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História Saudade - Verdades em um dia cinza


Escrita por: Faela2

Notas do Autor


Eu finalmente apareci. Eu não demoro tanto e quero pedir minhas sinceras desculpas por isso. Esse capítulo é necessário para a importância do próximo. Eu precisava de algo leve e isso estava me matando, minha inspiração sumiu de mim e foi muito difícil. Eu me forçava a escrever e eu não gosto disso. Então hoje uma amiga me fez a seguinte pergunta:

“Se a leveza não é você, por que ela está em uma história que é você?”

Eu respondi, mas essa pergunta não saia de mim. Eu não consegui me desvincular dessa questão, foi quando eu decidi abraçar minha intensidade. Aceitar que a leveza não sou eu. Obrigada por isso, Tarsila de Andrade.

Vamos dedicar. Quero dedicar a Malu – mais conhecida como Minha Vadia. – Obrigada por surtar comigo assistindo Supergirl e por confessar que sempre chora em Saudade.

Obrigada a todos pela paciência e novamente peço desculpas pela demora.

Desculpe pelos erros.
Boa leitura.

Capítulo 25 - Verdades em um dia cinza


Estou sentada embaixo da árvore velha que me abrigou por dias riscados. Dias em que acreditei ter vencido uma saudade que nunca se foi. Olho para meu livro com desenhos de sombras tentando voltar ao meu hobby favorito – sentar ao pé de arvores verdes e ceder a histórias de personagens que não são meus. – Não consigo deixar de pensar em minha própria história, não consigo me desvincular do sábado banhado de notas, Chopin e Morena.

Camden não me traz aquele tédio conhecido, o responsável por me afastar das rotinas criadas. Minhas razões mudaram.

Camden não me traz o desejo de adentrar na movimentação de uma cidade cheia e distante.

Camden não me traz a saudade de estar sentada às margens de um lago, fingindo que a ruas são calmas, assim como ele.

Camden não me traz o desejo de fugir de olhares questionadores e abraçar o despercebido.

O problema em Camden?

Ela não está aqui.

Minha percepção em cada grão de areia, em cada linha tranquila dos moradores desse cidade pacata e familiar, mudou. Meus olhos mudaram e não me sinto mais escondida ou abrigada aqui. Meu apartamento não mais me aquece ou me ajuda em meu silêncio amado. Os olhos dos clientes já não me alegram. Não me sinto enrolada por cobertores em um dia frio qualquer.

Me sinto sozinha.

Não sei há quanto tempo não tenho tantas lembranças nítidas. O sábado está passando por meus olhos abertos e consigo ver cada deslocar. Sempre me alegro ao reviver as notas de pura surpresa. É fantasioso imaginar Regina me proporcionando esse espetáculo de sensações aprazeradas, imaginar seu esforço e sua determinação por alguém como eu.

Eu finalmente me sinto suficiente demais para Boston. Para meus domingos, meus clientes que raramente enxergam meus olhos ou meus sorrisos gentis, me sinto suficiente para ela. Minha mente apaixonada criou um gigante alto demais para ser tocado.

Regina não diminuiu seu tamanho por mim, ela me engrandeceu.

A claridade do conhecimento não me incomoda mais.

Regina me ensinou que fugas não resolvem questões, não apagam lembranças vermelhas, não substituem dias simples. Regina me mostrou que fechar os olhos não excluem sentimentos antigos.

Nunca me senti tão realizada ao enxergar.

Enxergar.

É uma palavra delicada com um significado amplo. Minha luminosidade poderia me destruir. Será que eu me sentiria resolvida com um desfecho espinhoso?

Acredito que qualquer solução traz dias tranquilos. Se a mulher que ganhou meu tempo me mostrasse toda sua felicidade em seu casamento, eu entraria em um furação de decepção, angustia e desapontamento. Me perderia em uma tempestade de lágrimas salgadas, me cegaria em uma cortina de areia cortante, no final me encontraria em uma sala segurando uma xícara de café quente com cheiro de brisa.

O desfecho, a solução, a resolução sempre nos mostra lados claros ou escuros, mas no fim, conseguimos seguir sorrindo vendo um horizonte preste a nos abraçar.

