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História Sasuke Rise - Amanhecer na Primavera das Flores - Chamas


Escrita por: LizYukki

Capítulo 6 - Chamas


Sasuke estava se sentindo estranhamente inquieto naquela tarde.

Ele organizou em seus devidos lugares as compras que havia feito mais cedo e depois de fazer todos os preparativos para seu encontro, ele aproveitou para limpar a casa. Enquanto fazia caretas ao tirar uma quantidade ridiculamente enorme de pó da estante do seu quarto, ele encontrou perdida no meio de papéis uma foto antiga de sua família.

Sasuke encarou a imagem por um momento, o coração afundando em seu peito enquanto olhava os rostos de seus familiares. Seus olhos então se moveram para o garoto mais jovem, uma criança feliz e serena em sua inocência que jamais imaginaria que aqueles seriam os seus últimos momentos de paz. Ele odiava pensar que no fim, acabou se tornando apenas sobras e ecos daquele tempo.

Depois de deixar a fotografia ao lado do retrato que tinha do time 7, ele arrumou por ordem de importância todos os pergaminhos adquiridos durante suas viagens com o propósito de estudá-los mais tarde e quando sentiu que estava tudo do jeito que queria, começou a se preparar para encontrar Sakura.

Ele tomou banho e optou por vestes casuais, mas novamente não pode evitar sentir falta de estar em missões. Sabendo que não poderia ficar parado por muito tempo, Sasuke decidiu ir até o escritório do Hokage no dia seguinte para se atualizar melhor sobre a situação de Konoha. Talvez ele até conseguisse receber alguma missão nova nos arredores da Vila.

Através das paredes de vidro do seu quarto, ele viu os últimos raios de sol se pondo no horizonte e se pegou fascinado pela beleza daquele momento. Ele nunca fora de parar para admirar as pequenas coisas que o rodeavam, mas aquele era um espetáculo e tanto. Talvez agora que as sombras estavam se dissipando lentamente dentro da sua mente, ele estava começando a dar mais valor a coisas que antes tinha ignorado.

Segurando-se a esse pensamento, ele pegou tudo o que tinha preparado durante à tarde para seu encontro e com aquele mesmo sentimento inquietante ainda pairado dentro de si, caminhou em direção a mais um passo para fora da sua solitária fortaleza.

***

Enquanto andava por Konoha, ele não pode deixar de notar que estava recebendo olhares estranhos de cada conhecido que encontrava.

Primeiro tinham sido Maito Gai e Rock Lee, que estavam em mais uma de suas competições bizarras (nem mesmo o fato de Gai estar em uma cadeira de rodas impedia aqueles dois) quando viram Sasuke. Eles levantaram seus polegares para ele e deram seu sorriso mais brilhante, no qual Sasuke fingiu que não viu. Depois foi a vez de Kiba, que cruzou os braços em seu peito e desviou o rosto para o outro lado quando ele passou, mas com o canto dos olhos Sasuke pode ver um vestígio de sorriso nos cantos da boca dele. Akamaru, que estava sentado obedientemente ao lado de seu parceiro, apenas latiu e colocou a língua para fora de um modo brincalhão. Até mesmo o homem do Ramen Ichiraku acenou alegremente para ele com a sua concha de cozinha.

O que diabos está acontecendo?

Sasuke então viu Naruto e Sai, que pareciam estar em uma intensa discussão enquanto seguravam maçãs em uma tenda de frutas. Ele tentou passar sem chamar a atenção, mas para constrangimento do seu ego ninja, Naruto o viu de longe e logo começou a acenar de uma maneira nada discreta que somente Naruto poderia fazer.

“Oy, Sasuke!” gritou Naruto enquanto Sasuke se aproximava deles de má vontade.

“Olá, Sasuke!” comprimento Sai com o mesmo sorriso de sempre em seu rosto.

Sasuke fechou os olhos e respondeu com o seu também tradicional Tsk, concluindo assim o ciclo de cumprimentos usuais.

“Para onde está indo?” perguntou Naruto, mas quando olhou para baixo e viu o que Sasuke levava em sua mão direita, ele entendeu o que estava acontecendo.

“Isso não diz respeito a você” respondeu Sasuke simplesmente.

“Naruto, você esqueceu que hoje...” começou Sai, mas Naruto pôs a mão em sua boca antes que ele concluísse.

“Bem...então...nós...nós temos que ir, não é mesmo, Sai?” disse ele enquanto arrastava o outro para longe “nós falamos depois, ‘ttebayo!”

Faça o seu melhor, Sasuke pensou ele ao ver o amigo se afastar.

