jamais iria acreditar que ela tivesse mesmo morrido. É tão estranho pensar assim, mesmo agora, até ontem de manhã ela estava comigo, me dando ordens como a general que ela era, mesmo eu não sendo uma das suas subordinadas.

O velório foi demorado, muitas pessoas fizeram questão de aparecer lá para se despedir dela e me desejar os pêsames, muitos eram velhos companheiros de batalha, amigos, generais e capitães que foram liderados por ela por tanto tempo, estavam ali também minha tia por parte de Pai, Gisa que sempre foi muito apegada a minha mãe e a mim. Aquela demora toda estava me deixando enjoada e ver aquela que um dia foi uma grande general, deitada naquele caixão cheio de flores e com a pele tão pálida que poderia ser facilmente confundida com um prateado, piorava tudo.

Feliph, o filho adotado do falecido Julian Jacos e da viúva Sara skonos ,meu melhor amigo, acariciava meus ombros como em sinal de afeto, e forçava um sorriso, se a intenção dele era dizer um “eu estou aqui” com esse sorriso eu mais imaginei um “ sei que a barra esta tensa.” Nos dois não éramos muito de palavras doces, mas sempre estávamos ali quando um de nos precisava.

As pessoas foram indo embora uma por uma assim que o caixão já estava enterrado, até o momento em que sobrou apenas eu e as duas lapides a minha frente, Uma recém posta com o nome Diana Farley escrita nela, outra um pouco mais antiga, de anos após a guerra de Lakeland e Norta ter acabado, quando os corpos e restos mortais dos soldados mortos em batalha foram realocados para esse cemitério, com o nome de Shade Barrow escrito nela.

Assim como tantas outras, eu fui uma criança que nasceu e cresceu sem o pai do lado por conta da guerra, Não apenas de Lakeland e Norta, como a dos vermelhos contra os prateados também e agora vou passar o resto da minha vida sem a minha mãe do meu lado.

—Saphira—escuto alguém me chamar e ao me virar para traz vejo uma mulher que aparenta ter a mesma idade que minha mãe tinha, porem pelo seu olhar se podia ver que carregava o cansaço de uma pessoa muito mais velha que ela. Estava acompanhada de um rapaz de pele extremamente clara.

Um prateado ao que parece, suspiro pesadamente ao ver o casal, o homem segurava um grada-chuva sobre si e a mulher, enfio a mão entre os fios molhados de meu cabelo os jogando para trás, sem me importar em estar apresentável ou não.

— Estou me despedindo da minha mãe, seja lá o que querem me procurem em outro momento! — digo, voltando o olhar para as lapides novamente.

— É exatamente sobre a Diana que precisamos falar! — Agora foi a vez do prateado dizer, e algo naquela frase me despertou a curiosidade, apenas as pessoas mais próximas a minha mãe sabiam o primeiro nome dela, bem ao menos até esta tarde.

— Quem são vocês? — me apresso em perguntar, não há motivos para ter formalidades agora e eu não estou com nem um pingo de paciência para elas também.

—Amigos da sua mãe. Me chame de cal se quiser— começa o homem, posso ver que esta tentando ser o mais sensível possível por conta do momento.

— Mare Barrow, e eu estava lá quando sua mãe morreu! — Já a mulher é mais direta, tocando em um assunto bastante chamativo— E seu pai também — ela continua falando, eu já esta em frente aos dois quando ela diz a ultima parte, toco em um ombro de cada um, apertando ambos com mais força do que era necessária, uma pontada de raiva se agita dentro de mim e lançando um ultimo olhar para a mulher, Mare, salto de lá.

A paisagem ao meu redor passa como se fosse apenas um borrão, uma pintura de um artista triste talvez, e em menos de 5 segundos estamos em frente à porta da minha casa. O salto não teve nenhum efeito negativo sobre mim, mas não resisto a dar um sorriso malicioso ao ver o estado dos meus “passageiros”.

Cal tinha a mão sobre a boca, parecia querer evitar que uma cascata de vomito saísse da mesma, já Mare não se importou tanto em segurar, virou seu rosto para fora das escadas e largou tudo que tinha no estomago.

— Desculpe, juro que dou um jeito nisso depois. — comenta assim que termina seu “trabalhinho”.

Faço um sinal com uma das mãos para que não se importe tanto com isso e me apresso em abrir a porta da casa, assim que entro e acendo as luzes sinto a tristeza querendo tomar conta de mim, e lagrimas querendo fugir dos meus olhos de novo, engulo em seco. Não é hora para isso!

—Vão entrar de uma vez ou querem que eu mande um convite pra isso? — pergunto ao ver ambos parados feito estatuas na entrada.

Os dois apenas fazem que sim com a cabeça, cal oferece uma das mãos de apoio para a mulher e juntos entram na casa, enquanto os enrolados entram eu aproveito para pegar duas cadeiras da cozinha para que eles sentassem. Molhados como estão no meu sofá que não iriam sentar mesmo! Aproveito para sentar nos últimos de grais da escada de onde posso observar muito bem os movimentos de ambos.

—Saphira, você.... quando descobriu esse poder? — Pergunta a mulher me fazendo revirar os olhos.

—Você veio aqui falar dos meus pais. Se for dos meus saltos é melhor dar o fora!

— Tão direta quanto à própria farley. — o homem comenta com um pequeno sorriso querendo brotar nos lábios. Esse povo veio aqui pra me encher ou falar alguma coisa importante?

—Sua mãe, deixou uma carta pra você. — diz mare, como se lesse meus pensamentos, a frase tem um impacto instantâneo, sem que eu nem perceba direito já estou de pé. Não consigo manter a face de fria e calculista como minha mãe e meu avo faziam e isso se torna um problema. — Aparentemente, Jon acabou avisando a ela que alguma coisa poderia acontecer uns tempos antes e que não teria escapatória.