Eu me encontrei nos braços do impossível, do improvável, do distante.

Eu me encontrei.

Respiro fundo absorvendo esse entendimento. No final das contas, Regina me ajudou a crescer, me conhecer, me descobrir.

Minha volta para Camden foi difícil. Enquanto estava na plataforma esperando o trem que me traria para meu falso lar, me lembrei do dia 14 de outubro, o dia que fugi de uma realidade que sempre existiu. Me lembrei do desejo em me afastar, me lembrei da expressão sofrida de Ruby e Killian. Do abraço fraterno de Zelena e dos olhos vazios de Regina.

Desta vez, eu só queria ficar.

Irônico.

Eu estava no mesmo lugar, com as mesmas pessoas e com sentimentos extremos. Eu estava sentindo uma saudade antecipada dos abraços amigos e dos beijos apaixonados.

Voltei para minha cidade natal sonhando com Boston.

Por que eu voltei para Camden?

Para acreditar em decisões certeiras. Me sinto cansada do ir e vir fugitivo e impulsionado. Preciso criar minha própria certeza do enfretamento e arcar com minhas escolhas. Preciso crescer com passos errados, não correr por lágrimas indesejosas.

Camdem trouxe uma certeza do real.

Caminho até meu apartamento sorrindo por essa verdade. Minha volta para Boston não será instantânea, quero absorver minhas possibilidade, sentindo o cheiro das minhas descobertas.

Não nego minha ansiedade. Anseio pela sexta, dia que entrarei naquele trem que me trouxe segurança e que dessa vez me levará a minha tormenta. Anseio pelo calor, pela boca, pelo vinho barato com companhias maravilhosas. Quero momentos de silêncios sem dramas ou medos. Me lembro quando desejei segundas, depois rotinas.

Eu não quero as rotinas.

Quero Regina com seus devaneios, suas confusões, suas escolhas e suas consequências.

Conhecimento e certeza. Essas palavras me definem hoje.

*****

A sexta-feira me aquece com sua noite sem estrelas em Boston. Deitar em minha cama apertada ouvindo os carros brigarem por espaços restritos é quase divino. O barulho me faz sorrir. Cada som estridente me faz ter certeza de estar no lugar que preciso estar e que quero estar.

Cada gesto me faz lembrar um passado quase recente. Penso nas tantas noites em que olhei para esse mesmo teto frestado pensando nos quilômetros resumidos em um balcão e em casacos, essa distância foi imposta por minha mente insegura.

Minha felicidade me causa uma agitação gostosa. Aquele momento em que o sorriso não consegue ser guardado. Me levanto me sentindo disposta demais para o horário. Encontro Ruby sentada no escuro chorando ao ver um filme que exala romances rosas. Pude perceber isso ao ver um casal clichê, com um mar ao fundo e suas roupas brancas ao vento.

— Você está chorando? – Ver minha amiga com mechas vermelhas chorando por um romance leve é algo histórico. – Posso tirar uma foto?

— Eles são tão lindos juntos. A família dela não aceitava e agora...- Ela diz secando as lágrimas com um lenço que espero nunca tocar.

— Você está me assustando.

— Eu só estou emocionada. – “Só”. Rubs não se emociona.

— Você não se emociona, Ruby. – Ela me fuzila com o olhar. Minha amiga estava pronta para jogar seu vasto vocabulário de palavrões em mim. Em dias nervosos, posso jurar que ela me xinga em outras línguas. É sempre engraçado.

Killian entra um pouco cabisbaixo, se joga no sofá com toda sua familiaridade e suspira.

Killian suspira.

Começo a pensar que estou em um universo paralelo em que a versão sensível dos meus amigos está aflorada. Ruby me olha tentando descobrir no fundo dos meus olhos comuns o motivo da diferença no ar. No meio dessa troca de palavras que só o ar ao redor escuta, decidimos esperar.

Eles suspira mais uma vez.

— Eu conheci alguém. – Não entendo como isso pode ser um explicação. É o Killian. – E eu acho que gosto dela.

Posso jurar que o chão tremeu nesse momento. Meus olhos se arregalaram, Ruby engasgou com o nada. Não conseguimos formular uma frase de apoio ou consolação, tudo depende do ponto de vista.