Agradecendo por estar livre para continuar seu caminho, Sasuke apressou seus passos, sabendo que aquela altura acabaria chegando atrasado.

Já próximo do lugar marcado, ele já não estava seguro de seus planos.

Talvez tenha sido uma má ideia, no final das contas.

Aquela não era a zona de conforto dele e as chances de tudo acabar em um desastre eram relativamente altas. E se ele a magoasse ainda mais? E se ela, de alguma forma, tivesse mudado de ideia com relação a ele?

Sasuke sabia que não poderia culpá-la se isso acontecesse. No fundo, ele sentia que era isso o que ele verdadeiramente merecia.

Ele ainda não entendia como Sakura era capaz de amá-lo, mesmo depois de tudo. Ela poderia simplesmente encontrar alguém que a tratasse do jeito que ela merecia, alguém que a faria sorrir ao invés de chorar e que cuidaria do seu coração ao invés de quebrá-lo. Alguém que ao contrário de tentar matá-la, faria de tudo para protegê-la.

Alguém digno de seu amor.

Sasuke sabia que aquela era a melhor escolha para ela, mas somente o pensamento de vê-la com outra pessoa fez seu sangue começar a ferver. Ele apertou com mais força o que segurava em sua mão e tentou clarear seus pensamentos para que seu humor não arruinasse aquele momento para os dois.

Enquanto tentava (em vão) manter pensamentos positivos, Sasuke a viu.

Sakura estava apoiada contra o corrimão do lado esquerdo da ponte parecendo perdida em seus próprios pensamentos. Sasuke notou que ela usava algo diferente do normal, um vestido que realçava ainda mais sua beleza.

“Sakura?” ele a chamou calmamente.

“Sasuke-kun?” ela respondeu meio aturdida, meio surpresa, suas bochechas assumindo um tom de rosa delicado.

“Você está esperando há muito tempo?” perguntou ele, seus olhos nunca deixando o rosto dela.

“Sim” Sakura respondeu, suspirando “mas está tudo bem, você está aqui agora”.

O coração dele se apertou com aquelas palavras.

“Já podemos ir?” perguntou ela, mas parou e reparou no que ele estava segurando “o que é isso?”

Isso será muito útil para onde vamos” disse ele enquanto se virava e começava a caminhar novamente.

“Ah? Para onde está indo? Os restaurantes de Konoha estão na direção oposta” disse Sakura, confusa.

“Nós não vamos para lá” disse ele simplesmente.

“Oh....” foi tudo que ela conseguiu dizer.

“Venha” disse ele, quase como uma ordem.

Eles então se dirigiram para os limites de Konoha, onde não havia moradores e o que predominava eram florestas.

“Você vai me dizer para onde estamos indo?” perguntou Sakura depois de alguns minutos de silêncio.

“Acredito que teremos um pouco mais de privacidade aqui”.

“Tudo bem” disse ela, corando.

Eles se moveram por mais alguns minutos até Sasuke diminuir seu ritmo até parar completamente.

“Chegamos” disse ele enfim.

Sakura reparou que eles tinham chegado a uma clareira que ela nunca tinha visto antes. O lugar era calmo e pacifico, com flores aqui e ali rodeando os limites onde a floresta começava.  Apesar do resto da florestar já estar escuro devido a chegada da noite, a clareira estava perfeitamente clara.

“Que lugar é esse?” perguntou ela, maravilhada.

“É um antigo campo de treinamento para shinobi que sobreviveu a destruição da vila.”

Sasuke andou em direção a um grande conjunto de toras e depois gritou:

“Katon: Gōkakyū no Jutsu!"

A fogueira que ele havia preparada com antecedência foi então acessa, deixando o local ainda mais fascinante. Sasuke retirou da cesta que carregava uma toalha comprida a estendeu sob a grama, depois pegou os alimentos e os colocou em ordem em cima dela. Ele sentou-se no chão com as pernas cruzadas e insinuou para Sakura fazer o mesmo.

Ele notou que ela estava congelada no local que tinha estado desde que eles chegaram e ficou um pouco alarmado.

“Algo errado?”

“Não...” disse ela baixinho, tirando seus olhos das chamas e os focando nele “eu só estou tentando processar tudo isso”.

Sasuke então apontou para a variedade de comidas espalhadas pela toalha “eu não sei do que você gosta, então resolvi trazer um pouco de cada”.

Sakura avistou alguns bolinhos com cobertura de xarope e logo sentou-se para comer.

“Itadakimasu!” disse ela com a boca cheia.

Ele seguiu o exemplo dela e colocou um omusubi com tomates na boca.

Eles comeram em silêncio por alguns minutos, mas Sasuke percebeu que Sakura estava olhando com tristeza para o shiratama anmitsu em suas mãos.