—Aqui está! — Cal tira de dentro do seu casaco um envelope branco e o estende para mim.

Com as mão tremulas pego o envelope, não havia nenhuma discrição de remetente em sua frente ou seu verso, era apenas um envelope branco, eu o rasgo com certa ferocidade e abro apreçada a folha que tinha dentro do mesmo.

Eu realmente não queria ter que fazer isso, deixar minha coelhinha sozinha!? — mal começo a ler a carta e um misto de emoções me atinge me fazendo sorrir nostálgica ao ler o apelido— Mas não tem jeito não é!? Jon me garantiu isso. Se não fosse eu, seria você. Eu só suportei a perda de Shade por que você estava comigo, mesmo que você fosse apenas um pequeno bebezinho que não sabia nada do mundo, você foi meu motivo de viver, meu mundo inteiro, e eu não o deixaria ir assim, sem mais nem menos, não de novo.

Sabe, me lembro do dia que você quis ir comigo até o QG, naquele momento achei que queria me ajudar com os papeis e o treinamento dos sangue-novos e vermelhos da guarda. Aprender mais com a sua mãe. Mas em um piscar de olhos você já havia saltado de lá direto para onde Harrick estava, você me deixou maluca de preocupação naquela hora, eu estava pronta para por meus melhores soldados atrás de você quando descobri que estava com ele, pedindo para que ele criasse uma miragem de Shade, para que você ao menos soube-se como era o rosto do seu pai. E no fim, vocês passaram o dia inteiro falando sobre ele, e Harrick lhe mostrando algumas miragens de momentos que ele passou com shade.

Quem diria que com o passar dos anos você se tornaria tão parecida com ele. E não digo apenas pela aparência, a mania de me dar minis ataques cardíacos, o sorriso e até mesmo o olhar.

Vocês dois foram meu mundo, não pude fazer nada para impedir a morte dele, mais ao menos pude proteger você coelhinha.

Eu te amo minha menina, mais do que todas as estrelas do céu.

Não havia notado naquele momento, mais minhas mãos tremiam muito enquanto eu lia, as lagrimas manchavam a folha e minha garganta formigava, mais de qualquer forma tomei coragem de ver a ultima frase que tinha na carta.

Você vai se levantar, vermelha como uma aurora!

Ao ler isso solto um grito alto, carregado de tristeza, raiva, saudade, dor e muitas lagrimas. Apertando a folha contra o peito, minhas pernas cedem e eu desabo no chão, ainda gritando e chorando muito.

Como posso me erguer, com o que acabei de ler aqui? minha mãe foi assassinada para me proteger, era para ser eu não ela!

Enquanto minhas lagrimas rolam, nenhum dos dois a minha frente tenta se intrometer, cal até da um passo a frente, mas Mare o para. Ela sabe que preciso desse momento.

Algum tempo depois consigo me recompor um pouco, não muito, mas o suficiente para erguer os olhos e encara os dois a minha frente.

—Quem a matou?  — é a única coisa que consigo dizer, meus olhos ardem em um misto de raiva e lagrimas.

—Saphira, você não precisa saber disso! — a resposta sai rápida da mulher o que me faz repetir dessa vez mais alto.

—Quem a matou!?                                                      

—Ptolemus! — Cal é mais pratico e me responde rápido. — Um prateado, o mesmo homem que matou seu pai e agora esta morto também!

—Quem fez isso? — pergunto, dominada pela fúria e deixando o casal confuso na minha frente — Era eu quem devia mata-lo!

— Não, não era! — Mare intervém fazendo meu sangue esquentar

— Eram meus pais! — dessa vez eu berro. Despejando minha raiva na mulher a minha frente

—Parem vocês duas! — diz o homem, com uma calma fora do comum. — Fui eu quem o matou Saphira, deveria ter feito isso a muito tempo, mais não pude. Ele era meu amigo, eu só tive forças para mata-lo quando vi o sangue da sua mãe pelo chão, quando vi que ela foi morta por tentar proteger as pessoas, proteger Mare e você. Aquele não era mais Ptolemus, era um assassino. Então por favor Saphira, não se permita virar alguém como ele. — Cal se abaixa em minha frente e põem ambas mãos em meus ombros, transmitindo seu calor para mim.

As palavras dele me acalmam de alguma maneira, e aquecem meu coração. Os dois não demoram a ir embora, entendem que preciso ficar sozinha, assim que saem daqui largo a carta sobre a mesinha de centro da sala, e me sento no sofá na forma mais confortável que eu encontro, e assim, encarando a carta a minha frente e deixando as lagrimas rolarem em silêncio, acabo adormecendo.

 

 

Um cheiro de pães quentinhos acaba me acordando, não apenas a mim, mais a meu estomago também, seguindo o cheiro acabo encontrando Feliph na cozinha com uma cesta cheia de pães, geleias e uma garrafa térmica que provavelmente teria café dentro dela, ele preparava um dos pães antes de notar que eu estava acordada e sorrir para mim.

Mesmo sendo difícil tento corresponder ao sorriso dele, o que deveria sair em um esboço de sorriso mais pareceu que eu estava com dor de barriga. Vai levar muito tempo para que eu entenda que ela não vai mais estar aqui. Mas eu vou tentar com todas as minhas forças seguir o que ela me disse na carta.

Um dia eu irei me levantar, vermelha como uma aurora outra vez.


Notas Finais


Quem quiser é só deixar um comentário aqui em baixo dizendo o que achou, não vou ficar nem um pouquinho brava na vdd vou é ficar mega feliz :3
espero que tenham gostado e kissus de amora da satokasu :*


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