Nos três olhamos o teto buscando explicações sensíveis. Justificativas plausíveis.

Nós três conhecemos pessoas que fizerem nossas horas mudarem de cor.

Não posso dizer que o Kill está apaixonado, mas ele nunca admitiu gostar de alguém. Essa pessoa incomodou seu status, suas noites de sexta e ocupou espaços fechados. Essa constatação me faz sorrir.

Nós três, sentados em meu sofá cheio de histórias encontramos pessoas para colorir nossa completude.

Estou feliz!

*****

Não consigo evitar as comparações do antes e depois. Dos finais de semana lentos, das várias vezes em que delirei com as segundas. Os dias do antes eram arrastados e tediosos. Hoje, eles são rápidos demais. Meu tempo com Regina corre na velocidade que me aterroriza. Meus momentos com ela não são mais cheios. Meu desejo em paralisar o tempo em cada sorriso se intensificou e meu medo quase desapareceu.

“O depois” está coberto de vislumbres dos olhares, preenchido por sorrisos raros que não são tão raros assim, não mais. Não pra mim. Ainda vejo seu passar rígido, seus passos duros e seu relaxamento ao me ver.

Ela se sente aliviada ao me ver, e esse simples fato transforma nossos encontros em perfeitos.

Hoje eu pretendo ter um dos meus programas favoritos e há muito esquecido por problemas maiores, desentendimento piores, casamentos menores e reencontros melhores. Meu momento simples de tranquilidade banhado pela tempestade morena.

Regina chega com sua pontualidade britânica. Meu convite foi feito sem qualquer detalhe ou destino. Sem explicação ou motivo. Ela simplesmente aceita sem questionar minhas más intenções.

Regina não se importa com a cegueira do conhecimento, ela prefere a plenitude aproveitada do agora.

Ela entra e como todas as vezes, esquecemos do mundo envolta. Eu a olho como a primeira vez, respiro fundo. Ela sorri dos meus olhos brilhantes e apaixonados. Sou transparente demais. Vai chegar em um momento da minha vida em que não estarei encantada?

Espero que não.

Ela toca meu rosto e deposita um leve beijo. Não sei exatamente o que temos, essa falta de definição não me assusta, ou me apavora. Não me importo com o nome que será dado aos nossos encontros, momentos. Eles existem e isso me basta.

— Olá, Srta. Swan! – Regina fala ainda perto. Sua proximidade sufoca meus pensamentos. Não me acostumei com seu cheiro em mim.

— Olá, Srta. Mills! – Sorrimos por um cumprimento que só nós entendemos.

— Aonde vamos? – Ela pergunta e sei que o lugar não é tão importante assim.

— Ver um amigo. – Ela arqueia a sobrancelha com uma pitada de curiosidade. – Vamos?

Regina inclina a cabeça para o lado daquele jeito encantador e seus detalhes ainda me dominam.

— Você espera que eu simplesmente saia sem saber nosso destino? – Suas voz sai do jeito autoritário de sempre, e sua mão na cintura fecha a postura falsamente assustadora.

— Você sabe que adoro sua voz ríspida, não sabe?

— Arrumem um quarto, por favor. – Nosso sonho lúcido se esfumaça com a voz de Killian e as risadinhas não tão contidas assim de Ruby.

— Você poderia me explicar por que eles são seus amigos? – O tom sério de Regina pode enganar os melhores leigos.

— Eu penso isso todos os dias. Também não faz sentindo pra mim.

— Não faz isso. Nós te apoiamos quando estava apaixonadinha pela Mulher de Casaco...

Ele se calou tarde demais.

— Mulher de Casaco? – Regina olha pra mim buscando uma explicação que não quero dar.

Abro a boca algumas vezes procurando por palavras que nunca precisaram ser usadas. Regina conhece e reconhece meus sentimentos e meu platonismo. Ela enxergava essa verdade por trás das proteções que construí, por trás do medo escondido entre meus sorrisos de saudade. Nunca precisei me abrir com palavras, frases ou textos. Nossos diálogos nunca precisaram de letras ou interpretações.

