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História Sasuhina - Ligeiramente Casados - Capítulo 1 - Mensageiro da Morte


Escrita por: mandynha223

Notas do Autor


Por favor, sem cobranças...

Boa Leitura!

Capítulo 2 - Capítulo 1 - Mensageiro da Morte


 

A manga do vestido estava caída em seus ombros, o cabelo ia até a cintura num tom de preto quase azulado, e se encontrava jogado em seus ombros. Sentada a beira do riacho com o velho vestido que outrora já fora um de seus melhores, a agora mulher observava as imagens em um dos últimos cartões enviados por seu irmão.  Quanta falta ele fazia em sua vida... sonhava com o dia em que ele as buscarias. Neji prometera levar Hinata e a velha Hikari Hyuuga para viver com ele na capital. Hinata temia porque sabia que Tóquio era um lugar grande e perigoso... mas nada haveria de temer se seu irmão estivesse consigo. Ele voltaria, ela sabia, e teria que aguardar.

Hinata suspirou ... foi então que observou a carroça se aproximando pelos lados da entrada do sítio. Com certeza era Kiba com as compras da semana. Será que ele trazia alguma carta de Neji?! Nos últimos anos o irmão enviava as cartas para a casa paroquial do vilarejo, onde seu amigo Kiba vivia com o bondoso Monsenhor Hiruzen. Todos os meses Kiba trazia alguma correspondência do irmão de Hinata, o que não aconteceu apenas no último mês. Mas ela estava confiante, com certeza a carta devia ter se extraviado, afinal em dois anos Neji nunca se esqueceu dela, e havia uma promessa: ele viria buscá-la.

Hinata então apressou-se de volta a casa. Ela logo pensou o que diria a tia e madrinha caso a visse correndo descalça pelo campo. Alargou o sorriso e levantou o vestido para correr ainda mais rápido.

...

O mais velho estava sentado desajeitadamente no banco da velha carroça que balançava tamborilante durante todo o caminho. Mesmo sofrendo do desconforto da jornada, o coronel Uchiha Sasuke tentava a todo custo ignorar os olhares nada amistosos que o verdureiro lhe dirigia, além dos olhares perspicazes do grande cachorro que sentado ao pé do dono, vez ou outro grunia de encontro ao mais velho. Talvez aquele não fosse seu dia de sorte. Avistou ao longe o velho casebre. Começou então a entender a aparente preocupação do agora finado soldado. Ao mesmo tempo o Uchiha estranhou o fato de Neji ter tido condições de entrar para as tropas japonesas, afinal aparentemente ele vinha de uma família humilde sem dinheiro para comprar a patente de soldado, porém o Uchiha afastou de si tais pensamentos, não era hora para estes devaneios.

Sasuke Uchiha tinha cerca de dois meses de férias até ser enviado novamente para o campo de batalhas, desta vez na Coréia, e ele ainda tinha que ir ao encontro de sua família em Tóquio, afinal ele já sentira a ira de sua mãe Mikoto por não ter ido da China direto para casa, e deste modo, ele não esperava demorar mais de um ou dois dias na pequena localidade de Konoha já que aparentemente a preocupação de seu subordinado com a irmã era dinheiro , o que o Uchiha resolveria sem maiores percalços. Pelo menos era nisso que ele acreditava.

....

A pequena figura de cabelos azulados esvoaçantes corria eufórica. Hinata preocupara-se dia após dia desde a partida do irmão para servir nas tropas japonesas. Hyuuga Neji era junto com sua tia e madrinha Hikari as únicas pessoas que Hinata conhecia por família. Quando o irmão fez dezoito anos, recebeu parte da herança de um parente distante mais afortunado, e com a promessa de que após a guerra voltaria para levá-las consigo, depositou quase todo o dinheiro que herdaram no sonho de se tornar um oficial. Antes de ir Neji assegurara que Hinata e a madrinha Hikari ,uma senhora de mais de setenta anos que era tia avó dos dois jovens, tivessem condições humildes mas dignas para sobreviver, porém um tornado cerca de três meses após a partida do Hyuuga desestabilizou toda a produção do pequeno sítio e acabou com as chances das mulheres de subsistirem da terra. A partir daí, Hikari bordava e costurava e Hinata costumava vender doces e lavar roupa para fora. Durante os últimos meses as coisas haviam piorado com a doença repentina de Hikari, a mais velha diminuiu os trabalhos e necessitou de cuidados que endividaram as pobres mulheres, foi então que Padre Hiruzen enviou uma carta a Neji explicando o ocorrido e o irmão prometera adiantar a volta no máximo até que a guerra acabasse, e pelo que Hinata ouvira no mercado na última semana a guerrilha enfim havia chegado ao fim. Então nos últimos dias a moçoila estava ainda mais eufórica e animada à espera de noticias do irmão.

Avistou ao longe a figura da velha mulher que com as mãos trêmulas teimava em tecer uma blusa de lã para a mais nova, já preocupada com o inverno que se aproximava e com o fato de Hinata ter apenas roupas velhas e gastas. Ao vê-la a velha senhora sorriu e então parou de tecer.

