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História Saussurea - All the darkest corners of a sense I didn't know


Escrita por: OtherBoleynGirl

Capítulo 6 - All the darkest corners of a sense I didn't know


Os primeiros raios do dia entravam pela grande janela do quarto. Cada uma das flores do cômodo saudava a luz de seu soberano supremo, girando involuntariamente em sua direção. A luz invadia o local com dominância, mudando os tons de tudo que ali havia e iluminando o que fosse conveniente.

O despertador tocou, mas nada aconteceu. Nenhuma mão fez o barulho chato parar, nenhum grunhido veio da cama. A garota loira que ali habitava já estava de pé fazia horas.

 

Ino Yamanaka, a herdeira do Clã Yamanaka, estava longe do conforto de sua cama. Ela estava treinando há horas com Naruto em um campo distante dos outros da cidade. Sai também estava com eles, mas este apenas assistia o treino dos loiros e desenhava em seu caderno. 

Desde que Sakura havia sido raptada, Ino treinava dia e noite sem parar. Ela não fazia ideia do que poderia ter acontecido com sua melhor amiga, e o peso de não ser forte o suficiente para ir atrás dela a esmagava. Ela treinava dia e noite com Naruto, que estava igualmente desesperado. Ele, sim, era forte e poderia salvá-la.

Naruto estava bravo. Apesar de ser forte e capaz, não era tão simples assim para ele ir atrás dela. Se Naruto saísse de maneira irresponsável e acabasse sendo capturado pela Akatsuki durante a busca por Sakura, estariam todos perdidos. Além do mais, eles ainda não sabiam o que exatamente havia acontecido com Sakura. Os ninjas da folha acreditavam que isso pudesse realmente ser obra da Akatsuki, e se as suspeitas se confirmassem eles iriam precisar agir com extrema cautela.

Ino treinava com Naruto pela manhã e pela noite, todos os dias. Algumas vezes, ela saia terrivelmente ferida dos treinos. O gênio de Naruto nunca fora fácil de controlar, e com o desaparecimento de Sakura ele estava explosivo e muitas vezes não conseguia se controlar. A amante das flores sabia que não havia jeito melhor de melhorar a sua técnica, e por isso se submetia a tal treino. Ela ia do treino para o hospital, para se curar e depois trabalhar, e depois treinava mais. Treinava com seus parceiros de equipe, sozinha e com Naruto. Ela estava exausta, mas ela precisava continuar. Ino não podia parar.

A loira caiu no chão como uma boneca de pano. Ela cuspiu sangue e estava pronta para se levantar, quando Naruto falou.

— Ino... Chega, por hora. E eu odeio te machucar dessa maneira, 'ttebayo. 

— Narut-

— O sem-pinto está certo, Ino-san – Sai interrompeu. – Vocês estão treinando há um longo tempo. E devo dizer que estou impressionado com a melhora de sua técnica. Já fazem algumas semanas, devemos ouvir logo de Tsunade.

Ela estava de pé agora, e as palavras de Sai arrancaram um sorrisinho dela. Se ela não estivesse já corada do exercício e ofegante, suas bochechas provavelmente teriam esquentado.

— Você tem razão. Vamos comer algo, garotos.

—-

O grupo finalmente chegava à base da Akatsuki, com a noite já caindo sobre eles. A viagem até o País das Cachoeiras foi extremamente longa após deixarem a Grama. Eles estavam agradecidos por terem chego, e respiraram o ar fresco da grama misturado ao de maresia. Sakura, entretanto, não se sentia tão bem. Qualquer esperança que a mulher nutrisse de ser salva, já que viajavam perto do País do Fogo, foi totalmente esmagada quando ela percebeu que eles viajavam muito mais para os lados do País Terra do que do Fogo. 

Eles chegaram exaustos, e parcialmente irritados. Tobi havia levado Deidara à loucura, como sempre, após algumas poucas horas de viagem. Depois de um tempo, Kisame se irritou com eles dois. Itachi, como de costume, não disse nada, mas Sakura suspeitava que ele estivesse igualmente irritado.

A base da Akatsuki no País das Cachoeiras era perto o suficiente do oceano para que Sakura pudesse se deliciar com o som das ondas se quebrando com uma curta caminhada, mas extremamente bem escondida.