Intercalo meus olhares apavorados entre Killian – ou o que sobrar dele – e a Mulher de Casaco. Ela agora sabe sobre o apelido criado nas noites em que fantasiei exatamente a realidade que vivo. Acredito que ela entenderá os motivos para termos ridículos.

— Nós podemos apenas... – preciso conseguir terminar uma frase. – Podemos....

Ela sorri com o vermelho que circula as linhas do meu rosto.

— Claro. – Agradeço aos seus pela compreensão momentânea.

Momentânea. Sei que o apelido, pra mim, carinhoso, voltará a me assombrar com o jeito Regina de perguntar.

Posso jurar que errei a porta do meu próprio apartamento tentando fugir do diálogo curto.

Regina desliza e consigo ver seu sorriso satisfeito por minha desgraça colorida. Ela está se divertindo com cada passo desajeitando. Chegamos na entrada, e sua direção habitual ao carro é seguida. Eu paro esperando que ela perceba seu erro.

Ela me olha, estreita seus olhos e inclina a cabeça. Os “Por ques” cortam o ar até mim.

— Vamos caminhar hoje. – Ela solta os ombros em desânimo. Eu estendo a mão a convidado para meu sábado. – Vamos?

Ela se aproxima desistente e pega minha mão.

O que nós temos?

Não importa mais.

O caminho conhecido por mim e por ela é feito com total descompromisso. Aponto os prédios, os bancos, as histórias, as dores, os sorrisos e as pessoas. Apresento a Regina o encanto do despercebido. Mostro a ela as pessoas descontentes e contentes demais. Mostro as nuvens cinzas carregadas do alívio de um dia com cheiro de chuva. Mostro meu restaurante favorito com as melhores batatas gorduras de Boston, ela revira os olhos e eu me sinto uma criança extasiada com seu conto favorito. Aquele contado mil vezes e encantado dois mil.

Chegamos em meu lugar favorito, acho que ela não percebeu. Está concentrada com minhas histórias de infância e com meus devaneios adolescentes. Eu me perco entre uma gargalhada e um salto preto, me perco em sua descontração atenta e aceito a possibilidade de tocar em meu castelo negro.

Eu paro ainda segurando sua mão.

— Está tudo bem? – Ela pergunta sobre minha parada brusca. Eu abro meu sorriso realizador e olho para meu destino. Ela segue minha visão e vê. Seus olhos se abrem pelo estranho espanto. – Ted!

Caminhamos até o nosso banco, nos sentamos enquanto ela ainda absorve o dia e o lugar. Ela aperta ainda mais minha mão e a leva para o corpo em um abraço protetor e escondido. Ela a segura com seu medo da perda. Encara o Ted com saudade e lembrança.

— Eu comecei a vir aqui desde que foi embora. – Ela fala ainda contemplando as águas amigas. – Me sentava aqui todos os domingos, olhava o Ted e as vezes conversava com ele.

Ela sorri aproveitando sua loucura sólida. Eu decido não interromper seu momento de sonhos ou pesadelos.

— Eu acho que tentava me aproximar de alguém que pensei nunca mais ver. Seus hábitos se tornaram meus hábitos, lia o livro que me emprestou sentada no lugar que está agora, foi assim que vivi pelo ano inteiro. Eu tentei transpor sua imagem em mim. Tentei ver sua sombra nos lugares antigos, e me foi suficiente até não ser mais. – Ela me olha tentando acreditar na materialidade. – Eu acreditei que te afastando, você me esqueceria. Eu só não esperava que não conseguiria deixar de ver seus olhos.

A lágrima rola em mim sem tentativas. Ela segura minha gota e continua.

— Você é um mistério, Srta. Swan.

Eu não consigo entender a frase. Eu sou a transparência, o livro aberto em público, sou a facilidade do conhecimento. Eu sou a Emma.

— Por que diz isso? – Ela respira fundo como em todas as vezes que precisa criar coragem para a confissão.