Oba-san eu já disse que tem que descansar! ―repreendeu Hinata ajeitando os cabelos. ― Kiba-kun esta chegando, ele deve trazer noticias de Neji-nissan.

E eu já disse que a senhorita devia andar mais composta querida. ― repreendeu a mais velha em tom de brincadeira. ― Venha aqui preciso ajeitar este seu vestido, esta bem gasto.

Não se preocupe Oba-san! É o Kiba-kun e ele não liga pra essas coisas. Vou recebê-lo a senhora fique quietinha aí e deixe este casaco de lado. A senhora precisa descansar! Vamos vá para o quarto e deite um pouco. ―Hinata cuidava de Hikari sempre com muito amor e paciência. Hinata beijou-lhe o topo da cabeça e colocara nas mãos da mais velha o último cartão postal que recebera do irmão e que a pouco observava. Hikari sorriu.

Hinata então apressou-se rumo a entrada da casa. Quanto mais próxima a carroça ficava mais seu coração se apertava, afinal ela pressentia que teria noticias do irmão, e veria um de seus únicos amigos, o jovem Kiba que fora abandonado pelos pais na entrada da casa paroquial ainda bebê e que foi criado pelo pároco do vilarejo. Eram amigos desde muito novos, e devido à situação que passavam recebiam todas as semanas uma cesta de verduras e outros mantimentos do amigo, que trabalhava como verdureiro já há alguns anos. Todas as visitas de Kiba traziam alegria e esperança a jovem, e uma alegria especial quando ele trazia na cesta além da comida, noticias do irmão.

A carroça parou onde era de costume e Hinata deu alguns passos rumo a presença do amigo. Foi quando ela observou uma figura imponente que vinha ao lado de um Kiba sério carregando a cesta de alimentos, sem o rotineiro sorriso nos lábios. O homem ao lado do amigo era alto e tinha postura altiva, trajava roupas de boa costura e tinha o olhar fixo na menina. Hinata então recuou, apreensiva observava as duas figuras masculinas que lentamente se encaminhavam em direção à entrada da casa.

....

Quando Sasuke Uchiha observou ao longe um pequena figura que os observava sentiu um arrepio percorrer toda a espinha. A cada passo tinha o olhar ainda mais compenetrado na jovem, que diferente da imagem que fizera em seus pensamentos era uma linda e formosa mulher, totalmente diferente da jovem menina que esperava conhecer. Desde o momento em que se pôs a procurar a jovem, até a conversa que tivera com o pároco ao chegar no vilarejo, o Uchiha imaginara uma menina humilde sem nenhum tipo de atrativos, mas encontrara um bela mulher que pelas vestes simples e desajeitadas esbanjava sensualidade... ela era linda, e Sasuke gelou quando percebeu o rumo de seus pensamentos.

Kiba abriu a porteira com cautela e um animado Akamaru correu de encontro a jovem moçoila que fez um carinho prolongado no animal. Akamaru era um cachorro grande e forte, porém sempre fora extremamente dócil com todos, e tinha um carinho especial por crianças, que rotineiramente viviam montadas no dorso do animal. Assim que Hinata desviou a atenção dele, percebeu os dois homens já bem próximos a ela e um sorriso desajeitado brotou nos lábios do amigo.

Hinata!

―Kiba-kun! ― disse aproximando-se do moreno. ― Achei que não viesse mais esta semana. ― disse enquanto encarava o chão corada.

Jamais esqueceria de você Hinata e nem da rabugenta Dona Hikari! ―riu ― Hinata este é o coronel Uchiha Sasuke e bem... ele veio falar com você sobre seu irmão.

A Hyuuga rapidamente levantou o olhar e as pérolas encontraram os olhos de ônix. Uma troca de olhares intensa e repentina que deixou a jovem ainda mais corada. Sasuke fez duas anotações mentais sobre ela: a bela irmã de seu finado soldado ficava ainda mais linda quando corava e que as perolas em seus olhos diziam ainda mais que as de seu irmão, é como se fosse uma janela direta para a alma, onde Sasuke pôde  enxergar todo o amor, a saudade, a dúvida e o medo que se apossaram do pequeno ser. Ele praguejou, ficar dois anos em uma guerra o deixara totalmente necessitado de uma mulher , totalmente diferentes das prostitutas com as quais matava suas necessidades, além de tudo detestava estar naquela situação. Sasuke jamais comunicara a morte de um ente querido a alguém pessoalmente. Nas inúmeras cartas que enviou aos parentes dos companheiros mortos nos últimos anos sempre se preocupara em ser respeitoso e gentil, porém jamais encarara a situação tão de frente, afinal seria ele o culpado pela já visível inundação de sentimentos que invadiria a alma e o coração da jovem Hinata. Sasuke não sabia muito sobre ela, apenas que era irmã mais nova de Neji Hyuuga, que tinha 19 anos e que era uma muito boa menina segundo o padre da localidade.