“Sakura?”

“Eu...” começou ela, ainda sem levantar os olhos “Tem algumas coisas que eu preciso esclarecer, Sasuke-kun.”

“O quê?”

Ela então levantou seus olhos verdes para ele e eles estavam queimando com uma determinação inabalável.

“Você sabe como eu me sinto...” começou ela “Eu sofri por você, deixei o meu coração ser partido tantas vezes que até dói lembrar, e quando eu pensava que finalmente estava bem, você aparecia e me derrubava mais uma vez. E... mesmo assim, eu continuei lutando e me agarrando a qualquer sinal de esperança que pudesse aparecer, mesmo que fossem os menores possíveis. “ Sakura olhou firmemente nos olhos de Sasuke, de uma maneira tão intensa que até a alma dele foi atingida “quando nos éramos Genins e você ainda estava na Vila, eu não entendia muito bem meus sentimentos naquela época, a única certeza que tinha era que estava perdidamente apaixonada, e quando você sofria, dói demais em mim... a sua dor acabou se tornando a minha dor também.”

O coração dele se apertou um pouco.

Sasuke entendia muito bem o que ela queria dizer. Após sua luta com Naruto, ele pôde sentir o que verdadeiramente significava compartilhar a dor com alguém.

Sakura voltou a olhar para baixo quando seus olhos começaram a formar lágrimas.

“Mas só percebi as sombras que rodeavam você quando já era tarde demais, e então você foi embora e desde aquele dia, eu nunca mais fui a mesma. Quando a escuridão em seu coração quase lhe dominou, eu tentei ignorar a parte de mim que te amava e pensei em acabar com os nossos sofrimentos com minhas próprias mãos, mas falhei miseravelmente. A única coisa que pude fazer foi colocar minha fé no Naruto para trazer você de volta, e agora que você está aqui...”

Sakura olhou para Sasuke de uma maneira totalmente diferente, seus olhos estavam banhados com o sentimento que ela esteve guardando dentro de si durante tanto tempo e finalmente estava deixando sair e florescer.

“Eu quero que você saiba que eu amo você, não importa quantas vezes eu tenha que repetir isso até entrar nessa sua cabeça dura. A partir de hoje não pretendo deixar você esquecer nem um dia sequer da sua vida que você não está sozinho e que não há motivos para você acreditar que precisa estar preso a todas as coisas ruins pelas quais já passou."

Sasuke não sabia o que dizer, ele apenas ficou lá absorvendo cada palavra que Sakura tinha dito, sentindo dentro de si familiares sentimentos (que antes tinham sido temidos e então enterrados em seu coração) serem trazidos à tona novamente.

“Sakura...” ele tentou formar alguma coisa que fizesse sentido, mas não conseguiu. Ele então sorriu para ela, um sorriso puro e sincero que ele nunca tinha mostrado para ninguém antes. Um sorriso criado especialmente para ela.

“Eu sei, Sasuke-kun” disse ela, sorrindo de volta.

***

 

A mulher com os cabelos escuros presos em um rabo de cavalo cutucou com o pé um dos corpos dos shinobi que estavam no chão

“Esses aqui até que deram trabalho, não é? Eu quase fiquei cansada!”

“Não os subestime” respondeu o homem atrás dela enquanto limpava o sangue em sua katana "quanto mais cedo nos reunirmos com os outros, melhor".

Ela mostrou a língua para ele e virou-se para o homem de cabelos roxos que estava vestindo um longo manto negro que escondia totalmente a sua bela figura.

“Para onde vamos depois, chefe?”

“Acredito que estamos prontos para fazer uma visita a minha antiga casa” disse ele com sua voz sem nenhum humor.

Os outros dois apenas assentiram.

A jovem mulher se moveu e parou ao lado dele, encarando mais uma vez os corpos no chão.

“Esses ratos da Folha são sempre os mais complicados... Espero não ter que lidar com nenhum deles tão cedo” disse ela com desdém.

O homem com a katana virou a cabeça para o lado, intrigado.

“Konoha? O tal Herói de que todos falam não é de lá?”

O homem com o manto preto virou-se lentamente para ele e o encarou com seus olhos verdes intensos e mortais.

“Num mundo em que eu esteja vivo, não existem heróis”.

 


Notas Finais


Heeeeey pessoal!

Desculpem pela demora nas atualizações, eu desmaiei depois dos últimos episódios de shippuden e só acordei agora, QUE BATALHA FOI AQUELA MINHA GENTE?

Espero que estejam gostando da história até agora, novos personagens estão prestes a surgir e... bem, continuem lendo para saber o que vem a seguir ;)

Até a próxima!


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