Era uma construção tradicional por fora, mas moderna por dentro. Diferente da base anterior, que possuía o andar de baixo com tatames e portas de correr, essa não havia qualquer traço tradicional. O chão era de uma madeira escura, e as portas todas possuíam maçaneta e fechadura. 

A casa era bem simples por dentro. O teto era alto, e percebia-se que a casa tinha três andares. O primeiro era composto de duas salas grandes e uma cozinha. Nos fundos, havia uma varanda com vista para o mar, embora distante. O segundo e o terceiro andar eram designados aos quartos, diversos deles. Sakura sabia que aquela casa devia ter muitos segredos, mas que provavelmente não seria capaz de decifrar nem um sequer.

O quarto que fora designado à kunoichi ficava no segundo andar. Era maior do que ela esperava, mas aquele devia ser o padrão de todos os quartos, ou eles não dariam a ela um quarto tão grande. No quarto havia uma cama de madeira colocada entre duas janelas retangulares. Um tapete redondo estava localizado no centro do quarto, com almofadas espalhadas em cima. No canto direito do quarto, uma mesa com alguns livros e uma cadeira. No chão, também havia alguns livros. Havia ainda uma porta nesta parede que levava a um pequeno banheiro. Na parede esquerda Sakura encontrou um guarda-roupa, e ali guardou a bolsa com sua pequena quantidade de itens. Na parede oposta à cama, perto do canto esquerdo, estava a porta. 

Uma camada de poeira cobria tudo ali naquela casa: chão, paredes, mesas, cadeiras, espelhos e adornos. Cada móvel da casa estava sujo, e, sendo prisioneira dos homens, coube a Sakura limpar todo o lugar.

Enquanto limpava, ela aproveitou para colocar os pensamentos no lugar. Embora muito cansada da viagem, aquele momento de reflexão era importante para ela. O que diabos havia acontecido entre Itachi e ela?

Na noite em que ela bebeu com os criminosos, ela acabou terrivelmente embriagada. Ao contrário do que se espera, ela se lembrava muito bem do que havia acontecido depois – Itachi sob a luz do luar, e o quase beijo deles. Com relutância, ela admitiu para si mesma que se sentia atraída pelo Uchiha. Ela tentou se convencer de que era apenas a aparência dele, que qualquer mulher seria facilmente atraída por Itachi Uchiha. Mas não era só isso. Itachi a encantava, ele intrigava Sakura. Ela sentia algo diferente nele e em sua presença.

Sakura sentia como se fosse entrar em combustão a qualquer segundo. Ela sentia como se as estrelas estivessem todas caindo lindamente em uma chuva, na mais bela das noites, acompanhadas de meteoros. E o toque dele em sua pele nua causava arrepios que percorriam seu corpo inteiro, chegando a fazê-la tremer.

Durante a viagem, ao saírem da Grama, não havia tido troca de palavras, nem uma palavra sequer. Os olhos deles, entretanto, pareciam não conseguir se manter separados, como se fossem ímãs. O vermelho mortal dos olhos de Itachi sempre tinha a atenção das órbitas esmeraldas dela, mas desde a noite na pousada ela ansiava pelos olhos escuros e naturais dele. Por mais belos e místicos que fossem os sharingans, nada se comparava à profundidade dos olhos negros de Itachi; nem todo o azul do mar era tão profundo. 

Sakura respirou fundo, tentando colocar alguma razão dentro de sua cabeça. Ela não podia sentir algo por Itachi Uchiha, não algo bom. Ele era um assassino. Ele matou seus pais, e também o resto de seu clã, condenando seu único irmão a uma vida de terror. Itachi era um criminoso, que queria ver seu melhor amigo morto. Talvez ele quisesse matá-la também. 

Ela não sabia o que era aquilo, mas sabia que era terrivelmente ruim. E quanto mais ela lutava, mais ficava presa naqueles sentimentos. Era inútil tentar escapar daquele redemoinho de águas profundas que parecia ser Itachi Uchiha. Ela estava condenada.

 

Quando acabou de limpar, os homens pediram a ela que preparasse o jantar. Com grunhidos como resposta, Sakura se dirigiu até a cozinha. Ela não tinha muita opção. Por mais que eles estivessem tratando-a bem, ela ainda era prisioneira deles.

Ela decidiu fazer a sopa Asari Miso em uma panela enorme que tinha encontrado pela cozinha. A sopa levaria amêijoas, cogumelos e cubos de tofu. O caldo era o tradicional miso.