Prazer senhorita Hyuuga. Me chamo Uchiha Sasuke , sou coronel do exercito japonês e fui responsável pela tropa onde seu irmão serviu durante os últimos dois anos. ― disse o mais velho com o costumeiro tom firme que sempre usara.

Pra-prazer em conhecê-lo Coronel... Ki-Kiba-kun disse que tem noticias de Neji? Porque ele mesmo não veio? Deve estar cansado quer entrar?Aceita alguma coisa? ― Hinata estava um tanto quanto assustada afinal não entendia o porquê do irmão ter enviado um mensageiro para falar consigo. Se o coronel era da mesma tropa que seu irmão e estava ali era porque a guerrilha realmente havia acabado... Então, porque Neji não voltara?

Sasuke observou a gagueira da jovem e a pergunta dela deixou-lhe com a garganta seca.

Bem eu aceitarei um copo de água Senhorita Hyuuga, caso não seja nenhum incomodo. ― respondeu tentando manter a mesma altivez na voz.

Oh imagine coronel, entre! Entre também Kiba-kun. A madrinha gostará de vê-lo. ― disse afastando-se da entrada para que os dois homens adentrassem a casa, logo depois de Akamaru que eufórico se encaminhou para dentro indo de encontro ao local onde sabia que encontraria a Hyuuga mais velha. Hinata então arrependeu-se por estar tão desmazelada e de certo modo envergonhou-se pela humildade da casa quando percebeu o olhar do Uchiha percorrendo todo o cômodo, aquele homem devia estar acostumado com a mais alta sociedade e com o luxo e a humilde casa deveria  parecer-lhe uma cabana.

Kiba tinha uma expressão diferente no rosto que Hinata não soube decifrar. O amigo se encaminhou para a mesa no canto da sala e  com a cesta de mantimentos nas mãos  começou silenciosamente a retirar os produtos  e deposita-los sobre a mesa. Normalmente Kiba faria isso contando-lhe alguma novidade do Vilarejo e sorrindo enquando ela passava-lhe uma café. Estranhou a atitude do amigo que agia como se estivesse ali como um suporte e a expressão em seu rosto ainda a preocupara.

Irei buscar sua água Coronel. Demorarei apenas um instante. ― com uma reverência curta a moçoila caminhou em direção a cozinha de onde voltou segundos depois trazendo uma jarra de vidro e um copo em uma bandeja. Agradeceu a madrinha mentalmente por não tê-la deixado vender a prataria de presente de casamento de seus pais para pagar as contas, senão não teria outra coisa a não ser uma caneca ou cantil para servir ao coronel.

Sasuke aceitara a água de bom grado e num único gole sorveu todo o liquido. A Hyuuga estava em sua frente, encarando-o com a imensidão daquele olhar.

Obrigado.  Soube que tem uma tia. Talvez deve-se chamá-la. ― O Uchiha havia ficado surpreso quando soube pelo pároco que Hinata tinha uma tia, afinal Neji havia dito que ela não tinha mais ninguém por ela, porém considerou isso algo bom, que de certo modo amenizaria a promessa feita. Porém Sasuke soube também que a senhora já estava idosa e doente, e isso o preocupara.

Tia Hikari está descansando agora. Acredito que possa me dizer... é algo sobre Neji não é? Coronel Uchiha porque Neji-nissan não veio com o senhor?!

Sasuke sentiu a garganta seca mais uma vez. Formulara várias maneiras de dizer aquilo no ultimo mês mas na hora sentia como se tudo fosse diferente. Após um suspiro, abriu lentamente os lábios para proferir a difícil notícia, mas fora interrompido pela entrada repentina do cachorro Akamaru que latindo insistentemente, correu até o dono chamando a atenção de todos.

O que foi amigão?! Akamamaru?! ― Kiba mal teve tempo de entender a reação do animal. Um barulho foi ouvido e vinha justamente do cômodo onde a Hyuuga mais velha repousava. Hinata logo elevou seus pensamentos até a tia e madrinha e correu rumo ao cômodo, deparando-se com uma Hikari caída no chão do quarto totalmente inconsciente. A morena abaixara –se em frente a mais velha em desespero, e com a ajuda de um Kiba assustado e de um Uchiha confuso colocou a mais velha deitada sobre a cama.

Hinata chamava a mais velha desconsolada, enquanto que o Uchiha analisando rapidamente o cômodo encontrara um vidro de álcool sobre a velha cômoda e jogando-o em um lenço aproximou-o da nariz da idosa que abriu lentamente os olhos também perolados.

―Hi-hinata...

A tentativa de diálogo da mais velha demonstrou sua debilidade, e diante da situação, Uchiha Sasuke, fez uma nova anotação mental: desde os últimos acontecimentos percebera, que talvez ao invés de coronel, mensageiro da morte lhe fosse uma denominação mais apropriada.


Notas Finais


Mereço um comentário nenón, mana?!


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