— Você foi a única pessoa que me tirou de casa em um domingo por sentir falta dos desajeitos, do constrangimento, do encantamento. Foi a única que me fez entrar em um café que nunca me foi importante apenas para me encontrar, me nortear. A única que me fez agir como uma louca zelando seus passos até em casa por cada noite vazia e foram muitas. A única que me fez olhar um copo vazio implorando explicação para uma atenção que nenhuma outra pessoa teve. A única que me quebrou por ver quebrar, que me preocupou em um dia sem sorrisos. Que me fez perguntar, procurar. Que me fez esperar uma conversa, uma timidez, um rubor, uma volta. A única que me fez dirigir por 300 quilômetros apenas para pedir um macchiato e te lembrar que eu ainda penso em você. A única que me fez sentir medo de perder, de não alcançar, de não caber. Que me fez criar tentativas e motivos para não desistir de uma felicidade que nunca tive e que nem sabia que existia. Por isso você é um mistério, Emma.

Eu não consigo respirar na densidade dessa verdade. Acho que nunca conseguirei sentir os pés presos ao chão. Me sinto corar pelo desespero da alegria incontida. Regina toca meu rosto adentrando suas palavras ainda mais, piorando meu estado, gravando esse dia em meu peito já cicatrizado. Regina atravessou um infinito por mim.

— Você sempre esteve tão longe. – Eu tento falar entre soluços.

— Eu estava do seu lado, você só precisava olhar. – Sua entrega certa me desmonta.

— Obrigada por me ver, porque eu sou...eu sou apenas...

— Obrigada por me fazer ver suas estranhezas lindas. Por me mostrar o dia, as pessoas, o lago. Por me apresentar os sábados, os amigos. Obrigada por você ser a Emma.

Os sentidos de cada palavra que me é apresentada evapora. O pior é acreditar em cada palavra, não questionar sua veracidade, não sentir aquele medo do cair me invadir as entranhas.

Regina ama minhas partes inteiras e quebradas. Meu corpo esguio. Meus óculos pretos, meus cabelos bagunçados, meus tropeços desengonçados, meu sorriso torto.

Regina ama meus olhares pedintes, minha sinceridade intensa, minhas dúvidas infantis.

Regina ama minhas lágrimas por Chopin, meu silêncio acolhedor e minha solidão acompanhada.

Regina ama meus livros escuros, meus sábados chuvosos e minhas rotinas comuns.

Eu começo a sorrir em meio as lágrimas da percepção. Ela sorri comigo entendendo o enxergar e o acreditar.

— Agora você pode me explicar o termo “A Mulher de Casaco”?

Foi mais rápido que imaginei. Seco as lágrimas com a manga da blusa surrada, enquanto gargalho envergonhada por explicar meu passado. Ajeito a touca cinza.

— Eu me encantei desde a primeira vez que entrou no George’s em um dia de neve. Você estava usando um casaco e eu só conseguia olhar pra você.

— Sim, eu me lembro.

— Você não está ajudando. – Ela dá aquele sorriso gostoso e se cala. – No dia seguinte você estava lá, e em vários outros. Eu reparava o que você me deixava ver. Seu andar, seu sorriso, suas preocupações, suas conquistas e seus casacos. Eu não sabia seu nome e suas expressões irritavas não colaboravam com minha covardia, então eu precisei criar algo, um terno, um nome. A Mulher de Casaco se tornou um apelido carinhoso para a morena que me pedia macchiato, café puro ou cappuccino.

— Quando soube meu nome? – Aquela curiosidade antiga está presente às margens do lago feliz.

— Um dia você atendeu o telefone: “Regina Mills” – Eu tentei imitar seu jeito imponente. Sou patética.

— Eu falo assim? – Estamos nos divertindo em nossas revelações.

— Continuando...Eu sempre falava de você para a Ruby e o Killian, depois de um tempo eles começaram a te chamar assim também. Foi apenas a forma de me referir a mulher por quem me apaixonei desde o primeiro entrar.

Regina se aproxima segura meu rosto mais uma vez e me beija. Seu toque certo me protege, me sinto abraçada apenas por uma boca e um cheiro. Ela me solta, me encara, me desvenda e diz:

— Esse é um nome horrível.

Essa tarde cheia de gargalhadas, verdades e paixões, se tornou uns dos meus melhores dias. Dia cinza, dia perfeito, dia de Regina às margens do Ted.


Notas Finais


Espero que tenham gostado. Até a próxima.


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