Ao ver que Sakura se preparava para cozinhar, Itachi foi até a cozinha para fazer chá e ajuda-la. Ele gostava de cozinhar, e imaginou que Sakura fosse precisar de ajuda. Ela levou um susto com a presença do Uchiha, pois não havia ouvido ele entrar no cômodo. Suas bochechas coraram, e ela se concentrou em preparar a sopa. Para a surpresa dela, eles mantinham um bom ritmo e harmonia enquanto preparavam os elementos, e Sakura ia adicionando um a um na panela. Sempre que suas mãos se tocavam, eles paravam e se encaravam por um breve momento, o coração dela sempre acelerado.

Conforme a comida foi ficando pronta, o cheiro foi preenchendo a casa. Kisame, atraído pelo aroma, foi até a cozinha para roubar um pouco da panela.

— Ei, cara de peixe! Pare de roubar a comida, logo vai estar pronto.

— Não me diga o que fazer, gatinha – O homem tubarão riu.

— Você pode comer peixe e frutos do mar? Não é, tipo... canibalismo? – Sakura provocou.

Irritado, Kisame deixou cair um pouco de comida no chão e depois soltou um ''ops'' nada arrependido. Sakura, que havia acabado de limpar a casa inteira, cerrou os punhos.

— Shannaro! – Gritou ela, para o divertimento de Kisame, e marchou até onde ficavam os produtos de limpeza.

Itachi, sem que ninguém percebesse, deixou um pequeno sorriso escapar. Ele continuou a sopa de Sakura, e quando ela acabou de limpar o chão já estava tudo pronto. Eles comeram em silêncio, e depois todos se dirigiram para seus aposentos. A kunoichi podia, enfim, dormir.

 

Itachi estava sozinho em seu quarto, meditando. Já estavam no País das Cachoeiras fazia alguns dias, e ele ponderava. Imerso em seus pensamentos, o homem deixou que estes vagassem para um lado que ele tinha o cuidado de evitar: sua família e a Vila da Folha.

Itachi costumava deixar esses pensamentos apenas para as noites mais sombrias de sua existência, mas era difícil não se lembrar com Sakura ali. Ele via tanto de sua antiga vila, de sua antiga vida, nela. Todo o fogo estava em nos olhos dela, e suas atitudes eram carregadas de energia. Ela era vigorosa, ela era a chama vermelha de fogo que nunca iria se apagar. Ele, por outro lado, era a chama negra que há muito já deveria ter se apagado.

Pensar em Sakura trazia alguma paz a Itachi, entretanto. Onde ele tinha calma, ela tinha caos. Onde ele tinha caos, ela tinha calma. Ela era tão pequena, mas ao mesmo tempo tão grandiosa. Mas ela jamais o aceitaria, e ele não queria tocar a alma dela com aquelas mãos sujas de sangue. Ele não podia tocá-la com sua pele de pecados, ele não podia fazer isso com ela.

Ele notou que tornou-se um hábito para a kunoichi se sentar na varanda de madeira diversas vezes ao longo do dia. Ela adorava observar o céu, e ele, assim como os outros, se juntava a ela algumas vezes. O rosto dela sempre se iluminava quando via as estrelas, e ele percebia que ela tentava reconhecer todas as constelações do céu noturno. Pela manhã, a visão dela tomando sol de olhos fechados encantava Itachi. Mais de uma vez, o homem precisou prender a respiração quando em frente à beleza dela.

O que Itachi mais gostava era vê-la sob o pôr ou nascer do sol. Os mais diversos tons de todas as cores incidiam sobre a kunoichi, e ele via sempre o que parecia ser uma nova face dela. 

O Uchiha foi arrancado de seus pensamentos com uma batida pesada na porta. Era Kisame, que estava de saída para uma missão solo. A única resposta de Itachi foi um ''ah'', indicando que concordava, e um aceno de cabeça. Com Tobi e Deidara fora, e agora Kisame também, seria só Sakura e ele na casa.

Ele era o mais indicado para evitar que ela fugisse, mas não era com isso que ele estava preocupado. Só eles dois, naquela grande casa. Aquilo, pensou Itachi, seria interessante.


Notas Finais


Olá, leitores! Espero que tenham gostado do capítulo e por favor comentem. Um bom domingo a todos :)


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